sábado, 7 de abril de 2012

O QUE ACONTECE NO CEU QUANDO ORAMOS ?

Este é um dos melhores e-mails que eu já recebi, é bem verdade e o estou postando em nosso Blog.

Sonhei que fui pro céu e um anjo estava me mostrando o lugar. Caminhávamos lado a lado por um escritório cheio de anjos. Meu anjo-da-guarda parou em frente à primeira seção e me disse: "Essa é a seção dos Recebimentos. Aqui, todos os desejos pedidos a Deus em oração são recebidos."

Olhei ao redor e estava tudo muito movimentado, com muitos anjos selecionando pedidos em volumosas folhas de papel e recados de gente do mundo todo. E aí continuamos a descer por um longo corredor até chegarmos na segunda seção.

Então o anjo me disse: "Essa é a seção de Empacotamento e Entregas. Aqui, as graças e bênçãos pedidas pelas pessoas são processadas e entregues aos vivos que pediram por elas.

"Percebi como, novamente, o lugar estava. Havia muitos anjos trabalhando muito naquela seção, pois muitas bênçãos tinham sido pedidas e estavam a ser empacotadas para a entrega na Terra.

Finalmente, ao final mais distante daquele corredor paramos em frente a uma porta de um pequeno lugar. Para minha surpresa, havia somente um anjo sentado, sem fazer nada. "Essa é a seção do Reconhecimento," meu anjo me disse, admitindo isso ao parecer envergonhado.

"Como assim não há nenhum trabalho sendo desempenhado aqui?", perguntei.

"É mesmo muito triste", o anjo suspirou. "Depois que recebem as bênçãos que pediram, muito poucos retornam os reconhecimentos."

"E como podemos reconhecer as bênçãos de Deus?", perguntei-lhe.

"Simples," o anjo respondeu. "'É só dizer, 'Obrigado, Senhor.'."

"E quais bênçãos deveriam ser reconhecidas?" eu perguntei.

"Se você tem comida em sua geladeira, roupas sobre você, um teto sobre você e uma cama para dormir você é mais rico do que 75% desse mundo. Se você tem dinheiro no banco, na sua carteira, e o troco de uma refeição, está entre os 8% de afortunados do mundo."

"E se você receber isso no seu próprio computador, você faz parte do 1% do mundo que tem essa mesma oportunidade."

"Se acordou hoje de manhã com mais saúde do que doença, você é muito mais abençoado dos que os muitos que não conseguirão nem ao menos sobreviver ao dia de hoje."

"Se nunca teve de provar o medo em uma guerra, a solidão da prisão, a agonia da tortura ou pontadas de fome, está acima de 700 milhões de pessoas nesse mundo."

"Se podes ir à Igreja sem temer assédio, prisão, tortura ou morte, você é invejado e mais abençoado que três bilhões de pessoas no mundo todo."

"Se teus pais estão vivos e ainda juntos, você é ainda mais raro."

"Se podes erguer sua cabeça e sorrir, não é a norma. Você é único dentre aqueles todos em dúvida e desespero."

"Está bem. E agora? Como posso começar?"

Se pôde ler essa mensagem, recebeste uma dupla bênção, pois alguém pensava em você como especial e és mais abençoado do que mais de dois bilhões de pessoas no mundo que não conseguem ao menos ler.

Tenha um grande dia. Conte todas as suas bênçãos. E se você se importa, repasse a todos para lembrá-los os quão abençoados (e especiais) todos nós somos.*

ATTN: Departamento de Reconhecimento.*

"Obrigado, Senhor, pela habilidade de compartilhar essa mensagem e me dar tantas pessoas com quem eu a possa compartilhar."

PENSAMENTO DO DIA

A saudade é a maior prova do que o passado valeu a pena.

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA

Não há nada de errado em se passar por tolo, se na verdade o que você está fazendo é inteligente.

Autor: Paulo Coelho

A CAMINHO DA LUZ - Livro de CHICO XAVIER - Parte 18

CONTINUAÇÃO

XVII
A idade medieval

OS MENSAGEIROS DE JESUS

Em todo o século VI, de conformidade com as deliberações efetuadas no plano invisível, aparecem grandes vultos de sabedoria e bondade, contrastando a vaidade orgulhosa dos bispos católicos, que em vez de herdarem os tesouros de humildade e amor do Crucificado, reclamaram para si a vida suntuosa, as honrarias e prerrogativas dos imperadores. Os chefes eclesiásticos, guindados à mais alta preponderância política, não se lembravam da pobreza e da simplicidade apostólicas, nem das palavras do Messias, que afirmara não ser o seu reino ainda deste mundo.
Todavia, nesse pantanal de ambições floresciam, igualmente, os lírios da misericórdia de Jesus, em sublimadas realizações de sacrifício e bondade. Espíritos heróicos e missionários, cuja maioria não se incorporou aos nomes da galeria histórica terrestre, exerceram a função de novos sacerdotes da ideia sagrada do Cristianismo, conservando-lhe o fogo divino para as futuras gerações do planeta. Subordinados, embora, à disciplina da Igreja romana, eles ouviam, no ádito do coração, a palavra eterna e suave do Divino Jardineiro e sabiam, por isso, que a sua missão era a da renúncia, do sacrifício e da humildade. Roma podia negociar os títulos eclesiásticos com a política do mundo e estabelecer a simonia nos templos sagrados, esquecendo os mais severos compromissos; eles, porém, nas suas túnicas rotas, atravessariam o mundo alentando a palavra das promessas evangélicas, edificariam pousos de silêncio e de misericórdia, onde guardassem as tradições escritas da cultura sagrada, para os dias do porvir.
Desses exércitos de abnegados que se organizaram com Jesus e por Jesus, no seio da Igreja, somos levados a destacar os missionários beneditinos, cujo esforço amoroso e paciente conduziu grande número de coletividades dos povos considerados bárbaros, principalmente os germanos, para o seio generoso das idéias do Cristianismo.

O IMPÉRIO BIZANTINO

Depois da morte do imperador Teodósio, eis que o mundo conhecido se reparte em dois impérios - o do Ocidente e o do Oriente - divididos entre os seus dois filhos, Honório e Arcádio. Com o assalto dos hérulos, em 476 desaparece o império ocidental e com ele, para sempre, os resquícios da integridade do Império Romano, instalando-se depois, em 493, o reino ostrogodo na Itália, tendo Ravena por capital.
Constantinopla é então a sucessora legítima da grande cidade imperial. O império bizantino era o depositário da legislação e dos costumes romanos. Um poderoso sopro de latinidade vitaliza as suas instituições. Debalde, porém, as expressões romanas buscam um refúgio nas outras terras, com o objetivo de uma perpetuação. Homens enérgicos, como Justiniano, não conseguem salvá-las. Forças ocultas e poderosas estavam incumbidas de sua visceral renovação, e, não obstante sua resistência milenar, o império bizantino, herdeiro dos Césares, ia cair exânime, em 1453, ao assalto de Maomet II.

