Pensamento do dia
06 de Junho de 2009
A principal finalidade deste blog é a divulgação da Doutrina Espírita, codificada por ALLAN KARDEC, através de trechos do Evangelho Segundo o Espiritismo, preces, orações, crônicas e comentários.Queremos, também, transformar esse blog em uma CASA ESPÍRITA VIRTUAL.
O QUE É O ESPIRITISMO
CAPÍTULO PRIMEIRO
PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA
SEGUNDO DIÁLOGO – O CÉPTICO
OS INCRÉDULOS NÃO PODEM VER PARA SE CONVENCEREM
SEGUNDA PARTE
É um erro crer que a fé seja necessária; mas a boa fé é outra coisa. Ora, há cépticos que negam até a evidência, e que os prodígios não poderiam convencer. Quantos há que, depois de terem visto, não persistem menos em explicar os fatos à sua maneira, dizendo que isso não prova nada! Essas pessoas não servem senão para levar a perturbação às reuniões, sem proveito para elas mesmas,: é por isso que as repelimos e não queremos perder tempo com elas. Ocorre o mesmo que ficariam bem irritadas de serem forçadas a crer, porque seu amor próprio sofreria em concordar que estavam enganadas. Que responder a essas pessoas que não vêem por toda parte senão a ilusão e o charlatanismo? Nada; é preciso deixá-las tranqüilas e dizer, tanto como querem que elas nada viram, e mesmo que não se pôde ou não se quis fazê-las ver.
Ao lado desses cépticos endurecidos, há aqueles que querem ver à sua maneira; que tendo formado uma opinião, querem com ela tudo relacionar; eles não compreendem que os fenômenos não possam obedecer à sua vontade; eles não sabem, ou não querem, se colocar nas condições necessárias. Aquele que quer observar de boa fé – não digo crer sob palavra, mas se despojar de toda idéia preconcebida – não querer comparar coisas incompatíveis. Deve esperar, continuar, observar com uma paciência infatigável; esta condição mesma está a favor dos adeptos, uma vez que ela prova que sua convicção não se formou levianamente. Tendes essa paciência? Não, dizeis eu não tenho tempo. Então não vos ocupeis com os fenômenos, nem deles faleis; ninguém a isso vos obriga.
(continua amanhã)
O QUE É O ESPIRITISMO
CAPÍTULO PRIMEIRO
PRQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA
SEGUNDO DIÁLOGO
OS INCRÉDULOS NÃO PODEM VER PARA SE CONVENCEREM.
Primeira Parte
VISITANTE – São os fatos positivos que os incrédulos querem ver, que eles pedem e, na maioria das vezes, não se pode lhes fornecer. Se todo mundo pudesse testemunhar esses fatos, a dúvida não seria mais permitida. Como ocorre, pois, que tanta gente nada tenha podido ver, malgrado sua boa vontade? Se os contesta dizendo faltar-lhes fé, a isso respondem, com razão, que não podem ter uma fé antecipada, e que se quer que eles creiam é preciso dar-lhes os meios de crerem.
A.K. – a razão é bem simples. Eles querem os fatos sob seu comando e os Espíritos não obedecem a eles; é preciso esperar a sua boa vontade. Não basta, pois, dizer: mostre-me tal fato e eu crerei; é preciso ter vontade e perseverança, deixar os fatos se produzirem espontaneamente, sem pretender forçá-los ou dirigi-los. Aquele que desejais, talvez seja precisamente o que não obtereis; mas se apresentarão outros, e aquele que quereis virá no momento em que menos esperais. Aos olhos do observador atento e assíduo, os fatos se somam e se corroboram uns aos outros, mas aquele que crê bastar virar uma manivela para mover a máquina se engana extraordinariamente. Que faz a naturista que quer estudar os costumes de um animal? Leva-o a fazer tal ou tal coisa para ter todo o tempo de observação à sua vontade? Não, porque sabe bem que não será obedecido; ele espreita as manifestações espontâneas do seu instinto; espera-as e as aprende quando ocorrem. O simples bom senso mostra que, por mais forte razão, deve ocorrer o mesmo com os Espíritos, que são inteligências com independência bem diversa da dos animais.
(continua amanhã)
O QUE É O ESPIRITISMO
CAPITULO PRIMEIRO
PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA
SEGUNDO DIÁLOGO – O CÉPTICO
FALSAS EXPLICAÇÕES DOS FENÔMENOS
Décima oitava parte
VISITANTE – A isso responde-se que se há um efeito inteligente ele não é outra senão a própria inteligência, seja do médium, seja do interrogante, seja dos assistentes: porque, diz-se, a resposta está sempre no pensamento de alguém.
A.K. – Isso é ainda um erro, conseqüente de uma falsa observação. Se aqueles que assim pensam tivessem se dado ao trabalho de estudar o fenômeno em todas as suas fases teriam, a cada passo, reconhecido a independência absoluta da inteligência que se manifesta. Como essa tese poderia se conciliar com respostas que estão fora da capacidade intelectual e de instrução do médium? Que contradizem suas idéias, seus desejos, suas opiniões, ou que confundem completamente as previsões dos assistentes? De médiuns que escrevem em um idioma que não conhecem, ou em seu próprio idioma, quando eles não sabem nem ler nem escrever? Essa opinião, á primeira vista, não tem nada de irracional, eu convenho, porém, ela é desmentida pelos fatos de tal modo numerosos e concludentes, dos quais não é mais possível duvidar.
