LIVRO TERCEIROAS LEIS MORAISCAPÍTULO III
II – LEI DO TRABALHOLIMITE DO TRABALHO. REPOUSO
Duzentéssima Trigésima Quinta Parte.682 – O REPOUSO DEPOIS DO TRABALHO, SENDO UMA NECESSIDADE, NÃO É UMA LEI NATURAL?
- Sem dúvida, o repouso serve paras reparar as forças do corpo e é também necessário, a fim de deixar um pouco mais de liberdade à inteligência, para se elevar acima da matéria.
683 – QUAL É O LIMITE DO TRABALHO?
- O limite das forças; de resto, DEUS deixa o homem livre.
684 – QUE PENSAR DAQUELES QUE ABUSAM DE SUA AUTORIDADE PARA IMPOR AOS SEUS INFERIORES UM EXCESSO DE TRABALHO?
- É uma das piores ações. Todo homem que tem o poder de comandar é responsável pelo excesso de trabalho que impõe a seus subalternos, porque ele transgride a Lei de DEUS.
685 – O HOMEM TEM DIREITO AO REPOUSO EM SUA VELHICE?
- Sim, ele não está obrigado senão segundo suas forças.
- MAS QUE REPOUSO TEM O VELHO NECESSITADO DEM TRABALHAR PARA VIVER E QUE NÃO PODE?
- O forte deve trabalhar pelo fraco; na falta da família, a sociedade deve tomar-lhe o lugar; é a Lei da Caridade.
(Não é tudo dizer ao homem que ele deve trabalhar, é preciso ainda que aquele que espera sua existência do seu labor encontre em que se ocupar, e é o que nem sempre ocorre. Quando a suspensão do trabalho se generaliza, toma as proporções de um flagelo como a miséria. A ciência econômica procura o remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo; mas esse equilíbrio, supondo-se que seja possível, terá sempre intermitências e, durante esses intervalos, o trabalhador não deve viver menos. Há um elemento que, comumente, não entra na balança e sem o qual a ciência econômica não é mais que uma teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a educação moral, e não, ainda, a educação moral pelos livros, mas aquela que consiste na arte de formar os caracteres, a que dá os hábitos; porque a educação é o conjunto de hábitos adquiridos. Quando se pensa na massa de indivíduos jogados cada dia na torrente da população, sem princípios, sem freios e entregues aos seus próprios instintos, deve-se espantar das conseqüências desastrosas que resultam? Quando essa arte for conhecida, cumprida e praticada, o homem ocasionará no mundo hábitos de ordem e previdência para si mesmo e os seus, de respeito por tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar, menos penosamente, os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse é o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia de segurança de todos.)
(CONTINUA AMANHÃ)