O ISLAMISMO

Antes da fundação do Papado, em 607, as forças espirituais se viram compelidas a um grande esforço no combate contra as sombras que ameaçavam todas as consciências. Muitos emissários do Alto tomam corpo entre as falanges católicas no intuito de regenerar os costumes da Igreja. Embalde, porém, tentam operar o retorno de Roma aos braços do
Cristo, conseguindo apenas desenvolver o máximo de seus esforços no penoso trabalho de arquivar experiências para as gerações vindouras.
Numerosos Espíritos reencarnam com as mais altas delegações do plano invisível. Entre esses missionários, veio aquele que se chamou Maomet, ao nascer em Meca no ano 570. Filho da tribo dos Coraixitas, sua missão era reunir todas as tribos árabes sob a luz dos ensinos cristãos, de modo a organizar-se na Ásia um movimento forte de restauração do Evangelho do Cristo, em oposição aos abusos romanos, nos ambientes da Europa. Maomet, contudo, pobre e humilde no começo de sua vida, que deveria ser de sacrifício e exemplificação, torna-se rico após o casamento com Khadidja e não resiste ao assédio dos Espíritos da Sombra, traindo nobres obrigações espirituais com as suas fraquezas. Dotado de grandes faculdades mediúnicas inerentes ao desempenho dos seus compromissos, muitas vezes foi aconselhado por seus mentores do Alto, nos grandes lances da sua existência, mas não conseguiu triunfar das inferioridades humanas. É por essa razão que o missionário do Islã deixa entrever, nos seus ensinos, flagrantes contradições. A par do perfume cristão que se evola de muitas das suas lições, há um espírito belicoso, de violência e de imposição; junto da doutrina fatalista encerrada no Alcorão, existe a doutrina da responsabilidade individual, divisando-se através de tudo isso uma imaginação superexcitada pelas forças do bem e do mal, num cérebro transviado do seu verdadeiro caminho. Por essa razão o Islamismo, que poderia representar um grande movimento de restauração do ensino de Jesus, corrigindo os desvios do Papado nascente, assinalou mais uma vitória das Trevas contra a Luz e cujas raízes era necessário extirpar.

AS GUERRAS DO ISLÃ

Maomet, nas recordações do dever que o trazia à Terra, lembrando os trabalhos que lhe competiam na Ásia, a fim de regenerar a Igreja para Jesus, vulgarizou a palavra "infiel", entre as várias famílias do seu povo, designando assim os árabes que lhe, eram insubmissos, quando a expressão se aplicava, perfeitamente, aos sacerdotes transviados do Cristianismo. Com o seu regresso ao plano espiritual, toda a Arábia estava submetida à sua doutrina, pela força da espada; e, todavia os seus continuadores não se deram por satisfeitos com semelhantes conquistas. Iniciaram no exterior as guerras santas", subjugando toda a África setentrional, no fim do século VII. Nos primeiros anos do século imediato, atravessaram o estreito de Gibraltar, estabelecendo-se na Espanha, em vista da escassa resistência dos visigodos atormentados pela separação, e somente não seguiram caminho além dos Pirineus porque o plano espiritual assinalara um limite às suas operações, encaminhando Carlos Martel para as vitórias de 732.

CARLOS MAGNO

É depois dessa época que Jesus permite a reencarnação de um dos mais nobres imperadores romanos, ansioso de auxiliar o espírito europeu na sua amargurada decadência. Essa entidade renasceu, então, sob o nome de Carlos Magno, o verdadeiro reorganizador dos elementos dispersos para a fundação do mundo ocidental. Quase analfabeto, criou as mais vastas tradições de energia e de bondade, com a superioridade que lhe caracterizava o espírito equilibrado e altamente evolvi do. Num reinado de 46 anos consecutivos, Carlos Magno intensificou a cultura, corrigiu defeitos administrativos que imperavam entre os povos desorganizados da Europa, deixando as mais belas perspectivas para a latinidade. Sabe Jesus quanto de lágrimas lhe custou o cumprimento de uma tarefa dessa natureza, cujo desempenho exigia as mais altas qualidades de cérebro e coração. Mas, antecipando as doces comoções que o aguardavam no plano espiritual, numerosos amigos invisíveis, que com ele haviam caminhado na Roma do direito e do dever, cercam-lhe a personalidade na noite do Natal do ano 800, quando o seu pensamento em prece se elevava a Jesus, na basílica de São Pedro. Uma onda de vibrações harmoniosas invade o ambiente suntuoso, pouco propicio às demonstrações da verdadeira espiritualidade. Leão III, o papa reinante, sente-se tocado de incompreensível arrebatamento espiritual, e, aproximando-se do grande batalhador do bem, cinge-lhe a fronte com uma coroa de ouro, enquanto a multidão designa-o, em vozes comovidas e entusiásticas, como "imperador dos romanos". Carlos Magno sente que aquela cidade era também dele. Parece-lhe voltar ao passado longínquo, contemplando a Roma do pretérito, cheia de dignidade e de virtude. Seu coração derrama lágrimas, como Jeremias sobre a Jerusalém das suas dores, agradecendo a Jesus os favores divinos.
Decorridos alguns anos sobre esse acontecimento, o grande imperador busca de novo as claridades do Além, para reconhecer que o seu esforço caía sobre as almas qual uma bênção, mas o império por ele organizado teria escassa duração.

O FEUDALISMO

Depois das nobres conquistas atenienses em matéria de política administrativa, depois das grandes jornadas do direito romano à face do mundo, custa-se a entender o porque do feudalismo, que se estendeu pela Europa, desde o século VIII até o século XII, figurando-se ao estudioso da História um como retrocesso de toda a civilização.
Toda a unidade política desaparece nesses tempos de luzidas lembranças para a Humanidade. A propriedade individual jamais alcançou tamanha importância e nunca a servidão moral ganhou tão forte impulso.
Com semelhante regime, as lutas fratricidas tiveram campo largo no território europeu, disputando-se uma hegemonia que jamais chegava na equação dos movimentos bélicos. Somente as poucas qualidades cristãs da Igreja Católica conseguiram atenuar o caráter nefasto dessa situação, instituindo-se as chamadas "tréguas de Deus", obrigando os guerreiros ao repouso em determinados dias da semana, com o objetivo de comemorar as passagens da vida de Jesus-Cristo e defendendo-se a paz com a periódica cessação das hostilidades.

RAZÕES DO FEUDALISMO

Esse regime, todavia, é facilmente explicável.
A missão de Carlos Magno houvera sido organizada pelo plano invisível como uma das mais vastas tentativas de reorganização do império do Ocidente, mas, observando-se a inutilidade do tentame, em virtude do endurecimento da maioria dos corações, as autoridades espirituais, sob a égide do Cristo, renovaram os processos educativos do mundo europeu, então no início da civilização atual, chamando todos os homens para a vida do campo, a fim de aprenderem melhor, no trato da terra e no contato da Natureza. Só o feudalismo podia realizar essa obra, e as suas normas, embora grosseiras, foram aproveitadas na escola penosa das aquisições espirituais, onde a reflexão e a sensibilidade iam surgir para a construção do edifício milenar da civilização do Ocidente.

