sábado, 20 de agosto de 2011

MENSAGEM SEMANAL


CIÊNCIA DO BOM VIVER

Tranquilamente, confiante, avança passo a passo, pelo caminho da evolução. Não busques, nem fujas dos fenômenos da existência física. Intenta o ser controlador dos teus impulsos e sentimentos, de maneira que o insucesso não te infelicite nem o êxito te exalte. Na paz interior descobrirá a libertação das dores, porque lograrás vencer as paixões. Utilizando-te de uma consciência equânime, aceita as ocorrências positivas e negativas com a mesma naturalidade, sem sofreguidão nem indiferença. Mantém-te interiormente livre em qualquer circunstância, adquirindo a ciência verdadeira do viver. A ilusão fascina, mas se desvanece. A posse agrada, porém se transfere de mãos. O poder apaixona, entretanto, transita de pessoa. O prazer alegra, todavia é efêmero. A glória terrestre exalta e desaparece. O triunfador de hoje, passa, mais tarde, vencido. A dor aflige, mas passa. A carência aturde, porém um dia se preenche. A debilidade orgânica deprime, todavia, liberta da paixão. O silêncio que entristece, leva à meditação que felicita. A submissão aflige, entretanto engrandece e enrija o caráter. O fracasso espezinha, ao mesmo tempo ensina o homem a conquistar-se. Todas as situações no mundo sensorial passam, mudam de posição e de forma.

Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis / Livro: Momentos de Meditação / 19//08/2011

PENSAMENTO DO DIA


Sorria, Sorrir abre caminhos, desarma os mal-humorados, contamina. Mas sorria com a alma, não apenas com os lábios

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DO DIA


Caminhe com confiança e ousadia... Há uma mão lá em cima que o ajudará a avançar

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 48


CONTINUAÇÃO

CAPÍTULO 3

Nogueira, reinstalado no aposento, ensimesmou-se, refletindo, refletindo...
Lá fora, a noite de chumbo e, com ele, o silêncio, apenas entremeado pela respiração sibilante da filha...
Se fosse unicamente Salomão o interventor inesperado! – pensava, cismarento –, e talvez não se permitiria maior detenção no assunto. Aquele vendedor de remédios que lhe confidenciara os sucessos da noite, inspirando-lhe, aliás, gratidão e simpatia, parecera-lhe excelente pessoa; entretanto, na simplicidade bonachona com que se apresentava, poderia não passar do crente de boa-fé, lamentavelmente embiocado na superstição... Agostinho, no entanto, agitava-lhe o espírito. Comerciante abastado e instruído, não se deixaria enrolar em tapeações. Conhecia-lhe a agudeza de raciocínio, a honestidade. Além disso, possuiria ocupações mais vantajosas em que aplicar atenção e tempo.
Que doutrina aquela, capaz de induzir um cavalheiro dinheiroso, a entrar em prece, num quarto de hospital, chorando de compaixão por arrasada menina, à beira da sepultura? Que princípios impeliam, assim, um homem educado e rico a esquecer-se, no socorro aos infelizes, a ponto de tocar-lhes as matérias fecais, imbuído daquele amor, que somente os pais conhecem nas entranhas do coração?
Fitou Marita que dormia, calma, e recordou os dois homens abnegados que lhe haviam trazido alívio, sem nada perguntar...
Ele que jamais se aproximara de ensinamentos religiosos, habitualmente tratados por ele com manifesta desconsideração, acolhiase agora a vasta série de porquês.
Abafado, agoniava-se com a sede de algo... Sem o apoio fluídico de Moreira, que dedicava todas as energias à moça em decúbito (Francisco
Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 190), lembrou o cigarro, mas dizia de si para consigo que não era mais o cigarro o objeto que desejava.
Aspirava a sair, correr ao encontro de Agostinho e Salomão, a fim de perguntar-lhes pela fé em Deus. Anelava inteirar-se de como conseguiam entesourar tanta crença. Ambos haviam suavizado a opressão que lhe supliciava a filha... Naquele instante, indagava a si mesmo se não era igualmente digno de piedade.
Marita repousava no sono das vítimas, que a justiça resguarda na paz inviolável da consciência, enquanto que ele se atormentava na vigília dos réus!... Reconhecia-se enfermo da alma, náufrago que afundava no redemoinho do desespero... Queria agarrar-se a alguém, a alguma coisa. Singela raiz de confiança mantê-lo-ia à margem da queda total!... A solidão asfixiava-o. Tinha fome de companhia.
Sugeri-lhe a leitura. Que ele abrisse o volume com que fora brindado. O livro conversaria em silêncio, ser-lhe-ia companheiro.
Não se comprometesse a digerir-lhe, de vez, todas as instruções.
Consultasse trechos, aqui e ali. Respigasse idéias, selecionasse conceitos.
Assimilou-me a indução e tomou a brochura, compulsando-a.
