sábado, 29 de setembro de 2012

CONSELHO DO DIA



Este é o conselho que a Imitação de Cristo lhe dá para hoje:
 
Voz do discípulo:
 
Com suma devoção e abrasado amor, com todo o afeto e fervor do coração, desejo receber-vos, Senhor, como muitos santos e pessoas devotas o desejaram, os quais vos agradaram principalmente pela santidade de sua vida e pela ardentíssima devoção que os animava.
 
Ó Deus meu, amor eterno, meu único bem, bem-aventurança interminável! 
 
Desejo receber-vos com o mais ardente afeto e a mais digna reverência que jamais sentiu ou pôde sentir santo algum! ( Do ardente amor e veemente desejo de receber a Cristo)

Certamente estas palavras se referem a alguma necessidade sua.
Mas isso só você saberá entender.




PENSAMENTO DO DIA



A melhor forma de vencer a imortalidade é viver cada dia como se fosse o último.
 

MENSAGEM DIÁRIA



Nós sempre destruímos  aquilo que mais amamos em um campo aberto, ou numa emboscada, alguns com a beleza do carinho e outros com a dureza da palavra.
 

SEXO E DESTINO - LIVRO DE CHICO XAVIER

CONTINUAÇÃO



entender quanto se lhe debilitara o raciocínio de homem circunspecto, a menina identificava a fase perigosa da partida infeliz a que se lançara e aturdia-se, ali, confundida entre aflições e remorsos a lhe arpoarem o coração.
Compelidos pelas circunstâncias à penetração dos assuntos em exame, assinalávamos as telas mentais da moça, a se lhe derramarem do íntimo, irradiando-lhe a história.
Fizera-se querida pelo maduro genro de Neves, sem dedicar-lhe outros sentimentos que não fossem reconhecimento e admiração...
Todavia, agora que os acontecimentos lhe impeliam a alma na direção de laços mais profundos, tremia pelas indébitas concessões que lhe havia feito.
Remoia-lhe no espírito as recônditas reminiscências de sua aventura afetiva, recapitulando todos os sucessos pelos quais havia atraído o protetor experiente aos seus métodos sutis de sedução, para concluir, assustada, que amava até à loucura aquele rapaz franzino, que se lhe destacava do pensamento, através de cativantes apelos da memória.
Dentro dela, embatia-se guerra terrível de emoções e sensações.
Nemésio consolava-a, formulando frases de paternal solicitude.
E, ao responder-lhe às reiteradas perguntas, quanto ao choro intempestivo, a jovem adotou largo processo de perfeita dissimulação, invocando problemas domésticos para articular evasivas com que encobria a realidade.
Tentando esquivar-se de si mesma, reportou-se a supostas agruras do lar.
Salientou exigências maternas, falou em dificuldades financeiras, alegou fantásticas humilhações que colhia no trato da irmã adotiva, mencionou incompreensões do genitor, em rixas constantes nos círculos da família...
O interlocutor reconfortou-a.
Que não se amofinasse.
Não estaria a sós.
Partilhar-lhe-ia todos os impedimentos e dissabores, fossem quais fossem.
Tivesse paciência.
O desenlace de Beatriz, indicado para breves dias, ser-lhes-ia o marco fundamental da ventura definitiva.
Exprimia-se Nemésio em tom de súplica.
E talvez percebendo que apenas à força de palavras não conseguiria subtraí-la aos soluços, arrancou de pasta próxima um livro de cheques, colocando-lhe expressivo concurso amoedado nas mãos que o lenço molhado umedecera.
A moça pareceu mais comovida, exibindo no rosto a apreensão de quem se recriminava sem qualquer justificativa de consciência, ao passo que ele a enlaçava, afetuoso.
No silêncio que sobreveio, voltei-me para Neves, mas não consegui pronunciar palavra.
Não obstante desencarnado, o amigo se me afigurava agora um homem positivamente vulgar da Terra, que a revolta azedava.
Sobrecenho crispado alterava-lhe a feição no desequilíbrio vibratório que precede as grandes crises de violência.
Receava se lhe transfigurasse a calamidade emotiva em agressão, mas sucedeu o imprevisto.
A súbitas, venerando amigo espiritual penetrou a câmara.
Arrebatadora expressão de simpatia marcava-lhe a presença.
Radioso halo circundava-lhe a cabeça; no entanto, não era a luz suave a se lhe extravasar docemente da aura de sabedoria que me impressionava e sim a substância invisível de amor que lhe emanava da individualidade sublime.
Fitei-lhe os olhos, de relance, com a ideia enternecedora de quem revia um companheiro, longamente esperado por aflitivas saudades acumuladas no coração.
Fluidos calmantes banhavam-me todo, qual se fosse visitado no âmago do ser por inexplicáveis radiações de envolvente alegria.
Onde teria conhecido, nas trilhas do destino, aquele amigo que se me impôs ao sentimento qual irmão de velhos tempos?
Debalde vascolejei a memória naqueles segundos inolvidáveis.
Num átimo, vi-me recambiado às sensações puras da infância.