CONTINUA AMANHÃ

JESUS DE NAZARETH

sexta-feira, 6 de abril de 2012

MENSAGEM DO DIA

SEXTA FEIRA SANTA

Aproveitem este dia santificado, representando a Crucificação de JESUS, para Reflexão e Oração.

Reflexão sobre a nossa vida atual, nossos pensamentos, nossos atos, o que seremos e para onde vamos amanhã.

Orar pelos nossos irmãos enfermos, por aqueles que não têm a felicidade de estar reunidos com seus familiares, pelos prisioneiros das DROGAS, da Sociedade, pelos nossos amigos e inimigos.

Agradecer a DEUS por nos ter dado a oportunidade desta reencarnação a fim que possamos evoluir, com o objetivo de alcançar a felicidade eterna, junto a ELE.

FIQUEM COM O AMOR DE JESUS

PENSAMENTO DO DIA

A fé em Deus não é um ato convencional que se expressa por um momento em casa e nos templos. É um sentimento de confiança e amor, atuante e permanente, que deve ser praticado, não só nos templos, como no lar, no ambiente de trabalho, no meio da sociedade.

Autor: Alba

MENSAGEM DIÁRIA

Sentimento é o infinito de Deus e a intimidade do pensamento humano.

Autor: Desconhecido

A CAMINHO DA LUZ - Livro de CHICO XAVIER - Parte 17

CONTINUAÇÃO

XVI
A Igreja e a invasão dos bárbaros

VITÓRIAS DO CRISTIANISMO

Constantino, no seu caminho de realizações, consegue levar a efeito a nova organização administrativa do Império, começada no governo de Diocleciano, dividindo-o em quatro Prefeituras, que foram as do Oriente, da Ilíria, da Itália e das Gálias, que, por sua vez, eram divididas em dioceses dirigidas respectivamente por prefeitos e vigários.
Com a influência do vencedor da ponte Mílvius, efetua-se o Concílio Ecumênico de Nicéia para combater o cisma de Ário, padre de Alexandria, que negara a divindade do Cristo.
Os primeiros dogmas católicos saem, com força de lei, desse parlamento eclesiástico de 325.
Findo o reinado de Constantino, aparecem os seus filhos, que lhe não seguem as tradições. Em seguida, Juliano, sobrinho do imperador, eleva-se ao poder tentando restaurar os deuses antigos, em detrimento da doutrina cristã, embora compreendesse a ineficácia do seu tentâmen.
Mas, por volta do ano 381, surge a figura de Teodósio, que declara o Cristianismo religião oficial do Estado, decretando, simultaneamente, a extinção dos derradeiros traços do politeísmo romano. É então que todos os povos reconhecem a grande força moral da doutrina do Crucificado, pelo advento da qual milhares de homens haviam dado a própria vida no campo do martírio e do sacrifício, vendo-se o imperador, em 390, ajoelhar-se humildemente aos pés de Ambrósio, bispo de Milão, a penitenciar-se das crueldades com que reprimira a revolta dos tessalonicenses.

PRIMÓRDIOS DO CATOLICISMO

O Cristianismo, porém, já não aparecia com aquela mesma humildade de outros tempos. Suas cruzes e cálices deixavam entrever a cooperação do ouro e das pedrarias, mal lembrando a madeira tosca, da época gloriosa das virtudes apostólicas.
Seus concílios, como os de Nicéia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia, não eram assembleias que imitassem as reuniões plácidas e humildes da Galiléia. A união com o Estado era motivo para grandes espetáculos de riqueza e vaidade orgulhosa, em contraposição com os ensinos d’Aquele que não possuía uma pedra para repousar a cabeça dolorida.
As autoridades eclesiásticas compreendem que é preciso fanatizar o povo, impondo-lhe suas ideias e suas concepções, e, longe de educarem a alma das massas na sublime lição do Nazareno, entram em acordo com a sua preferência pelas solenidades exteriores, pelo culto fácil do mundo externo, tão do gosto dos antigos romanos pouco inclinados às indagações transcendentes.

A IGREJA DE ROMA

A igreja de Roma, que antes da criação oficial do Papado considerava-se a eleita de Jesus, ao arvorar-se em detentora das ordenações de Pedro, não perdia ensejos de firmar a sua injustificável primazia junto às suas congêneres de Antioquia, de Alexandria e dos demais grandes centros da época. Herdando os costumes romanos e suas disposições multisseculares, procurou um acordo com as doutrinas consideradas pagãs, pela posteridade, modificando as tradições puramente cristãs, adaptando textos, improvisando novidades injustificáveis e organizando, finalmente, o Catolicismo sobre os escombros da doutrina deturpada. Os bispos de Roma, abusando do fácil entendimento com as autoridades políticas do Estado, impunham suas inovações arbitrárias, contrariando as sublimes finalidades do ensinamento d’Aquele que preconizara a humildade e o amor como os grandes caminhos da redenção.
É assim que aparecem novos dogmas, novas modalidades doutrinárias, o culto dos ídolos nas igrejas, as espetaculosas festas do culto externo, copiados quase todos os costumes da Roma anticristã.

A DESTRUIÇÃO DO IMPÉRIO

A fraqueza e a impenitência dos homens não lhes deixou compreender que o Cristianismo fora chamado à tarefa do governo tão somente para educar o sentimento dos governantes, preparando-os para levar o esclarecimento e a fraternidade aos outros povos da Terra, então considerados bárbaros pela cultura do Império.
Não obstante todos os esforços em contrário, dos mensageiros de Jesus, Bonifácio III cria o Papado em 607, contrapondo-se a todas as disposições de humildade que deveriam reger a vida da Igreja. As forças do mal, aliadas à incúria e vaidade dos homens, haviam obtido um triunfo relativo e transitório.
Os gênios do Espaço, todavia, à claridade soberana da misericórdia do Senhor, reúnem-se no Infinito, adotando providências novas, concernentes ao progresso dos homens.
Todos os recursos haviam sido prodigalizados a Roma, a fim de que as suas expressões políticas e intelectuais se estendessem pelo orbe, abrangendo todas as gentes no mesmo amplexo de amor e de unidade; sua alma coletiva, no entanto, havia deturpado todas as possibilidades sagradas de edificação e renegado todos os grandes ensinamentos.
Advertências penosas não lhe faltaram do Alto, como nos acontecimentos inesquecíveis e dolorosos do Vesúvio, nas cidades da Campânia. Séculos de luta e de ensinamento se haviam escoado, sem que a alma do Império se compenetrasse dos seus deveres necessários.
É então que Jesus determina a transformação do Império organizado e poderoso. Suas águias orgulhosas haviam singrado todos os mares, o Mediterrâneo era propriedade sua, todos os povos se lhe curvavam para a homenagem e para a obediência, mas uma força invisível arrancou-lhe todos os diademas, tirou-lhe as energias e lhe reduziu as glórias a um punhado de cinzas.
Até hoje, o espírito que investiga o passado inquire o motivo desses sinistros arrasamentos; mas a verdade é que todos os fundamentos da Terra residem em Jesus-Cristo.