De resto, admitindo-se mesmo essa teoria, o fenômeno, longe de ser simplificado, seria bem mais prodigioso. Ora, o pensamento se refletiria sobre uma superfície como a luz, o som e o calor? Na verdade, haveria nisso motivo para exercer a sagacidade da ciência. Aliás, o que se adicionaria ainda ao maravilhoso, é que, sobre vinte pessoas reunidas, seria precisamente o pensamento de talou tal que seria refletido, e não o pensamento de tal outra. Um semelhante sistema é insustentável. É verdadeiramente curioso ver os contraditores se esforçarem em procurar causas cem vezes mais extraordinárias e difíceis de compreender do que as que se lhe fornece.
(continua amanhã)
O QUE É O ESPIRITISMO
CAPÍTULO PRIMEIRO
PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA
SEGUNDO DIÁLOGO – O CÉPTICO
Décima Sétima Parte
FALSAS EXPLICAÇÕES DOS FENÔMENOS
Alucinação – Fluido magnético – Reflexo do pensamento – Super excitação cerebral – Estado sonambúlico dos médiuns.
VISITANTE – É contra os fenômenos provocados que se exerce, sobretudo, a crítica. Coloquemos de lado toda suposição de charlatanismo, e admitamos uma inteira boa-fé; não se poderia pensar que eles próprios são joguetes de uma alucinação?
A.K. – Não é do meu conhecimento que se tenha, ainda, explicado claramente o mecanismo da alucinação. Tal como é entendida, é, todavia, um efeito muito singular e digno de estudo. Como, pois, aqueles que, através dela, pretendem explicar os fenômenos espíritas podem explicitar sua explicação? Aliás, há fatos que escapam a essa hipótese: quando uma mesa, ou outro objeto, se move, se eleva ou bate; quando ela passeia à vontade num quarto sem o contacto de alguém; quando ela se desprende do solo e se sustém no espaço, sem ponto de apoio; enfim, quando ela se quebra caindo, certamente isso não é uma alucinação. Supondo-se que o médium, por efeito de sua imaginação, creia ver o que não existe, é provável que todo um grupo esteja tomado da mesma vertigem? Que se repita por todos os lados, em todos os países? A alucinação, nesse caso, seria mais prodigiosa que o fato.
VISITANTE – Admitindo-se a realidade do fenômeno das mesas girantes e batedoras, não é mais racional atribuí-lo à ação de um fluido qualquer, o fluido magnético, por exemplo?
A.K – Tal foi o primeiro pensamento e eu o tive como tantos outros. Se os efeitos tivessem se limitado aos efeitos materiais, ninguém duvida que poder-se-ia explicar assim. Mas quando esses movimentos e golpes deram provas de inteligência, quando se reconheceu que respondiam ao pensamento com inteira liberdade, tirou-se esta conseqüência: se todo efeito tem causa, todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. É isso o efeito de um fluido, a menos que se diga que esse fluido é inteligente? Quando vedes o manipulador do telégrafo fazer os sinais que transmitem o pensamento, sabeis bem que não são esses braços de madeira ou de ferro que são inteligentes, mas dizeis que uma inteligência os faz mover. Ocorre o mesmo com a mesa. Há, sim ou não, efeitos inteligentes? Esta é a questão. Aqueles que a contestam, são pessoas que não puderam ver tudo e se apressam em concluir segundo suas próprias idéias e sob uma observação superficial.
(continua amanhã)
O QUE É O ESPIRITISMO
CAPÍTULO PRIMEIRO
PEQUENA CONFERÊNCIA ESPIRITA
SEGUNDO DIÁLOGO – O CÉPTICO
Décima Sexta Parte
VISITANTE – Sem dúvida; mas o fato de uma coisa ser possível, não se segue que ela exista.
A.K. – De acordo; mas convireis que já é uma grande coisa desde que ela não é impossível, porque não tem nada que repugne à razão. Resta, pois, constatá-la pela observação dos fatos. Essa observação não é nova; a História, tanto sacra como profana, prova a antigüidade e a universalidade dessa crença, que se perpetuou através de todas as vicissitudes do mundo, e se encontra entre os povos mais selvagens, no estado de idéias inatas e intuitivas, gravadas no pensamento, como a do Ser Supremo e da existência futura. O Espiritismo, portanto, não é criação moderna, muito longe disso; tudo prova que os antigos o conheciam tão bem e talvez melhor que nós. Somente ele não foi ensinando senão com precauções misteriosas que o tornaram inacessível ao vulgo, deixado propositadamente na difícil situação supersticiosa.
Quanto aos fatos, eles são de duas naturezas: espontâneos e provocados. Entre os primeiros, é preciso situar as visões e aparições, que são muito freqüentes; os ruídos, barulhos e movimentação de objetos sem material, e uma multidão de efeitos insólitos que se consideravam como sobrenaturais, e que hoje, nos parecem muito simples, porque, para nós, não há nada de sobrenatural uma vez que tudo se esconde nas leis imutáveis da Natureza. Os fatos provocados são aqueles que se obtêm por intermédio dos médiuns.
(continua amanhã)