sábado, 28 de abril de 2012

PENSAMENTO DO DIA


Quando amares alguém e esse amor for impossível, lute, pois só quem ama pode vencer. 

 Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA



Quem espera por sapatos de defunto toda vida anda descalço.
 

OS MENSAGEIROS - LIVRO DE CHICO XAVIER - CAPÍTULO 8 - O DESASTRE DE ACELINO

CONTINUAÇÃO 

 8
 O DESASTRE DE ACELINO

 Ia dirigir-me a Otávio novamente, quando alguém se aproximou e falou ao ex-médium, com voz forte: 
– Não chore, meu caro. Você não está desamparado. 
Além disso, pode contar com o devotamento materno. 
Vivo em piores condições, mas não me faltam esperanças. 
Sem dúvida, estamos em bancarrota espiritual; no entanto, é razoável aguardarmos, confiantes, novo empréstimo de oportunidades do Tesouro Divino. 
Deus não está pobre. 
Voltei-me surpreendido e não reconheci o recém-chegado. 
Dona Isaura fez o obséquio das apresentações. Estávamos diante de Acelino, que partilhara a mesma experiência. 
Fitando-o, triste, Otávio sorriu e advertiu: 
– Não sou um criminoso para o mundo, mas sou um falido para Deus e para “Nosso Lar -Sejamos, porém, lógicos – revidou Acelino, parecendo mais encorajado –, você perdeu a partida porque não jogou, e eu a perdi jogando desastradamente. Tive onze anos de tormento nas zonas inferiores. Sua situação não reclamou esse drástico. Mesmo assim, confio na Providência. Nesse instante, interveio Vicente, acrescentando:
– Cada um de nós tem a experiência que lhe é própria. Nem todos ganham nas provas terrestres. E voltando-se de modo especial, para mim, aduziu:  
– Quantos de nós, os médicos, perdemos lamentavelmente na luta? 
Depois de concordar, trazendo à baila o meu próprio caso, objetei: – Seria, porém, muitíssimo interessante conhecer a experiência de Acelino. Teria sofrido o mesmo acidente de Otávio? Creio de grande aproveitamento penetrar essas lições. No mundo, não compreendia bem o que fossem tarefas espirituais, mas aqui a nossa visão se modifica. Há que cogitar do nosso futuro eterno. 
Acelino sorriu e obtemperou: – Minha história é muito diferente. A queda que experimentei apresenta características diversas e, a meu ver, muito mais graves. E, atendendo-nos a expectativa, prosseguiu, narrando: – “Também parti de “Nosso Lar”, no século findo, após receber valioso patrimônio instrutivo dos nossos assessores. Segui enriquecido de bênçãos. Uma de nossas beneméritas Ministras da Comunicação presidiu, em pessoa, as medidas atinentes à minha nova tarefa. Não faltaram providências para que me felicitassem a saúde do corpo e o equilíbrio da mente. Após formular grandes promessas aos nossos maiores, parti para uma das grandes cidades brasileiras, em serviço de nossa colônia. O casamento estava em meu roteiro de realizações. Ruth, minha devotada companheira, incumbir-se-ia de colaborar comigo para melhor desempenho das tarefas. “Cumprida a primeira parte do programa, aos vinte anos de idade fui chamado à tarefa mediúnica, recebendo enorme amparo dos benfeitores invisíveis. Recordo ainda a sincera satisfação dos companheiros do grupo doutrinário. A vidência, a audição e a psicografia, que o Senhor me concedera, por misericórdia, constituíam decisivos fatores de êxito em nossas atividades. A alegria de todos era inexcedível. Entretanto, apesar das lições maravilhosas de amor evangélico, inclinei-me a transformar minhas faculdades em fonte de renda material. Não me dispus a esperar pelos abundantes recursos que o Senhor me enviaria mais tarde, após meus testemunhos no trabalho, e provoquei, eu mesmo, a solução dos problemas lucrativos. Não era meu serviço igual a outros? Não recebiam os sacerdotes católicos-romanos a remuneração de