sábado, 10 de setembro de 2011

PENSAMENTO DO DIA

Tudo o que você pensa você atrai

Autor: Desconhecido

MENSAGHEM DIÁRIA

Quando você está a procura do amor verdadeiro, você está a procura de si mesmo... Aproveite essa busca!!

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ PARTE 69

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categorizado por atributo divino na individualidade humana, qual ocorre com a inteligência, com o sentimento, com o raciocínio e com faculdades outras, até agora menos aplicadas nas técnicas da experiência humana. Quanto mais se eleva a criatura, mais se capacita de que o uso do sexo demanda discernimento pelas responsabilidades que acarreta. Qualquer ligação sexual, instalada no campo emotivo, engendra sistemas de compensação vibratória, e o parceiro que lesa o outro, até o ponto em que suscitou os desastres morais conseqüentes, passa a responder por dívida justa.
Todo desmando sexual danificando consciências reclama corrigenda, tanto quanto qualquer abuso do raciocínio. Homem que abandone a companheira sem razão ou mulher que assim proceda, gerando desregramentos passionais na vítima, cria certo ônus cármico no próprio caminho, pois ninguém causa prejuízo a outrem sem embaraçar a si mesmo. Vaticinou que a Terra, a pouco e pouco, renovará princípios e conceitos, diretriz e legislação, em matéria de sexo, sob a inspiração da Ciência, que situará o problema das relações sexuais no lugar que lhe é próprio. Empenhou-se a repetir que na Crosta Planetária os temas sexuais são levados em conta, na base dos sinais físicos que diferenciam o homem da mulher e vice-versa; no entanto, ponderou que isso não define a realidade integral, porquanto, regendo esses marcos, permanece um Espírito imortal, com idade às vezes multimilenária, encerrando consigo a soma de experiências complexas, o que obriga a
própria Ciência terrena a proclamar, presentemente, que masculinidade e feminilidade totais são inexistentes na personalidade humana, do ponto de vista psicológico. Homens e mulheres, em espírito, apresentam certa percentagem mais ou menos elevada de característicos viris e feminis em cada indivíduo, o que não assegura possibilidades de comportamento íntimo normal para todos,
segundo a conceituação de normalidade que a maioria dos homens estabeleceu para o meio social. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 271)
Tendo Neves formulado consulta sobre os homossexuais, Félix demonstrou que inúmeros Espíritos reencarnam em condições inversivas, seja no domínio de lides expiatórias ou em obediência a tarefas específicas, que exigem duras disciplinas por parte daqueles que as solicitam ou que as aceitam. Referiu ainda que homens e mulheres podem nascer homossexuais ou intersexos, como são suscetíveis de retomar o veículo físico na condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação, aditando que a alma reencarna, nessa ou naquela circunstância, para melhorar e aperfeiçoar-se e nunca sob a destinação do mal, o que nos constrange a reconhecer que os delitos, sejam quais sejam, em quaisquer posições, correm por nossa conta. À vista disso, destacou que nos foros da Justiça Divina, em todos os distritos da Espiritualidade Superior, as personalidades humanas tachadas por anormais são consideradas tão carecentes de proteção quanto as outras que desfrutam a existência garantida pelas regalias da normalidade, segundo a opinião dos homens, observando-se que as faltas cometidas pelas pessoas de psiquismo julgado anormal são examinadas no mesmo critério aplicado às culpas de pessoas tidas por normais, notando-se, ainda, que, em muitos casos, os desatinos das pessoas supostas normais são consideravelmente agravados, por menos justificáveis perante acomodações e primazias que usufruem, no clima estável da maioria.
E à ligeira pergunta que arrisquei sobre preceitos e preconceitos vigentes na Terra, no que tange ao assunto, Félix ponderou, respeitoso, que os homens não podem efetivamente alterar, de chofre, as leis morais em que se regem, sob pena de precipitar a Humanidade na dissolução, entendendo-se que os Espíritos ainda ignorantes ou animalizados, por enquanto em maioria no seio de todas as nações terrestres, estão invariavelmente decididos a usurpar liberalidades prematuras para converter os valores sublimes do amor em criminalidade e devassidão. Acrescentou, no entanto, que no mundo porvindouro os irmãos reencarnados, tanto (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 272) em condições normais quanto em condições julgadas anormais, serão tratados em pé de igualdade, no mesmo nível de dignidade humana, reparando-se as injustiças assacadas, há séculos, contra aqueles que renascem sofrendo particularidades anômalas, porquanto a perseguição e a crueldade com que são batidos pela sociedade humana lhes impedem ou dificultam a execução dos encargos que trazem à existência física, quando não fazem deles criaturas hipócritas, com necessidade de mentir incessantemente para viver, sob o Sol que a Bondade Divina acendeu em benefício de todos.
A conversação era fascinante, mas um companheiro de serviço veio avisar que Dona Beatriz se achava pronta a receber-nos. Demandamos o interior.
O chefe apresentou-nos duas senhoras que lhe partilhavam o refúgio doméstico, Sara e Priscila, que lhe haviam sido irmãs consangüíneas na Terra. Ambas de cativante simpatia na lhaneza
de trato.
Notificou Félix que, a princípio, ali morava junto de colaboradores afeiçoados; no entanto, nos anos últimos, conseguira que as duas manas, servindo em outros setores, se transferissem para o “Almas Irmãs”, a fim de trabalharem juntos, preparando o futuro.
Remanesciam os três de família cujos membros, em quase todo o conjunto, se achavam novamente domiciliados na esfera física e, aparteando, Sara chasqueou, afiançando que não se demoraria a tomar o mesmo rumo.
Parando, de trecho a trecho, para conhecer minudências do extenso átrio que atravessávamos, fiquei sabendo que o instituto sustenta zonas residenciais, além dos edifícios reservados à administração, ao ensino, à subsistência e à hospitalização transitória.
Aí se acomodam famílias inteiras, casais, Espíritos em conjunções afetivas e repúblicas de estudiosos que se visitam ou recebem amigos de outras organizações e de outras plagas, efetuando (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 273) excursões edificantes e recreativas ou atendendo a empresas artísticas e assistenciais, de permeio com as obrigações de rotina.
Satisfazendo-nos as inquirições, Félix informou que Marita se encontrava naquele mesmo sítio, internada num parque destinado a convalescentes; todavia, não nos encorajou o impulso de revêla, assim de imediato, à face de achar-se bastante traumatizada, conquanto tranqüila. A desencarnação precoce acarretara-lhe prejuízos. Ele, porém, rogara de orientadores amigos as possíveis concessões, a fim de que fosse reposta, com urgência, no ambiente familiar do Rio, de modo a que se não perdessem medidas em andamento para o resgate do pretérito. O decesso prematuro representara fundo golpe no programa estabelecido ali, no “Almas Irmãs”, anos antes; contudo, nutria a esperança de reparar as brechas, restituindo-a ao convívio dos entes caros, pela reencarnação de emergência. Dessa forma, aproveitaria oportunidade e clima de serviço, à maneira de operário que muda de máquina sem se afastar da oficina. O processo alusivo ao retorno tramitava, desde a véspera, nos órgãos competentes, pelo que não julgava oportuno interessá-la em assuntos suscetíveis de lhe modificarem a mente, voltada para o reduto doméstico.
Neves abordou a tese referente ao dia determinado para a desencarnação, defendida por alguns religiosos na Terra, ao que Félix enunciou: – Sim, não nos é lícito desacreditar os ensinamentos religiosos.
Há planos prefixados e ocasiões previstas com relativa exatidão para o deperecimento do veículo físico; no entanto, os interessados costumam alterá-los, seja melhorando ou piorando a própria situação. Tempo é comparável a crédito que um estabelecimento bancário empresta ou retira, segundo as atitudes e diretrizes do devedor. Não podemos, assim, olvidar que a consciência é livre para pensar e agir, tanto nas áreas físicas quanto nas espirituais,

