sábado, 3 de setembro de 2011

PENSAMENTO DO DIA


É próprio dos grandes espíritos dizerem muito em poucas palavras, pelo contrário, os néscios tem o dom de falar muito sem dizer nada

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA


Se você já conseguiu tudo o que planejou, é porque você não planejou o suficiente

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 62


CONTINUAÇÃO

últimos ligamentos que ainda retinham a alma cativa ao corpo inerme.
Quando viu Marita liberta e agasalhada nos braços de Félix, figurando-se uma criança cansada e adormecida, Moreira, na aflição e na humildade dos que se olvidam integralmente, para destacarem os que mais amam, indagou, desolado: – Irmão Félix, que farei doravante, inútil como sou? – Moreira – respondeu o instrutor, abençoando-o com o olhar –, somos uma família só. Muito em breve, terás o necessário, de modo a retomar o convívio de Marita, que pede agora paz e refazimento; mas, antes, somos nós os companheiros que te pedem auxílio! Marina sofre... Precisamos libertá-la. Contamos contigo como quem tudo espera de um amigo, de um irmão!...
O ex-assessor de Cláudio, ansiando patentear correta submissão, pôs-se genuflexo e deixou pender a fronte, confundido ao reconhecer que o orientador lhe rogava sanar uma brecha que ele,
Moreira, havia agravado, e prometeu, em pranto, atender à obrigação que se lhe indicava. Tudo o que anelava agora, acentuou, era aprender, auxiliar, dedicar-se ao bem, trabalhar, ...
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Felizes da Terra! Quando passardes ao pé dos leitos de quantos atravessam prolongada agonia, afastai do pensamento a idéia de lhes acelerardes a morte!...
Ladeando esses corpos amarrotados e por trás dessas bocas mudas, benfeitores do plano espiritual articulam providências, executam encargos nobilitantes, pronunciam orações ou estendem braços amigos!
Ignorais, por agora, o valor de alguns minutos de reconsideração para o viajor que aspira a examinar os caminhos percorridos, antes do regresso ao aconchego do lar. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 246).
Se não vos sentis capacitados a oferecer-lhes uma frase de consolação ou o socorro de uma prece, afastai-vos e deixai-os em paz!... As lágrimas que derramam são pérolas de esperança com que as luzes de outras auroras lhes rociam a face!...
Esses gemidos que se arrastam do peito aos lábios, semelhando soluços encarcerados no coração, quase sempre traduzem cânticos de alegria, à frente da imortalidade que lhes fulgura do Além!...
Companheiros do mundo, que ainda trazeis a visão limitada aos arcabouços da carne, por amor aos vossos sentimentos mais caros, dai consolo e silêncio, simpatia e veneração aos que se abeiram do túmulo! Eles não são as múmias torturadas que os vossos olhos contemplam, destinadas à lousa que a poeira carcome...
São filhos do Céu, preparando o retorno à Pátria, prestes a transpor o rio da Verdade, a cujas margens, um dia, também vós chegareis!...
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Ao entardecer, Agostinho e Salomão acompanharam Cláudio e os despojos da filha até ao Caju.
Cerimônia simples que a prece consagrou.
De volta, Nogueira, acabrunhado, despediu-se dos amigos, na Cinelândia, e tomou táxi para o Flamengo.
Alcançou o prédio, subiu e, sequioso de companhia, abriu a porta. Vasculhou peça por peça e sentiu frio no corpo e na alma...
No apartamento deserto não havia ninguém.

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AJUDE SEMPRE = CHICO XAVIER


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

PENSAMENTO DO DIA


Podemos até não ser capazes de mudar o nosso destino, mas até que este se manifeste temos a oportunidade de tentar