Ainda assim, tentou reagir. Acusava-se incapaz, inquieto. Não retinha a menor parcela de serenidade para ler com aplicação ao assunto. Insisti, porém.
Os dedos nervosos tatearam o índice. Relanceou o olhar, através das legendas. No capítulo 11º, esbarrou com um item sob o título: “Caridade para com os criminosos”. Aquelas sílabas invadiram-lhe o cérebro atribulado quais gazuas de fogo. Sentia-se descoberto por tribunal invisível. Sim! – monologou, desconsolado – é imprescindível examinar-se. Na própria conceituação, qualificava-se por malfeitor, foragido da grade. Durante o dia inteiro fora visto e acatado, ali, sob aquele teto, como sendo pai (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 191) carinhoso, mas sabia-se estuprador, filicida... Carregava a dor irremediável de haver impelido a filha querida à loucura e à morte!...
Que condenações enfileiraria aquele volume contra ele?
Merecia escutar a própria sentença, junto daquela que lhe caíra sob o golpe aniquilador...
Procurou a folha indicada e oh! surpresa!... O livro não lhe amaldiçoava a presença. Leu e releu, chorando, aquelas frases que ressumavam brandura e entendimento. Identificou-se à frente de um apelo à fraternidade e à compaixão, que não pintava os delinqüentes por seres infernais, ausentes da órbita do Amor Divino. A pequena mensagem concitava à tolerância e terminava rogando preces, a benefício dos que sucumbem na voragem do mal.
As lágrimas borbotaram-lhe mais profusamente dos olhos!...
Aquelas palavras chamavam-no a razão. Percebia que o mundo e a vida deviam estar banhados de profunda misericórdia. Classificava-se por matador e achava-se ali, reconsiderando o próprio caminho, com suficiente lucidez para analisar-se e pensar... Aquele primeiro contacto com as verdades do espírito fendia-lhe, de alto a baixo, a cidadela do ateísmo. Com a sofreguidão do sedento que atravessa longo deserto, mortificado de sede, atirou-se aos textos, de cujos caracteres idéias esclarecedoras e balsâmicas vertiam, sublimes, lembrando torrentes de água pura. Esquadrinhou vários temas... Adquiriu conhecimentos rápidos acerca da reencarnação e da pluralidade dos mundos, meditou nas maravilhas da caridade e nos prodígios da fé, através das chamas imortais do Cristianismo que ali renasciam para ele, reaquecendo-lhe o coração!...
Quando olhou o relógio, os ponteiros marcavam duas da madrugada.
Varara quatro horas, mergulhado no livro, sem perceber. Sentia-se outro. O cérebro clareara-se, crivado de pensamentos renovadores que lhe suscitavam ardentes inquirições. Aquela era uma (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 192) doutrina que lhe permitia sentir e indagar livremente, qual filho no regaço de mãe... Em verdade, conjeturava, se Deus não existisse, se não houvesse uma vida, além da Terra, por que se entregava, daquele modo, a tão funda compunção? Se tudo na existência acabaria em animalidade e lodo, que razões lhe ditariam o suplício moral, diante da filha, que lhe inspirava contraditórios sentimentos?
Amava tanto aquela menina desventurada!... Por que não lograra sustentar-se, na posição de pai, infenso aos impulsos do sexo? Que forças o haviam arrastado até à condição do verdugo em que se aviltara? A idéia da reencarnação relampejou-lhe na cabeça. Ele e ela remanesciam de experiências anteriores... Indubitavelmente, algemada a dominadoras alucinações afetivas, teriam vivido no passado, padecido e chorado juntos!... Aquela devoção por Marita era para ele comparável ao iceberg que mostra reduzido fragmento, ocultando o peso enorme na vastidão das águas... Naquele momento, algo lhe dizia, na acústica do espírito, que ele, Cláudio, a trouxera, de novo, para o mundo, através da paternidade, a fim de orientá-la com limpeza e abnegação!... A sabedoria da vida restituíra-lhe o carinho, no sorriso filial, por algum tempo, para que retificasse os erros do tirano amoroso que deveria ter sido em épocas passadas e as paixões cujos rescaldos lhe calcinavam agora o coração... As realidades do destino se lhe alteavam do pensamento, belas e difusas, como o brilho dos raios de luz ao fundirem a névoa... Ainda assim, não se desculpava. Reconhecia ter agravado os próprios débitos.
Entrevendo as realidades da vida Além-Túmulo, apelava para os amigos que vira partir!... Que se apiedassem dele e de Marita! que suplicassem a Deus para trocar-lhe a existência pela dela... Ele que se classificava pai criminoso expiaria, no mundo espiritual, as próprias faltas, para, em seguida, renascer na Terra, mutilado, ressarcindo os débitos contraídos. Que ele se afligisse, expungindo