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NOSSO LAR - MENSAGEM DE ANDRÉ LUIZ 3

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

PENSAMENTO DO DIA

Envelhecer é inevitável. Crescer é opcional

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA

A sinceridade é a corda que puxa a confiança

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 68

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que se empenharam e conforme o esforço espontâneo que revelem na construção do bem geral.
Indaguei de Belino se conhecia a média geral de aproveitamento na comunidade e ele informou que sim, acentuando que, em oitenta e dois anos de existência, o “Almas Irmãs”, que detinha habitualmente uma população oscilante de cinco a seis mil pessoas, apontava, no coeficiente de cada cem estudantes, dezoito vitoriosos nos compromissos da reencarnação, vinte e dois melhorados, vinte e seis muito imperfeitamente melhorados e trinta e quatro onerados por dívidas lamentáveis e dolorosas.
À minha nova inquirição sobre se os fracassados eram readmitidos, informou que ninguém na Terra consegue avaliar a expectativa, a ternura, o esforço e o sacrifício com que os amigos desencarnados torcem pelo triunfo ou pelo aprimoramento parcial dos afeiçoados, em serviço no mundo, e nem imaginar a desolação que lhes sacode o ânimo, quando não logram abraçá-los de volta, mesmo ligeiramente renovados para o suspirado convívio.
Noticiou que os companheiros em malogro positivo, após a desencarnação, passam, automaticamente, às zonas inferiores, onde, por vezes, ainda se demoram, por muito tempo, em desequilíbrio ou devassidão, conquanto nunca percam o devotamento dos amigos ali domiciliados, que intercedem por eles, junto a colônias dedicadas a outros tipos de assistência. Sabia, porém, de casos pertinentes a vários rematriculados depois dessas refregas. Em compensação, exaltou os prêmios atribuídos aos vencedores. Os aprendizes que se laureiam, através do aproveitamento substancial dos recursos fornecidos pela organização, ai se honram com admiráveis oportunidades de trabalho, em estâncias superiores, conforme os desejos que expressem.
Atingíramos, entretanto, comprido agregado de edifícios, nos quais Andrade informou estarem localizadas diversas atividades de instrução. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 267) Iniciamos vistoria afetuosa.
Os salões de aula comoviam pelas revelações, e os professores pela simpatia. O sexo, por tema central, merecendo o maior apreço.
Os alunos contemplavam gravuras e croquis que configuravam implementos do sexo, com o interesse carinhoso de quem se enternece ante o colo maternal e com a atenção de quem agradece concessões divinas.
Todos nos acolhiam denotando cordialidade, sem que a nossa passagem lhes alterasse a aplicação; contudo, é de salientar a emoção que me empolgava ao observar o crescendo de veneração com que o sexo era homenageado nas diversas faculdades de ensino, pesquisado e enobrecido em cadeiras diferentes. Matérias
professadas em regime de especialização. Cada qual atendida em construção apropositada. Sexo e amor. Sexo e matrimônio. Sexo e maternidade. Sexo e estímulo. Sexo e equilíbrio. Sexo e medicina.
Sexo e evolução. Sexo e penalogia. E outras discriminações.
Disse Andrade que todas as disciplinas são freqüentadas por grande cópia de alunos e, tentando saber em quais delas se inscrevia o número mais extenso, viera a saber que os assuntos de “sexo e maternidade”, e “sexo e penalogia” retinham proeminência franca. O primeiro reúne centenas de criaturas que se endereçam aos ajustes de lar, na Terra, e o segundo enfeixa enorme quantidade de Espíritos conscientes que examinam a melhor maneira de
infligirem a si próprios determinadas inibições, para se corrigirem de hábitos deprimentes no curso da reencarnação a que se dirigem.
Muitos chegam a deixar escritas nos arquivos da casa as sentenças que lavram contra si mesmos, antes de se envolverem nas provações que consideram necessárias ao aperfeiçoamento e felicidade que demandam.
Tornavam-se as elucidações de Belino cada vez mais interessantes e refletia, de minha parte, na extensão das obras da cidade (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 268) espiritual em que me achava, há quinze anos, longe de conhecer-lhe todos os monumentos de benemerência e cultura, quando
alcançamos a residência do diretor.
Félix, em companhia do Irmão Régis, que nos apresentou por substituto eventual dele, acolheu-nos amavelmente.
Admirei-me.
Não parecia o amigo que se apequenava no Rio para compartilhar-nos o trabalho. Reverenciado e querido, era ali distinguido dignitário do conhecimento superior, a quem a administração de “Nosso Lar” delegara responsabilidades vultosas. Dirigente e comandante, pai e irmão.
O ambiente no gabinete em que nos alojara, afetuoso, ressumava simplicidade sem negligência, conforto sem luxo.
Por trás da poltrona singela de que se servia, salientava-se tela de proporções avantajadas, na qual a mão de pintor exímio gravara o retrato de nobre matrona em prece nas regiões inferiores.
A venerável mulher elevava os braços para o céu plúmbeo, que filtrava revérberos de luz qual se lhe respondesse às rogativas e, em torno dela, magotes de Espíritos conturbados a se rojarem no solo, taciturnos, entre consolados e estarrecidos.
Registrando-nos o assombro, Félix explicou que conservava naquela obra de arte a lembrança de magnânima servidora do Cristo, desconhecida entre os homens, consagrada no mundo espiritual ao socorro de corações mergulhados nas trevas. Visitava as furnas de expiações pungentes, às vezes sozinha, e, de outras, acompanhada por equipes de colaboradores, amparando, reconfortando...
Adotava criminosos desencarnados por filhos da alma, infundia-lhes o ideal da regeneração, levantando-os e instruindoos.
De quando em quando, ele, Félix, ia vê-la no asilo maternal que, ainda hoje, a abnegada educadora sustenta nas regiões sombrias por almenara de amor. Prosseguiu relatando que nesse abrigo (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 269) permanecem, freqüentemente, mais de mil hóspedes, sempre substituídos, de vez que a benfeitora efetua o encaminhamento constante dos recolhidos a escolas beneméritas, com vistas à reencarnação na Terra ou a estágios de retificação em outras paragens. E informou dever a ela, que nomeava por Irmã Damiana, o primeiro contacto com a verdade, oitenta anos antes. Guardava aquele quadro, confeccionado a pedido dele próprio, para não se esquecer, nas horas de supremas decisões, nas responsabilidades e encargos de que fora investido, da lama em que um dia se afundara e de que se vira arrebatado por aquela missionária
engrandecida no Espaço, a serviço dos infelizes.
Neves, porém, imprimiu novo rumo à palestra, colocando em relevo a satisfação de que nos sentíamos possuídos com a revista proveitosa nos órgãos de ensino, que acabávamos de realizar, e os apontamentos se voltaram para as questões do sexo, que, no “Almas Irmãs”, assumiam aspectos inusitados.
O Irmão Régis explicou que também se surpreendera, a princípio, com o respeito profundo ali dedicado aos estudos do sexo, em vista da desconsideração com que autoridades políticas, religiosas e sociais terrestres habitualmente o menoscabam, ressalvadas as exceções. E sublinhou, com humor, que nós, os homens, somos contraditórios quando reencarnados, porquanto estamos sempre ávidos de consertar uma tomada em desajuste e queremos sonegar a Deus o direito de socorrer e reabilitar os seus filhos em desequilíbrio emotivo.
O anfitrião, explanando as idéias que nós, os presentes, aventávamos, historiou, em síntese, que na Espiritualidade Superior o sexo não é considerado unicamente por baliza morfológica do corpo de carne, distinguindo macho e fêmea, definição unilateral que, na Terra, ainda se faz seguir de atitudes e exigências tirânicas, herdadas do comportamento animal. Entre os Espíritos desencarnados, a partir daqueles de evolução mediana, o sexo é

