sábado, 17 de novembro de 2012

CONSELHO DO DIA



Este é o conselho que a Imitação de Cristo lhe dá para hoje:
 
Que nos aproveita vivermos muito tempo, quando tão pouco nos emendamos? 
 
Oh! nem sempre traz emenda a longa vida, senão que aumenta, muitas vezes, a culpa. 
 
Oxalá tivéssemos, um dia sequer, vivido bem neste mundo! 
 
Muitos contam os anos decorridos desde a sua conversão; freqüentemente, porém, é pouco o fruto da emenda. 
 
Se for tanto para temer o morrer, talvez seja ainda mais perigoso o viver muito. 
 
Bem-aventurado aquele que medita sempre sobre a hora da morte, e para ela se dispõe cada dia. 
 
Se já viste alguém morrer, reflete que também tu passarás pelo mesmo caminho. ( Da meditação da morte)


Certamente estas palavras se referem a alguma necessidade sua.
Mas isso só você saberá entender.




PENSAMENTO DO DIA



Inteligência é uma arma dentro de cada cérebro.
 

MENSAGEM DIÁRIA



Não há alegria para o coração de um pai, que valha a certeza da felicidade de um filho.
 

SEXO E DESTINO - LIVRO DE CHICO XAVIER

CONTINUAÇÃO

Cláudio ouviu, chorando... Intimamente, aceitou a hipótese.
Sem dúvida, a filha não pudera sobreviver ao insulto de que ele próprio se acusava. Aquele desconhecido confirmava-lhe as impressões.
Refletiu no suplício moral da jovem humilhada, antes de
se lançar ao gesto infeliz, sentiu-se o mais abjeto dos homens, no arrependimento que lhe azorragava todas as fibras da consciência, e agradeceu ao interlocutor, sofreando os soluços. Abraçou Salomão, num impulso de louvável sinceridade, e salientou que ele, o visitante gentil, era o verdadeiro e talvez o único amigo daquela
criança que procurara a morte e que tudo fariam para reaver.
O farmacêutico apiedado arriscou um alvitre. Confessou-se espírita e assinalou que os passes, sob a cobertura da oração, beneficiariam a menina prostrada. Ignorava quais os princípios religiosos de sua família; entretanto, possuía um amigo, o senhor Agostinho, a quem poderiam recorrer. Confiava na prece, no amparo espiritual. Se Cláudio permitisse, buscá-lo-ia. Nogueira
aceitou com humildade. Afirmou-se sozinho. Não lhe seria lícito recusar um auxílio que lhe era oferecido com tanta espontaneidade.
Apenas admitiu que se via na obrigação de rogar o consentimento das autoridades.
O facultativo, que lhes atendeu ao chamado, ouviu a petição.
Homem experimentado em angústias humanas, fitou Marita, não só com a inteligência do técnico que observa um aparelho, a caminho do desmonte para verificações finais, mas também com o sentimento de um pai afetuoso, e asseverou que Cláudio dispunha do direito de prestar à filha a assistência religiosa que desejasse, e
que, em se abstendo de ferir o regulamento da instituição, fora do quarto, ali estava como em sua própria casa.
Compadecido, ele mesmo favoreceria a vinda de Salomão com o espírita que indicasse. E, às oito da noite, o boticário de Copacabana entrou com o amigo que carregava pequeno pacote, em que se encontrava um livro.
Nogueira espantou-se. Aquele homem, que o saudava fraternalmente, e que lhe era apresentado por senhor Agostinho, freqüentava o banco, onde se alinhava entre os clientes mais respeitados.
Conhecia-lhe a posição de comerciante distinto, conquanto não lhe desfrutasse a intimidade. Entretanto, se o recém-chegado o reconhecia, não dava qualquer mostra.
Interessou-se delicadamente pela moça e inteirou-se de todas as minudências do desastre, com as atenções de quem escuta a própria família.
Logo após, entre Cláudio e Salomão, orou, emocionado. Suplicou a bênção do Cristo para a menina atropelada, qual se expusesse, diante de Jesus invisível, uma filha profundamente cara, e, em seguida, ministrou-lhe passes de longo curso com o devotamento de quem lhe transferia as próprias forças.
Cooperamos com ele, sob o olhar penetrante de Moreira, que tudo anotava como que sequioso de aprender.
A operação, saturada de agentes reconstituintes do plano físico, infundiu grande bem à moça, melhorando-lhe a condição geral. Relaxou-se-lhe mais intensamente o esfíncter da micção, a respiração desoprimiu-se e conseguiu entrar em sono calmo.
Cláudio solicitou a presença da enfermeira e, enquanto a serviçal modificava a rouparia, os três conversaram em saleta próxima.
Informado, então, de que Nogueira jamais tivera contacto
com princípios religiosos, Agostinho ofereceu-lhe o livro que trazia, um exemplar de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, e prometeu voltar na manhã seguinte.