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DIVALDO FRANCO E BEZERRA DE MENEZES - PARTE 3


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

PENSAMENTO DO DIA


Do pensamento surge o hábito, do hábito surge o caráter, do caráter surge o destino

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA


O homem sempre destrói aquilo que mais ama em um campo aberto, ou numa emboscada, alguns com a beleza do carinho e outros com a dureza da palavra

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 47


CONTINUAÇÃO

pública... Delitos que supunha para sempre esquecidos, nos escaninhos do tempo, assomavam-lhe agora à lembrança, exigindo reparação... Sobretudo, Aracélia!... A genitora de Marita que ele próprio aniquilara, a peso de sarcasmo e ingratidão, parecia alcançá-lo pelo túnel da consciência... A imagem daquela moça inexperiente da roça crescia-lhe por dentro. Lastimava-se, acusava, perguntava pela filha, pedindo-lhe contas!...
Conjeturava-se Nogueira às portas da loucura.
Não fosse a resolução de recuperar a filha prostrada, usaria o revólver contra si mesmo. Afigurava-se-lhe o suicídio como sendo a válvula de livramento. Adotá-lo-ia, raciocinava, taciturno. Se Marita morresse, não desejava sobreviver. Cerrar-lhe-ia os olhos e
destruir-se-ia sem compaixão.
Ao passo que as reflexões amargas lhe obscureciam a mente, colava-se Moreira aos pulmões da triste menina, num espetáculocomovedor de paciência e dedicação. De minha parte, assinalava-lhe o devotamento sincero, os propósitos puros. O corpo injuriado não lhe inspirava repugnância. Enlaçava Marita com a veneração de quem se consagra a uma filha padecente para quem todos os cuidados e todos os carinhos são sempre escassos... De quando em quando, passava uma das mãos no rosto para enxugar as lágrimas...
Aquele Espírito que eu conhecera áspero e agreste amava profundamente, porque é preciso amar a alguém, com extremada ternura, para sorver-lhe com alegria o hálito fétido e acariciar-lhe
a pele manchada de excrementos, com o enlevo de quem preserva um tesouro imensamente querido ao coração...
O silêncio era apenas cortado, de vez em vez, pelos movimentos da enfermeira que vinha fiscalizar o soro a descer no braço, gota a gota, ou aplicar injeções, segundo os avisos médicos.
O dia avançava. Três da tarde. Calor. Para Cláudio, as horas assemelhavam-se a correntes que arrastava no cárcere do remorso. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 186)
A noção de isolamento agigantou-se-lhe no espírito. Voltou ao telefone e procurou por Marina.
A filha atendeu. Palestraram.
Cientificara-se do acidente por Dona Márcia; no entanto, esperava que a ocorrência desagradável não passasse de susto. Não, não lhe era possível comparecer no hospital. Dona Beatriz, que passara a considerar igualmente por mãe, piorara muitíssimo.
Aguardava-se-lhe o fim, a qualquer hora. Que o pai a desculpasse; entretanto, admitia que a irmã devia estar satisfeita ao saber-se assistida por ele. Impossível pedir mais.
Nogueira regressou ao quarto, esmagado pelo desânimo.
Ninguém para migalha de apoio, ninguém a entender-lhe o suplício moral.
Às cinco, no entanto, alguém apareceu, um velho que solicitara a recomendação de clínico prestimoso.
A sós com Nogueira, apresentou-se.
Era Salomão, o farmacêutico.
Declarou-se amigo da moça acidentada. Estimava-lhe a lhaneza de trato, apreciava-lhe as gentilezas. Vizinho da loja, partilhava com ela o café, quando obrigado ao lanche fora de casa.
Surpreendera-se com a notícia do atropelamento e deliberara visitá-la, mesmo porque acreditava tivesse sido um dos últimos amigos que Marita ouvira na véspera.
E, diante da curiosidade e do reconhecimento do interlocutor, narrou quanto sabia, pormenor a pormenor.
Evidente, concluiu, que alguma desilusão recôndita lhe ditara o gesto desesperado. Recordava-se, perfeitamente, de lhe haver notado o pranto que ela, em vão, buscava disfarçar. Teria ingerido
os soporíficos que lhe dera e, identificando-lhes o caráter inofensivo, (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 187 certamente que se projetara sob um automóvel em disparada...
Cláudio ouviu, chorando... Intimamente, aceitou a hipótese.
Sem dúvida, a filha não pudera sobreviver ao insulto de que ele próprio se acusava. Aquele desconhecido confirmava-lhe as impressões.
Refletiu no suplício moral da jovem humilhada, antes de se lançar ao gesto infeliz, sentiu-se o mais abjeto dos homens, no arrependimento que lhe azorragava todas as fibras da consciência,
e agradeceu ao interlocutor, sofreando os soluços. Abraçou Salomão, num impulso de louvável sinceridade, e salientou que ele, o visitante gentil, era o verdadeiro e talvez o único amigo daquela criança que procurara a morte e que tudo fariam para reaver.
O farmacêutico apiedado arriscou um alvitre. Confessou-se espírita e assinalou que os passes, sob a cobertura da oração, beneficiariam a menina prostrada. Ignorava quais os princípios religiosos de sua família; entretanto, possuía um amigo, o senhor Agostinho, a quem poderiam recorrer. Confiava na prece, no amparo espiritual. Se Cláudio permitisse, buscá-lo-ia. Nogueira aceitou com humildade. Afirmou-se sozinho. Não lhe seria lícito recusar um auxílio que lhe era oferecido com tanta espontaneidade.
Apenas admitiu que se via na obrigação de rogar o consentimento das autoridades.
O facultativo, que lhes atendeu ao chamado, ouviu a petição.
Homem experimentado em angústias humanas, fitou Marita, não só com a inteligência do técnico que observa um aparelho, a caminho do desmonte para verificações finais, mas também com o sentimento de um pai afetuoso, e asseverou que Cláudio dispunha do direito de prestar à filha a assistência religiosa que desejasse, e
que, em se abstendo de ferir o regulamento da instituição, fora do quarto, ali estava como em sua própria casa.
Compadecido, ele mesmo favoreceria a vinda de Salomão com o espírita que indicasse. E, às oito da noite, o boticário de (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 188)
Copacabana entrou com o amigo que carregava pequeno pacote, em que se encontrava um livro. Nogueira espantou-se. Aquele homem, que o saudava fraternalmente, e que lhe era apresentado por senhor Agostinho, freqüentava o banco, onde se alinhava entre os clientes mais respeitados.
Conhecia-lhe a posição de comerciante distinto, conquanto não lhe desfrutasse a intimidade. Entretanto, se o recém-chegado o reconhecia, não dava qualquer mostra.
Interessou-se delicadamente pela moça e inteirou-se de todas as minudências do desastre, com as atenções de quem escuta a própria família.
Logo após, entre Cláudio e Salomão, orou, emocionado. Suplicou a bênção do Cristo para a menina atropelada, qual se expusesse, diante de Jesus invisível, uma filha profundamente cara, e, em seguida, ministrou-lhe passes de longo curso com o devotamento de quem lhe transferia as próprias forças.
Cooperamos com ele, sob o olhar penetrante de Moreira, que tudo anotava como que sequioso de aprender.
A operação, saturada de agentes reconstituintes do plano físico, infundiu grande bem à moça, melhorando-lhe a condição geral. Relaxou-se-lhe mais intensamente o esfíncter da micção, a respiração desoprimiu-se e conseguiu entrar em sono calmo.
Cláudio solicitou a presença da enfermeira e, enquanto a serviçal modificava a rouparia, os três conversaram em saleta próxima.
Informado, então, de que Nogueira jamais tivera contacto com princípios religiosos, Agostinho ofereceu-lhe o livro que trazia, um exemplar de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, e prometeu voltar na manhã seguinte.

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DIVALDO FRANCO BEZERRA DE MENEZES - PARTE 2


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

MENSAGEM DIÁRIA


Acreditarmos verdadeiramente naquilo que desejamos é o primeiro passo para que ele se torne realidade