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NOSSO LAR - MENSAGEM DE ANDRÉ LUIZ - 2

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

PENSAMENTO DO DIA

Quanto mais coisas fazemos, mais tempo temos para fazê-las. Quanto menos se faz, menos tempo há: os ociosos nunca têm um minuto para si

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA

Aquilo que escuto, eu esqueço. Aquilo que vejo, eu lembro. Aquilo que faço, eu aprendo

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 67

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CAPÍTULO 9

Rumei, junto de Neves, para o instituto de renovação que Félix dirigia na esfera espiritual.
A caminho, reconfortava-me ouvindo o companheiro asserenado, contente. Acompanhava o restabelecimento de Dona Beatriz, nutrindo júbilos novos. Luzia-lhe o olhar povoado de sonhos.
E contava-me as surpresas da filha recém-chegada ao plano superior. Afeições de outros tempos, familiares queridos chegavam de longe para felicitá-la. Beatriz concluíra nobre tarefa –
dentre as muitas empresas admiráveis cuja extensão é avaliável apenas na pátria dos Espíritos –, a tarefa da renovação íntima, obtida à custa de sacrifícios ignorados. As lágrimas vertidas no silêncio e as dores anônimas lhe haviam granjeado paz e luz.
Mulher desconhecida no mundo, aparentemente escrava de um marido e de um filho que não a valorizavam, atingira realizações sublimes em si própria, entesourando no íntimo riquezas inalienáveis para a imortalidade. Decerto não retornara alçada à glória angélica, mas, tanto quanto era possível, na condição em que renascera, voltara triunfante.
Regozijava-me igualmente com as impressões que ouvia e, de propósito, fiz quanto pude para não ser inquirido acerca dos Torres que, a meu ver, ainda estavam por aproveitar os merecimentos da missionária de abnegação que os servira. Receava embaciar o espelho de otimismo em que as esperanças do amigo se retratavam.
Neves, talvez pelas mesmas razões, nada me perguntou, em torno do genro e do neto que, sem a guardiã maternal, se viam agora entregues a si mesmos.
Fomos defrontados pelo instituto que demandávamos, O “Almas Irmãs”, assim chamado pelos fundadores que o levantaram em socorro dos irmãos necessitados de reeducação sexual, (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 263) após a desencarnação, exibia plano extenso de construções. Conjunto de linhas harmoniosas e simples, ocupando quatro quilômetros quadrados de edifícios e arruamentos, parques e jardins.
Autêntica cidade por si.
Inalava-se tranqüilidade, alegria.
Das aléias em verde repousante, flores tangidas pelo vento figuravam-se acenos de boas-vindas.
Rostos sorridentes nos saudavam, de permeio com os semblantes circunspetos que nos lançavam olhares de simpatia.
Todas as idades aí se expressavam nos companheiros de ambos os sexos, com os quais renteávamos, satisfeitos.
Bloco de casario sugeria universidades reunidas.
Mas, longe de encontrar representantes da psicopatia ligada às perturbações sexuais, eram criaturas de aparência hígida as que nos acolhiam, afetuosas.
Neves, que ali aportara dias antes, interpelado por minha curiosidade, esclareceu que a agremiação possuía vasta dependência reservada a enfermos; entretanto, que eu modificasse qualquer conceituação prévia, com respeito à obra ali desenvolvida, porquanto os verdadeiros alienados em conseqüência de alucinações emotivas, trazidas da Terra, permaneciam reclusos em manicômios, sob tratamento indicado, sempre que apartados das falanges dementadas nas regiões tenebrosas. Acrescentou que muitos daqueles que nos cumprimentavam, tranqüilos, remanesciam de tragédias passionais, intensamente vividas no mundo; todavia, revelavam-se agora pacificados e lúcidos, quais as próprias personalidades humanas, depois de reprimir as crises de insânia, quando se rendem ao desequilíbrio mental.
As elucidações, no entanto, se interromperam de brusco, porque atingíramos o ponto em que nos cabia tomar contacto com Félix, antecipadamente avisado quanto à nossa presença. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 264)
O instrutor, contudo, prevenia-nos da impossibilidade de abraçar-nos, de pronto. Aguardar-nos-ia, mais tarde, na própria residência. Enternecia-nos, entretanto, com grata surpresa. Belino Andrade, amigo que eu não via há precisamente dez anos, e com quem convivera, intimamente, em atividades outras, ali se achava a fim de iniciar-nos no conhecimento da casa.
Abraçou-nos, fraternal, e, como que retomando os esclarecimentos que Neves empreendera, começou dizendo que pisávamos num hospital-escola de suma importância para os candidatos à
reencarnação, Os internados ou estudantes vinham, em maioria, de estâncias purgatoriais, após alijarem as conseqüências mais imediatas dos vícios e paixões aviltantes, por eles acalentados no plano físico. Rigorosamente examinados, atendiam a critério de seleção, nas paragens de angústia expiatória em que se demoravam, e somente depois de julgados dignos entravam naquele pouso de refazimento para estações mais ou menos longas de estudo e meditação, pesquisando as causas e observando os efeitos das quedas de natureza afetiva em que se haviam precipitado...
Enquanto nos detínhamos em caminhada agradável, Belino prosseguia informando que todos eles, depois de suficientemente instruídos, são recambiados ao domicílio terrestre, onde reencarnam nos ambientes em que faliram e, tanto quanto possível, nas equipes consangüíneas que lhes impuseram prejuízos ou que lhes sofreram os danos.
No “Almas Irmãs” obtinham a láurea do conhecimento, na Terra volviam a aplicá-lo, através das dificuldades e tentações da faina material, que nos comprovam a assimilação das virtudes adquiridas.
Apresentando-nos praças graciosas ou apreciando aspectos da paisagem, Belino comparou as finalidades do educandário aos centros de cultura superior, existentes no mundo, que conferem títulos acadêmicos para o exercício de funções determinadas, (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 265) dentro da especialização profissional, e confrontou a arena terrestre com a esfera da prática, em que os alunos diplomados são impelidos às experiências e aos encargos que lhes fixam o mérito ou o demérito. Ali, a mente se rearticulava, aprendia, refazia, restaurava, mas, de modo geral, sempre no objetivo de retornar ao mundo, a fim de incorporar em si mesma o valor das lições recebidas.
Acrescentou que a não serem as reencarnações compulsórias, por motivos prementes, o problema do regresso requeria considerações específicas e preparações adequadas, razão pela
qual muitos companheiros do “Almas Irmãs” se corporificavam na Terra com programas domésticos preestabelecidos, de maneira a hospedarem com os seus próprios recursos genésicos os colegas afins. Dali, do estabelecimento, esses colegas, que se lhes indicavam na posição de filhos para o futuro, os resguardavam e defendiam, até a ocasião em que lhes fosse possível mergulhar no berço terreno, constituindo-se, dessa forma, famílias inteiras, em edificações e provas redentoras, que, no fundo, representavam, espiritualmente, o trabalho do instituto, entre os homens, qual ocorre a múltiplas organizações congêneres e a numerosas associações outras, consagradas à regeneração e ao progresso da alma, nas esferas de ação espiritual que circundam a Terra.
Aquele hospital-escola qualificava-se, dessa maneira, na condição de posto avançado da espiritualidade construtiva, sustentando permanente contacto com a vida humana.
Cada individualidade reencarnada com vínculos no “Almas Irmãs”, ali se encontra convenientemente fichada, com todo o histórico do que está realizando na reencarnação obtida, no qual se lhes vê o balanço dos créditos conquistados e dos débitos contraídos, balanço esse que é examinável a qualquer momento, para efeito de auxílio maior ou menor aos interessados, segundo a lealdade que demonstrem na desincumbência das obrigações a