A INVASÃO DOS BÁRBAROS

Essas determinações do Cristo, verificadas após o reinado de Constantino, foram seguidas das primeiras grandes invasões com os visigodos que, fugindo dos hunos, transpõem o Danúbio e estabelecem-se no oriente do Império, penetrando depois na Grécia e na Itália, espalhando flagelos e devastações. Debalde surgem as vitórias de Estilicão, porque, em 410, atingem elas as portas de Roma, que fica entregue ao saque e às mais duras humilhações.
Em 405, é Radagásio que parte à frente de duzentos mil soldados, em demanda da cidade imperial, sendo vencido, porém roubando as mais fortes economias romanas.
As provas expiatórias do Império prosseguem numa avalancha de dores amargas. Aparecem as correntes bárbaras dos alanos, dos vândalos, dos suevos, dos burgúndios. Em 450, os hunos comandados por Átila atacam as Gálias, perseguindo populações pacíficas e indefesas. A unidade imperial perde a sua tradição, para sempre. Com as suas vitórias, funda Clóvis a monarquia dos francos. Os bretões, oprimidos pela invasão e privados do auxílio dos exércitos romanos, apelam para os saxônios que povoavam o sul da Jutlândia, organizando-se posteriormente a Heptarquia Anglo-Saxônia.
O que Roma deveria fazer com a educação e o amparo perseverante, aqueles povos rudes e fortes vinham reclamar por si mesmos.
A grande cidade dos Césares poderia ter evitado a catástrofe do desmembramento, se levasse a sua cultura a todos os corações, em vez de haver estacionado tantos séculos à mesa farta dos prazeres e das continuadas libações.

RAZÕES DA IDADE MÉDIA

A queda do Império Romano determinara no mundo extraordinárias modificações. Muitas almas heróicas e valorosas, que se haviam purificado nas lutas depuradoras, não obstante o ambiente pantanoso dos vícios e das paixões desenfreadas, ascenderam definitivamente a planos espirituais mais elevados, apenas voltando às atmosferas do planeta para o cumprimento de enobrecedoras e santificantes missões.
A desorganização geral com os movimentos revolucionários dos outros povos do globo terrestre, que embalde esperam o socorro moral do governo dos imperadores, originara um longo estacionamento nos processos evolutivos. É ai, nessa época de transições que agora atinge as suas culminâncias, que vamos encontrar as razões da Idade Média, ou o período escuro da história da Humanidade. Só esse ascendente místico da civilização pôde explicar o porque das organizações feudais, depois de tão grandes conquistas da mentalidade humana, nos grandes problemas da unidade e da centralização política do mundo. É que um novo ciclo de civilização começava sob a amorosa proteção do Divino Mestre, e as últimas expressões espirituais do grande Império retiravam-se para o silêncio dos santuários e dos retiros espirituais, para chorar na solidão dos conventos, sobre o cadáver da grande civilização que não soubera prover ao seu glorioso destino.

MESTRES DO AMOR E DA VIRTUDE

Almas sublimadas e corajosas reencarnam, então, sob a égide de
Jesus e para a grande tarefa de orientar as forças políticas da igreja romana, agora organizada à maneira das construções efêmeras do mundo.
O Papado era a obra do orgulho e da iniquidade; mas o Cristo não desampara os mais infelizes e os mais desgraçados, e foi assim que surgiram, no seio mesmo da Igreja, alguns mestres do amor e da virtude, ensinando o caminho claro da evolução aos povos invasores, trazendo-os ao pensamento cristão e destinando-os aos tempos luminosos do porvir.

CONTINUA AMANHÃ

CRUCIFICAÇÃO DE JESUS - A COROA

quinta-feira, 5 de abril de 2012

PENSAMENTO DO DIA

Fazemos nossos caminhos e lhes chamamos destino.

Autor: Benjamin Disraeli

MENSAGEM DIÁRIA

Na vida não existem experiências, voltas e nem consertos verdadeiros, experimente amar a si mesmo, para saborear o gosto da vida

Autor: Desconhecido

A CAMINHO DA LUZ - Livro de CHICO XAVIER - Parte 16

CONTINUAÇÃO

XV
A evolução do Cristianismo

PENOSOS COMPROMISSOS ROMANOS

Debalde tentaram as forças espirituais o aproveitamento dos romanos na direção suprema do mundo. Todos os recursos possíveis foram prodigalizados inutilmente à cidade imperial. A canalização de consideráveis riquezas materiais, possibilitando a consolidação de um Estado único no planeta, não fora esquecida, ao lado de todas as providências que se faziam necessárias, do ponto de vista moral. Em vão, transplantara-se para Roma a extraordinária sabedoria ateniense e a colaboração de todas as experiências dos povos conquistados.
Os Espíritos encarnados não conseguiram a eliminação dos laços odiosos da vaidade e da ambição, sentindo-se traídos em suas energias mais profundas, contraindo débitos penosos, perante os tribunais da Justiça Divina.
A vinda do Cristo ao cenáculo obscuro do planeta, trazendo a mensagem luminosa da verdade e do amor, assinalara o período da maioridade espiritual da Humanidade. Essa maioridade implicava direitos que, por sua vez, se fariam acompanhar do agravo de responsabilidades e deveres para a solução de grandes problemas educativos do coração. Se ao homem físico rasgavam-se os mais amplos horizontes nos domínios do progresso material, os Evangelhos vinham trazer ao homem espiritual um roteiro de novas atividades, educando-o convenientemente para as suas arrojadas conquistas de ciência e de liberdade, com vistas ao porvir. O aproveitamento desse processo educativo deveria ser levado a efeito pela capital do mundo, de acordo com os desígnios do plano espiritual.
Pesadas forças da Treva, porém, aliaram-se às mais fortes tendências do homem terrestre, constantemente inclinado aos liames do mal que o prendiam à Terra, adstrito aos mais grosseiros instintos de conservação, e, enquanto os Espíritos abnegados, do Alto, choram sobre os abusos de liberdade dos romanos, a cidade dos Césares embriaga-se cada vez mais no vinho do ódio e da ambição, contraindo dívidas penosas, entrelaçando
os seus sentimentos com o ódio dos vencidos e dos humilhados, criando negras perspectivas para o longínquo futuro.

CULPAS E RESGATES DOLOROSOS DO HOMEM ESPIRITUAL

Ao coração misericordioso de Jesus chegam às preces dolorosas de todos os operários da sua bendita semeadura. Seu olhar percuciente, todavia, penetrara o âmago das almas e não fora em vão que recomendara o crescimento do trigo e do joio nas mesmas leiras, somente a Ele competindo a separação, na época da ceifa.
A limitada liberdade de ação dos indivíduos e das coletividades é integralmente respeitada Cada qual é responsável pelos seus atos, recebendo de conformidade com as suas obras.
Foi por isso que Roma teve oportunidade de realizar seus propósitos e desígnios políticos; mas a Justiça Divina acompanhou-lhe todos os passos, nos enormes desvios a que se conduziu, comprometendo para sempre o futuro do homem espiritual, que somente agora conhecerá um reajustamento nas amargurosas transições do século que passa. Um laço pesado e tenebroso reuniu a cidade conquistadora aos povos que humilhara. O ódio do verdugo e dos seus inimigos fundiu-se em séculos de provações e de lutas expiatórias, para demonstrar que Jesus é o fundamento da Verdade e só o amor é a sagrada finalidade da vida. Foi por essa razão que o conquistador e os conquistados, unidos pelo ódio como calcetas algemados um ao outro nas galés da amargura, compareceram periodicamente, nos Espaços, ante a misericórdia suprema do Filho de Deus, prometendo a reparação e o resgate recíprocos, nos séculos do porvir, fundando a civilização ocidental, como abençoada oficina dos seus novos trabalhos no esforço da fraternidade e da regeneração.
A bondade do Mestre fez florescer cidades valorosas e progressistas, países cultos e fartos, onde as almas decaídas encontrassem todos os elementos de edificação e aprimoramento. O homem físico continuou a linha ascensional de sua evolução nas conquistas e descobrimentos, mas o homem transcendente, a personalidade imortal, teria saído do oceano de lodo onde se mergulhou, voluntariamente, há dois milênios?
Respondam por nós as angustiosas expectativas da hora presente.