trabalhos espirituais e religiosos? Se todos pagávamos por serviços ao corpo, que razões haveria para fugir ao pagamento por serviços à alma? Amigos, inscientes do caráter sagrado da fé, aprovavam-me as conclusões egoísticas. Admitíamos que, no fundo, o trabalho essencial era dos desencarnados, mas também havia colaboração minha, pessoal, como intermediário, pelo que devia ser justa a retribuição. “Debalde, movimentaram-se os amigos espirituais aconselhando-me o melhor caminho. Em vão, companheiros encarnados chamavam-me a esclarecimento oportuno. Agarrei-me ao interesse inferior e fixei meu ponto de vista. Ficaria definitivamente por conta dos consulentes. Arbitrei o preço das consultas, com bonificações especiais aos pobres e desvalidos da sorte, e meu consultório encheu-se de gente. “Interesse enorme foi despertado entre os que desejavam melhoras físicas e solução de negócios materiais. Grande número de famílias abastadas tomou-me por consultor habitual, para todos os problemas da vida. As lições de espiritualidade superior, a confraternização amiga, o serviço redentor do Evangelho e as preleções dos emissários divinos ficaram à distância. Não mais a escola da virtude, do amor fraternal, da edificação superior, e sim a concorrência comercial, as ligações humanas legais ou criminosas, os caprichos apaixonados, os casos de policia e todo um cortejo de misérias da Humanidade, em suas experiências menos dignas. “Transformara-se completamente a paisagem espiritual que me rodeava. À força de me cercar de pessoas criminosas, por   questões de ganho sistemático, as baixas correntes mentais dos inquietos clientes encarceraram-me em sombria cadeia psíquica. Cheguei ao crime de zombar do Evangelho de Nosso Senhor Jesus, esquecido de que os negócios delituosos dos homens de consciência viciada contam igualmente com entidades perniciosas, que se interessam por eles nos planos invisíveis. E transformei a mediunidade em fonte de palpites materiais e baixos avisos.” Nesse momento, os olhos do narrador cobriram-se de súbita vermelhidão, estampando-se-lhe fundo horror nas pupilas, como se estivesse revivendo atrozes dilacerações. – Mas a morte chegou, meus amigos, e arrancou-me a fantasia – prosseguiu mais grave –. Desde o instante da grande transição, a ronda escura dos consulentes criminosos, que me haviam precedido no túmulo, rodeou-me a reclamar palpites e orientações de natureza inferior. Queriam noticias de cúmplices encarnados, de resultados comerciais, de soluções atinentes a ligações clandestinas. Gritei, chorei, implorei, mas estava algemado a eles por sinistros elos mentais, em virtude da imprevidência na defesa do meu próprio patrimônio espiritual. Durante onze anos consecutivos, expiei a falta, entre eles, entre o remorso e a amargura. Acelino calou-se, parecendo mais comovido, em vista das lágrimas abundantes. Fundamente sensibilizado, Vicente considerou: 
– Que é isso? Não se atormente assim. Você não cometeu assassínios, nem alimentou a intenção deliberada de espalhar o mal. A meu ver, você enganou-se também, como tantos de nós. Acelino, porém, enxugou o pranto e respondeu: – Não fui homicida nem ladrão vulgar, não mantive o propósito intimo de ferir ninguém, nem desrespeitei alheios lares, mas, indo aos círculos carnais para servir às criaturas de Deus, nossos irmãos, auxiliando-os no crescimento espiritual com Jesus, apenas fiz viciados da crença religiosa e delinqüentes ocultos, mutilados da fé e aleijados do pensamento. Não tenho desculpas, porque estava esclarecido; não tenho perdão, porque não me faltou assistência divina. E, depois de longa pausa, concluiu gravemente: 
– Podem avaliar a extensão da minha culpa? 

