CONTINUAÇÃO
Aos treze
anos, não suportando mais a vida que levava, de privações, humilhações, apanhava
quase todos os dias, inclusive, quando tinha dez anos fora estuprada por
Belizário, resolveu sair de casa. Foram semanas a procura de trabalho decente.
Era uma menina com corpo de mulher. Morena, alta, olhos verdes, cabelos pretos
e compridos. Quando batia nas portas,
pedindo emprego e era recebida por mulheres, a resposta era não, pois
tinham medo da concorrência dentro de casa. Quando eram os homens que atendiam,
recebia propostas desonestas. Acabou em um Bordel, onde passou a prostituísse
para sobreviver.
Bruscamente, também, o diálogo do médium
Manoel e o obsessor Antônio, foi interrompido por Baltazar, que o puxou,
dizendo que o papo tinha terminado. Antônio foi embora, juntamente com os
outros.
D. Beatriz estava muito nervosa com o desenrolar dos acontecimentos, principalmente, com o
comprometimento que seus familiares tinham com o passado e, também, com o domínio
que Baltazar tinha sobre os seus comandados. Só ele falava e na hora que
resolveu ir, quando percebeu que o Antônio estava falando, todos o
acompanharam.
O Sr. Mário lembrou que o irmão Antônio
era o mais maleável e, bem doutrinado, poderia ser muito útil. Acrescentando
que o Manoel, antigo colaborador do Centro, era o médium indicado para
conseguir mudar o pensamento daquele irmão.
Manoel disse que, com toda certeza, o irmão
Antônio era o mais acessível, porém, achava que, no próximo encontro, o
Baltazar não o deixaria falar, como fizera com os outros, que vieram com a
única missão de perturbar a sessão. Ou, quem sabe, talvez não permitisse a sua
vinda.
Patrícia concordou com o Manoel, mas disse
que amanhã seria outro dia e que tinham do seu lado os Espíritos Benfeitores e
os Mentores da Casa, que os trouxeram naquela noite, pois, eles não se
apresentaram por livre e espontânea vontade. Portanto, tinha absoluta certeza
que na próxima reunião eles seriam novamente trazidos e bem mais calmos e
acessíveis.
Após a prece de encerramento, todos se retiraram
para as suas residências, depois daquela reunião muito agitada, exceto D.
Beatriz, Patrícia e o Sr. Mário que ficaram comentando sobre os acontecimentos.
D. Beatriz estava muito aflita, pelo que
fora dito sobre a sua neta, que estava nas ruas e pedindo esmolas para
sobreviver. Patrícia e o Sr. Mário procuraram tranquiliza-la, dizendo que para
uma primeira reunião de um trabalho tão sério e sem a presença dos principais envolvidos,
os resultados poderiam ser considerados como bons. Tinham certeza que nas próximas
reuniões, os resultados seriam bem melhores. Os obsessores seriam bem
doutrinados e, logo teriam a presença de Diogo e Madalena.
Quanto a Carol, Patrícia iria falar com um
amigo, que era Policial, para procura-la pelas ruas do centro da cidade, onde a
incidência de pedintes era maior, isto em caráter particular e não
oficialmente.
Despediram-se e D. Beatriz, como de costume,
deu carona para Patrícia. Durante o trajeto, não parou de pedir à amiga que
orasse por Carol e, se possível, através da sua Entidade, a encontrasse e a
encaminhasse à sua casa.
Durante os cinco dias consecutivos, os trabalhos
foram iniciados e encerrados sem a presença de um único do grupo de Baltazar.
Apareciam alguns Espíritos enganadores, gozadores, que eram logo descobertos e
se retiravam.
As Entidades Benfeitoras, através do Mentor
Espiritual do Centro, o irmão Frei Fabiano, disseram que estavam tendo dificuldades
de encontra-los, pois, estavam escondidos no Umbral e muito bem protegidos por
uma gang de malfeitores, comandada por Diogo. Disseram, também, que tinham
providenciado mais colaboradores, junto ao Departamento de Ajuda aos Obsessores
e, acreditavam, com a permissão do Pai, na próxima reunião eles seriam
trazidos.
Mais uma noite de aflições e desespero
para D. Beatriz. A neta não tinha sido encontrada e Ronaldo e Cida continuavam
em guerra. Já não se falavam, Ronaldo passou a dormir no quarto de hospede.
Saia muito cedo e voltava tarde da noite, para não encontrar a esposa. Cida
agradecia à DEUS, pois não suportava mais nem ouvir a sua voz.
A equipe de Diogo estava trabalhando muito
bem e com pressa, para concretizar o plano estabelecido, que era a Cida matar o
marido, a filha e suicidar-se.
De inicio, Diogo e Madalena planejaram que
o plano seria efetuado lentamente, para Ronaldo e Cida sofrerem aos poucos e
eles gozarem mais, dia a dia, o sofrimento daquela família. Todavia, com a
interferência dos trabalhos que estavam sendo feitos no Centro Espírita Nossa
Casa, com ajuda dos Espíritos Benfeitores, o plano teria que ser acelerado e concretizado
de imediato. Até porque, ele estava achando que a sua equipe estava
fraquejando. Até o Baltazar estava mais vigilante. Ele sabia que todo o seu
bando estava em suas mãos. Todos tinham medo dele e sabiam que só ele era capaz
de fornecer as drogas, bebidas e mulheres, que eles precisavam para satisfazer
os seus instintos.
Diogo conseguiu prender toda a equipe, durante
vários dias, com festa, drogas, bebidas e muitas mulheres. Todos foram, aos
poucos, ficando exausto, inclusive ele que, juntamente com Madalena, se retirou
para descansar. Vendo o chefe ausente, os vigias aproveitaram para entrar na
festa e aproveitarem aquela fartura.
A equipe de socorro que estava a espreita
aproveitou a oportunidade e retirou Baltazar e seus comandados, levando-os para
longe daquele
CONTINUA AMANHÃ