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ESPIRITISMO - DIVALDO FRANCO - HUMANISTA E MÉDIUM ESPÍRITA - PARTE 2


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

CONSELHO DO DIA



Este é o conselho que a Imitação de Cristo lhe dá para hoje:
 
Por que te consomes em vã tristeza? 
 
Por que te afanas em cuidados supérfluos? 
 
Conforma-te com a minha vontade e nenhum dano sofrerás. 
 
Se buscares isto ou aquilo, se desejares estar aqui ou ali, por tua comodidade ou teu capricho, nunca estarás quieto, nem livre de cuidados, porque em todas as coisas há algum defeito, e em todo lugar quem te contrarie. 
 
De nada te serve, pois, adquirir ou acumular bens exteriores, mas muito te aproveita desprezá-los e desarraigá-los do coração. 
 
Isso não se entende somente do dinheiro e das riquezas, senão também da ambição das honras, e do desejo de vãos louvores porque tudo isso passa com o mundo. 
 
Pouco resguarda o lugar, se falta o espírito de fervor; nem durará muito tempo aquela paz procurada fora, se faltar ao teu coração o verdadeiro fundamento. 
 
Isto é, se não se firmar em mim. 
 
Mudar tu podes, mas não melhorar, porque, chegada a ocasião, e aceitando-a, encontrarás de novo aquilo de que fugiste e pior ainda.
 
Oração para implorar a limpeza do coração e sabedoria celestial: (Como o amor-próprio afasta no máximo grau do sumo bem)

Certamente estas palavras se referem a alguma necessidade sua.
Mas isso só você saberá entender.



PENSAMENTO DO DIA



Magoe-me com uma grande verdade, mas não me iluda com pequenas mentiras.
 

MENSAGEM DIÁRIA



Quem conhece os outros é um sábio. Quem conhece a si mesmo é um iluminado.
 