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA


O sábio tem algo a dizer, o idiota tem que dizer algo

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 61


CONTINUAÇÃO

A pobre menina concentrou todas as energias num pensamento de confiança e de gratidão a Deus e rogou, mentalmente: – “Perdão, Senhor!... Perdão para meu pai, perdão para mim!... Perdão para todos os que erraram!... Perdão para todos os que caíram!...” Aguçaram-se-lhe as percepções e sentiu-se como que banhada de alegria inefável... Contemplou Cláudio, distintamente agora, fitou Moreira em lágrimas e, alongando a atenção mais serenamente em derredor do leito, viu-nos a todos. Félix, em silêncio, endereçou-lhe eflúvios magnéticos a determinada área cerebral, e Cláudio, atônito, viu a destra inerme levantar-se... Agoniado e reconhecido, tomou avidamente aqueles pequenos dedos frios e quis dizer “obrigado, meu Deus!”, tentando, debalde, movimentar a garganta que os soluços embargavam; contudo, em lugar da palavra dele, foi a voz de Félix que se ergueu, de nosso lado, arrebatando nos em prece: – “Senhor Jesus, nós te agradecemos a felicidade que nos concedeste na lição do sofrimento, nestes dias de trabalho e de expectação!... “Obrigado, Senhor, pelas horas de aflição que nos clarearam a alma, pelos minutos de dor que nos despertaram as consciências!
Obrigado por estas duas semanas de lágrimas que realizaram por nós o que não nos foi possível fazer em meio século de esperança!.. “Em te alçando nosso agradecimento e louvor, pedimos ainda!... Lança, por misericórdia, a tua bênção na irmã que se despede e no companheiro que ficará. Transfunde-lhes o pesar em renovação, a mágoa em regozijo!... Recebe-lhes o pranto, como sendo a oração que te elevam, aguardando-te a paz no caminho!... “Entretanto, Mestre, não te exoramos a piedade somente para eles, irmãos bem-amados, que consideramos filhos da própria alma!... Suplicamos-te arrimo para todos os que resvalaram nos (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 242) enganos do sexo desorientado, quando nos ofereceste o sexo por estrela de amor a brilhar, assegurando-nos a alegria de viver e garantindo-nos os recursos da existência!... “Consente, Senhor, possamos relacionar, diante de ti, aqueles irmãos que as convenções terrestres tantas vezes se esquecem de nomear, quando te dirigem o coração.
“Abençoa os que se tresmalharam na insana ou no infortúnio, em nome do amor que não chegaram a conhecer! “Socorre nossas irmãs entregues à prostituição, já que todas nasceram para a felicidade do lar, e corrige com tua munificência os que as impeliram para a viciação das forças genésicas; acolhe as vítimas do aborto, arrancadas violentamente ao claustro materno, dentro dos prostíbulos ou em recintos que a impunidade acoberta, e retifica, sob teu auxílio, as mães que não vacilaram asfixiar-lhes ou degolar-lhes os corpos em formação; restaura as criaturas sacrificadas pelas deserções afetivas, que não souberam encontrar outro recurso senão o suicídio ou o manicômio para ocultarem o martírio moral que lhes transcendeu a capacidade de resistência, e compadece-te de todos aqueles que lhes escarneceram da ternura, transformando-se, quase sempre, em carrascos sorridentes e empedernidos; protege os que renasceram desajustados, no clima da inversão, suportando constrangedoras tarefas ou padecendo inibições regenerativas, e recupera os que se reencarnaram nessa prova, sem forças para sustentar as obrigações assumidas, afogando a existência em devassidão; recolhe as crianças que foram seviciadas e renova, com a tua generosidade, os estupradores que se animalizaram, inconscientes; agasalha os que rolaram na desencarnação prematura, por efeito de golpes homicidas, nas tragédias da insatisfação e do desespero, e ampara os que se lhes tornaram os verdugos padecentes, vergastados pelo remorso, seja na liberdade atenazada de angústia ou no espaço estreito dos calabouços!... (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 243) “Mestre, digna-te reconduzir ao caminho justo os homens e as mulheres, nossos irmãos, que, dominados pela obsessão ou traídos pela própria fraqueza, não conseguiram manter os compromissos de fidelidade ao tálamo doméstico; reequilibra os que fazem da noite pasto à demência; conforta os que exibem mutilações e
moléstias resultantes dos excessos ou dos erros passionais que praticaram nesta ou em outras existências; reabilita a cabeça desvairada dos que exploram o filão de trevas do lenocínio; regenera o pensamento insensato dos que abusam da mocidade, propinando-lhe entorpecentes; e sustenta os que rogaram antes da reencarnação as lágrimas da solidão afetiva e as receberam na Terra, por medida expiatória aos desmandos sexuais, a que se afeiçoaram, em outras vidas, e que, muitas vezes, sucumbem de inanição e desalento, em cativeiro familiar, sob o desprezo de parentes insensíveis, a cuja felicidade consagraram a juventude!... “Senhor, estende também a destra misericordiosa sobre os corações retos e enobrecidos! Desperta os que repousam nos ajustes legais, acatados nas organizações terrestres, e esclarece os que respiram em lares, revestidos pela dignidade que mereceram, a fim de que tratem com humanidade e compaixão os que ainda não podem guardar-lhes os princípios e imitar-lhes os bons exemplos!... Ilumina o sentimento das mulheres engrandecidas pelo sacrifício e pelo trabalho, para que não desamparem aquelas outras que, até agora, ainda não conquistaram a maternidade premiada pelo respeito do mundo, e que, tantas vezes, lhes suportam a brutalidade dos filhos nos lupanares! Sensibiliza o raciocínio dos homens que encaneceram honrados e puros, de modo a que não abandonem os jovens desditosos e transviados!... “Senhor, não consintas que a virtude se converta em fogo no tormento dos caídos e nem permitas que a honestidade se faça gelo nos corações!... (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 244) “Tu, que desceste às vielas do mundo para curar os enfermos, sabes que todos aqueles que jornadeiam na Terra, atormentados pela carência de alimentação afetiva ou alucinados pelos distúrbios do sexo, são doentes e infelizes, filhos de Deus, necessitados de tuas mãos!... “Inspira-nos em nossas relações uns com os outros e clareianos o entendimento para que saibamos ser agradecidos à tua bondade, para sempre!...” Quando Félix emudeceu, o compartimento demorava-se invadido pelo clarão que se lhe exteriorizava do peito; contudo, não
éramos somente nós, os comandados dele, que trazíamos, ali, o espírito subjugado por intensa emoção!... Todas as entidades desencarnadas, em serviço no estabelecimento, mesmo as que se vinculavam a outros cultos religiosos, se perfilavam à frente do acanhado recinto, discretas e atenciosas... Espíritos ignorantes e vampirizadores, em trânsito nos sítios adjacentes, acorreram para junto de nós, atraídos pelos jorros de luz solar que o aposento irradiava em todas as direções, e, muitos deles, a curta distância, baixavam a fronte, emocionados e reverentes.
Aquele quarto da venerável instituição socorrista, em plena noite, na rua do Resende, assemelhava-se a fulgurante coração de alvenaria, constelado de amor!... Cláudio nada ouvia, mas, empolgado pelas vibrações balsâmicas do ambiente, chorava, de manso, percebendo a mão gélida que se colara às dele, afrouxando a pressão do adeus. Agoniado, fitou o semblante da filha e notou que o palor da morte nele esboçava o derradeiro sorriso... Levantou-se e cerrou, cuidadosamente, aquelas pálpebras fatigadas, orvalhando-as de lágrimas; no entanto, renteando com ele, Moreira não continha os soluços.
Telmo aplicava passes anestesiantes à jovem e um médico espiritual, que se nos incorporara ao trabalho de equipe, cortou os