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NOSSO LAR - MENSAGEM DE ANDRÉ LUIZ PARTE 01

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

PENSAMENTO DO DIA

As leis são como rede, que interceptam pequenas moscas, mas permitem a passagem de vespas e maribondos

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA

Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundos, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força consegue destruir

Autor: C. Drummond de Andrade

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 66

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a exceder-se no uísque e, ao tê-lo inflamado, conduziu-o, ela mesma, ao quarto de que dispunha no lar dos Torres, a título de fazê-lo descansar, para entregar-se a ele, sem qualquer noção de vigilância ou censura... Ao acordar, induzira-o a crer-se responsável pelo futuro... Passara, dessa forma, a dividir-se com habilidade entre um e outro, embora conservasse a indiferença por Nemésio transformada em aversão. Quanto mais se comunicava com o filho, mais detestava o genitor, até que a morte de Dona Beatriz precipitara os acontecimentos. Observando o chefe positivamente decidido ao matrimônio, apegara-se-lhe ao filho com loucura, a ponto de ser surpreendida por Nemésio, em situação desconcertante... Nogueira escutava, compungido.
Detinha a impressão de tomar contacto com os familiares pela primeira vez, em toda a vida. Machucado ainda pelas considerações de Márcia, ignorava agora quais as feridas que mais lhe doíam na alma, se as que a insensibilidade da esposa lhe abrira no espírito, se as que lhe eram produzidas nos tecidos do coração pelos segredos da filha padecente. Enlaçou-a, porém, com mais ternura, e Marina, encorajada, repetiu que anelava libertar-se de Torres pai, ansiando casar-se com Gilberto, ser-lhe a esposa no lar, compreendê-lo, torná-lo feliz.
Cláudio prometeu cooperar, destacando, no entanto, a necessidade da saúde primeiro...
Contudo, o doloroso relatório não terminara.
Imprescindível sorvesse o cálice até à lia.
Em frases entrecortadas de soluços, Marina cientificou-o de que fora visitada, ali mesmo, por Nemésio, quatro dias antes; acentuou que o chefe se prevalecera da intimidade e lhe asseverara que não a cederia ao filho de modo algum, que a esperaria para as segundas núpcias e que manteria todos os compromissos formulados (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 260) anteriormente, no sentido de enobrecê-la no casamento e beneficiar-lhe toda a família, se ela abandonasse o rapaz, que ele, na qualidade de pai, pretendia remover para o sul... Porque respondesse claramente que não renunciaria a Gilberto, implorandolhe perdão e que a tratasse por filha, revoltara-se, ameaçando-a...
Se o preterisse, matá-la-ia. Ela chorara, suplicara compaixão, assegurando que não tinha coragem de continuar fingindo por mais tempo... Amava Gilberto, queria sarar, viver com ele e por ele... Nemésio rira, mordaz, acentuando que ela lhe pagaria a desconsideração, que jamais lhe permitiria a felicidade junto daquele filho que passara a odiar e que, para humilhá-la, acintosamente, conquistara as atenções de Márcia, sem resistência, decidindo-se a levá-la para Petrópolis, em substituição dela mesma...
Cláudio ambicionava crer que a jovem tresvariava, mas a lembrança da esposa transtornada comprovava o que ouvia e, quanto a mim, recolhia de Moreira a devida confirmação. O enfermeiro, em breves palavras, deixara-me saber que chusmas de Espíritos perturbadores, após a desencarnação de Beatriz, lhe haviam arrebatado o marido, explorando-lhe as energias genésicas.
Nogueira percebeu a gravidade do problema; no entanto, ao término da entrevista, reconfortou a filha, descortinando-lhe paz e esperança à mente atormentada. Recomendou-lhe trabalho, confiança, paciência e controle, a fim de recuperar-se, mais depressa, e garantiu-lhe que se entenderia com Márcia e com ambos os Torres, para que os planos da felicidade futura fossem concretizados em harmonia.
Marina recebeu-lhe a despedida, a sorrir confortada, patenteando sinais de melhora, mas, em se revendo na rua, Cláudio entrou em prece e, reconhecendo-se no prelúdio de provas amargas, (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 261) comprimiu a destra de encontro ao peito alanceado, como quem trazia da visita espinhos de fogo a lhe requeimarem o coração.