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AMARARAS SERVINDO - CHICO XAVIER

sexta-feira, 27 de abril de 2012

PENSAMENTO DO DIA

Muitos se preocupam com o que os outros dizem a seu respeito, poucos com sua consciência.

 Autor: Desconhecido

MENSAGEM DO DIA

Sempre há alguém para dizer: agora que você começou, vá até o final. Cabe a você saber aceitar a sabedoria deste conselho.

. Autor: Paulo Coelho

OS MENSAGEIROS - LIVRO DE CHICO XAVIER - CAPÍTULO 7 - A QUEDA DE OTAVIO

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A queda de Otávio

 A ausência de Aniceto deu ensejo a palestras interessantes. Formaram-se grupos de conversação amiga. Impressionado com as senhoras que haviam solicitado providências para Otávio, pedi a Vicente me apresentasse a elas, não que me movesse curiosidade menos digna, mas desejo de alcançar novos valores educativos sobre a tarefa mediúnica, que a palavra de Telésforo me fizera sentir em tons diferentes. O amigo atendeu de boamente. Em breves momentos, não me achava tão só à frente das irmãs Isaura e Isabel, mas do próprio Otávio, um pálido senhor que aparentava quarenta anos. – Também sou principiante aqui – expliquei – e minha condição é a do médico falido nos deveres que o Senhor lhe confiou. Otávio sorriu e respondeu: – Possivelmente, o meu amigo terá a seu favor o fato de haver ignorado as verdades eternas, no mundo. O mesmo não ocorre comigo, ai de mim! Não desconhecia o roteiro certo, que o Pai me designava para as lutas na Terra. Não possuía títulos oficializados de competência; entretanto, dispunha de considerável cultura evangélica, coisa que, para a vida eterna, é de maior importância que a cultura intelectual, simplesmente considerada. Tive amigos generosos do plano superior, que se faziam visíveis aos meus olhos, recebi mensagens repletas de amor e sabedoria e, no entanto, cai mesmo assim, obedecendo à imprevidência e à vaidade. As observações de Otávio impressionavam-me vivamente. Quando no mundo, eu não tivera contacto especial com as escolas Francisco Cândido Xavier - Os Mensageiros - pelo Espírito André Luiz 39 espiritistas e experimentava certa dificuldade para compreender tudo quanto ele desejava dizer. – Ignorava a extensão das responsabilidades mediúnicas – respondi. – As tarefas espirituais – tornou o interlocutor, algo acabrunhado – ocupam-se de interesses eternos e daí a enormidade de minha falta. Os mordomos de bens da alma estão investidos de responsabilidades pesadíssimas. Os estudiosos, os crentes, os simpatizantes, no campo da fé, podem alegar ignorância e inibição; todavia, os sacerdotes não têm desculpa. É o mesmo que se verifica na tarefa mediúnica. Os aprendizes ou beneficiários, nos templos da Revelação nova, podem referir-se a determinados impedimentos; mas o missionário é obrigado a caminhar com um patrimônio de certezas tais, que coisa alguma o exonera das culpas adquiridas. – Mas, meu amigo – perguntei, assaz impressionado –, que teria motivado seu martírio moral? Noto-o tão consciente de si mesmo, tão superiormente informado sobre as leis da vida, que me custa acreditar se encontre necessitado de novas experiências nesse capítulo... Ambas as senhoras presentes mostraram estranho brilho no olhar, enquanto Otávio respondia: – Relatarei minha queda. Verá como perdi maravilhosa oportunidade de elevação. E, após mais longa pausa, continuou, gravemente: – “Depois de contrair dividas enormes na esfera carnal, noutro tempo, vim bater às portas de “Nosso Lar”, sendo atendido por irmãos dedicados, que se revelaram incansáveis para comigo. Preparei-me, então, durante trinta anos consecutivos, para voltar à Terra em tarefa mediúnica, desejoso de saldar minhas contas e elevar-me alguma coisa. Não faltaram lições verdadeiramente Francisco Cândido Xavier - Os Mensageiros - pelo Espírito André Luiz 40 sublimes, nem estímulos santos ao meu coração imperfeito. O Ministério da Comunicação favoreceu-me com todas as facilidades e, sobretudo, seis entidades amigas movimentaram os maiores recursos em benefício do meu êxito. Técnicos do Auxílio acompanharam- me à Terra, nas vésperas do meu renascimento, entregando- me um corpo físico rigorosamente sadio. Segundo a magnanimidade dos meus benfeitores daqui, ser-me-ia concedido certo trabalho de relevo, na esfera de consolação às criaturas. Permaneceria junto das falanges de colaboradores encarregados do Brasil, animando-lhes os esforços o atendendo a irmãos outros, ignorantes, perturbados ou infelizes. O matrimônio não deveria entrar na linha de minhas cogitações, não que o casamento possa colidir com o exercício da mediunidade, mas porque meu caso particular assim o exigia. “Nada obstante, solteiro, deveria receber, aos vinte anos, os seis amigos que muito trabalharam por mim, em “Nosso Lar”, os quais chegariam ao meu círculo como órfãos. Meu débito para com essas entidades tornou-se muito grande e a providência não só constituiria agradável resgate para mim, como também garantia de triunfo pelo serviço de assistência a elas, o que me preservaria o coração de leviandades e vacilações, porquanto o ganha-pão laborioso me compeliria a não aceder a sugestões inferiores nos