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QUE EU NÃO PERCA - CHICO XAVIER


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

PENSAMENTO DO DIA


O maior mistério do ser humano é tentar tirar da cabeça o que não se pode tirar do coração

Autor: Dani

MENSAGEM DIÁRIA


É justamente a possibilidade de realizar um sonho que torna a vida interessante

Autor: Paulo Coelho

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 60


CONTINUAÇÃO

Rogou orassem por ele, queria ser digno da fé que aceitara.
Pela primeira vez, pediu um passe em favor de si mesmo. Baixou os olhos e espalmou as mãos para recebê-lo, imitando o gesto de uma criança infeliz, suplicando uma esmola.
O velho farmacêutico e o negociante consolaram-no. Não seria justo reter a menina padecente num corpo qual aquele, deprimido e irrecuperável; no entanto, ao se despedirem, achavam-se ambos engasgados de emoção.
Cláudio, mais desolado que nunca, às nove horas solicitou licença para trancar-se. Queria estar só com a filha, dizer-lhe adeus.
Ninguém recusou aquele favor suplicado com humildade. Isolado à frente dela, Nogueira demorou-se a meditar... Recompunha o pretérito na memória, imaginando as estradas percorridas por ruínas das quais se via afastado para sempre. Entretanto, ao fixar a agonizante, pelo amor purificado que lhe passara a dedicar, simbolizava, na existência junto dela, o futuro de que se via distante. Entre o passado que lhe inspirava repugnância e o porvir na comunhão espiritual com a filha querida, sentia-se esmagado, sozinho...
Enternecia-nos as recônditas fibras da alma contemplar aquele homem vergado ao peso do suplício moral, fugindo a recordações para entrar em prece... Os gritos inarticulados do peito jugulado de angústia ao apelarem para Deus, no silêncio do quarto, assemelhavam-se a cânticos de dor que as lágrimas sufocavam!...
Às onze, o irmão Félix e outros amigos, incluídos Neves e Percília, estavam conosco.
Em todos os semblantes, a expectativa discreta, com exceção de Moreira, que se agitava em pranto.
O instrutor levantou-o num gesto de brandura, comunicando-lhe que a tarefa terminara. Que não se deveria vitalizar, por mais (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 238) tempo, aqueles pulmões que a morte começava a enregelar. O triste amigo obedeceu, em choro convulso.
Em seguida, impondo as mãos naquela cabeça despenteada, Félix transmitiu-lhe subitâneo calor. Marita senhoreou inopinada agilidade mental. Supunha-se reviver, renascer. Escutava os ruídos em derredor, com extrema acuidade auditiva... O benfeitor abeirou-se de Cláudio e segredou-lhe algo. Certo, sugeria-lhe conversar, despedir-se.
Ignorando-se tocado pelo mentor espiritual, vimo-lo revestido de estranha coragem. Nogueira ergueu-se, avançou dois passos e ajoelhou-se ao pé da agonizante... Pousou a cabeça rente ao corpo imóvel, mas a intensa emotividade traiu-lhe as energias. O pranto abalava-lhe os membros, ao jeito de tempestade sacudindo os galhos de um tronco prestes a cair.
Marita percebia-lhe o arfar do tórax, na escala ascendente dos soluços, e desejou acariciá-lo; contudo, os braços se lhe afiguraram parafusados à cama.
Amparado nas forças magnéticas de Félix, que passou a apoiá-lo inteiramente, Cláudio cobrou ânimo, recolheu o exemplar de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, que deixara na cadeira
próxima, e falou com voz trêmula: – Filha do meu coração, se você me escuta, atenda a seu pai, por piedade!... Perdoe-me!... Não sei se você sabe que estou transformado... Conheci Jesus, minha filha, e sei hoje que Deus é
misericórdia, que ninguém morre, ninguém... Sei que a justiça está em nós mesmos, que sofremos pelos males que praticamos, mas Deus não nos recusa o resgate!... Compreendo o mal que fiz a
você, sou um criminoso, mais nada... Pense, minha filha, no remorso que carregarei pelo resto da vida!... Você sabe que vou agora caminhar sem ninguém, agüentando a solidão que mereço... 9Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 2390.