SEXO EDESTINO - LIVRO DE CHICO XAVIER

 CONTINUAÇÃO

Marina ainda não voltara.
Desacoroçoado, chamou para a casa do chefe. Atendido, prestou sucinto relatório da apertura, indagando sobre a concessão de férias no banco. O diretor sossegou-o. Compreendia a emergência, também era pai. Não apenas despacharia favoravelmente a petição, mas se colocava igualmente ao dispor dele para qualquer eventualidade.
Tornando ao aposento onde Moreira velava, entrou em conversação com o facultativo de serviço.
O médico registrou-lhe a inquietude e compadeceu-se. Asseverou que era cedo para um pronunciamento mais claro. Empreenderia exames, prescrevera transfusões de sangue e antibióticos, estudaria as reações. Mesmo assim, não dispensaria a consideração de um neurologista, na hipótese de surgirem complicações, em vista da pancada forte, havida no crânio.
Nogueira concordou e, humilde, solicitou permissão para instalar-se junto da filha. Não se queixaria de preços, advogava para ela o melhor tratamento.
O clínico prometeu cooperar, favorecer.
Daí a instantes, Marita foi novamente transferida de quarto, onde Cláudio, Moreira e eu passamos a intimidade mais ampla.
Aqueles dois Espíritos, que se avalentoavam por bagatela, manifestavam-se agora diferentes, submissos.
O esposo de Dona Márcia trazia os olhos marejados de pranto.
Partira-se-lhe a alma. A convicção de que a filha tentara o
suicídio, por culpa dele, requeimava-lhe o coração, qual lâmina esfogueada que se lhe enterrasse no peito. De tantos escândalos escapara, de tantas proezas se ocultara, impassível; entretanto, aquele corpo abatido que a morte espreitava parecia encerrar-lhe o destino. Sentia-se arrasado, a ponto de não lhe importar nem mesmo a confissão de todos os delitos da existência, em praça pública... Delitos que supunha para sempre esquecidos, nos escaninhos do tempo, assomavam-lhe agora à lembrança, exigindo reparação... Sobretudo, Aracélia!... A genitora de Marita que ele próprio aniquilara, a peso de sarcasmo e ingratidão, parecia alcançá-lo pelo túnel da consciência... A imagem daquela moça inexperiente da roça crescia-lhe por dentro. Lastimava-se, acusava, perguntava pela filha, pedindo-lhe contas!...
Conjeturava-se Nogueira às portas da loucura.
Não fosse a resolução de recuperar a filha prostrada, usaria o revólver contra si mesmo. Afigurava-se-lhe o suicídio como sendo a válvula de livramento. Adotá-lo-ia, raciocinava, taciturno. Se Marita morresse, não desejava sobreviver. Cerrar-lhe-ia os olhos e destruir-se-ia sem compaixão.
Ao passo que as reflexões amargas lhe obscureciam a mente, colava-se Moreira aos pulmões da triste menina, num espetáculo comovedor de paciência e dedicação. De minha parte, assinalavalhe o devotamento sincero, os propósitos puros. O corpo injuriado não lhe inspirava repugnância. Enlaçava Marita com a veneração de quem se consagra a uma filha padecente para quem todos os cuidados e todos os carinhos são sempre escassos... De quando em quando, passava uma das mãos no rosto para enxugar as lágrimas...
Aquele Espírito que eu conhecera áspero e agreste amava profundamente, porque é preciso amar a alguém, com extremada ternura, para sorver-lhe com alegria o hálito fétido e acariciar-lhe a pele manchada de excrementos, com o enlevo de quem preserva um tesouro imensamente querido ao coração...
O silêncio era apenas cortado, de vez em vez, pelos movimentos da enfermeira que vinha fiscalizar o soro a descer no braço, gota a gota, ou aplicar injeções, segundo os avisos médicos.
O dia avançava. Três da tarde. Calor. Para Cláudio, as horas assemelhavam-se a correntes que arrastava no cárcere do remorso.
A noção de isolamento agigantou-se-lhe no espírito. Voltou ao telefone e procurou por Marina.
A filha atendeu. Palestraram.
Cientificara-se do acidente por Dona Márcia; no entanto, esperava que a ocorrência desagradável não passasse de susto. Não, não lhe era possível comparecer no hospital. Dona Beatriz, que passara a considerar igualmente por mãe, piorara muitíssimo.
Aguardava-se-lhe o fim, a qualquer hora. Que o pai a desculpasse; entretanto, admitia que a irmã devia estar satisfeita ao saber-se assistida por ele. Impossível pedir mais.
Nogueira regressou ao quarto, esmagado pelo desânimo.
Ninguém para migalha de apoio, ninguém a entender-lhe o suplício moral.
Às cinco, no entanto, alguém apareceu, um velho que solicitara a recomendação de clínico prestimoso.
A sós com Nogueira, apresentou-se.
Era Salomão, o farmacêutico.
Declarou-se amigo da moça acidentada. Estimava-lhe a lhaneza de trato, apreciava-lhe as gentilezas. Vizinho da loja, partilhava com ela o café, quando obrigado ao lanche fora de casa.
Surpreendera-se com a notícia do atropelamento e deliberara visitá-la, mesmo porque acreditava tivesse sido um dos últimos amigos que Marita ouvira na véspera.
E, diante da curiosidade e do reconhecimento do interlocutor, narrou quanto sabia, pormenor a pormenor.
Evidente, concluiu, que alguma desilusão recôndita lhe ditara o gesto desesperado. Recordava-se, perfeitamente, de lhe haver notado o pranto que ela, em vão, buscava disfarçar. Teria ingerido os soporíficos que lhe dera e, identificando-lhes o caráter inofensivo, certamente que se projetara sob um automóvel em disparada.

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