CONTINUAÇÃO
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Origem das tentações
“Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela
sua própria concupiscência.” – (Tiago, 1:14.)
Geralmente, ao surgirem grandes males, os participantes da
queda imputam a Deus a causa que lhes determinou o desastre. Lembram-se,
tardiamente de que o Pai é Todo-Poderoso e alegam que a tentação somente
poderia ter vindo do Divino Desígnio.
Sim, Deus é o Absoluto Amor e tanto é assim que os decaídos
se conservam de pé, contando com os eternos valores do tempo, amparados por
suas mãos compassivas. As tentações, todavia, não procedem da Paternidade
Celestial.
Seria, porventura, o estadista humano responsável pelos atos
desrespeitosos de quantos inquinam a lei por ele criada?
As referências do Apóstolo estão profundamente tocadas pela
luz do céu.
“Cada um é tentado, quando atraído pela própria concupiscência.”
Examinemos particularmente ambos os substantivos “tentação” e
“concupiscência”. O primeiro exterioriza o segundo, que constitui o fundo
viciado e perverso da natureza humana primitivista. Ser tentado é ouvir a
malícia própria, é abrigar os inferiores alvitres de si mesmo, porquanto, ainda
que o mal venha do exterior, somente se concretiza e persevera se com ele
afinamos, na intimidade do coração.
Finalmente, destaquemos o verbo “atrair”. Verificaremos a
extensão de nossa inferioridade pela natureza das coisas e situações que nos
atraem.
A observação de Tiago é roteiro certo para analisarmos a origem
das tentações.
Recorda-te de que cada dia tem situações magnéticas
específicas. Considera a essência de tudo o que te atraiu no curso das horas e
eliminarás os males próprios, atendendo ao bem que Jesus deseja.
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Tristeza
“Porque a tristeza, segundo Deus, opera arrependimento
para a salvação, o qual não traz pesar; mas a tristeza do mundo gera a morte.”
– Paulo. (2ª Epístola aos Coríntios, 7:10.)
Conforme observamos na advertência de Paulo, há “uma tristeza
segundo Deus” e outra “segundo a Terra”. A primeira soluciona problemas atinentes
à vida verdadeira, a segunda é caminho para a morte, como símbolo de
estagnação, no desvio dos sentimentos.
Muita gente considera virtudes a lamentação incessante e o
tédio continuado. Encontramos os tristes pela ausência de dinheiro adequado aos
excessos; vemos os torturados que se lastimam pela impossibilidade de praticar
o mal; ouvimos os viciados na queixa doentia, incapazes do prazer de servir sem
aguilhões. Essa é a tristeza do mundo que prende o Espírito à teia de reencarnações
corretivas e perigosas.
Raros homens se tocam da “tristeza segundo Deus”. Muito
poucos contemplam a si próprios, considerando a extensão das falhas que lhes
dizem respeito, em marcha para a restauração da vida, no presente e no porvir.
Quem avança por esse caminho redentor, se chora jamais atinge o plano do soluço
enfermiço e da inutilidade, porque sabe reajustar-se, valendo-se do tempo, a
golpes benditos de esforço para as novas edificações do destino.
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Homens e anjos
“Enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder, não
pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor.” – (2ª Epístola de
Pedro, 2:11.)
É lastimável observar o grande número de pessoas que estão
sempre dispostas a proferir sentenças blasfematórias, umas para com as outras.
A leviandade domina-lhes as conversações, a mesquinhez corrompe-lhes as
atividades nos mais diversos setores da vida.
Exceção feita aos sinceros cultivadores da luz religiosa,
quase todos os homens se conservam à porta de situações ásperas em que o
esforço difamatório lhes envenena a vida. Alimentam antipatias injustas para
com os irmãos de atividade profissional, pelo próximo que lhes não aceita as
idéias, pelos companheiros que se não afinam com os seus princípios. E como a
lei é de compensação e troca, receberão dos colegas e dos vizinhos as mesmas
vibrações destruidoras.
Guerras silenciosas, nesse sentido, têm, por vezes, secular duração.
Entretanto, o homem jactancioso está sempre rodeado pela ação
benéfica de Espíritos iluminados e generosos, que, quanto mais revestidos de
poder divino, mais se compadecem das fragilidades humanas, estendendo-lhes mãos
acolhedoras para o caminho e jamais pronunciando juízos condenatórios diante do
Senhor.
Toda vez que fores compelido a analisar os esforços alheios,
recorda a palavra de Pedro. Não te esqueças de que as entidades angélicas,
mananciais vivos e sublimes de força e poder, nunca enunciam sentenças
acusatórias contra ti, diante de Deus.
CONTINÚA AMANHÃ