Onde você estiver, compadeça-se de seu pai!... Confie em Jesus e nos bons Espíritos!... Eles sabem que você não se suicidou, sabem que sou um assassino... Ah! minha filha, pense nesta palavra assim tão triste!... Assassino! Auxilie-me a lavar esta mancha da consciência! Rogue por mim aos enviados do Cristo, para que eu tenha a força de fazer o que devo fazer!... Cláudio fez ligeira pausa, ao ver que o rosto da filha se cobria de lágrimas e, ansiando reconhecê-la devolvida à própria consciência para que lhe assinalasse a renovação, guardou a íntima certeza de que ela o escutava, em plena lucidez, bendizendo-lhe os votos de melhoria. Aflito e expectante, na convicção de que estava sendo ouvido e entendido, continuou: – Apesar de tudo, filha querida, não fique triste com minha súplica!... Sou um réu, mas tenho esperança! Veja a revelação de Jesus que eu achei!... Em seguida, com as mãos trementes, num gesto de piedosa confiança, colocou-lhe o livro na destra inerme.
A filha desperta registrou a presença do volume sobre os dedos inteiriçados e respondeu com o pranto mais vivo, mais copioso.
Nogueira, encorajado por aquela manifestação de inteligência, levantou a voz e rogou-lhe escutasse o que tinha a dizer... Declarando saber-se diante de amigos espirituais, que lhe testemunhariam a sinceridade, e certo de que empenhava a própria alma nas afirmações que se dispunha a formular, abriu-se à filha.
Confessou ali, diante dela, todas as faltas de que se acusava; relatou-lhe o drama de Aracélia; asseverou que sinceramente ignorava fosse ela filha dele, o que apenas viera a saber por informação de Márcia, porquanto, leviano e inconseqüente qual fora, na mocidade, admitia, erroneamente, que Aracélia desempenhara o papel de companheira para vários homens; participou-lhe (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 240) que a esposa o chamara à realidade, na noite horrível em casa de Crescina; descreveu como se abatera, atormentado pelo arrependimento, desde que a vira prostrada, implorava-lhe perdão por havê-la induzido ao suicídio... Comunicou-lhe haver lido e aprendido muito sobre reencarnação, desde o primeiro dia de hospital, e asseverou-se persuadido de que ambos se achavam ligados, através de múltiplas existências; disse que a paixão alimentada por ele teria sido fruto da invigilância e da crueldade que ainda trazia no
coração... Acrescentava, porém, ali, ante os padecimentos dela que lhe constituíam sentença de dor inapelável, que prometia regenerar-se, por mais áspero o reajuste... Finda a longa exposição, que Marita assinalou, compungidamente, frase por frase,
Nogueira retirou o livro da mão pequenina e descarnada, rematando em choro convulsivo: – Tenho orado e tenho recebido a misericórdia de Deus para mim, malfeitor... Mas se a Bondade Infinita me pode favorecer ainda com nova esmola, abençoe-me, filha querida, dê-me um sinal de benevolência, antes de partir... Se você está ouvindo o réu que sou, acompanhe-me neste desejo... Ore também!... Rogue a Deus forças... Mova um dedo, um dedo só para que eu saiba que você perdoou a seu pai!... Não me deixe na incerteza, agora que vou recomeçar o destino, entregue às conseqüências de minhas próprias faltas!... Registrando os soluços paternos, que lhe revolviam a alma, a jovem associou-se-lhe aos votos. Desejou ansiosamente, veementemente, satisfazer-lhe o pedido... Perdão!... Perdão!... A palavra ressoava-lhe no espírito, à maneira de cântico que descesse do céu, ecoando nas paredes em torno!... Perdão!... Aquelas seis letras, enfileiradas em forma de sons, pareceram-lhe música da eternidade, que estivesse sendo executada no firmamento, em trompas de estrelas, cujos brandos acentos lhe aliviavam o coração!...

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CHICO XAVIER - ORAÇÃO PELOS ENTES QUERIDOS


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

PENSAMENTO DO DIA


Somente o homem, dentre todas as criaturas da terra tem o poder de mudar seu padrão de pensamento e se tornar o arquiteto de seu destino

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA


Quando os filhos se comportam mal, os pais costumam fazer duras críticas e até mesmo castigá-los. Mas raramente se lembram de elogiar seu bom comportamento. Uma conversa amiga, um abraço apertado, um beijo carinhoso ajudam a despertar os bons sentimentos e desenvolver suas boas qualidades