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA


Deus não lhe dá mais do que você pode carregar

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 46


CONTINUAÇÃO

CAPÍTULO 2

Confrangido, mas sereno, Félix acercou-se de Nogueira, administrou-lhe energias de refazimento e, após levantá-lo, despediu-se, asseverando que voltaria.
Que não me inquietasse, falou, bondoso. Estaríamos juntos, enviaria cooperadores, tomaria providências.
Respondi, sossegando-o. Afeiçoara-me àquela menina que, afinal, era nossa filha em espírito. Não, não a deixaria na dura fase da desencarnação.
Entrementes, Cláudio afastou-se, buscando o especialista.
Moreira, que me observava desde a chegada, fitava-me agora com simpatia, que me empenhava em conservar.
Em dado momento, interpelou-me. Amaciou o tom de voz e disse reconhecer-me. Queixou-se. Vira diversos irmãos desencarnados, avizinhando-se da porta e acenando com asco. Apontavam Marita com desprezo, referiam-se a figurações despudoradas, traçavam gestos no ar, sugerindo quadros obscenos, e um deles chegara ao desplante de abordá-lo, indagando quem era aquela mulher que transpirava carniça.
Tratei de consolá-lo. Aquilo passaria. Esperávamos companheiros, abastecidos com os recursos necessários, a fim de que isolássemos o recinto.
Satisfazendo-lhe as perguntas, esclareci que, sem querer, assistira
ao desastre e condoera-me daquela moça sozinha, jogada
no asfalto.
Quis saber minudências; contudo, temendo embaraços, prometi-lhe que, logo aparecesse oportunidade, colheria informes seguros para nós ambos. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 182).
Tentando harmonizá-lo com as exigências do serviço que nos defrontava, roguei-lhe permissão para cooperar. Ficaria contente se ele me aceitasse o concurso, ali, ao pé daquela jovem que a provação humilhava. Colhera alguma experiência em hospitais e poderia ser útil.
Moreira comoveu-se e aprovou a idéia. Sim, aclarou, devotava-se a ela, com ardente afeição, e me reconhecia o desinteresse em servi-la. Contaria comigo, reportou-se a compensações. Conhecia meios de auxiliar-me, defender-me-ia, ser-me-ia companheiro fiel.
Em seguida, examinou curiosamente o processo pelo qual a respiração de Marita era auxiliada e pediu-me instruções. Queria substituir-me. E com tanta diligência e humildade se colocou no meu posto que, em minutos breves, atendia à manutenção da jovem, com segurança superior àquela que me esforçava em cultivar.
Procurei adestrá-lo. Obedeceu docilmente e guardou nos braços aquele corpo amarrotado, que se transfigurara num fardo de dor, salpicado de fezes. O perseguidor da véspera, tocado no âmago, enlaçou-a com a dignidade de um homem piedoso que socorre uma irmã, empregando-se no trabalho de instilar-lhe energias e reaquecer-lhe os pulmões com o próprio hálito.
Sensibilizado, ao identificar-lhe a transformação, concluí que nem sempre é o salva-vidas, tecnicamente construído, a peça que assegura a sobrevivência do náufrago, e sim o lenho agressivo que teimamos em desdenhar.
Retirei-me, por instantes, à busca de Cláudio e encontrei-o em compartimento próximo. Valia-se do intervalo, em que era constrangido a esperar pelo médico, para telefonar.
A voz inconfundível de Dona Márcia vinha do outro lado. O esposo falava, sob traumatismo evidente; ela, no entanto, não (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 183) respondia fora da destreza mental que lhe conhecíamos. Folgava em saber que a filha estava ainda viva. Melhor encerrassem o assunto. Se a Medicina já estava em cena, desistia de aumentar as aflições que lhe inçavam a casa.
Nogueira passou do noticiário às súplicas. Seria conveniente que ela viesse amenizar a situação.
A senhora, porém, mencionou compromissos inadiáveis. Estava de saída para a aquisição de linhas, destinadas à confecção de vários enfeites encomendados por Marina. Compreendia que a moça talvez não se recuperasse; entretanto, inclinava-se a crer que tudo não passava de episódio sem importância. Marita sempre fora exagerada em questões de sensibilidade, gostava da ostentação
de ridículo. Além disso, se estivesse tão mal quanto o marido supunha, ele, na condição de pai, se achava lealmente junto da filha, eximindo a ela, Dona Márcia, de sacrifícios maiores do que aqueles que já lhe sobrecarregavam os ombros. Fez chiste, mascarando de sarcasmo o desapontamento com que recolhia a informação de que a filha adotiva não estava morta, impelindo todos os constrangimentos da família à estaca zero. Recordou ao esposo que o Rio não era interior e que doente algum se podia dar ao luxo de contar com mais de uma pessoa, acalentando o leito, numa capital que excedia o tamanho de Babilônia. Declarou-se cansada de bobagens e arrufos entre jovens namorados e afirmou preferir tricotar a fazer adulação para uma filha que não era dela e que sempre timbrara em loucura e faniquito. Rematava, aconselhando para que não se complicassem com despesas. Que ele ouvisse os médicos e removesse a menina, quanto antes, para casa.
Nogueira, desolado, insistiu, pintando o quadro em que se contristava; entretanto, a senhora encerrou a conversação, atirando-lhe uma frase que lhe despedaçou as últimas esperanças: – Bem, Cláudio, tudo isso é problema seu.
Nogueira discou para a residência dos Torres. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 184)
Marina ainda não voltara.
Desacoroçoado, chamou para a casa do chefe. Atendido, prestou sucinto relatório da apertura, indagando sobre a concessão de férias no banco. O diretor sossegou-o. Compreendia a emergência, também era pai. Não apenas despacharia favoravelmente a petição, mas se colocava igualmente ao dispor dele para qualquer eventualidade.
Tornando ao aposento onde Moreira velava, entrou em conversação com o facultativo de serviço.
O médico registrou-lhe a inquietude e compadeceu-se. Asseverou que era cedo para um pronunciamento mais claro. Empreenderia exames, prescrevera transfusões de sangue e antibióticos, estudaria as reações. Mesmo assim, não dispensaria a consideração de um neurologista, na hipótese de surgirem complicações, em vista da pancada forte, havida no crânio.
Nogueira concordou e, humilde, solicitou permissão para instalar-se junto da filha. Não se queixaria de preços, advogava para ela o melhor tratamento.
O clínico prometeu cooperar, favorecer.
Daí a instantes, Marita foi novamente transferida de quarto, onde Cláudio, Moreira e eu passamos a intimidade mais ampla.
Aqueles dois Espíritos, que se avalentoavam por bagatela, manifestavam-se agora diferentes, submissos.
O esposo de Dona Márcia trazia os olhos marejados de pranto.
Partira-se-lhe a alma. A convicção de que a filha tentara o
suicídio, por culpa dele, requeimava-lhe o coração, qual lâmina esfogueada que se lhe enterrasse no peito. De tantos escândalos escapara, de tantas proezas se ocultara, impassível; entretanto, aquele corpo abatido que a morte espreitava parecia encerrar-lhe o destino. Sentia-se arrasado, a ponto de não lhe importar nem mesmo a confissão de todos os delitos da existência, em praça

CONTINUA AMANHÃ

DIVALDO FRANCO BEZERRA DE MENEZES - PARTE 1


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

PENSAMENTO DO DIA


Se as pessoas que amamos são tiradas de nós, a maneira de mantê-las vivas é nunca deixarmos de amá-las