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MENSAGEM DE CHICO XAVIER NAS CRISES - EMMANUEL

terça-feira, 6 de setembro de 2011

PENSAMENTO DO DIA

Inteligência é uma arma dentro de cada cérebro

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA

Nossos desejos são como crianças pequenas: quanto mais cedemos a eles, mais exigentes se tornam

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHCICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 65

CONTINUAÇÃO

Venho de Petrópolis, justamente para dizer a você que entre nós tudo está acabado... Agora, meu velho, faça a sua vida, que eu vou me arranjar... E continuou alegando que, depois de sofrer tantos anos, naquele apartamento que apelidava por “minha gaiola”, iria fazer ninho certo. Esperaria tão-somente as melhoras de Marina, a fim de promover o desquite. Se ele, Cláudio, não assinasse, que escolhesse rumo. Declarava-se farta. Queria liberdade, sossego, distância... Nogueira escutava, triste.
Repunha no pensamento as instruções de Agostinho e Salomão, lembrava Marita, reconstituía na memória os textos lidos.
Sim, concluía mentalmente, aquele matrimônio destruído era obra dele. Recolhia o que semeara. Uma filha morta, outra doente e a esposa obsessa... Seara de espinhos para quem os plantara.
Fitou Márcia, aplicada ao sarcasmo, e reconheceu que ambos eram comparáveis a dois náufragos na viagem do mundo, com a diferença de que ele aceitara refúgio no salva-vidas da fé, ao passo que ela preferia mergulhar no desconhecido. Por minutos amargos, ouviu-lhe, pacientemente, os remoques, até que o “homem antigo” ressurgiu nele.
Impossível agüentar tanto insulto – monologou de si para consigo. A doutrina restauradora que abraçara não se destinava a criar homens indignos. Doutrina de compreensão e benevolência, mas também de limpeza e respeitabilidade. Não se julgava habilitado a receber tanta injúria sem revolta. Indignou-se. Quis reagir, esbravejar, espancá-la... Entretanto, ao querer deslocar a destra, a fim de agredi-la, a noção de responsabilidade acordou-se-lhe, de repente... Recordou o hospital e reviu na imaginação a pequena mão gelada que o saudava, num gesto de perdão, no momento do adeus... Os dedos submissos e frios da filha desencarnada estavam nas mãos dele, relembrando-lhe que devia perdoar como tinha (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 256) sido perdoado... Súbita calma lhe tomou o coração e entrou em
lágrimas copiosas... Márcia divertiu-se. Destacou que não faria falta a um marido que se efeminara, tornando-se poltrão e choramingueiro. Afirmou que, mediante aquele espetáculo de covardia, estava decidida a não contar com Marina, refeita. Tomaria atitude. Nada mais tinha a ver com aquela casa. Chamou Dona Justa e avisou com o indicador em riste que mandaria buscar todos os seus pertences para serem alojados em casa de Selma, a companheira de infância que residia na Lapa. E, vociferando, colérica, estrondou a porta, atrás dos próprios passos, sem mais uma palavra para o esposo que permanecia na sala, esmagado de sofrimento.
Demorou-se Nogueira em casa, durante algumas horas, refazendo forças. À tarde, procurou Salomão, em Copacabana. Consolou-se ao vê-lo. Palestraram por momentos. Da própria farmácia, telefonou ao psiquiatra que a esposa nomeara.
O especialista ouviu, cortês. Sim, proporcionar-lhe-ia todas as facilidades para que se avistasse com a filha, no dia seguinte. Cláudio agradeceu e, encerrando a ligeira conversação pelo fio, rogou a Salomão um minuto de entendimento em particular.
Atendido, solicitou ao amigo para que o auxiliasse através da oração, em benefício da outra filha, que supunha obsidiada, relacionando-lhe o problema de modo sucinto.
Salomão confortou-o. Possuía companheiros diversos, dedicados à desobsessão. A todos solicitaria socorro, junto aos benfeitores que lhes supervisionavam as tarefas, no plano espiritual. A seu turno, consagrar-se-ia ao caso, imbuído da melhor confiança.
Notando que o pai de Marita entremostrava o coração atenazado de angústia no semblante abatido, convidou-o ao café e, sentados em recanto ameno, permutaram confidências, observações projetos, esperanças. Partilhariam atividades espirituais, seriam irmãos no trabalho, no ideal. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 257).
Nogueira retornou, aliviado, ao Flamengo e, na manhã imediata, estava a postos, em Botafogo.
No horário marcado, ganhou o recinto a que Marina foi trazida.
Afligiu-se em lhe verificando a depressão. Emagrecera. Desfigurara-se. Por fora, o alheamento de si mesma; entretanto, através dos olhos, despedia a alma incendiada de angústia.
Comovi-me, não apenas ao abraçá-la, mas também ao notar Moreira rente, esmerando-se na execução do que prometera.
Enquanto o amigo que se guindara à condição de enfermeiro me acolhia, fraterno, a jovem enleara-se ao pai numa explosão de lágrimas. Sentaram-se.
A enfermeira deixou-os a sós e Marina perguntou pela mãezinha.
Por que não viera, por que a desprezava? por quê? por quê?
Empenhou-se Nogueira em acalmá-la e fê-lo de tal modo que a menina, espantada, cobrou mais ampla lucidez. O pai dirigia-se a ela num tom que nunca ouvira. Vasculhava-lhe as fibras mais
íntimas, lenindo, ajustando... Falou-lhe de forças imponderáveis à maioria das pessoas, reportou-se a Inteligências desencarnadas que se imanizam às criaturas em perturbação, agravando-lhes os desequilíbrios. Persuadiu-a quanto à obrigação de acatar as instruções médicas, participou-lhe que fora iniciado nos júbilos da prece, desde o acidente que lhes arrebatara Marita, de cuja desencarnação a inteirou com afetuosa cautela. Transmitir-lhe-ia oportunamente as instruções que recebera de amigos, acerca da reencarnação, do sofrimento reparador, da obsessão e do intercâmbio espiritual. Estudariam juntos e acrescentou, piedoso: “Mesmo que Márcia não quisesse”. Que ela, Marina, guardasse paciência, calma, inspirando confiança naqueles que a tratavam. Dissesse a ele, pai renovado pela fé, o que mais a preocupava. Achava-se ali (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 258) para alentá-la, entendê-la. Que se desabafasse, para que ele soubesse por onde começar. Nada lhe ocultasse, nada temesse. Queria vê-la robusta, feliz. Todas as palavras lhe escapavam da boca impregnadas de tanto carinho, e clareadas por tamanho amor, que ela se lhe aconchegou ao peito com mais devoção, lembrando alguém que se agarrasse a inesperada raiz ao escorregar na direção de queda fatal... Perguntou ao pai se ele algum dia chegara a ouvir vozes estranhas, se já divisara vultos que ninguém percebia.
Cláudio acariciou-a, assegurando que lhe explicaria semelhantes fenômenos tão logo a visse refeita, insistindo, porém, para que o auxiliasse com as informações de que carecia, a fim de prestar-lhe o apoio necessário.
Foi então que a filha, implorando a ele não a condenasse e estimulada, pelo sorriso bondoso com que era ouvida, descreveu para o genitor os caprichos femininos com que requestara Nemésio Torres. Ele, amadurecido, ela, quase criança; contudo, ensoberbecia-se ao reconhecê-lo chefe e vassalo. A princípio, os passeios alegres, o dinheiro a rodo, os afagos recíprocos, aos quais ela se entregava muito mais pela vaidade de impressioná-lo que por motivos de atração. Contou como Nemésio, cativo, deu para escravizá-la. Historiou a noite em que ele a embriagara de propósito, quando lhe despertou nos braços, dentro de uma casa rústica em São Conrado, que, até então, não conhecia... Desde essa época se lhe fizera companheira, entrando, a instâncias dele, para o
serviço de Dona Beatriz, para que a tivesse sempre a mão... Apaixonara-se por ela, repetia-lhe declarações, aspirava a desposá-la, assim que a viuvez sobreviesse naturalmente. Mas Gilberto aparecera e, por mais lutasse contra si própria, não conseguira controlar-se. Desde o primeiro encontro, adivinhou nele o homem com que sonhava... Pintando as emoções ao vivo, com todas as tintas de realismo que o delírio lhe punha nas palavras, confessou que o
provocara, afastando-o, deliberadamente, da irmã e, vingando-se de Nemésio, copiou-lhe a iniciativa... Numa noite de farra, impeliu-o