domínios do sexo e das ambições incontidas. Ficou também assentado que minhas atividades novas começariam com muitos sacrifícios, para que o possível carinho de outrem não amolecesse a minha fibra de realização, e para que se não escravizasse minha tarefa a situações caprichosas do mundo, distantes dos desígnios de Jesus, e, sobretudo, para que fosse mantida a impessoalidade do serviço. Mais tarde, então, com o correr dos anos de edificação, me enviariam de “Nosso Lar” socorros materiais, cada vez maiores, à medida que fosse testemunhando renúncia de mim mesmo, desprendimento das posses efêmeras, desinteresse pela Francisco Cândido Xavier - Os Mensageiros - pelo Espírito André Luiz 41 remuneração dos sentidos, de maneira a intensificar, progressivamente, a semeadura de amor confiada às minhas mãos. “Tudo combinado, voltei, não só prometendo fidelidade aos meus instrutores, como também hipotecando a certeza do meu devotamento às seis entidades amigas, a quem muito devo até agora.” Otávio, nesse momento, fez uma pausa mais longa, suspirou fundamente, e prosseguiu: – “Mas, ai de mim, que olvidei todos os compromissos! Os benfeitores de “Nosso Lar” localizaram-me ao lado de verdadeira serva de Jesus. Minha mãe era espiritista cristã desde moça, não obstante as tendências materialistas de meu pai, que era, todavia, um homem de bem. “Aos treze anos fiquei órfão de mãe e, aos quinze, começaram para mim os primeiros chamados da esfera superior. Por essa ocasião, meu pai contraiu segundas núpcias e, apesar da bondade e cooperação que a madrasta me oferecia, eu me colocava num plano de falsa superioridade, a respeito dela. Em vão, minha genitora endereçou, do invisível, apelos sagrados ao meu coração. Eu vivia revoltado, entre queixas e lamentações descabidas. “Meus parentes conduziram-me a um grupo espiritista de excelente orientação evangélica, onde minhas faculdades poderiam ser postas a serviço dos necessitados e sofredores; entretanto, faltavam-me qualidades de trabalhador e companheiro fiel. Minha negação em matéria de confiança nos orientadores espirituais e acentuado pendor para a crítica dos atos alheios compeliam-me a desagradável estacionamento. “Os beneméritos amigos do invisível estimulavam-me ao serviço, mas eu duvidava deles com a minha vaidade doentia. E como prosseguissem os apelos sagrados, por mim interpretados como alucinações, procurei um médico que me aconselhou expeFrancisco Cândido Xavier - Os Mensageiros - pelo Espírito André Luiz 42 riências sexuais. Completara, então, dezenove anos e entregueime desenfreadamente ao abuso de faculdades sublimes. Desejava conciliar, à força, o prazer delituoso e o dever espiritual, alheando- me, cada vez mais, dos ensinos evangélicos que os amigos da esfera superior nos ministravam. “Tinha pouco mais de vinte anos, quando meu pai foi arrebatado pela morte. Com a triste ocorrência, ficavam na orfandade seis crianças desfavorecidas, porquanto minha madrasta, ao se consorciar com meu genitor, lhe trouxera para a tutela três pequeninos. Em vão implorou-me socorro a pobre viúva. Nunca me dignei aceitar os encargos redentores que me estavam destinados. “Após dois anos de segunda viuvez, minha desventurada madrasta foi recolhida a um leprosário. Afastei-me, então, dos pequenos órfãos, tomado de horror. Abandonei-os definitivamente, sem refletir que lançava meus credores generosos, de “Nosso Lar”, a destino incerto. Em seguida, dando largas à ociosidade, cometi uma ação menos digna e fui obrigado a casar-me pela violência. Mesmo assim, porém, persistiam os chamados do invisível, revelando-me a inesgotável misericórdia do Altíssimo. Contudo, à medida que olvidava meus deveres, toda tentativa de realização espiritual figurava-se-me mais difícil. E continuou a tragédia que inventei para meu próprio tormento. “A esposa a que me ligara, tão somente por apetites inconfessáveis, era criatura muito inferior à minha condição espiritual e atraiu uma entidade monstruosa, em ligação com ela, para tomar o papel de meu filho. Releguei à rua seis carinhosas crianças, cuja convivência concorreria decisivamente para minha segurança moral, mas a companheira e o filho, ao que me pareceu, incumbiram- se da vingança. Atormentaram-me ambos, até ao fim da existência, quando para aqui regressei, mal tendo completado quarenta anos, roído pela sífilis, pelo álcool e pelos desgostos, Francisco Cândido Xavier - Os Mensageiros - pelo Espírito André Luiz 43 sem nada haver feito para meu futuro eterno... Sem construir coisa alguma no terreno do bem...” Enxugou os olhos tímidos e concluiu: – Como vê, realizei todos os meus condenáveis desejos, menos os desejos de Deus. Foi por isso que fali, agravando antigos débitos... Nesse instante, calou-se como se alguma coisa invisível lhe constringisse a garganta. Abracei-o com simpatia fraternal, ansioso de proporcionarlhe estimulo ao coração, mas Dona Isaura aproximou-se mais, acariciou-lhe a fronte e falou: – Não chores, filho! Jesus não nos falta com a bênção do tempo. Tem calma e coragem... E identificando-lhe o carinho, meditei na Bondade Divina, que faz ecoar o cântico sublime do amor de mãe, mesmo nas regiões de além-morte.