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA


Quem conhece os outros é um sábio. Quem conhece a si mesmo é um iluminado

Autor: Lao-Tzu

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 45


CONTINUAÇÃO

lação necessária, determinou as medidas inadiáveis. Que limpassem Marita, que se lhe purificasse o ambiente, que mesmo acreditada em coma fosse tratada com o máximo apreço.
Seja dito, no entanto, que não se registrara, ali, qualquer desleixo.
As condições precárias da moça exigiam repouso, quietação.
Justo observá-la, antes de qualquer alteração suscetível de agravar-lhe os constrangimentos.
Com efeito, iniciada a laboriosa remoção que Cláudio e Moreira seguiram, de longe, a cabeça, pendida para trás, impeliu o sangue a movimento retrógrado e surgiu a possibilidade de asfixia.
Félix controlou, quanto pôde, as mãos dos condutores, e, tão logo a vimos ajustada em novo leito, vali-me do socorro magnético de profundidade que as circunstâncias exigiam. Sentei-me, de maneira a guardar aquele corpo abatido em meus braços, envolvendo-o no meu próprio hálito, numa operação que nos permitiremosm nomear aqui por adição de força, cujos resultados se destacam surpreendentes, quando a criatura retida no envoltório físico se mostra nos últimos lances da resistência.
Nesse ínterim, Félix aconselhou que eu me adensasse na apresentação, a fim de que Moreira me enxergasse os exercícios.
Conservava a esperança de vê-lo oferecer-se para manter a respiração da moça em boa ordem.
Orei, empenhando-me na consecução do objetivo, e quando Nogueira e o acompanhante vararam a porta do quarto em que a administração nos localizara, o vampirizador deitou-me olhar espantadiço.
Cambalearam sensibilizados, aflitos...
Incoercível emoção me tomou a alma.
Cláudio abeirou-se, trêmulo, da filha e rompeu em soluços.
Tanto quanto me era dado perceber, aquela hora significava para ele doloroso balanço de consciência. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 180)
Instintivamente, tornou à infância e à mocidade... Lembrou as leviandades primeiras. Irreflexões do passado corporificaram-selhe na memória. Enfileirou na imaginação os desvarios sexuais das trilhas percorridas. Cada jovem que iludira, cada mulher de cujas fraquezas abusara repontavam-lhe na tela mental, como que a lhe perguntarem pela filha que a vida lhe trouxera...
Aquele homem que me inspirava sentimentos contraditórios e de quem teria desejado distanciar-me, tocado de aversão, me insuflava agora um enternecimento que somente as lágrimas
exprimiam!...
Perante a enfermeira impressionada, Cláudio ajoelhou-se e, com ele, pôs-se Moreira genuflexo... Em choro convulso, o pai alisou aqueles cabelos despenteados, contemplou a fisionomia de cera que a morte parecia estar modelando, mirou a face e os lábios intumescidos por equimoses, aspirou o ar deteriorado que se lhe exalava dos pulmões e, mergulhando a cabeça nos lençóis, gritou, vencido:
– Ah! minha filha!... minha filha!...
Quase no mesmo instante, a fronte de Moreira vergou, como se esmagada de sofrimento... Ambos jaziam, ali, debruçados, rente aos meus joelhos, com a mesma rendição dentro da qual Marita se me conchegava ao regaço.
Reconheci que a Providência Divina, em seus desígnios, não me aproximava unicamente da vítima. Os verdugos também pediam amor. Segurando a moça inerme, à altura do peito, afaguei-os com a destra, sustentando-me em prece... E a prece clareava-me o pensamento, corrigindo-me a visão!... Sim, tentando consolar aqueles dois homens que o remorso dobrava em tormento indizível, refleti nos meus próprios erros e compreendi os propósitos da vida!... Não!... Eles não eram os estupradores, os obsessores, os inimigos, os carrascos que eu detestara na véspera!... Eles eram meus amigos, meus irmãos!...

CONTINUA AMANHÃ

FAMILIA E SUICÍDIO = DIVALDO FRANCO


terça-feira, 16 de agosto de 2011

PENSAMENTO DO DIA


Tudo que existe, existe em Deus, e sem Deus nada pode existir nem ser concebido

Autor: Benedict Spinoza

MENSAGEM DIÁRIA


Se estiver acontecendo algo errado com conosco, temos que olhar para frente e arrumar nossa vida

