Certamente estas
palavras se referem a alguma necessidade sua.
MAS ISSO SÓ VOCÊ
PODERÁ ENTENDER.
A AUSENTE
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Há
várias espécies de dores capazes de atingir os corações humanos.
Qual
a mais intensa?
Parece-nos
ser aquela que estamos sentindo no momento.
Temos
o costume de esquecer o passado e valorizar o sentimento presente como se nada
de pior já tivesse acontecido, ou pudesse vir a acontecer.
Isso
é uma tendência muito natural do ser humano. Mesmo assim, existem sofrimentos
que se distinguem dos outros, e assumem perante a maioria das criaturas uma
condição de maior gravidade.
A
morte de um ser querido, por exemplo. Não há quem não se comova, sofra, sinta
verdadeiramente quando um ser amado abandona o envoltório corporal e parte para
outro plano da vida.
Pouco
importa se a desencarnação foi repentina, ou não; se foi violenta, ou serena.
Não interessa se aquele que partiu já contava com avançada idade, ou se ainda
era jovem.
Não
há como mensurar essa espécie de dor. E cada um a sente, e reage a ela, de
forma diversa. Há aqueles que se entregam, blasfemam e se revoltam. Há outros
que choram, mas que aceitam, envolvendo suas dores no bálsamo da prece e da fé.
Há,
ainda, os que buscam modos nobres e belos para render novas homenagens àqueles
que já se foram.
Assim
parece-nos ter agido o poeta Augusto Frederico Schmidt, que toca nossos
corações com os seguintes versos:
"Os
que se vão, vão depressa,”.
Ontem,
ainda, sorria na espreguiçadeira.
Ontem
dizia adeus, ainda da janela.
Ontem
vestia, ainda, o vestido tão leve cor-de-rosa.
Os
que se vão, vão depressa.
Seus
olhos grandes e pretos há pouco, brilhavam.
Sua
voz doce e firme faz pouco ainda falava. Suas mãos morenas tinham gestos de
bênçãos.
No
entanto hoje, na festa, ela não estava. Nem um vestígio dela, sequer.
Decerto
sua lembrança nem chegou, como os convidados,
Alguns,
quase todos, indiferentes e desconhecidos.
Os
que se vão, vão depressa.
Mais
depressa que os pássaros que passam no céu,
Mais
depressa que o próprio tempo,
Mais
depressa que a bondade dos homens,
Mais
depressa que os trens correndo, nas noites escuras,
Mais
depressa que a estrela fugitiva que mal faz traço no céu.
Os
que se vão, vão depressa.
Só
no coração do poeta, que é diferente dos outros corações,
Só
no coração sempre ferido do poeta
É
que não vão depressa os que se vão.
Ontem
ainda sorria na espreguiçadeira,
E
seu coração era grande e infeliz.
Hoje,
na festa ela não estava, nem sua lembrança.
Vão
depressa, “tão depressa os que se vão.”
***
Não
permita que sua dor, seja ela causada pelo motivo que for, o impeça de perceber
a beleza de cada momento.
Não
deixe que suas lágrimas, por mais sentidas e justas que sejam, turvem sua
visão, impossibilitando que seus olhos vejam a vida com clareza e serenidade.
Dedique
aos amores que partiram pensamentos otimistas e repletos de confiança no
reencontro futuro, sem desespero nem revolta.
Se
hoje, na sua rotina, pareceu-lhe que ninguém notou a dor que lhe invadia
intensamente o peito, saiba que nada, nem mesmo nossas angústias, passam
despercebidas ao pai.
Confie,
persista e prossiga, sempre.
Equipe de Redação do Momento Espírita.