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ


CONTINUAÇÃO

CAPÍTULO 7

Duas semanas precisamente sobre o desastre em Copacabana e Marita amanheceu preparada à desencarnação.
Moreira inspirava piedade. Aqueles dias abençoados de ensinamento e dor lhe haviam alterado a vida íntima. Percebendo que a menina entrara nos derradeiros lances da decadência orgânica, chorava, consternado.
Marita desligava-se, a pouco e pouco, de toda a relação com o mundo corpóreo. Nem mesmo o calor daquele amigo generoso que a sustentava, qual se lhe ofertasse um pulmão suplementar, a interessava mais... Conquanto imóvel, sentia-se agora lúcida, profundamente lúcida.
Os olhos quedavam quase apagados; no entanto, o apoio magnético incessante lhe descerrava a luz da visão espiritual.
Nos últimos dois dias, atingira avançada renovação. Assinalava com absoluta clareza as palestras freqüentes que Cláudio mantinha com médicos e enfermeiros, gravava as preces e os comentários de Agostinho e Salomão, na hora do passe.
De começo, ao experimentar que as mãos paternas lhe asseavam o corpo, desesperava, clamando de si para consigo que não se conformava com tanta humilhação... Lançava pensamentos de revolta contra o destino que a jungia daquele modo a um homem que odiava; entretanto, à força de perceber-lhe a ternura reverente, expungindo-lhe as excreções que se lhe agarravam à epiderme ferida, acabou plantando no coração um sentimento novo. Enterneceu-se, transfigurou-se. Ouvia-o falar em Deus e, às vezes, identificava-lhe os dedos a lhe roçarem a fronte, ao mesmo tempo que entremeava afagos e orações... Num dos minutos comovedores em que ela cismava, sem atinar com os motivos daquela transformação, Félix aproximou-se... Acariciou-lhe paternalmente os (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 234) cabelos em desalinho e disse, na convicção de quem centralizava todas as energias, a fim de sugerir-lhe, com êxito, a atitude aconselhável: – Filha, perdoa, perdoa!... Ela registrou, emocionada, a voz desconhecida e recordou a mãezinha que a deixara no berço.
Sim – concluía –, somente o amor materno voltaria do túmulo para inclinar-lhe o coração incendiado à fonte da indulgência... Perdoar – monologou – que outra coisa lhe competia fazer diante da morte? Sim, devia partir olvidando mágoas e afrontas... Reconhecia-se na armadura dos ossos, à feição de pinto no ovo.
Tênue pancada ou breve movimento conseguiria despejá-la e deveria sair, conquanto não soubesse para onde... Por que não seguir, apagando as labaredas que lhe requeimavam os sentimentos?... Meditou naquelas mãos que a despiam, enxugando-lhe a pele molhada para vesti-la outra vez, com o carinho apenas visto nas mães quando tocam, de manso, os filhinhos doentes, e concluiu que lhe cabia desculpar, esquecer... Compadeceu-se, então, diante do pai irrefletido. Perdoar-lhe, sim!... Pensou nisso, com o júbilo de quem achara uma bênção... Ele agora a respeitava, limpava-a, orava... Viveria na Terra, talvez carregando amargas penas, enquanto que ela viajaria para regiões que ignorava, apegando-se, porém, à confiança naquela voz que lhe impelia o espírito atribulado à calmaria do perdão... Rememorou-lhe o pranto da noite em que lhe declarara a paixão despropositada e tocou-se de entendimento. Pobre pai aquele que nunca desfrutava refúgio no próprio lar!... Teria um cérebro normal um homem assim, varado em casa, diariamente, qual se fosse um cão infeliz? Quem poderia saber se ele se aproximara dela na condição de um enfermo buscando lenitivo que não sabia qualificar, na (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 235) turvação dos próprios sentidos? Provavelmente havia recebido, na pensão de Crescina, o assalto de um louco e não a injúria de um homem!... Por que não justificar o pai que se dementara?... Reconstituiu-lhe, na memória, os gestos de brandura e de amor, nos brincos da infância. Cláudio lhe fora o único amigo... Se chorava em pequenina, recolhia-se-lhe ao colo, buscando o regaço de mãe que não tivera. Demorou-se a revê-lo nas telas da imaginação, transportando-a nos braços para que se distraísse, admirando os bichos do jardim zoológico... Degustava, de novo, mentalmente, os sorvetes que ele lhe adquiria, prazeroso, nas tardes de verão... Recordava, recordava.... Não, não! – bradava-lhe a consciência, o pai não era perverso, era bom... Como recusar-lhe compaixão se Dona Márcia o abandonava, se Marina lhe evitava a presença?
Decerto, sofrera muito, antes de conturbar-se... Como não exculpar a loucura de uma noite, num benfeitor de vinte anos? Por que
não morrer, abençoando semelhante dedicação? De que modo condená-lo, se ele, Cláudio, prosseguia ali, paciente e abnegado, tolerando-a?... Recordou a mãe adotiva, imaginou-se à frente da irmã e aspirou, em espírito, à reconciliação com elas... Quem afirmaria que Dona Márcia e Marina também não estivessem sob desequilíbrios ocultos? quem diria com certeza que não fossem doentes? Naquele instante em que se harmonizava com Cláudio, queria igualmente conciliar-se com ambas. Estavam perdoadas por todas as incompreensões e, no íntimo, pedia-lhes perdão por todos os dissabores que, involuntariamente, lhes tivesse causado!... No desfile das reminiscências, Gilberto não faltou. A figura do rapaz surdiu-lhe na cabeça, envolvida das doces vibrações do sonho que lhe constituíra a luz da vida!... Não conseguiria odiar a quem amava tanto!... Gilberto teria encontrado razões para afastar-se dela e também, naquelas reflexões graves e extremas, lhe aparecia na ternura revestido com a beleza de um companheiro amado e limpo!...(Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 236).
Ao enunciar esses pensamentos, Marita sentiu-se mais leve, quase feliz!...
Intentou movimentar-se, gritar ao pai que ela o considerava um homem de bem, que não detinha motivo algum para acusá-lo, que os sucessos na moradia de Crescina tinham sido apenas um lamentável engano, que ela realmente morreria, rogando-lhe, no entanto, viver e continuar a ser bom!... Contudo, só ao pensar no próprio soerguimento, teve a impressão de que se algemava a uma estátua. Nenhuma reação favorável nos membros hirtos, nenhuma voz na garganta que lhe parecia de pedra; todavia, tão grande e tão heróico se lhe externou o esforço da alma renovada, que bagas de pranto lhe rolaram dos olhos semimortos.
Desde esse minuto solene de pacificação, começou a distinguir, vagamente, vozes e formas do plano espiritual, entre alegre e amedrontada, qual se estivesse acordando num clarão traspassado de bruma... Fitando-lhe o semblante orvalhado de lágrimas, Nogueira, reanimado, chamou o médico.
Aquilo não seria indício de reação, de melhora?
O facultativo, porém, meneou a cabeça, circunspecto, e pediu mais tempo de observação, a fim de pronunciar-se, concluindo, no entanto, de si para consigo que a menina se achava em condição pré-agônica, transtornada, delirante... Clareado o dia que antecedeu a noite da desencarnação, o clínico prestimoso convidou Cláudio a entendimento e comunicoulhe,
por fim, que a moça não mais viveria muitas horas. Para a Ciência, tudo terminava... Que ele, pai afetuoso e crente, orasse segundo a fé que alimentava no coração, buscando forças...
Nogueira baixou os olhos e agradeceu, humilde. Telefonou para Agostinho e Salomão, participando-lhes o aviso.
Os amigos vieram à noitinha.