OS MÁRTIRES

Antes do movimento de propagação das ideias cristãs no seio da sociedade romana, já os prepostos de Jesus se preparavam para auxiliar os missionários da nova fé, conhecendo a reação dos patrícios em face dos postulados de fraternidade da nova doutrina.
As classes mais abastadas não podiam tolerar semelhantes princípios de igualdade, quais os que preconizavam as lições do Nazareno, considerados como postulados de covardia moral, incompatíveis com a orgulhosa filosofia do Império, e é assim que vemos os cristãos sofrendo os martírios da primeira perseguição, iniciada no reinado de Nero, de tão dolorosas quão terríveis lembranças. Nenhum instrumento de suplício foi esquecido na experimentação da fé e da constância daquelas almas resignadas e heroicas. O açoite, a cruz, o cavalete, as unhas de ferro, o fogo, os leões do circo, tudo foi lembrado para maior eficiência da perseguição aos seguidores do Carpinteiro de Nazaré. Pedro e Paulo entregam a vida na palma dos martírios santificadores e de Nero a Diocleciano uma nuvem pesada, de sangue e de lágrimas, envolve a alma cristã, cheia de confiança na Providência Divina. O próprio Marco Aurélio, cuja elevada estatura espiritual recebera do Alto a missão de paralisar semelhantes desatinos, não conseguiu deter a corrente de forças trevosas, mas o sangue dos cristãos era a seiva da vida lançada às divinas sementes do Cordeiro, e os seus sacrifícios foram bem os reflexos da amorosa vibração do ensinamento do Cristo, atravessando os séculos da Terra para ser compreendido e praticado nos milênios do porvir.

OS APOLOGISTAS

A doutrina cristã, todavia, encontrara nas perseguições os seus melhores recursos de propaganda e de expansão.
Seus princípios generosos encontravam guarida em todos os corações, seduzindo a consciência de todos os estudiosos de alma livre e sincera. Observa-se lhe a influência no segundo século, em quase todos os departamentos da atividade intelectual, com largos reflexos na legislação e nos costumes. Tertuliano apresenta a sua apologia do Cristianismo, provocando admiração e respeito gerais. Clemente de Alexandria e Orígenes surgem com a sua palavra autorizada, defendendo a filosofia cristã, e com eles levanta-se um verdadeiro exército de vozes que advogam a causa da verdade e da justiça, da redenção e do amor.

O JEJUM E A ORAÇÃO

Os cristãos, contudo, não tiveram de início uma visão do campo de trabalho que se lhes apresentava. Não atinaram que, se o jejum e a oração constituem uma grande virtude na soledade, mais elevada virtude representam quando levados a efeito no torvelinho das paixões desenfreadas, nas lutas regeneradoras, a fim de aproveitar aos que os contemplam. Não compreenderam imediatamente que esses preceitos evangélicos, acima de tudo, significam sacrifício pelo próximo, perseverança no esforço redentor, serenidade no trabalho ativo, que corrige e edifica simultaneamente. Retirando-se para a vida monástica, povoaram os desertos na suposição de que se redimiriam mais rapidamente para o Cordeiro.
Uma ânsia de fugir das cidades populosas fazia então vibrar todos os crentes, originando os erros da idade medieval, quando o homem supunha encontrar nos conventos as antecâmaras do Céu.
O Oriente, com os seus desertos numerosos e os seus lugares sagrados, afigura-se o caminho de todos quantos desejam fugir dos antros das paixões. Só a grande montanha de Nítria chegou a possuir trinta mil anacoretas, exilados do mundo e dos seus prazeres desastrosos.
Entretanto, examinando essa decisão desaconselhável dos primeiros tempos, somos levados a recordar que os cristãos se haviam esquecido de que Jesus não desejava a morte do pecador.

CONSTANTINO

As forças espirituais que acompanhavam e acompanham todos os movimentos do orbe, sob a égide de Jesus, procuram dispor os alicerces de novos acontecimentos, que devem preparar a sociedade romana para o resgate e para a provação.
A invasão dos povos considerados bárbaros é então entrevista.
Uma forte anarquia militar dificulta a solução dos problemas de ordem coletiva, elevando e abatendo imperadores de um dia para outro.
Sentindo a aproximação de grandes sucessos e antevendo a impossibilidade de manter a unidade imperial, Diocleciano organiza a Tetrarquia, ou governo de quatro soberanos, com quatro grandes capitais.
Retirando-se para Salona, exausto da tarefa governativa, ocorre a rebelião militar que aclama Augusto a Constantino, filho de Constâncio Cloro, contrariando as disposições dos dois Césares, sucessores de Diocleciano e Maximiano. A luta se estabelece e Constantino vence Maxêncio às portas de Roma, penetrando a cidade, vitorioso, para ser recebido em triunfo. Junto dele, o Cristianismo ascende à tarefa do Estado, com o edito de Milão.

O PAPADO

Desde a décima perseguição que o Cristianismo era considerado em Roma como doutrina morta, mas os prepostos do Mestre não descansavam, com o nobre fim de fazer valer os seus generosos princípios. A fatalidade histórica reclamava a sua colaboração nos gabinetes da política do mundo e, ainda uma vez, a indigência dos homens não compreendeu a dádiva do plano espiritual, porque, logo depois da vitória, os bispos romanos solicitavam prerrogativas injustas sobre os seus humildes companheiros de episcopado. O mesmo espírito de ambição e de imperialismo, que de longo tempo trabalhava o organismo do Império, dominou igualmente a igreja de Roma, que se arvorou em suserana e censora de todas as demais do planeta. Cooperando com o Estado, faz sentir a força das suas determinações arbitrárias. Trezentos anos lutaram os mensageiros do Cristo, procurando ampará-la no caminho do amor e da humildade, até que a deixaram enveredar pelas estradas da sombra, para o esforço de salvação e de experiência, e, tão logo a abandonaram ao penoso trabalho de aperfeiçoar-se a si mesma, eis que o imperador Focas favorece a criação do Papado, no ano de 607. A decisão imperial faculta aos bispos de Roma prerrogativas e direitos até então jamais justificados. Entronizam-se, mais uma vez, o orgulho e a ambição da cidade dos Césares. Em 610, Focas é chamado ao mundo dos invisíveis, deixando no orbe a consolidação do Papado. Dessa data em diante, ia começar um período de 1260 anos de amarguras e violências para a civilização que se fundava.