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 44


CONTINUAÇÃO

Entretanto, a senhora Nogueira não era pessoa que renunciasse a peso e medida, em matéria de questões sociais e domésticas.
Reagiu para logo, crendo-se piegas. Não queria afundar-se em sentimentalismo, confessou, na suposição de que falava consigo mesma. Era necessário sopesar prós e contras.
Do pesar ao cálculo, mediaram apenas alguns instantes.
Efetivamente, lastimava Marita e enojava-se de Cláudio, monologou, todavia, era mãe. Nada de alhear-se ao destino da filha. Marina aprumava-se. Os Torres eram ricos, talvez riquíssimos.
Ambas as moças disputavam Gilberto. Afinal, a morte de Marita surgia por solução. Assim que pudesse chamar o esposo a brios, combinariam plano certo. Levantariam a hipótese de acidente, inventariam versão plausível. Ela própria afirmaria que concedera à jovem permissão para pernoitar em casa de parente enfermo, recomendando-lhe o regresso tão cedo quanto fosse possível para a obtenção de notícia urgente.
Indispensável maquinar situações, engenhar detalhes. Os chefes da loja, amigos de Marita, se interessariam pelos fatos. A imprensa tomaria atenção. Cabia-lhe preparar-se a fim de facear repórteres e fotógrafos. Pensou no modelo azul com que se apurava na representação a funerais e vasculhou a memória para saber onde colocara, distraída, os óculos escuros.
Quando a manhã se adiantasse, despertaria o esposo, com vista ao ajuste. Conversariam seriamente. Até lá, fantasiaria a história convinhável ao público, em função da felicidade e do futuro de Marina. Se a outra estava morta, para que preocupar-se? Importava-lhe agora a filha, somente a filha... E, depois que a filha se casasse... nada de Cláudio. Não se sentia inútil, mas andava cansada de dar no batente, suportando inibições e contrariedades por um esposo que, desde muito, se lhe fizera detestável. Não se escravizaria. Recebera um convite de Selma, companheira de infância, para negócio que considerava lucrativo, na Lapa. Na (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 176)  frente um café, acompanhado de aperitivos e guloseimas e, nos fundos, quartos de aluguel...
Reconhecendo que Dona Márcia se imobilizava, mentalmente, em digressões esconsas, tornamos à presença de Félix para a obtenção de roteiros precisos.
Acomodada num leito de emergência, Marita figurava-se em coma.
Félix, assistido agora por dois médicos desencarnados, em serviço na grande instituição socorrista, se mantinha sereno, apesar da tristeza que lhe velava o semblante.
Acolheu-me, paciente. Ouviu-me.
De posse das informações de que me fizera mensageiro, recomendou-me esperá-lo alguns minutos. Sairíamos, à cata de reforço.
Enquanto isso, auscultei a jovem acidentada, que jazia inconsciente, em terrível depressão. Escassas reações dos centros nervosos, anoxemia, sensíveis alterações dos capilares, lesões no peritônio. Os esfíncteres descontrolados davam passagem a líquidos e excrementos que empastavam a veste. Félix mobilizou as providências cabíveis e rogou aos colegas desencarnados nos substituíssem por instantes.
Demandamos a residência de Cláudio.
A caminho, notei que o benfeitor, em silêncio, adensava a própria forma, transfigurando-se na apresentação. A ocorrência, que eu conseguia apenas depois de paciente elaboração mental, obtinha-a Félix com esforço ligeiro. Rápidos momentos e imprimiu ao corpo espiritual novo ritmo vibratório.
O instrutor assumira as características de um homem vulgar.
Por que a transformação? (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 177) – André – respondeu, assimilando-me os pensamentos –, ninguém pode fazer tudo senão Deus. Você é também médico e não ignora que, em certas ocasiões, é imperioso pedir remédio ao pilriteiro. Na Terra, às vezes, para socorrer um santo é necessário dosar um veneno. Marita, em súbita decadência física, precisa agora dos préstimos de alguém que a ame infinitamente. Chegou a hora de esmolar para ela o socorro dos que a feriram amando...
A voz do amigo carregava-se de pesar; contudo, não nos era possível comentar a filosofia que enunciava, de vez que atingíramos o prédio em que se dependurava o ninho dos Nogueiras, banhado pelo sol recém-vindo.
Subimos.
Qual aconteceu comigo na véspera, o instrutor bateu à porta semicerrada.
Após reiterados chamamentos, Moreira veio atender, como qualquer ser humano estremunhado.
Não me via, porquanto de tempo não dispusera eu para a metamorfose necessária, mas, renteando com Félix, desenrolou comprida fieira de insultos, que o benfeitor recebeu com humildade.
Quando terminou, algo desenxabido pela ausência de qualquer resposta que lhe alimentasse a ira gratuita, Félix comunicou-lhe o acidente. Sabia-o interessado na proteção da moça, rogava-lhe amparo. Diante da incredulidade com que era acolhido, solicitoulhe fizesse a gentileza de verificar se a menina amanhecera no lar.
Moreira correu ao interior e voltou, coçando a cabeça. Sim, atenderia ao apelo, mas não despertaria o dono da casa enquanto não averiguasse a realidade.
Carrancudo, ladeou o instrutor, sem dizer palavra, do Flamengo ao estabelecimento de socorro público, mas, topando a moça, entregue à miserabilidade orgânica, o peito se lhe explodiu (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 178) numa torrente de lágrimas, semelhante a rocha que se partisse de repente para revelar uma fonte...
Rodou sobre os calcanhares e arrancou-se qual flecha. Félix, confortado, explicou que, pelo visto, Cláudio não tardaria, informando-me de que, segundo lhe era lícito ajuizar, Marita conseguira pequena moratória. Mais alguns dias no corpo amarfanhado, quinze a vinte no máximo... Tempo de meditação, preparo valioso ante a vida espiritual... O cérebro seria protegido, mas não recuperado. Desorganizara-se. Dentro de algumas horas, a moça poderia pensar e ouvir com regularidade, reaver alguns recursos da sensibilidade e enxergar imprecisamente; entretanto, não mais contaria com o centro da fala. Naquele estado, aditou ele, permaneceria facilmente, na esfera física, por muito tempo ainda, mas o peritônio sofrera contusões de efeitos irreversíveis.
Não valeriam antibióticos, por maior fosse a carga. Ainda assim, sentia-se reconhecido aos supervisores espirituais, que haviam advogado a pequena dilação. As horas finais ser-lhe-iam preciosas.
Desfrutaria o ensejo de aprontar-se para a renovação, enquanto que Cláudio, Márcia e Marina talvez reconsiderassem caminhos.
Arrecadava-lhe o otimismo, comovidamente.
Transcorridos pouco mais de cinqüenta minutos, Cláudio, seguido
por médico que se lhe afeiçoara à família e que conhecia Marita, desde muito, deu entrada no posto de assistência. Márcia, sob a pressão de Moreira e interrogada pelo marido, liberara as informações de que dispunha.
O facultativo recém-chegado deixou o bancário no vestíbulo para efetuar a inspeção, identificando a menina sem maiores dificuldades. Feito isso, tomou providências, junto aos colegas, para que a Jovem fosse imediatamente transferida para o Hospital Central dos Acidentados, com vistas ao tratamento urgente e minucioso. E depois de ligações telefônicas, no preparo da insta

CONTINUA AMANHÃ

PALESTRA ESPIRITA= MISSÃO DO HOMEM INTELIGENTE NA TERRA -PARTE 5ª


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PENSAMENTO DO DIA


Ninguém é tão pequeno que não possa ensinar, nem tão grande ao ponto de não ter o que aprender

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA


Estamos tão preocupados com o que queremos ter, que esquecemos de agradecer o que já temos