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A VOZ DE ANDRÉ LUIZ EM CHICO XAVIER


terça-feira, 30 de agosto de 2011

PENSAMENTO DO DIA


Jamais diga uma mentira que não possas provar

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA


Se tens um amigo, visita-o com frequência, pois as ervas daninhas e os espinheiros invadem o caminho por onde ninguém passa

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 58


CONTINUAÇÃO

objeto de serviço, pela mesma razão me aconselhava o retorno ao lar de Nemésio, a fim de socorrer Marina, cujo problema obsessivo se agravava. Conviria, porém – acrescentou –, acompanhar ambos os visitantes, de maneira estudar-lhes as reações, com fins de auxílio.
Aboletei-me no carro para a volta.
Torres, dominando-se, escolheu caminho mais longo, em marcha lenta.
A tortura de Nogueira suscitava-lhe falsas impressões. Cotejando- se com ele, qualificava-se por homem de rija têmpera que, dias antes, assistira à morte da própria companheira, sem quebrarse, ao passo que o genitor de Marina se derretia ao pé de uma filha adotiva, cuja situação, naquela hora, pedia a tranqüilidade do necrotério.
De vez em vez, deitava olhares furtivos para Dona Márcia, supondo compreendê-la melhor. A mãezinha daquela que pretendia desposar, perfeitamente comparável à filha em beleza e inteligência, não seria feliz junto daquele cavalheiro chorão.
O comerciante esperto retomara as características próprias. A pouco e pouco, olvidou a menina acidentada e o bancário arrasado que classificava por maricão e passou a exaltar o encantamento do dia em curso, qual se aspirasse a despertar Dona Márcia para a
convicção de que se achava no auto, sob o patrocínio de um companheiro compreensivo e vigoroso, capaz de assegurar-lhe a euforia.
Indagou se ela freqüentava os passeios cariocas mais estimáveis.
Referiu-se aos almoços suculentos das Paineiras, aos piqueniques da Pedra do Conde, aos banhos em Copacabana, à vista inigualável no Pico da Tijuca nos dias ensolarados, onde o binóculo parecia trazer a restinga de Marambaia para dentro dos olhos... (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 229) Dona Márcia conhecia todos os sítios mencionados, quanto a palma das mãos; contudo, fez-se de ingênua. Sabia, de experiência própria, que os homens da casta de Nemésio preferem as mulheres frágeis e acanhadas, que se voltem para eles com a bisonhice das criaturas necessitadas de proteção. Declarou nada conhecer dos pontos guanabarinos mais freqüentados, além do Pão de Açúcar, que visitara numa excursão, aliás muito rápida, junto das filhas ainda pequeninas. Afetando-se novata, em matéria de experiências romanescas, informou que se casara muito nova e que, desde então, a existência lhe fora um suplício entre escovões e panelas, com a obrigação de tolerar um marido resmelengo, segundo ele próprio, Nemésio, pudera verificar. Que lhe avaliasse o martírio de mulher acorrentada a um matrimônio infeliz pela mostra de Cláudio choramingas, a recebê-los sem uma palavra de cordialidade e de apreço.
Torres gostou das definições. Riu-se. Falou em psicoses. Reportou-se a neurologistas distintos.
Dona Márcia debuxou um sorriso malicioso, fitou-o demoradamente e disse que era muito tarde para tratamentos, que havia muito tempo vivia separada do esposo, embora continuassem sob o mesmo teto.
Acostumara-se a sofrer, declarava suspirando.
Nemésio entendeu a insistência daqueles olhares e experimentou recôndita satisfação ao averiguar-se requestado.
A presença da futura sogra não lhe desagradava. Não fosse Marina – pensou –, e não hesitaria atraí-la a convívio mais íntimo.
A manhã toda, na companhia daquela mulher que reputava formosa e inteligente, constituíra-lhe um tônico. Esquecera-se, distraírase.
Mesmo assim, não julgou conveniente precipitar-se. Puxou o relógio e, verificando que faltavam apenas cinco minutos para meio-dia, convidou-a para o almoço. Conhecia excelente restaurante no Catete. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 230)
A senhora Nogueira aceitou. E a refeição transcorreu alegre.
Esforçava-se a convidada em pressentir as escolhas do anfitrião, de modo a compartir-lhe os pratos prediletos. Sóbria, acomodou-se à água mineral e, no cardápio, comeu pouco. Em compensação, pensou muito e falou o possível, no intuito de cativar o companheiro. Em dado momento, refletiu nos riscos a que Marina se expunha e, abemolando a voz, provocou a deixa. Prevendo a despedida próxima, asseverou não desejar o encerramento daquele encontro feliz sem agradecer-lhe o devotamento à filha. Além disso, rogava-lhe permissão para assinalar que a moça era demasiado jovem, que temia pela inexperiência dela...