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A VERDADE SOBRE A PASCOA (O HOMEM)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

PENSAMENTO DO DIA


Não compreendemos a solidão até que somos obrigados a vivê-la.

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DO DIA

Senhor fazei com que o pão nosso de cada dia seja fruto do melhor que levamos dentro de nós mesmos.

Autor: Paulo Coelho

A CAMINHO DA LUZ - Livro de CHICO XAVIER - Parte 15

CONTINUAÇÃO

XIV
A edificação cristã

OS PRIMEIROS CRISTÃOS

Atingindo um período de nova compreensão concernente aos mais graves problemas da vida, a sociedade da época sentia de perto a insuficiência das escolas filosóficas conhecidas, no propósito de solucionar as suas grandes questões. A ideia de uma justiça mais perfeita
para as classes oprimidas tornara-se assunto obsidente para as massas anônimas e sofredoras.
Em virtude dos seus postulados sublimes de fraternidade, a lição do Cristo representava o asilo de todos os desesperados e de todos os tristes. As multidões dos aflitos pareciam ouvir aquela misericordiosa exortação: - "Vinde a mim, vós todos que sofreis e tendes fome de justiça e eu vos aliviarei" - e da cruz chegava-lhes, ainda, o alento de uma esperança desconhecida.
A recordação dos exemplos do Mestre não se restringia aos povos da Judéia, que lhe ouviram diretamente os ensinos imorredouros.
Numerosos centuriões e cidadãos romanos conheceram pessoalmente os fatos culminantes das pregações do Salvador. Em toda a Ásia Menor, na Grécia, na África e mesmo nas Gálias, como em Roma, falava-se d’Ele, da sua filosofia nova que abraçava todos os infelizes, cheia das claridades sacrossantas do reino de Deus e da sua justiça. Sua doutrina de perdão e de amor trazia nova luz aos corações e os seus seguidores destacavam-se do ambiente corrupto do tempo, pela pureza de costumes e por uma conduta retilínea e exemplar.
A princípio, as autoridades do Império não ligaram maior importância à doutrina nascente, mas os Apóstolos ensinavam que, por Jesus-Cristo, não mais poderia haver diferença entre os livres e os escravos, entre patrícios e plebeus, porque todos eram irmãos, filhos do mesmo Deus. O patriciado não podia ver com bons olhos semelhantes doutrinas. Os cristãos foram acusados de feiticeiros e heréticos, iniciando-se o martirológicos com os primeiros editos de proscrição. O Estado não permitia outras associações independentes, além daquelas consideradas como cooperativas funerárias e, aproveitando essa exceção, os seguidores do Crucificado começaram os famosos movimentos das catacumbas.

A PROPAGAÇÃO DO CRISTIANISMO

Na Judéia cresce, então, o número dos prosélitos da nova crença. O hino de esperanças da manjedoura e do calvário espalha nas almas um suave e eterno perfume. É assim que os Apóstolos, cuja tarefa o Cristo abençoara com a sua misericórdia, espalham as claridades da Boa Nova por toda a parte, repartindo o pão milagroso da fé com todos os famintos do coração.
A doutrina do Crucificado propaga-se com a rapidez do relâmpago.
Fala-se dela, tanto em Roma como nas Gálias e no norte da África.
Surgem os advogados e os detratores. Os prosélitos mais eminentes buscam doutrinar, disseminando as idéias e interpretações. As primeiras igrejas surgem ao pé de cada Apóstolo, ou de cada discípulo mais destacado e estudioso.
A centralização e a unidade do Império Romano facilitaram o deslocamento dos novos missionários, que podiam levar a palavra de fé ao mais obscuro recanto do globo, sem as exigências e os obstáculos das fronteiras.
Doutrina alguma alcançara no mundo semelhante posição, em face da preferência das massas. É que o Divino Mestre selara com exemplos as palavras de suas lições imorredouras.
Maior revolucionário de todas as épocas, não empunhou outra arma além daquelas que significam amor e tolerância, educação e aclaramento. Condenou todas as hipocrisias, insurgiu-se contra todas as violências oficializadas, ensinando simultaneamente aos discípulos o amor incondicional à ordem, ao trabalho e à paz construtiva. É por essa razão que os Evangelhos constituem o livro da Humanidade, por excelência. Sua simplicidade e singeleza transparecem na tradução de todas as línguas da Terra, prendendo a alma dos homens entre as luzes do Céu, ao encanto suave de suas narrativas.

A REDAÇÃO DOS TEXTOS DEFINITIVOS

Nesse tempo, quando a guerra formidável da critica procurava minar o edifício imortal da nova doutrina, os mensageiros do Cristo presidem à redação dos textos definitivos, com vistas ao futuro, não somente junto aos Apóstolos e seus discípulos, mas igualmente junto aos núcleos das tradições. Os cristãos mais destacados trocam, entre si, cartas de alto valor doutrinário para as diversas igrejas. São mensagens de fraternidade e de amor, que a posteridade muita vez não pôde ou não quis compreender.
Muitas escolas literárias se formaram nos últimos séculos, dentro da crítica histórica, para o estudo e elucidação desses documentos. A palavra "apócrifo" generalizou-se como o espantalho de todo o mundo. Histórias numerosas foram escritas. Hipóteses incontáveis foram aventadas, mas os sábios materialistas, no estudo das idéias religiosas, não puderam sentir que a intuição está acima da razão e, ainda uma vez, falharam, em sua maioria, na exposição dos princípios e na apresentação das grandes figuras do Cristianismo.
A grandeza da doutrina não reside na circunstância de o Evangelho ser de Marcos ou de Mateus, de Lucas ou de João; está na beleza imortal que se irradia de suas lições divinas, atravessando as idades e atraindo os corações. Não há vantagem nas longas discussões quanto à autenticidade de uma carta de Inácio de Antioquia ou de Paulo de Tarso, quando o raciocínio absoluto não possui elementos para a prova concludente e necessária. A opinião geral rodopiará em torno do crítico mais eminente, segundo as convenções. Todavia, a autoridade literária não poderá apresentar a equação matemática do assunto. É que, portas a dentro do coração, só a essência deve prevalecer para as almas e, em se tratando das conquistas sublimadas da fé, a intuição tem de marchar à frente da razão, preludiando generosos e definitivos conhecimentos.

