O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 12
AMAI OS
VOSSOS INIMIGOS
Pagar o mal com o bem
Os inimigos desencarnados
Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a
outra.
Instruções dos Espíritos:
A
vingança • O ódio • O duelo.
O DUELO
Santo Agostinho - Paris,
1862.
“Foi necessário sangue para salvar minha honra”, dirá ele a essa voz. Mas ela lhe responderá: “Tu quiseste salvá-la
diante dos homens pelos poucos instantes que te restavam a viver na Terra
e não
pensaste em salvá-la perante Deus!” Pobre tolo! Quanto sangue o Cristo
vos pediria por todas as ofensas que Lhe tendes feito! Não somente O
machucastes com os espinhos e a lança, não somente O pregastes na cruz
infamante, mas ainda em meio à agonia, Ele pôde escutar as zombarias que Lhe
foram dirigidas. Que reparação, após tantas ofensas, vos pediu Ele? O último grito
do Cordeiro foi uma prece para seus carrascos. Tal como Ele, perdoai e orai por
aqueles que vos ofendem.
Amigos lembrai-vos deste preceito: Amai-vos uns aos
outros, e, então, ao golpe dado pelo ódio, respondereis com um sorriso, e,
à ofensa, com o perdão. Sem dúvida, o mundo se voltará furioso contra vós e vos
chamará de covardes. Elevai a cabeça bem ao alto e mostrai que a vossa fronte
também não receia ser coroada de espinhos a exemplo do Cristo. No entanto, que
vossa mão nunca queira ser cúmplice de um homicídio, que permite, digamos, uma
falsa aparência de honra, mas que é apenas orgulho e amor-próprio. Ao vos
criar, Deus vos deu o direito de vida e de morte uns aos outros? Não! Esse
direito somente a Natureza o tem, para se reformar e se reconstruir a si mesma,
mas quanto a vós, nem sobre o vosso corpo tendes direitos. Como o suicida, o
duelista estará marcado de sangue quando comparecer perante Deus e, tanto sobre
um como sobre o outro, a Soberana Justiça atuará em longos e dolorosos
sofrimentos. Se Ele ameaçou com sua justiça aquele que dissesse a seu irmão: És
louco, quanto mais não será severa a pena para aquele que se apresentar
diante d’Ele com as mãos manchadas do sangue de seu irmão!
Um
Espírito Protetor - Bordeaux, 1861.
13. O duelo,
que antigamente se chamava de julgamento de Deus, é um desses costumes bárbaros
que ainda têm vestígios na sociedade.
O que diríeis vós, entretanto, se vísseis mergulhados os
dois adversários em água fervente ou submetidos ao contato do ferro em brasa,
para decidirem entre si a disputa, e dar razão àquele que suportasse melhor a
prova? Vós chamaríeis a esses costumes de insensatos. O duelo é ainda pior que
tudo isso. Para o duelista habilidoso, perito na arte, é um assassinato
praticado a sangue frio, com toda ação planejada; pois ele está certo do golpe
preciso que dará.
Para o adversário, quase certo de morrer em razão de sua
fraqueza e de sua inabilidade, é um suicídio cometido com a mais fria reflexão.
Bem sei que, muitas vezes, se procura evitar essa alternativa,
igualmente criminosa, elegendo-se o acaso como juiz. Mas, então, não é isto, de
outra forma, voltar ao que se chamava julgamento de Deus, da Idade Média? E
ainda naquela época éramos infinitamente
CONTINUA
AMANHA