Torres, lisonjeado, reiterou a confiança na escolhida, não sem um gesto significativo para a interlocutora, como a dizer-lhe que, embora lhe aguardasse a filha, no lar, não queria que a sogra lhe olvidasse a dedicação de amigo certo. A esposa de Cláudio apanhou a sugestão no ar e asseverou, de modo galante, que, na qualidade de mãe abnegada, anelava para a filha a felicidade que o mundo não lhe pudera conceder.
Entre ambos, o contrato afetivo não apresentava qualquer dúvida, apesar de todos os itens do acordo se evidenciarem por entrelinhas e alusões, suspiros e reticências.
Quando o genitor de Gilberto disse adeus, no Flamengo, retomou o volante admitindo-se visitado mentalmente pela imagem da senhora Nogueira. Fugindo-lhe à influência, opunha-lhe a figura da filha. À face disso, entrou em casa, decidido a encontrar-se com Marina, de pronto.
Recolhido ao quarto particular, tomou o pijama, calçou os chinelos silenciosos e, absorto, andou, de manso, na direção do compartimento, em que pretendia surpreendê-la, comunicar-lhe
impressões e, sobretudo, dissipar os pensamentos intrometidos que Dona Márcia lhe suscitara. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 231)
Empalmou, de leve, a maçaneta e abriu a porta, sem ruído; no entanto, fez força para não cair, garroteado de assombro. Gilberto e a moça beijavam-se em amplexo apaixonado, efusivo. De costas para a entrada, o filho não lhe assinalou a presença; todavia, Marina, a situar-se de frente, cruzou o olhar com o dele, viu-lhe o rosto crispar-se, esverdinhado, e desmaiou.
A cena foi rápida.
Retirou-se Nemésio, à maneira de um cão espancado, arrastando-se em terrível asfixia. Dificilmente, ganhou o quarto eprecipitou-se no leito, a sentir-se arrasado de sofrimento.
Ponderações contraditórias vararam-lhe o crânio - Como deslindar o enigma doloroso? Teria Gilberto abusado da menina enfraquecida ou dividia-se a jovem pelos dois? Intentou erguer-se, mas, como se houvesse recebido uma pedrada por dentro do coração, doía-lhe o peito, suava frio, sufocava-se.
Decorrido um quarto de hora, Gilberto, insciente do vulcão de lágrimas que o pai se empenhava a esconder, veio participar-lhe que Marina piorara, depois de ligeiro delíquio. Voltara da síncope, francamente possessa. Gritava, chorava, mordia-se, feria a si mesma... Nemésio, porém, pousou nele os olhos magoados e pediu-lhe comandar as medidas necessárias. Chamasse o médico, telefonasse para o Flamengo e insistisse com a genitora para vir, e explicou, não sem esforço, que ele também tornara da rua, incompreensivelmente
abatido... Aplicando-me a socorrer Marina, reconheci a obsessão instalada.
Os vampirizadores que Moreira trouxera, coadjuvados por outros, haviam dominado, de todo, a jovem desprevenida. O choque experimentado esbarrondara-lhe as últimas resistências.
Marina, sob o jugo dos malfeitores desencarnados, jazia hipnotizada, vencida... (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 232)
Em breve tempo, Dona Márcia, em pessoa, renteava com a filha, que a recebeu, dementada, irreconhecível.
O médico optou pela hospitalização imediata, que Nemésio declarou patrocinar com a impassibilidade de quem cumpre um dever. Dona Márcia, por desencargo de consciência, entendeu-se com Cláudio pelo fio, suavizando a notícia. Inteirava-o de que a filha se extenuara em trabalho excessivo, arrojara-se a grande fadiga mental e o facultativo indicava ligeira estação curativa, numa clínica de repouso. Ela, com a responsabilidade de mãe, não opunha qualquer embargo; entretanto, não lhe seria lícito deixar de ouvi-lo, aguardava-lhe a opinião.
Nogueira não contraditou e Dona Márcia deu-se pressa em confiar Marina a estabelecimento psiquiátrico de nomeada, cujos portais a menina transpôs, inspirando cuidado e compaixão.
Regressando à bela vivenda, depois de dois dias, encontramos Gilberto atarantado e infeliz; contudo, mais dedicado à moça que antes. Nemésio, porém, ruminava a antiga concepção do amor como sendo chinelo no pé e, apenas decorridas quarenta e oito horas sobre o acontecimento, já permutava confidências com a
senhora Nogueira, em torno dos fatos novos, e ambos, na maior intimidade, já haviam encontrado motivos para desculpar aquilo a que chamavam “doçuras da mocidade”, cultivando consolações um no outro.