A MISSÃO DE PAULO

No trabalho de redação dos Evangelhos, que constituem, sem dúvida, o portentoso alicerce do Cristianismo, verificavam-se, nessa época, algumas dificuldades para que se lhes desse o precioso caráter universalista.
Todos os Apóstolos do Mestre haviam saído do teatro humilde de seus gloriosos ensinamentos; mas, se esses pescadores valorosos eram elevados Espíritos em missão, precisamos considerar que eles estavam muito longe da situação de espiritualidade do Mestre, sofrendo as influências do meio a que foram conduzidos. Tão logo se verificou o regresso do Cordeiro às regiões da Luz, a comunidade cristã, de modo geral, começou a sofrer a influência do judaísmo, e quase todos os núcleos organizados, da doutrina, pretenderam guardar feição aristocrática, em face das novas igrejas e associações que se fundavam nos mais diversos pontos do mundo.
É então que Jesus resolve chamar o espírito luminoso e enérgico de Paulo de Tarso ao exercício do seu ministério. Essa deliberação foi um acontecimento dos mais significativos na história do Cristianismo. As
ações e as epístolas de Paulo tornam-se poderoso elemento de universalização da nova doutrina. De cidade em cidade, de igreja em igreja, o convertido de Damasco, com o seu enorme prestígio, fala do Mestre, inflamando os corações. A princípio, estabelece-se entre ele e os demais Apóstolos uma penosa situação de incompreensibilidade, mas sua influência providencial teve por fim evitar uma aristocracia injustificável dentro da comunidade cristã, nos seus tempos inesquecíveis de simplicidade e pureza.

O APOCALIPSE DE JOÃO

Alguns anos antes de terminar o primeiro século, após o advento da nova doutrina, já as forças espirituais operam uma análise da situação amargurosa do mundo, em face do porvir.
Sob a égide de Jesus, estabelecem novas linhas de progresso para a civilização, assinalando os traços iniciais dos países europeus dos tempos modernos. Roma já não representa, então, para o plano invisível, senão um foco infeccioso que é preciso neutralizar ou remover. Todas as dádivas do Alto haviam sido desprezadas pela cidade imperial, transformada num Vesúvio de paixões e de esgotamentos.
O Divino Mestre chama aos Espaços o Espírito João, que ainda se encontrava preso nos liames da Terra, e o Apóstolo, atônito e aflito, lê a linguagem simbólica do invisível.
Recomenda-lhe o Senhor que entregue os seus conhecimentos ao planeta como advertência a todas as nações e a todos os povos da Terra, e o velho Apóstolo de Patmos transmite aos seus discípulos as advertências extraordinárias do Apocalipse.
Todos os fatos posteriores à existência de João estão ali previstos.
É verdade que frequentemente a descrição apostólica penetra o terreno mais obscuro; vê-se que a sua expressão humana não pôde copiar fielmente a expressão divina das suas visões de palpitante interesse para a história da Humanidade. As guerras, as nações futuras, os tormentos porvindouros, o comercialismo, as lutas ideológicas da civilização ocidental, estão ali pormenorizadamente entrevistos. E a figura mais dolorosa, ali relacionada, que ainda hoje se oferece à visão do mundo moderno, é bem aquela da igreja transviada de Roma, simbolizada na besta vestida de púrpura e embriagada com o sangue dos santos.

IDENTIFICAÇÃO DA BESTA APOCALÍPTICA

Reza o Apocalipse que a besta poderia dizer grandezas e blasfêmias por 42 meses, acrescentando que o seu número era o 666 (Apoc. XIII, 5 e 18). Examinando-se a importância dos símbolos naquela época e seguindo o rumo certo das interpretações, podemos tomar cada mês como sendo de 30 anos, em vez de 30 dias, obtendo, desse modo, um período de 1260 anos comuns, justamente o período compreendido entre 610 e 1870, da nossa era, quando o Papado se consolidava, após o seu surgimento, com o imperador Focas, em 607, e o decreto da infalibilidade papal com Pio IX, em 1870, que assinalou a decadência e a ausência de autoridade do Vaticano, em face da evolução científica, filosófica e religiosa da Humanidade.
Quanto ao número 666, sem nos referirmos às interpretações com os números gregos, em seus valores, devemos recorrer aos algarismos romanos, em sua significação, por serem mais divulgados e conhecidos, explicando que é o Sumo-Pontífice da igreja romana quem usa os títulos de "VICARIVS GENERALIS DEI IN TERRIS", "VICARIVS FILII DEI" e "DVX CLERI" que significam "Vigário-Geral de Deus na Terra", "Vigário do Filho de Deus" e "Príncipe do Clero". Bastará ao estudioso um pequeno jogo de paciência, somando os algarismos romanos encontrados em cada titulo papal a fim de encontrar a mesma equação de 666, em cada um deles.
Vê-se, pois, que o Apocalipse de João tem singular importância para os destinos da Humanidade terrestre.

O ROTEIRO DE LUZ E DE AMOR

Mas, voltemos aos nossos propósitos, cumprindo-nos reconhecer nos Evangelhos uma luz maravilhosa e divina, que o escoar incessante dos séculos só tem podido avivar e reacender. É que eles guardam a súmula de todos os compêndios de paz e de verdade para a vida dos homens, constituindo o roteiro de luz e de amor, através do qual todas as almas podem ascender às luminosas montanhas da sabedoria dos Céus.

CONTINUA AMANHÃ

QUARESMA TEMPO DE AMAR

terça-feira, 3 de abril de 2012

PENSAMENTO DO DIA

A tristeza pode sobrevoar nossas cabeças mas nunca a deixe fazer ninhos.

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA

A superstição é a religião dos fracos.

Autor: Edmund Burke

A CAMINHO DA LUZ - Livro de CHICO XAVIER - Parte 14

XIII
O Império Romano e seus desvios

OS DESVIOS ROMANOS

Reportando-nos ainda às conquistas romanas, antes da chegada do Senhor para as primeiras florações do Cristianismo, devemos lembrar o esforço despendido pelas entidades espirituais, junto das autoridades organizadoras e conservadoras da República, no sentido de orientar-se a atividade geral para um grande movimento de fraternidade e de união de todos os povos do planeta.
Os pensadores que hoje sonham a criação dos Estados Unidos do Mundo, sem os movimentos odiosos das guerras fratricidas, podem sondar os desígnios do plano invisível naquela época. A Grécia havia perscrutado, na medida do possível, todos os problemas transcendentes da vida. Nas suas lutas expiatórias, transferira as suas experiências e conhecimentos para a família romana, então apta para as grandes tarefas do Estado. À força de educação e de amor, poderia esta última unificar as bandeiras do orbe, criando um novo roteiro à evolução coletiva e estabelecendo as linhas paralelas do progresso físico e moral da Humanidade terrestre. Todos os esforços foram despendidos, nesse particular, pelos emissários do plano invisível, e a prova desse grandioso projeto de trabalho unitário é que a obra do Império Romano foi das mais primorosas, em matéria educativa, com vistas à organização das nacionalidades modernas. O próprio instinto
democrático da Inglaterra e da França, bem como as suas elevadas obras de socialização, ainda representam frutos da missão educativa do Império, no seio da Humanidade.
O caminho dos romanos ficou juncado de sementes e de luzes para o porvir
A realidade, contudo, é que, se os mensageiros do Cristo conseguiram a realização de muitos planos generosos, no seio da comunidade de então, não podiam interferir na liberdade isolada da grande maioria dos seus membros.

