CONTINUAÇÃO
nela, assim
sendo, você precisa ler livros espíritas e frequentar o Centro para passar a
acreditar e, logicamente, receber as graças de DEUS, de acordo com o seu
merecimento. Jamais espere que os seus problemas sejam resolvidos no primeiro
dia que for ao Centro. Isto seria milagre e o Centro Espírita não é uma casa de
milagres e sim, de reuniões, orações e caridades, ou seja, uma casa de DEUS.
Carol tinha se levantado e, depois de
falar com D. Beatriz, avisou a sua mãe que precisava almoçar antes das treze
horas porque ia ao cinema à tarde e retornou para o seu quarto. Rodrigo e D.
Glória estavam sentados à mesa, ouvindo o diálogo entre D. Beatriz e Cida.
D. Glória olhou para o relógio e
espantou-se com o horário, as horas tinham passado rapidamente e, dirigindo-se
à Cida, falou:
- Com licença Cida, são quase treze horas,
posso mandar servir o Almoço?
- Puxa é mesmo. Pode sim Glória. Minha
sogra, vamos para a sala enquanto a Glória providencia o almoço.
- Vamos minha filha. Parece que não houve
oportunidade para conversar com a Carol.
- Ela aproveitou a sua presença e não me
deu chance para saber por onde andou ontem à noite. Quando descer para almoçar
já estará pronta para sair, mas, hoje à noite, quando voltar vai ter que
explicar-me tudo direitinho.
- Vá com calma, nesta altura, o que menos resolve são as cobranças e
brigas. Só servem para afastá-la, ainda, mais de você e aproximá-la das más
companhias.
- A senhora acha que devo ficar calada,
feito uma idiota, vendo a minha filha, cada vez mais, emprenhando-se no mundo
das drogas, da prostituição, da perdição?
- Claro que não, mas peço que você seja
prudente. Converse como estivesse com uma amiga muito querida precisando de
amor, carinho e compreensão. Nunca como um Juiz, interrogando uma ré, pronto
para condená-la. Neste momento, Carol está carente de amor, de cumplicidade, de
compreensão e, não existe alguém melhor que você para supri-la dessas
carências.
- A senhora fala assim porque não convive
no dia a dia com ela. A sua querida neta está insuportável. Sinceramente, acho
que não tem mais jeito.
- Não diga mais isso. Todos nós erramos,
porém, temos o dever e o direito de recuperação. O que precisamos é de
oportunidades.
D. Glória veio chama-las para o almoço.
Chegando à mesa já encontraram Rodrigo e Carol.
O almoço transcorreu em clima tenso. Carol
não iniciava ou alimentava qualquer assunto. Quando a sua mãe lhe fazia
qualquer pergunta ou pedia a sua opinião sobre algo, a resposta era, sempre, em
monossílabos, o que deixava Cida, ainda, mais nervosa.
Rodrigo conversou quase todo o almoço com
a avó e o assunto foi a Doutrina Espírita.
Já estava na sobremesa, quando o telefone
tocou. Carol correu para atendê-lo.
- Alô. Ah é você pai? Não, claro que não fiquei
decepcionada, mas pensei que era alguém da minha turma, pois, marcamos
para encontrarmo-nos no Shopping e estou
atrasada. Pai, não vamos falar sobre isso. O senhor arruma desculpa de serviço,
se manda de casa e, ainda, acha que devo ficar em casa aturando o nervosismo de
sua mulher? Não Pai, não aguento mais. Claro que sua mulher é a minha mãe, mas
parece mais uma madrasta. Só sabe cobrar e reclamar. Tudo bem, conversaremos
quando o senhor voltar, isto é, se o senhor tiver tempo disponível para sua
filha. Vou passar para o Rodrigo, ele está aqui ao meu lado, aliás, hoje
tivemos um almoço em família, vovó veio almoçar conosco, só faltou o senhor.
Rodrigo falou com o pai. Depois foi a D. Beatriz
e, finalmente, foi a vez da Cida.
- Alô Ronaldo tudo bem? Aqui continua como
sempre, só problema e o maior e á a sua filha. Sim a nossa filha, aliás, parece
que é só minha. Por quê? Porque você não liga para ela. É, também, acho melhor
desligarmos, as suas cobranças e repreensões só fazem aumentar a minha
angústia.
Cida desligou o telefone e procurou por Carol,
provavelmente para desafogar as suas mágoas. D. Glória avisou que ela já tinha
saído, o que a deixou mais nervosa.
O ambiente da casa tornou-se muito pesado
e cheio de energias negativas depois do telefonema de Ronaldo. Cida alegando dor
de cabeça recolheu-se ao seu quarto, deixando na sala D. Beatriz conversando
com Rodrigo e D. Glória.
Por volta das dezesseis horas, D. Beatriz
despediu-se do neto e de D. Glória e voltou para casa mais preocupada. Chegando
em casa, pegou um romance Espírita, psicografado pelo Espírito de André Luiz. A
leitura estava tão interessante que, quando se deu conta, já passava das dez
horas da noite. Durante aquelas horas de leitura esquecera os problemas de
Cida.
Ronaldo, após desligar o telefone, sozinho
em seu quarto do Hotel, ficou pensando no que estava acontecendo com o seu
casamento. Começou lembrando-se das dificuldades que passaram. O salário que
ganhava mal dava para cobrir as despesas.
Quando fazia horas extras, o salário aumentava
e podia fazer algumas extravagâncias, como ir ao Teatro, jantar em bons
Restaurante, comprar roupas novas, etc. Porém, tinha absoluta certeza,
amavam-se e eram felizes. Aos poucos foi
galgando posições na Empresa, salário aumentando, sem a necessidade de
CONTINUA AMANHÃ