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MENSAGEM MEDIUNICA DE ESPIRITO DE LUZ -( CHICO XAVIER?) - PARTE 2

quinta-feira, 26 de abril de 2012

PENSAMENTO DO DIA


Os nossos conhecidos podem encher as províncias, mas nossos verdadeiros amigos são poucos. 

 Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA


Você precisa SER para TER e não ter para ser.

 Autor: Desconhecido

OS MENSAGEIROS - LIVRO DE CHICO XAVIER - CAPITULO 6 - ADVERTÊNCIA PROFUNDAS

 CONTINUAÇÃO

 ADVERTÊNCIAS PROFUNDAS

 – “Irmãos nossos – prosseguiu Telésforo, sob o calor de sagrada inspiração –, fazem-se ouvir na Terra gritos comovedor e de sofrimento”. Necessitamos de servidores que desejem integrar-se na escola evangélica da renúncia. “Desde as primeiras tarefas do Espiritismo renovador, “Nosso Lar” tem enviado diversas turmas ao trabalho de disseminação de valores educativos”. Centenas de companheiros partem daqui anualmente, aliando necessidades de resgate ao serviço redentor; mas ainda não conseguimos os resultados desejáveis. Alguns alcançaram resultados parciais nas tarefas a desenvolver, mas a maioria tem fracassado ruidosamente. Nossos institutos de socorro debalde movimentam medidas de assistência indispensável. Raríssimos conquistam algum êxito nos delicados misteres da mediunidade e da doutrinação. “Outras colônias de nossa esfera providenciam tarefas da mesma natureza, mas pouquíssimos são os que se lembram das realidades eternas, no “outro lado do véu”... A ignorância domina a maioria das consciências encarnadas. E a ignorância é mãe das misérias, das fraquezas, dos crimes. Grandes instrutores, nos fluidos da carne, amedrontam-se por sua vez, diante dos atritos humanos, e se recolhem, indevidamente, na concepção que lhes é própria. Esquecem-se de que Jesus não esperou que os homens lhe atingissem as glórias magnificentes e que, ao invés, desceu até ao plano dos homens para amar, ensinar e servir. Não exigiu que as criaturas se fizessem imediatamente iguais a Ele, mas fez-se como os homens, para ajudá-los na subida áspera.” E, com profundo brilho no olhar, Telésforo acentuou, depois de pequeno Intervalo: – “Se o Mestre Divino adotou essa norma, que dizer das nossas obrigações de criaturas falidas”? “Abstraindo-nos das necessidades imensas de outros grupos, procuremos identificar as falhas existentes naqueles que nos são afins”. “Em derredor de nós mesmos, os laços pessoais constituem extenso campo de atividade para o testemunho”. “Cesse, para nós outros, a concepção de que a Terra é o vale tenebroso, destinado a quedas lamentáveis, e agasalhemos a certeza de que a esfera carnal é uma grande oficina de trabalho redentor”. Preparemo-nos para a cooperação eficiente e indispensável. Esqueçamos os erros do passado e lembremo-nos de nossas obrigações fundamentais. “A causa geral dos desastres mediúnicos é a ausência da noção de responsabilidade e da recordação do dever a cumprir”. “Quantos de vós fostes abonados, aqui, por generosos benfeitores que buscaram auxiliar-vos, condoídos de vosso pretérito cruel? Quantos de vós partistes, entusiastas, formulando enormes promessas? Entretanto, não soubestes recapitular dignamente, para aprender a servir, conforme os desígnios superiores do Eterno. Quando o Senhor vos enviava possibilidades materiais para o necessário, regressáveis à ambição desmedida; ante o acréscimo de misericórdia do labor intensificado, agarrastes a idéia da existência cômoda; junto às experiências afetivas, preferistes os desvios sexuais; ao lado da família, voltastes à tirania doméstica, e aos interesses da vida eterna sobrepusestes as sugestões inferiores da preguiça e da vaidade. Destes-vos, na maioria, à palavra sem responsabilidade e à indagação sem discernimento, amontoando atividades inúteis. Como médiuns, muitos de vós preferíeis a inconsciência de vós mesmos; como doutrinadores, formuláveis conceitos para exportação, jamais para uso próprio. “Que resultado atingimos? Grandes massas batem às fontes do Espiritismo sagrado, tão só no propósito de lhe mancharem as águas. Não são procuradores do Reino de Deus os que lhe forçam, desse modo, as portas, e sim caçadores dos interesses pessoais. São os