OS ABUSOS DA AUTORIDADE E DO PODER

Em breve, os abusos da autoridade e do poder embriagavam a
cidade valorosa. Toda a sede do governo parecia invadida por uma avalancha de forças perversoras, das mais baixas esferas dos planos invisíveis.
A família romana, cujo esplendor espiritual conseguiu atravessar todas as eras, iluminando os agrupamentos da atualidade, parecia atormentada pelos mais tenazes inimigos ocultos, que, aos poucos, lhe minaram as bases mais sólidas, mergulhando-a na corrupção e no extermínio de si mesma, dada a ausência de vigilância de suas sentinelas mais avançadas. Denso nevoeiro obscurecia todas as consciências, e a sociedade alegre e honesta, rica de sentimentos enobrecedores, foi pasto de crimes humilhantes, de tragédias lúgubres e miserandos assassínios.
As classes abastadas aproveitavam a pletora de poder instalando-se no carro da opressão, que deixava atrás de si um rastro fumegante de revolta e de sangue. Os Gracos, filhos da veneranda Cornélia, são quase que os derradeiros traços de uma época caracterizada pela administração enérgica, mas equânime, cheia de honestidade, de sabedoria e de justiça.

OS CHEFES DE ROMA

Depois de Caio, assassinado no Aventino, embora se fizesse supor um suicídio, instala-se definitivamente um regime de quase completa dissolução das grandes conquistas morais realizadas.
Sobe Mário ao poder, depois das vitórias contra Jugurta e contra os germanos, que havia, por sua vez, invadido o território das Gálias. Mas os antagonismos sociais levam Sua ao poder, travando-se lutas cruentas, como vésperas escuras de sangrentas derrocadas Em seguida, surgem Pompeu e a revolução de Catilina, muito conseguindo a prudência de Cícero em favor da segurança da cidade Verifica-se, logo após, o primeiro triunvirato com a política maneirosa de Caio Júlio César, que se alia a Pompeu e a Crasso para as supremas obrigações do governo.
As citações históricas, todavia, desviariam os objetivos do nosso esforço. Nossa intenção é mostrar que o determinismo do mundo espiritual era o do amor, da solidariedade e do bem, mas os próprios homens, na esfera relativa de suas liberdades, modificaram esse determinismo superior, no curso incessante da civilização.
Os generais romanos podiam conquistar a ferro e fogo, desviando-se dos objetivos mais sagrados dos seus deveres e obrigações, levando aos outros povos, pela força das armas, os liames que somente deveriam utilizar com a sua cultura e experiência da vida; mas seus atos originaram os mais amargos frutos de provação e sofrimento para a Humanidade
terrestre, e é por isso que, em sua quase totalidade, entraram no plano espiritual seguidos de perto pelas suas numerosas vítimas, entre as vozes desesperadas das mais acerbas acusações. Muitos deles, decorridos decênios infindáveis de martírios expiatórios, podiam ser vistos sem as suas armaduras elegantes, arrastando-se como vermes ao longo das margens do Tibre, ou estendendo as mãos asquerosas, como mendigos detestados do Esquilino.

O SÉCULO DE AUGUSTO

Terminados os triunviratos, eis que ia cumprir-se a missão do Cristo, depois de instalados os primeiros Césares do Império Romano.
A aproximação e a presença consoladora do Divino Mestre no mundo era motivo para que todos os corações experimentassem uma vida nova, ainda que ignorassem a fonte divina daquelas vibrações confortadoras. Em vista disso, o governo de Augusto decorreu em grande tranquilidade para Roma e para o resto das sociedades organizadas do planeta. Realizam-se gigantescos esforços edificadores ou reconstrutivos.
Belos monumentos são erigidos. O espírito artístico e filantrópico de Atenas revive na pessoa de Mecenas, confidente do imperador, cuja generosidade dispensa a mais carinhosa atenção às inteligências estudiosas e superiores da época, quais Horácio e Vergílio, que assinalam, junto de outras nobres expressões intelectuais do tempo, a passagem do chamado "século de Augusto", com as suas obras numerosas.

TRANSIÇÃO DE UMA ÉPOCA

Depois de Augusto, aparece à barra da História a personalidade disfarçada e cruel de Tibério, seu filho adotivo, que vê terminar a era de paz, de trabalho e concórdia, com o regresso do Cordeiro às regiões sublimadas da Luz.
É nesse reinado que a Judéia leva a efeito a tragédia do Gólgota, realizando sinistramente as mais remotas profecias.
Não obstante o seu compassivo e desvelado amor, o Divino Mestre é submetido aos martírios da cruz, por imposição do judaísmo, que lhe não compreendeu o amor e a humildade. Roma colabora no doloroso acontecimento com a indiferença fria de Pôncio Pilatos, retornando aos seus festins e aos seus prazeres, como se desconhecesse as finalidades mais nobres da vida.
Seguindo a mesma estrada escura de Tibério, Calígula inaugura um período longo de sombras, de massacres e de incêndios, de devastação e de sangue.

PROVAÇÕES COLETIVAS DOS JUDEUS E DOS ROMANOS

Os seguidores humildes do Nazareno iniciam, nas regiões da
Palestina, as suas predicações e ensinamentos. Raros apóstolos sabiam da missão sublimada daquela doutrina sacrossanta, que mandava fazer o bem pelo mal e instituía o perdão aos próprios inimigos. De perto, seguem-lhes a atividade os emissários solícitos do Senhor, preparando os caminhos da revolução ideológica do Evangelho. Esses mensageiros do Alto iniciam, igualmente e de modo indireto, o esforço de auxílio ao Império nas suas dolorosas provações coletivas.
Um perfeito trabalho de seleção se verifica no ambiente espiritual das coletividades romanas. Chovem inspirações do Alto preludiando as dores de Jerusalém e as amarguras da cidade imperial. Vaticínios sinistros pesam sobre todos os espíritos rebeldes e culpados, e a verdade é que, depois do cerco de Jerusalém, quando Tito destruiu a cidade, arrasando-lhe o Templo famoso e dispersando para sempre os israelitas, viu o orgulhoso vencedor mudar-se o curso das dores para a
sociedade do Império, atormentada pelas tempestades de fogo e cinza que arrasaram Estábias, Herculânum e Pompéia, destruindo milhares de vidas florescentes e desequilibrando a existência romana para sempre.

FIM DA VAIDADE HUMANA

O Império Romano, que poderia ter levado a efeito a fundação de um único Estado na superfície do mundo, em virtude da maravilhosa unidade a que chegou e mercê do esforço e da proteção do Alto, desapareceu num mar de ruínas, depois das suas guerras, desvios e circos cheios de feras e gladiadores.
O imenso organismo apodreceu nas chagas que lhe abriram a
incúria e a impiedade dos próprios filhos e, quando não foi mais possível o paliativo da misericórdia dos espíritos abnegados e compassivos, dada a galvanização dos sentimentos gerais na mesa larga dos excessos e prazeres terrestres, a dor foi chamada a restabelecer o fundamento da
verdade nas almas.
Da orgulhosa cidade dos imperadores não restaram senão pedras sobre pedras. Sob o látego da expiação e do sofrimento, os Espíritos culpados trocaram a sua indumentária para a evolução e para o resgate no cenário infinito da vida, e, enquanto muitos deles ainda choram nos padecimentos redentores, gemem sobre as ruínas do Coliseu de Vespasiano os ventos tristes e lamentosos da noite.

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