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE


CONTINUAÇÃO

SEGUNDA PARTE

MEDIUM : FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 171

Capítulo 1

Quase cinco da manhã, quando nos vimos na intimidade dos Nogueiras.
A casa jazia quieta. Peças mudas, silêncio.
Agitava-se, porém, Dona Márcia, sob a colcha leve, cansada de vigília. Varara a noite em aflição. Na penumbra do quarto, apoiava o cotovelo no travesseiro e a cabeça na mão, de pensamento longe. Tinha os olhos empapuçados de chorar. A filha
adotiva não voltara. Ansiosa, esperava que o dia se levantasse...
Telefonaria para a residência dos Torres, para saber do regresso de Marina. Se preciso, chamaria Teresópolis. Queria comunicarse com alguém, desentranhar-se. Sentia medo, o coração palpitava catástrofe.
Consultei-a mentalmente, procurando noticias de Cláudio.
Alcancei-lhe a resposta inarticulada. Supondo reconsiderar os sucessos da noite, passou a lembrar-lhe o retorno, horas antes, totalmente embriagado. Chegara tateando paredes, esbarrando com os móveis. Inferira que ele tentara afogar o remorso em copázios de uísque. Ouvira-lhe os vômitos, escutara-lhe as descomposturas à porta, mas trancara-se, precavida. Carraspana e
ressaca rematando a criminosa aventura... Não desejava cenas.
Súbito, quebrou a linha de reflexões em que penetrara. Repeliu-me a influência, convicta de estar reafirmando para si mesma que atingira o ponto final da tolerância... Nada mais com Cláudio.
Convertera a mágoa em nojo. Aspirava a nova atitude, suspirava por desquitar-se, fugir...
Deixamo-la engolfada nas alegações negativas, buscando o aposento dos fundos. Nogueira aí se despejara em cama de solteiro, completamente equipado, sem alijar nem mesmo o paletó.
Estirava-se de lado, a expelir saliva grossa pelo canto da boca, (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 172) ressonando, tranqüilo, e, com ele, o vampirizador, relaxado sob os efeitos do álcool. Ambos largados, embrutecidos.
Demorava-me na inspeção, quando a campainha do telefone retiniu.
Com certeza, irmão Félix obtivera meios de abrir-me alguma porta, a fim de que me fosse possível atuar, favoravelmente.
Imprescindível atacar o problema, advogar a proteção de que fora incumbido.
Tornei à sala.
Dona Márcia, em “baby-doll”, punha o fone ao ouvido, carregada de escuros pressentimentos.
A voz de um homem simples repontou no auscultador:
– Estou falando com o “seu” Cláudio Nogueira?
– Na casa dele.
– Ele está?
Dona Márcia reconhecia de todo impraticável o ensaio de qualquer conversação com o esposo, escornado àquela hora, e respondeu, positiva:
– Não, não está.
– Quero falar com ele ou com a madama.
A interlocutora, experiente demais em trotes e adestrada no jogo das conveniências sociais, pressupôs estar em contacto com algum novo despropósito do marido, e indagou, prudente:
– Com quem estou falando?
– Com Zeca, lixeiro. Estou em Copacabana, preciso dar notícia de um desastre.
– Que desastre?
– A senhora é a dona da casa? (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 173)
– Não sou, mas trabalho aqui. Sou empregada...
Dona Márcia receava cair em complicações, na hipótese de transpor as raias do anonimato, e, a vista disso, antes que o desconhecido revidasse, acrescentou:
– Os patrões estão ausentes, mas posso dar o recado. – Olhe – gaguejou o informante –, o caso é com Dona Marita, a moça da loja.
– Que há? diga, por favor, que há?
A senhora Nogueira sentiu-se traspassada de angústia, enquanto, de minha parte, concluía que Félix angariara o concurso de um lixeiro prestimoso para transmitir a notícia, preparando o terreno que me cabia encaminhar ao plantio da compaixão.
– Diga aos patrões que ela foi atropelada...
– Onde? como? quando?
– Bem, eu não sei como foi, mas vi que era ela...
– Agora?
– Há uma boa meia hora, aqui perto, na Avenida Atlântica...
– Está aí?
– Não está, a ambulância já levou.
– Mas o senhor tem certeza?
– Tenho toda a certeza... Ela estava sem bolsa, ninguém a reconheceu...
Mas eu conheço Dona Marita, foi sempre amiga de minha mulher desde que veio para cá. Minha mulher é empregada
no edifício da loja... Coitada de Dona Marita, moça tão boa! Ela é
que conseguiu lugar para minhas duas filhas na escola!...
– Mas, escute – Dona Márcia cortou as referências, terrivelmente chocada –, como está ela? – Dizem que morreu... (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 174)
Embora calejada contra as emoções, a esposa de Cláudio abandonou o fone e afastou-se, pálida.
Arremessou-se à cama e agarrou a própria cabeça, entre as mãos, julgando enlouquecer... – Morta! Marita morta! – refletiu, atribulada.
Recordou o ultraje que a pobre menina experimentara naquela noite que o dia nascente esfumara, qual se expulsasse um pesadelo, e a mente divagou... Aracélia, a servidora e amiga... Vinte anos antes. O suicídio!... E agora a filha, na mesma tragédia, com o
mesmo homem... Decerto, Marita, envergonhada, procurara a morte. Inexperiente, sucumbira. Ajustava argumentos por dedução.
Crescina falara-lhe de encontro com Gilberto, no entanto, apanhara Cláudio em desconcerto flagrante. Tudo indicava a intromissão dele em algum arranjo dos jovens, para infligir à filha
o imperdoável insulto... Indubitavelmente, a desventurada menina preferira morrer...
Nesse entretempo, intervim. Assimilei-lhe os pensamentos de simpatia e fi-la meditar nas tribulações de Marita, dentro da noite,
esforçando-me por incliná-la à compaixão... Largasse o marasmo, sacudisse Cláudio, chamasse, implorasse... Se o marido não estivesse em condições de compreendê-la, que ela própria saísse à rua... Procurasse a moça... Telefonasse à Polícia, refletisse nela, como sendo sua própria filha... Corresse ao Pronto Socorro da Zona Sul, inquirisse funcionários, ouvisse médicos, visitasse a morgue... Alguém auxiliaria, encontraria a criatura que a Providência Divina lhe pusera nas mãos... Quem saberia? Talvez que ela ainda estivesse nas raias do fim a esperar-lhe as mãos piedosas, como quem aguarda uma bênção!...
Dona Márcia ouviu mentalmente. Ao recolher-me as sugestões, imaginou a filha estendida no necrotério, comoveu-se e chorou...

CONTINUA AMANHÃ

PALESTRA ESPIRITUAL - MISSÃO DO HOMEM INTYELIGENTE NA TERRA - PARTE 4ª


domingo, 14 de agosto de 2011

CRÔNICA DO DIA


DIA DOS PAIS

14 de agosto de 2011

Dia dos Pais ou mais um dia dos comerciantes?
Hoje, amanhã e todos os dias é DIA DOS NOSSOS PAIS.
Sabemos que muitos filhos, por motivos diversos, não queriam o PAI que tem.
Até, em parte, compreendemos, mas não aceitamos.
No período de pré-reencarnação, nós escolhemos a vida que queremos levar na Terra, sempre com o intuito de evolução espiritual, inclusive a família onde vamos reencarnar, incluindo, logicamente, os nossos PAIS.
Depois de analisada, pelos Espíritos Superiores do Departamento de Reencarnação e como está de acordo com a nossa evolução Espiritual, é aprovada pelo nosso PAI CELESTIAL.
O problema é que, quando aqui chegamos, esquecemos os nossos compromissos e, de posse do nosso Livre Arbítrio, tomamos rumos diferentes.
Sejamos felizes com o que temos e não infelizes com o que não temos.
Aceitemos e amemos os nossos PAIS como eles são e não como queríamos que fossem. Assim seremos felizes e os faremos felizes.

Autor: Desconhecido


PENSAMENTO DO DIA


Aquele que é simples não tenta esconder o que é feio ou desperdício, porque em sua pureza esses traços inexistem. Há realeza nas maneiras e graciosidade no comportamento, mas isto não rouba sua originalidade nem o compele à artificialidade

