LIVRO QUARTOESPERANÇAS E CONSOLAÇÕESCAPÍTULO IPENAS E GOZOS TERRESTRESDESGOSTO DA VIDA . SUICÍDIOTrecentésima Trigésima Segunda Parte956 – OS QUE, NÃO PODENDO SUPORTAR A PERDA DE PESSOAS QUE LHES SÃO QUERIDAS, SE MATAM NA ESPERANÇA DE IR REENCONTRÁ-LAS, ATINGEM SEU OBJETIVO?
- O resultado, para eles, é diferente do que esperam, e em lugar de estar reunido ao objetivo de sua afeição, dele se distanciam por maior tempo, porque DEUS não pode reconpensar um ato de covardia e o insulto que lhe é feito, duvidando de sua providência. Eles pagarão esse instante de loucura por desgostos maiores que aqueles que acreditavam abreviar e não terão para os compensar a satisfação que esperavam.
957 – QUAIS SÃO, EM GERAL, AS CONSEQÜÊNCIAS DO SUICÍDIO SOBRE O ESTADO DO ESPÍRITO?
- As conseqüências do suicídio são muito diversas; não há penas fixadas e, em todos os casos, são sempre relativas às causas que o provocaram. Mas uma conseqüência à qual o suicida não pode fugir é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam a sua falta imediatamente, outros em uma nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam.
(A observação mostra, com efeito, que as conseqüências do suicídio não são sempre as mesmas. Mas há as que são comuns a todos os casos de morte violenta, e a conseqüência da interrupção brusca da vida. Há primeiro a persistência mais prolongada e mais tenaz do laço que une o Espírito e o corpo, por estar esse laço quase sempre na plenitude de sua força, no momento em que é quebrado, enquanto que na morte natural ele se enfraquece gradualmente e, no mais das vezes, se rompe antes que a vida esteja completamente extinta. As conseqüências desse estado de coisa são a prolongação da perturbação espírita, depois a ilusão que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito crer que está ainda entre o número de vivos.)
(A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do corpo sobre o Espírito, que sente assim, malgrado ele, os efeitos da decomposição e experimenta uma sensação plena de angústias e de horror, esse estado pode persistir tanto tempo quanto deveria durar a vida que interromperam. Esse efeito que não é geral, mas, em nenhum caso, o suicida está isento das conseqüências de sua falta de coragem e, cedo ou tarde, expia sua falta de uma ou de outra maneira. É assim que certos Espíritos que foram infelizes sobre a Terra, disseram ser suicidas na precedente existência e estar voluntariamente submetidos a novas provas para tentar suportá-las com mais resignação. Em alguns, é uma espécie de ligação à matéria da qual eles procuram em vão se desembaraçar, para alçar aos mundos melhores, mas nos quais o acesso lhes é interditado; na maioria, é o desgosto de ter feito uma coisa inútil, visto que dela não experimentaram senão a decepção. A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário a Lei natural. Todas nos dizem, em principio, que não se tem o direito de abreviar voluntariamente a vida; mas por que não se tem esse direito? Por que não se é livre para pôr termo aos sofrimentos? Estava reservado ao Espiritismo demonstrar, pelo exemplo daqueles que sucumbiram, que isso não é só uma falta como infração a uma Lei moral, consideração de pouca importância para certos indivíduos, mas um ato estúpido, visto que com ele não se ganha coisa alguma. Isso não é a teoria que nos ensina, mas os fatos que ele coloca sob nossos olhos.)
(CONTINUA AMANHÃ)