CONTINUA AMANHÃ

É NECESSÁRIO ACORDAR - CHICO XAVIER E EMMANUEL

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PENSAMENTO DO DIA


Muitos conhecem cada vez mais o mundo em que estão, mas quase nada sobre o mundo que são

Autor: Desconhecido



MENSAGEM DIÁRIA


Ao nascer de mais um dia, tudo é lindo e maravilhoso. O caminho que se prossegue, a verdade que se faz presente e a vida que se expressa são os dons da plenitude Divina

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ


CONTINUAÇÃO

agora que a obsessão provocava tragédias. E ele mesmo, que nunca auxiliara a filha, na edificação da vida íntima, não podia queixar-se. Cismou, cismou e, depois das dez, chamou a esposa.
Dona Márcia respondeu.
Interpelada, comunicou estar descansando, junto de pessoas amigas. Ciente da morte de Marita, confessou-se aliviada. Não a desejava sobrevivendo ao desastre, deformada como a vira. Alinhou comentários desairosos, fez chiste.
Pela inflexão com que se manifestava, o esposo reconheceu-a num dos dias mais infelizes. Sarcasmo em cada sílaba. Irritação à mostra.
Cláudio apequenou-se, rogou desculpas. Não queria interromper-lhe a excursão. Não conseguia, porém, sossegar-se quanto à filha doente. Se possível, ensinasse a ele o melhor caminho de visitá-la com urgência. Solicitava-lhe o nome dos médicos amigos.
Esperava colher-lhes a opinião.
A palavra dele deslizava tão mansamente no fio que a interlocutora mudou de jeito. Amaciou-se. Informou que precisava completar informações com amigas, que ele, Cláudio, aguardasse um minutinho.
Transcorridos instantes breves, voltou participando que viria ao Rio, na manhã seguinte, a fim de conversarem. Guardava “certos assuntos” para tratar com ele, mas preferia falar-lhe de boca a boca. Que ele a esperasse no Flamengo. Chegaria cedo, de automóvel, apenas com o objetivo de vê-lo e retornar ao hotel serrano em que repousava.
Efetivamente, no dia imediato, antes das nove da manhã, logo após entender-se com Dona Justa, em matéria caseira, viu-se o bancário defrontado pela esposa.
Dona Márcia parecia regressar de outro país. Adereçada, sorridente.
Os cabelos em penteado excêntrico realçavam-lhe a graça, (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 2520) remoçando-a inteiramente. Harmonizava-se a maquilagem com o róseo do vestido novo. O porte se lhe erguia nos sapatos de salto alto, com a esbelteza da cegonha jovem, quando caminha descuidada em campo livre. Exibia cores, desfilava perfumes.
Contudo, a flor humana em que se metamorfoseara não escondia para nós as larvas que a carcomiam. Jazia Dona Márcia assessorada por pequena corte de vampirizadores desencarnados que lhe alteravam a cabeça.
Mesmo à nossa frente, que nos acostumáramos a identificá-la por matrona difícil, mas ajustada ao lugar que as conveniências lhe indicavam, surgia quase irreconhecível.
Metalizara-se-lhe a voz, o olhar fizera-se mais frio.
De entrada, cumprimentou o marido e Dona Justa com ademanes de protetora complacente.
Assustou-se Nogueira. Não compreendia. Padeciam em casa a provação de uma filha morta e outra enferma... Por outro lado, Márcia, pelo fio, anunciara-se esfalfada. De que maneira se amoldava a uma excursão, assim festiva? Instintivamente, recordou Gilberto preocupado com “certas coisas” e a própria esposa prometendo-lhe “certos assuntos” e, apreensivo, perguntava-se que sucessos ocultos se lhe vedavam ao coração... A recém-chegada sentou-se, cruzando as pernas com desenvoltura
juvenil, e, sem mais aquela, reportou-se à pressa que trazia.
Nogueira indagou por Marina.
Dona Márcia, evidentemente interessada em outros problemas, sintetizou, quanto pôde, a história da enfermidade, indicou o psiquiatra que respondia pelo caso, aludiu ao conforto de que a filha se rodeava na casa de saúde e exalçou a generosidade do senhor Torres, que não calculava sacrifícios para que lhe sobejasse assistência. Comentou largamente a nobreza do viúvo de Dona (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 253) Beatriz, cuja grandeza de alma apenas agora – dizia, entusiasmada –, começava a conhecer. E, finalmente, propôs um ajuste de providências pelas quais se transferisse a menina para um sanatório em São Paulo, onde estagiasse, no tratamento devido, por alguns meses. Bastava que ele, Cláudio, concordasse. Nemésio, em sinal de gratidão da firma pelos serviços prestados por Marina, custearia todas as despesas.
Cláudio escutou, humilde, e obtemperou que a situação talvez não fosse tão grave, que a palavra “meses” o alarmava. Acreditava que a filha, conjugando medicação do corpo e da alma, lograria recuperar-se em menos tempo.
Argumentou, sensato. Demonstrou, sem afetação de virtude, que não lhes seria lícito abandoná-la, destacou que a proteção dinheirosa significava muitíssimo, principalmente naquela hora em que os cuidados exigidos por Marita lhe haviam esgotado as reservas, mas admitia que a filhinha conturbada reclamava deles carinho, dedicação.
Após enfileirar judiciosos apontamentos que a interlocutora recebia, contrafeita, levantou para ela os olhos súplices e convidou-a, com dignidade, a abraçar, junto dele, uma existência nova.
Vida de harmonia, de construção recíproca. Sincero, confiou-lhe todos os propósitos diferentes que edificara naqueles dias de luta,
dos quais emergira transformado. Descerrava-lhe o íntimo. Fizera-se espírita-cristão. Sentia-se outro homem. Participou-lhe que, entre ele e o passado, erigia-se a fé por barreira de luz. Aspirava, agora, à bênção do lar, à tranqüilidade da família... Comprometiase a adotar conduta reta, ser-lhe-ia companheiro leal. Não lhe constrangeria o ânimo a aceitar-lhe as idéias; no entanto, anelava mostrar-lhe quanto a amava... Disse-lhe que vinha orando, desde a véspera, rogando a Jesus o inspirasse, no sentido de revelar-se a ela, abertamente, para que ela, Márcia, lhe perdoasse e o compreendesse... Concedia-lhes Deus o futuro à frente. Penitenciar-se-ia (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 254) quanto aos erros cometidos, dispunha-se a testemunhar-lhe fidelidade, afeição...
A senhora, porém, aprumou-se de um salto, plantou as mãos na cintura, numa risada de escárnio, e zombeteou: – Sim, senhor! o diabo, depois de velho, se fez ermitão!. .. sempre a mesma história!...
E aditou com ar de troça: – Era só o que faltava! Você espírita!... Eu logo vi!... Juro que no hospital você já estava nessa baboseira. Aquele jeito de conversar, quando Nemésio e eu fomos lá, aquele modo de tratar Marita!... Ora, ora!... quem teria hipnotizado você dessa forma?...
O marido, arrancado à esperança que alentava no sentido de se reconciliarem para uma experiência doméstica respeitável e batido na fé que principiava a entesourar, objurgou, francamente ofendido: – Mas você conhece o Espiritismo?
Márcia, obsidiada, com a disposição de quem procura deixar o carreiro, trilhado desde muito, para arrojar-se a outro caminho, revidou, irônica: – Perfeitamente, conheço sim! Quando Aracélia morreu, andei conversando nisso com amigas e acabei desistindo. Espiritismo é um movimento de pessoas, querendo sentar cachorros no banco e apanhar estrelas como se fossem laranjas!... Bobagem!
Nós todos no mundo somos canalhas!... Eu sou, você é, os outros são!... Os espíritas me parecem cães querendo sentar na poltrona da falsa virtude. Asneira deles! Temos de rolar é no chão mesmo...
– Eu não penso assim... – Pois se você pensa de maneira diversa e se é verdade tudo o que você me falou, é pena que a mudança chegue tão tarde!...