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA


Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ


CONTINUAÇÃO

para que a jovem não se afastasse, em espírito, do corpo desgovernado, passes reconfortantes nos centros de força, estímulos variados em diversas seções do campo cerebral, insuflações nos vasos sanguíneos. Operações minuciosas e demoradas. Acupuntura magnética do plano espiritual, em que o orientador patenteava notável mestria.
Quase quatro horas foram despendidas, ao fim das quais, Marita repousava tranqüilamente.
Reconfortado, via nos olhos do benfeitor a esperança luzindo...
Nisso, porém, um “gari” asselvajado largou a rua e caminhou em nossa direção, regando a areia... Dando com os olhos na menina adormecida, sentiu-se mordiscado de curiosidade. Não valeram recursos manobrados pelos vigias. O fanfarrão, relativamente moço, avançou para ela e sacudiu-a, rouquejando: “acorda, vagabunda”, “acorda, vagabunda”.
Feriram-se-me as fibras do sentimento, não só pela criança injustamente maltratada, mas também pela imensa dor que se estampou no semblante de Félix que, pela expressão agoniada,
tudo daria para materializar as mãos e impedir aquele assalto.
“Acorda, vagabunda”, “acorda, vagabunda”...
As palmadas estalavam no rosto, cujas lágrimas o vento enxugara,
piedosamente.
Frustrados, vimo-la abrir os olhos, estarrecida.
Que homenzarrão aquele que, ao vê-la estremecer, não se pejava de comprimir-lhe o busto com as mãos libidinosas?
Não obstante atordoada, perguntava a si mesma se teria morrido, se estaria no inferno renteando com um demônio...
Intentou gritar, mas a garganta esmorecera. Mesmo assim, ergueu-se, aterrada, e aligeirou o passo, cambaleante. Superando embaraços, ganhou a calçada em que um banco orvalhado convidava (FranciscoCândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 166) ao repouso, porém, não dispunha de serenidade para assimilar-nos as sugestões. Pisou, atarantada, no asfalto, indiferente aos princípios do trânsito... Oscilou, aqui e ali, estremunhada...
Automóveis deslizavam velozes, lambretas estrondeavam em correria. Pedestres iam e vinham, diligenciando alcançar o trabalho a distância ou regressando ao aconchego doméstico, depois das atividades noturnas. Agitavam-se funcionários da limpeza e veículos ocupados em serviços da madrugada.
Preparava a cidade o dia novo.
Seguíamos a pobre menina, espíritos contundidos por amargos presságios.
Parecia-me Félix um educador venerando, repentinamente descido a saracoteios na via pública, no propósito de salvar uma criança querida. Entre simpatia e respeito, eu acompanhava, penalizado, o grande instrutor que se apequenava e se afligia por ajudar...
Rapazes semi-embriagados na esquina próxima, ao fitarem Marita, vacilante, gargalharam, invectivando: “tipa de pileque! tipa de pileque!” Motoristas de passagem gritavam-lhe injúrias, e, sem que aparecesse algum braço humano que a sustentasse no atordoamento que lhe impunha reiterados tropeções, foi colhida e
projetada a pequena distância, por automóvel em velocidade excessiva, qual trapo de carne que se arremessasse, violentamente,
no chão.
O carro chispou, transeuntes acorreram.
Moças que regressavam de excursões alegres gritaram, alarmadas.
Uma delas prorrompeu em choro histérico, sendo contida à força. No trânsito interrompido, em que debalde se buscava positivar responsabilidades, todos os veículos despejavam curiosos que se reuniam em torno da jovem, inerme. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 167)
O corpo planara, a cabeça batera contra a pedra e, em seguida a curta reviravolta, caíra de bruços.
Pessoalmente, achávamo-nos atônitos. Não contávamos com experiência bastante para ocasiões qual aquela em que o desastre consumado exigia improvisações. Todavia, entre os clamores de quantos apelavam para o socorro policial, irmão Félix sentara-se no asfalto. Aplicando vigorosos estímulos magnéticos sobre a cabeça da menina acidentada, fê-la cobrar energias para ganhar, mecanicamente, o decúbito dorsal, a fim de que respirasse indene de maiores dificuldades, através de movimentos que, para muitos dos circunstantes, significavam esgares da morte.
Marita aquietara-se de todo.
Tive a nítida impressão de que a base do crânio se fraturara, mas não me era lícita qualquer inquirição. A carga emocional pesava em demasia, para que me fossem possíveis quaisquer considerações de ordem técnica.
O irmão Félix, na atitude dos pais, profundamente humanos e sofredores, acomodava-se de tal modo que a cabeça da jovem se lhe estendia no regaço. Erguendo as mãos sobre as narinas em sangue, levantou os olhos e orou em voz alta, que eu destacava da multidão em crescente vozerio: – Deus de Infinito Amor, não permitas que tua filha seja expulsa da casa dos homens, assim, sem nenhuma preparação!... Dános, Pai, o benefício do sofrimento que nos consinta meditar! Ó Deus de amor, mais uns dias para ela, no corpo dolorido, algumas horas só que sejam!...
Calou-se o instrutor, como qualquer criatura terrestre, machucada
de angústia...
Logo após, acenou para mim e recomendou-me demandar o apartamento do Flamengo, para observar o que seria razoável obter, no tocante a medidas de auxílio. Que eu procurasse Cláudio
(Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 168)  ou Márcia, que lhes suplicasse apoio, compaixão. Ele, Félix, inspiraria alguém a telefonar. Os Nogueiras estariam entre ele e eu, a fim de que se inteirassem do acidente e fossem mentalmente movidos à piedade... Permaneceria ali, velando, fazendo quanto pudesse para que a desencarnação imediata não se verificasse...
Quando eu voltasse do Flamengo, reunir-nos-íamos de novo...
Ao vê-lo assim humilhado na abnegação de que dava testemunho, arranquei-me à pressa, não só para atender à incumbência, mas também para desabafar-me. Às vezes, é preciso que as lágrimas nos sirvam de confidentes, quando não haja alguém que nos ouça... Tanto trabalho daquele benfeitor sublime para salvar uma criança gravada de duras provas!... Tanto sacrifício de um orientador, cuja grandeza se quintessenciara nas Esferas Superiores, para ofertar-lhe os braços; entretanto, o malogro de tudo se me afigurava inevitável...
Antes que me arremessasse, da Avenida Atlântica para o Túnel
Novo, ouvi muitas vozes que se elevavam, exclamando: “morta!... morta!...” Incapaz de sopitar as lágrimas, voltei-me para contemplar no rosto do irmão Félix o efeito de semelhante notícia, concluindo comigo mesmo: “tudo inútil, tudo inútil!...” Mas, vigoroso impacto de esperança me banhou o coração!... Tive a idéia de que fontes imponderáveis de energia jorravam do firmamento claro e estrelado sobre aquele recanto de Copacabana, que o mar acariciava de perto, como a rogar-nos confiança em Deus, na linguagem ciciante das ondas!...
Não!... A batalha não arrefecera!...
Tínhamos conosco o suprimento do amor e a luz da oração!...
Nem tudo estava perdido...
O benfeitor, guardando paternalmente nos braços aquela criança desfalecida, fixava os olhos nas alturas e, recolhido a profundo silêncio, parecia agora falar com o Infinito. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 169).

               --- Fim da Primeira Parte ---

CONTINUA AMANHÃ

DIA DOS PAIS - CHRISTIAN MENINO DE LUZ