O emissário, que estacara à frente de nós, não me fazia retomar simplesmente a segurança a que me habituara, quando menino, ante os braços paternos, mas também ao carinho de minha mãe, que nunca se me apartara do pensamento.
Oh! Deus, em que forja da vida se constitui esses elos da alma?
Em que raízes de júbilo e sofrimento, através das reencarnações numerosas de trabalho e esperança, dívidas e resgates, se compõe a seiva divina do amor que aproxima os seres e lhes transfunde os sentimentos numa só vibração de confiança recíproca?
Levantei meus olhos de novo para o benfeitor que se avizinhava e fui compelido a sofrear a própria emotividade a fim de não retê-lo instintivamente em arremessos de regozijo.
Erguemo-nos de chofre.
Após cumprimentá-lo, disse Neves, então desanuviado, a apresentar-me quase sorrindo:
– André, abrace o irmão Félix...
Adiantou-se, porém, o recém-chegado, ofertando-me um abraço e proferindo saudação calorosa, com o evidente propósito de frustrar quaisquer elogios no nascedouro.
– Grande contentamento o de vê-lo – disse, benevolente. –
Deus o abençoe, meu amigo...
A comoção, entretanto, imobilizava-me. 
Não logrei arrancar do coração à boca as expressões com que anelava pintar o meu enlevo, mas osculei-lhe a destra com a simplicidade de uma criança, rogando-lhe mentalmente receber as lágrimas que me caíam da alma, por mudo agradecimento.
Ocorreu, em seguida, algo de inusitado.
Nemésio e Marina transferiram-se, de repente, a novo campo de espírito.
Confirmei a impressão de que a nossa curiosidade enfermiça e a revolta que dominava Neves até então haviam funcionado ali por estímulos ao magnetismo animal a que se ajustavam os dois enamorados, que nem de leve desconfiavam da minuciosa observação
a que se viam sujeitos, porquanto bastou que o irmão Félix lhes dirigisse compassivo olhar para que se modificassem, incontinenti.
A visão de Beatriz enferma cortou-lhes o espaço mental, à feição de um raio. Esmoreceram-se lhes os etos de paixão.
Assemelhavam-se ambos a um par de crianças, atraídas uma para a outra, cujo pensamento se transfigura, de improviso, ante a presença materna.
E não era só isso. Não podia auscultar o mundo íntimo de Neves; contudo, de minha parte, súbita compreensão me inundou a alma.
E se eu estivesse no lugar de Nemésio?
Estaria agindo melhor?
– Silenciosas indagações se me incrustavam na consciência, impelindo-me o espírito a raciocinar em nível mais alto.
Fitei o atribulado chefe da casa, possuído de novos sentimentos, percebendo nele um verdadeiro irmão que me cabia entender e respeitar.
Embora confessando a mim mesmo, com indisfarçável remorso, a impropriedade da atitude que assumira, momentos antes, prossegui estudando a metamorfose espiritual que se processava.
Marina passou a revelar benéfica reação, como se estivesse admiravelmente conduzida em ocorrência mediúnica, de antemão preparada. Recompôs-se, do ponto de vista emotivo, patenteando integral desinteresse por qualquer forma de entretenimento físico, e falou, com delicadeza, da necessidade de voltar aos cuidados que a doente exigia. Nemésio, a refletir-lhe a renovada posição interior, não ofereceu qualquer embargo, acomodando-se em poltrona próxima, enquanto a jovem se retirava, tranqüila.
Reparei que Neves ansiava conversar, desabafar-se; no entanto, o benfeitor, que nos granjeara os corações, apontou o esposo de Dona Beatriz e convidou:
– Meus amigos, nosso Nemésio está seriamente enfermo, sem que ainda o saiba. Ignoro se já lhe notaram a deficiência orgânica...
Procuremos socorrê-lo.

O SER HUMANO E OS CONFLITOS EXISTENCIAIS - PALESTRA DE DIVALDO FRANCO - PARTE 2

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

CONSELHO DO DIA



Este é o conselho que a Imitação de  Cristo lhe dá para hoje:
 
Por que temes, pois, tomar a cruz, pela qual se caminha ao reino do céu? 
 
Na cruz está a salvação, na cruz a vida, na cruz o amparo contra os inimigos, na cruz a abundância da suavidade divina, na cruz a fortaleza do coração, na cruz o compêndio das virtudes, na cruz a perfeição da santidade. 
 
Não há salvação da alma nem esperança da vida, senão na cruz. 
 
Toma, pois, a tua cruz, segue a Jesus e entrarás na vida eterna. 
 
O Senhor foi adiante, com a cruz às costas, e nela morreu por teu amor, para que tu também leves a tua cruz e nela desejes morrer.
 
Porquanto, se com ele morreres, também com ele viverás. 
 
E, se fores seu companheiro na pena, também o serás na glória. ( Da estrada real da santa cruz)

Certamente estas palavras se referem a alguma necessidade sua.
Mas isso só você saberá entender.




PENSAMENTO DO DIA



Um homem não morre quando deixa de existir, e sim quando deixa de sonhar.