CONTINUA AMANHÃ

ANDRÉ LUIZ CONCENTRAÇÃO MENTAL - PSICOFONIA DE CHICO XAVIER


domingo, 4 de setembro de 2011

MENSAGEM SEMANAL


NUNCA DESISTIR.

Parece haver uma conspiração generalizada contra os princípios ético-morais, as realizações nobilitantes, os trabalhos de engrandecimento humano, as obras de benemerência... Fala-se a respeito da violência e da agressividade, dos horrores que se abatem sobre as comunidades, no entanto, sistematicamente, aqueles que repudiam esses comportamentos alienados acomodam-se nos seus interesses e apenas censuram... Sonha-se com um mundo mais feliz e propugna-se, verbalmente, pela transformação sócio moral da Terra, sem embargo, não se vai além do verbalismo ou dos artigos bem urdidos na imprensa, e pouco vivenciados. Estimula-se o homem ao sacrifício, sem que o sacrifício pessoal assinale a conduta de quem encoraja o outro. Emocionam-se muitos indivíduos diante daqueles que se exaurem no afã de modificar o estatuto das injustiças sociais vigentes, aberrantes e dominadoras. Oferecem-se, então, ao labor de auxílio sob condições que não abdicam, desejando submeter aqueles a quem admiram ao talante das suas opiniões e experiências, desertando, no entanto, com facilidade, passada a emoção, sem o mínimo respeito pela obra em desenvolvimento. Todos sabem que o preço de um ideal custa o sacrifício do idealista, assim como a qualidade de um empreendimento faz-se avaliada pela profundidade do seu conteúdo, no bem que esparge e nas resistências com que suporta todas as forças que se lhe opõem... É, portanto, compreensível que haja dificuldades no desempenho das tarefas de elevação da criatura em particular e da sociedade em geral. O ardor da luta forja o herói e a força da coragem se revela no fragor da batalha. Quem desiste não passa de candidato sem as credenciais de legítimo combatente. Ana Sullivan poderia ter desistido de educar Helena Keller, ante a obstinação negativa dos pais da educanda e dos imensos limites nos quais a menina se encarcerava. Pasteur desistiria, se não tivesse o ideal vinculado à coragem de prosseguir, quando a zombaria tentou expulsá-lo dos laboratórios de pesquisa. Semmelweis poderia ter desistido de buscar a solução para a febre puerperal, em razão de ser expulso da Clínica de Obstetrícia, em Viena, decorrente da intolerância dos seus colegas e do seu diretor. Francisco de Assis tinha tudo para desanimar e desistir no começo, durante e no término da sua obra espiritual. Allan Kardec superou imensas barreiras na Sociedade que fundou em Paris para estudar e divulgar o Espiritismo. Van Gogh, sob tormentos inomináveis, poderia ter desistido da pintura, todavia, prosseguiu. Aleijadinho, sob o estupor do mal de Hansen, possuía todas as condições para refugiar-se na desist6encia da escultura, apesar disso, permaneceu. A relação dos heróis e santos de ontem como de hoje, anônimos como conhecidos, é infindável. Foi sobre a perseverança deles que o progresso estabeleceu as suas bases vigorosas para abençoar o presente e felicitar o futuro. Não esperes de um mundo conturbado e de homens imperfeitos melhor tratamento, além das refregas que se impõem à tua evolução. Insta no bem, porquanto não és diferente deles, de modo a exigires o que lhes negas, quando eles esperam receber de ti apoio e compreensão. É fácil desistir, enquanto perseverar é desafio que merece aceitação. Quem abandona, foge e transfere a oportunidade de realizar, assumindo as conseqüências naturais que advirão. Dirás que realizarás o mesmo além, depois. Talvez o faças, possivelmente, não. Quem se acostuma a desertar, mais dificilmente permanece, quando chega o momento do testemunho, que jamais deixa de ocorrer. Faze um compromisso contigo e entrega-te a Deus, perseverando na realização que enfrenta os fatores infelizes deste instante e dedica-te a modificar as paisagens inditosas que predominam nesta hora histórica de dor. Desistir, nunca!

Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis / Livro: Receitas de Paz / 29/08/2011

PENSAMENTO DO DIA


De que adianta pedir paz, se o ignorante apoia o rico e o rico tem mais poder que o justo

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA

O sucesso nunca é permanente, o fracasso nunca é total. Mas o que vale é a coragem de lutar

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ


CONTINUAÇÃO

CAPÍTULO 8

Satisfazendo a recomendações de Félix, que nos esperava a cooperação, junto de Cláudio e Marina demoramo-nos no Flamengo, ao pé do amigo que a consternação abatia.
Entregue a si mesmo, sem qualquer consolação humana, Nogueira refletiu e compreendeu. Havia lido bastante. Conversara o suficiente com Agostinho e Salomão. Não lhe cabia escusar-se à
verdade. Recolhera a fé por misericórdia da Bondade Divina; entretanto, a Divina Justiça não poderia forrá-lo à solidão que ele mesmo plantara.
Represava-se-lhe o coração de saudades da filha que o túmulo escondera. Aquela quinzena de hospital unira-os em espírito para sempre. Ao lado de Marita, obtivera a luz da renovação. Doía-lhe pensar que não mais experimentaria o conforto de carregá-la, sustentá-la, socorrê-la... Abatido, sentou-se e chorou.
A noite avançava e Márcia não aparecia.
Telefonou, discreto, para vizinhos de Dona Justa. A servidora, chamada por obséquio à residência de amigos, veio atender.
Informou-se da desencarnação de Marita e lamentou não haver conseguido a notícia, antes, com o tempo necessário para assistirlhe ao funeral. Esclareceu que a madama subira a Petrópolis, sem precisar o regresso. Dona Márcia alegara cansaço, depois da internação de Marina para tratamento, e avisara-a de que pretendia passar alguns dias na serra, ganhando forças. Ela, Dona Justa, segundo o combinado, comparecia, pela manhã, no apartamento, e
folgava à tarde.
Nogueira perguntou pelo estabelecimento, onde se achava a filha doente; no entanto, a servidora respondeu com sinceridade que não sabia. Dona Márcia não lhe fornecera informações. Aliás, (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 248) solicitava licença para inteirá-lo, sem a menor intenção de afligilo, de que julgava a patroa também esgotada. Parecia nervosa, enferma.
Cláudio agradeceu e tomou o catálogo telefônico.
Pediu, infrutiferamente, ligação para conhecida casa de repouso em Santa Teresa. E seguiu procurando pelo fio, até que na sexta pesquisa encontrou o que buscava. Enfermeira prestimosa,
com quem Dona Márcia deixara endereço, respondeu de uma casa de saúde, localizada em Botafogo, notificando que Marina aí se hospedava. As visitas, no entanto, mesmo para os familiares, estavam proibidas. A moça andava em crise, sob a atenção dos médicos.
Mesmo na condição de progenitor, que ele fizesse a gentileza de ouvir a administração, antes de procurar pessoalmente avistála.
Cláudio acolheu-se à poltrona, a fim de pensar. Restava a casa
dos Torres. Gilberto, com certeza, poderia elucidá-lo; entretanto, a figura do rapaz assomava-lhe à imaginação semelhante a bisturi que lhe retalhasse uma chaga mental. Rememorava a entrevista do Lido, em que lhe ilaqueara a boa-fé, e envergonhavase.
Meditou, meditou. Examinou-se sem compaixão para consigo e acabou inferindo que, se quisesse realmente apresentar personalidade nova, não lhe cabia isentar-se das conseqüências que as passadas faltas lhe propunham.
Consolidado o raciocínio, não mais vacilou.
Recorreu ao fone com escassa esperança de ouvir o rapaz, já que o relógio assinalava mais de nove da noite, mas o moço atendeu.
Não obstante acanhado, Cláudio expressou-lhe o pesar pelo falecimento da genitora, ao mesmo tempo que lhe comunicava a perda de Marita. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 249)
Figurou-se-lhe Gilberto deprimido, torturado. O filho de Nemésio confessava-lhe desconhecer, não só a extensão do acidente, mas também o óbito. Decerto que, pelas provações da família, com a lenta agonia de Dona Beatriz e com a enfermidade de Marina, que logo se lhe seguiu, não tivessem Dona Márcia e a filha encontrado ocasião para referir-lhe a gravidade das ocorrências. Lastimava o sucedido e enviava pêsames.
Prezara sempre em Marita uma irmã pelo coração. Consultado por Nogueira, explicou que Marina fora acometida por acessos de fúria. O facultativo de confiança admitira demência precoce, mas desistira da assistência. Entregara o problema a psiquiatras. O diálogo prosseguiu.
Antecipando justificativas, Gilberto anunciou haver assumido novas resoluções, nos dias últimos. Quando no encontro de ambos, em Copacabana, estava, sim, decidido a casar-se mais cedo, desposar Marina e recolher-se à tranqüilidade do lar, mas, apreensivo ao ver a moça doente qual se achava, o pai, embora reconhecido aos serviços que a jovem lhes prestara, impelira-o à mudança de rumo. O genitor, que se achava ausente em descanso restaurativo, usara franqueza. Não aprovaria o casamento, não considerava Marina suficientemente habilitada para as responsabilidades do matrimônio. Além disso, falara-lhe de “certas coisas” e aconselhara-o a sair do Rio. Sustentá-lo-ia em outra cidade, onde pudesse recomeçar estudos interrompidos. Ele, porém, Gilberto, compreendia a vida de outro modo e, à face das imposições paternas, sentia-se acabrunhado, vencido... Cláudio aceitou as alegações com humildade e acentuou que ele era ainda muito jovem, que não devia opor contradita aos conselhos de Torres pai e sim continuar refletindo, de vez que casamento, em qualquer pessoa, reclama liberdade, consciência... Tão sensatas e confortadoras observações formulou, pacificandolhe o íntimo e clareando-lhe a compreensão para o trato com o (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 250) próprio pai, que Gilberto se modificou, perante aquela brandura inesperada. Supunha ouvir um outro Nogueira, mais velho, mais amigo... Emocionado, agradeceu e chegou a pedir-lhe não o abandonasse.
Verificava-se agora sozinho. O genitor era bom, generoso, mas homem de negócios. Cabeça cheia. Sentia necessidade de alguém que o inspirasse, que lhe estendesse as mãos. Estimaria encontrá-lo, ouvi-lo mais vezes.
Percebeu que Cláudio lhe falava em tom de lágrimas, agradecendo-lhe o apreço. Aquilo como que lhe insuflava confiança nova naquele homem com quem se entendera, dias antes, mas de modo imperfeito.
Nogueira, submisso, consultou acerca de Márcia. Provavelmente que, em se afastando para Petrópolis, a esposa lhe teria deixado o telefone. Gilberto confirmou. Dona Márcia, ao viajar, solicitara-lhe atenção para Marina. Se a menina piorasse, que fizesse o obséquio de chamá-la, incontinenti. E ao expressar-lhe semelhante recomendação, declarara que lhe passava a incumbência e não ao marido, por sabê-lo ocupado no hospital.
De posse das informações, Cláudio agradeceu de novo e repôs o fone no gancho. Em seguida, confiou-se à meditação. Pelo tom da conversa, o rapaz se alterara de todo. Em tudo o que expusera, media as frases. Cerimonioso, desencantado. E que teria desejado dizer com aquelas duas palavras certas coisas? Ele, Nogueira, sentia-se renovado; entretanto, a experiência do pretérito constituía-lhe o fundo da grande transformação. Não ignorava que a filha se arriscava a dualidade perigosa, na aventura afetiva.
Convencia-se de que algo de muito grave teria ocorrido. Era bastante maduro para não desconfiar de que pai ou filho houvesse apanhado algum flagrante desagradável. Deduzia que a jovem baqueara, caindo em abatimento, como quem achara nisso a deserção de si mesma. Pensou nela e compadeceu-se. Afinal, não se fizera crente para censurar. Aspirava a compreender, servir. Sabia

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SE EU MORRER ANTES DE VOCÊ - CHICO XAVIER