sequiosos da facilidade, os amigos do menor esforço, os preguiçosos e delinquentes de todas as situações, que desejam ouvir os Espíritos desencarnados, receosos da acusação que lhes dirige a própria consciência. O fel da dúvida invade o bálsamo da fé, nos corações bem intencionados. A sede de proteção indevida azorraga os seguidores da ociosidade. A ignorância e a maldade entregam-se às manifestações inferiores da magia negra. “Tudo porque, meus irmãos”? Porque não temos sabido defender o sagrado depósito, por termos esquecido, em nossos labores carnais, que Espiritismo é revelação divina para a renovação fundamental dos homens. Não atendemos, ainda, como se faz indispensável, à construção do “Reino de Deus” em nós. “Contudo, não abandonemos nossos deveres a meio da tarefa. Voltemos ao campo, retificando as semeaduras. O Ministério da Comunicação vem incentivando esse movimento renovador. Necessitamos de servidores de boa vontade, leais ao espírito da fé. Não serão admitidos os que não desejarem conhecer a glória oculta da cruz do testemunho, nem atendem aqui os que se aproximem com objetivos diferentes... “Aqui estamos todos, companheiros da Comunicação, endividados com o mundo, mas esperançosos de êxito em nossa tarefa permanente. Levantemos o olhar. O Senhor renova diariamente nossas benditas oportunidades de trabalho, mas, para atingirmos os resultados precisos, é imprescindível sejamos seguidores da renunciação ao inferior. Nenhum de nós, dos que aqui nos encontramos, está livre do ciclo de reencarnações na Crosta. Todos, portanto, somos sequiosos de Vida Eterna. Não olvidemos, desse modo, o Calvário de Nosso Senhor, convictos de que toda saída dos planos mais baixos deve ser uma subida para a esfera superior. E ninguém espere subir, espiritualmente, sem esforço, sem suor e sem lágrimas!...” Nesse momento, cessou a preleção de Telésforo, que abençoou a assembleia, mostrando o olhar infinitamente brilhante e aceitando, em seguida, o braço de Aniceto, para afastar-se. Debaixo de profunda impressão, em face das incisivas declarações do instrutor, observei que numerosos circunstantes choravam em silêncio. Ao meu olhar interrogativo, Vicente explicou: – São servidores fracassados. Nesse instante, Telésforo e o nosso orientador postaram-se junto de nós. Duas senhoras, de grave fisionomia, aproximaram-se respeitosamente e uma delas dirigiu-se a Aniceto, nestes termos: – Desejávamos o obséquio de uma informação concernente à próxima oportunidade de serviço que será concedida a Otávio. – O Ministério prestará esclarecimentos – respondeu o interpelado, atencioso. – Todavia – tornou a interlocutora –, ousaria reiterar-lhe o pedido. É que Marina, grande amiga nossa, casada na Terra há alguns meses, prometeu-me cooperação para auxiliá-lo, e seria muito de meu agrado localizar, agora, o meu pobre filho em novos braços maternais. Aniceto esboçou um gesto de compreensão, sorriu e esclareceu, sem afetação: – Convém não estabelecer o plano por enquanto, porque, antes de tudo, precisamos conhecer a solução do processo de médiuns fracassados, em que está ele envolvido. Somente depois, minha irmã. Volvi os olhos para Vicente, sem ocultar a surpresa, mas, enquanto as senhoras se retiravam conformadas, Aniceto dirigia-nos a palavra: – Tenho serviços imediatos, em companhia de Telésforo. Deixo-os, a todos, em estudos e observações aqui no Centro de Mensageiros. Retirou-se Aniceto com os maiores, e um companheiro declarou alegremente: – Podemos conversar. – Nosso orientador – explicou-me Vicente, solicito – considera trabalho útil toda conversação sadia que nos enriqueça os conhecimentos e aptidões para o serviço. Pelas nossas palestras construtivas, portanto, receberemos também a remuneração devida à cooperação normal. Curioso e surpreendido, indaguei: – E se eu tentasse voltar aos assuntos inferiores da Terra, esquecendo a conversação edificante? Vicente sorriu e retrucou: – O prejuízo seria seu, porque aqui a palavra define o Espírito e, se você fugisse à luz da palestra instrutiva, nossos orientadores conheceriam sua atitude imediatamente, porquanto sua presença se tornaria desagradável e seu rosto se cobriria de sombra indefinível. 

 CONTINUA AMANHÃ

MENSAGEM MEDIUNICA DE ESPIRITO DE LUZ - CHICO XAVIER -PARTE 1

quarta-feira, 25 de abril de 2012

PENSAMENTO DO DIA

Quem acende uma luz, é o primeiro a beneficiar-se da claridade

. Autor: Chesterton

MENSAGEM DIÁRIA



Não importa o quanto vivemos, e sim, como vivemos.
 

OS MENSAGEIROS - LIVRO DE CHICO XAVIER - CAPITULO 5 - OUVINDO INSTRUÇÕES


CONTINUAÇÃO


5
Ouvindo instruções

No grande salão, Aniceto esperava-nos, acolhedor.
Fileiras enormes de assistentes enchiam o espaço vastíssimo.
Homens e mulheres, aparentando idades diversas, permaneciam recolhidos, a demonstrar, porém, expectativa e interesse.
– Hoje – explicou o nosso orientador, dirigindo-se a Vicente de maneira particular – teremos a palavra de Telésforo, antigo lidador da Comunicação, que pediu a presença de todos os aprendizes do trabalho de intercâmbio entre nós e os irmãos encarnados.
Sentamo-nos, confortavelmente, aguardando, por nossa vez.
Dai a minutos, Telésforo penetrava no recinto, sob harmoniosas vibrações de simpatia geral.
Aniceto e outros instrutores instalaram-se ao lado dele, em torno da mesa nobre, onde se localizava a direção da assembleia.
Após saudar a assistência numerosíssima, formulando votos de paz e incentivando-nos aos testemunhos redentores, Telésforo atingiu o assunto principal que o levara até ali.
– “Agora – disse com autoridade sem afetação – conversaremos sobre as necessidades da representação de nossa colônia nos trabalhos terrestres. Aqui se encontram companheiros fracassados nas intenções mais nobres e irmãos outros desejosos de colaborar nas tarefas que condizem com as nossas responsabilidades atuais.
Referimo-nos às laboriosas atividades da Comunicação, no plano carnal. Vemos nesta reunião grande parte dos cooperadores de “Nosso Lar”, que faliram nas missões da mediunidade e da doutrinação, bem como outros muitos colegas que se preparam para provas dessa natureza, nos círculos da Crosta.
“Nossa repartição vem promovendo grande movimento de auxílio a irmãos encarnados e desencarnados, que se revelam incapazes de qualquer ação, além da superfície terrestre.
“Nossa tarefa é enorme – Precisamos disseminar ensinamentos novos, relativamente à preparação dos que habitam nossa colônia, considerando os esforços e realizações do presente e do porvir.
“É indispensável socorrer os que enfrentam, corajosos, as profundas transformações do planeta.
“As transições essenciais da existência na Terra encontram a maioria dos homens absolutamente distraídos das realidades eternas. A mente humana abre-se, cada vez mais, para o contacto com as expressões invisíveis, dentro das quais funciona e se movimenta.
Isto é uma fatalidade evolutiva. Desejamos e necessitamos auxiliar as criaturas terrestres; todavia, contra a extensão de nosso concurso fraterno, operam dilatadas correntes de incompreensão.
Não relacionamos apenas a ação da ignorância e da perversidade.
Agem, contraditoriamente, nesse particular, grande número de forças do próprio espiritualismo. Combatem-nos algumas escolas cristãs, como se não colaborássemos com o Mestre Divino.
A Igreja Romana classifica-nos a cooperação como diabólica.
A Reforma Luterana, em seus matizes variados, persegue-nos a colaboração amistosa. E há correntes espiritualistas de elevado teor educativo, que nos malsinam a influência, por quererem o homem aperfeiçoado de um dia para outro, rigorosamente redimido a golpe instantâneo da vontade, sem realização metódica.
“No campo de nosso conhecimento da vida, não podemos condená-los pelo desentendimento atual. O catolicismo romano tem suas razões ponderáveis; o protestantismo é digno de nosso acatamento; as escolas espiritualistas possuem notáveis edificações. Toda expressão religiosa é sagrada, todo movimento superior
de educação espiritual é santo em si mesmo. Temos, então, diante de nós, a incompreensão dos bons, que constitui dolorosa prova para todos os trabalhadores sinceros, porque, afinal, não estamos fazendo obra individual e sim promovendo movimento libertador da consciência humana, a favor da própria idéia religiosa do mundo.
“Sacerdotes e intérpretes dos núcleos organizados da religião e da filosofia, não percebem ainda que o espírito da Revelação é progressivo, como a alma do homem. As concepções religiosas se elevam com a mente da criatura. Muitas Igrejas não compreendem, por enquanto, que não devemos espalhar a crença nos tormentos eternos para os desventurados, e sim a certeza de que há homens infernais criando infernos para si mesmos.
“Não podemos, porém, perder tempo no exame da teimosia alheia. Temos serviços complexos e dilatados. E, como dizíamos,  a Humanidade terrena aproxima-se, dia a dia, da esfera de vibrações dos invisíveis de condição inferior, que a rodeia em todos os sentidos. Mas, segundo reconhecemos, esmagadora percentagem de habitantes da Terra não se preparou para os atuais acontecimentos evolutivos. E os mais angustiosos conflitos se verificam no sendal humano. A Ciência progride vertiginosamente no planeta e, no entanto, à medida que se suprimem sofrimentos do corpo, multiplicam-se aflições da alma. Os jornais do mundo estão cheios de notícias maravilhosas, quanto ao progresso material. Segredos sublimes da Natureza são surpreendidos nos domínios do mar, da terra e do ar; mas a estatística dos crimes humanos é espantosa.
Os assassínios da guerra apresentam requintes de perversidade muito além dos que foram conhecidos em épocas anteriores. Os homicídios, os suicídios, as tragédias conjugais, os desastres do sentimento, as greves, os impulsos revolucionários da indisciplina, a sede de experimentação inferior, a inquietação sexual, as moléstias desconhecidas, a loucura, invadem os lares humanos.
Não existe em país algum preparação espiritual bastante para o conforto físico. Entretanto, esse conforto tende a aumentar naturalmente.
O homem dominará, cada vez mais, a paisagem exterior que lhe constitui moradia, embora não se conheça a si mesmo.
Atendido, porém, o corpo revelará as necessidades da alma e vemos agora a criatura terrestre assoberbada de problemas graves, não só pelas deficiências de si própria, senão também pela espontânea aproximação psíquica com a esfera vibratória de milhões de desencarnados, que se agarram à Crosta planetária, sequiosos de renovar a existência que menosprezaram, sem maior consideração
aos desígnios do Eterno.
“A rigor, também nós compreendemos que os serviços da Comunicação, no mundo, deveriam realizar-se apenas no plano da inspiração divina para os círculos terrenos, do superior para o inferior; mas, como agir diante de milhões de enfermos e criminosos nas zonas visíveis e invisíveis da experiência humana? 
Pelo simples culto externo, como pretende a Igreja de Roma? Pelo ato de fé, exclusivamente, como espera a Reforma Protestante? Por mera afirmação da vontade, conforme pontificam certas escolas espiritualistas? Não podemos, no entanto, circunscrever apreciações, na visão unilateral do problema. Concordamos que a reverência ao Pai, a fé e a vontade são expressões básicas da realização divina no homem, mas não podemos esquecer que o trabalho é necessidade fundamental de cada espírito. Que outros irmãos nossos perseverem, tão somente, nas especulações teológicas; encaremos, porém, os serviços do Senhor, como se faz indispensável.
“A Humanidade terrena, atualmente, é como um grande organismo coletivo, cujas células, que são as personalidades humanas, se envolvem no desequilíbrio entre si, em processo mundial de reajustamento e redenção.
 “Quantos cooperam conosco, vêem a extensão dos cipoais em que se debate a mente humana. Criminosos agarram-se a criminosos, doentes associam-se a doentes. Precisamos oferecer, no mundo, os instrumentos adequados às retificações espirituais, habilitando nossos irmãos encarnados a um maior entendimento do Espírito do Cristo. Para consegui-lo, todavia, necessitamos de colaboradores fiéis, que não cogitem de condições, compensações e discussões, mas que se interessem pela sublimidade do sacrifício e de renunciação com o Senhor.”
A essa altura, Telésforo interrompeu a lição em curso e, fixando o olhar percuciente na assembleia, tornou em voz mais alta:
– Quem não deseje servir, procure outros gêneros de tarefa.
 A Comunicação não comporta perda de tempo nem experimentação doentia, sem grave prejuízo dos cooperadores incautos. Noutros Ministérios, a designação de trabalhadores define, com precisão, todos os que colaboram com o Divino Mestre. Aqui, porém, acima de trabalhadores, precisamos de servidores que atendam de
boa vontade.
Nesse instante, em vista doutra longa pausa, Identifiquei a forte impressão dos ouvintes, que se entreolhavam com inexprimível
espanto.

CONTINUA AMANHÃ