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MENSAGEM DE CHICO XAVIER


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

PENSAMENTO DO DIA


Evitar a felicidade com medo que ela acabe é o melhor meio de ser infeliz. Quem pensa segundo a opinião dos outros, está muito longe de ser uma pessoa livre

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA


O maravilhoso da fantasia é nossa capacidade de torná-la realidade

Autor: Desconhecido

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 57


CONTINUAÇÃO

CAPÍTULO 6

Valendo-nos da condução, seguíamos igualmente para o hospital, em objetivo de serviço.
Enquanto o automóvel chispava, a senhora Nogueira fitava Nemésio ao volante, apreciando-lhe a sisudez aparente e o porte desempenado. Inquietava-se consigo mesma, de vez que refletia naquilo em que não queria pensar. À vista daquele tipo galhardo, indagava-se por que razão Marina preferira o filho ao pai, se o genitor, cavalheiro dinheiroso e simpático, era, em tudo, a pessoa capaz de assegurar-lhe independência e posição.
De quando em quando, envolvia-lhe o perfil numa olhadela mais comprida e concluía, de si para consigo, que a juventude não tinha lógica.
Mais alguns minutos e penetramos no estabelecimento, onde o par foi recepcionado pelo facultativo com quem Dona Márcia se comunicara, momentos antes.
O médico, gentil, notificou ter avisado Cláudio quanto à possibilidade da surpresa, mas Dona Márcia desconversou, para não dar ao pai de Gilberto a impressão de que se dispusera a vir até ali pela primeira vez. Referiu-se à temperatura, comentou particularidades do ambiente, qual se repetisse observações corriqueiras. E o clínico, longe de perceber-se a servir de instrumento, respondialhe às perguntas calculadas, atendendo-lhe, involuntariamente, aos fins em pauta.
Foi assim que, ao transpor a entrada do aposento indicado, Nemésio guardava a convicção de acompanhar um símbolo vivo de ternura materna.
Cláudio, abatido, acolheu, a seu turno, os recém-chegados, entre sóbrio e atento. A princípio, o desconforto íntimo... Depois, a conformação. Sofria demais para escolher discutir e aprendera o (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 225) suficiente, naqueles dias de angústia, para inclinar-se a reclamações.
Aliás, ao facear com Nemésio, endereçou-lhe o olhar do homem atribulado que roga a outro homem comiseração e socorro.
Recebeu-lhe o amplexo franco, depois das apresentações promovidas pela mulher, e imaginou-se na condição de um aluno em exame.
Torres, que ele conhecia tão bem, conquanto a distância, figurou-se-lhe diferente. Sabia-o ostentando-lhe a filha em noitadas vadias e vezes diversas sopitara o ímpeto de esmurrá-lo, ao retirar-se humilhado de recintos alegres para não agüentar desacatos; entretanto, agora lhe contemplava o rosto, imbuído de sentimentos
novos. Identificava-se num teste de compreensão e de tolerância.
Num átimo, associou os ensinamentos espíritas cristãos que lhe metamorfoseavam o íntimo com Marita em decúbito, fixou Nemésio e Márcia, e deduziu que não lhe competia julgar aquele homem que lhe explorava a família. Mecanicamente recordou Jesus e a lição da primeira pedra... Estabeleceu confronto rápido e catalogou-se em nível inferior. Torres entretinha-se com uma jovem que lhe dava liberdade, e filha de outro homem. Ele, porém, não vacilara em abusar da própria filha, depois de encantoála na sombra, através de embuste soez. Com que direito assumiria, ante a própria vítima tombada, o papel de censor?
Indubitavelmente – concluía em reflexões instantâneas –, amigos espirituais traziam-lhe o negociante detestado, experimentando-lhe a renovação. E a ele próprio, também – considerou,humilde – cabia o dever de sopesar as próprias reações, categorizar-se tal qual era, no fundo da consciência.
Naquela prova de segundos, volveu o olhar para a esposa e não mais encontrou em Dona Márcia a inimiga cordial de tantos anos. Aquele semblante embonecado por excessiva maquilagem,
na presença das concepções novas que passara a nutrir, mascarava um coração insatisfeito, cujos desastres haviam sido provocados (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 226) por ele mesmo. Exterminara-lhe os sonhos, logo após o casamento.
Recordou-se de como se enfadara, desapiedado, da esposa, então menina cândida e espontânea, tão-só por vê-la disforme, na gravidez de que Marina sobreviera, e de como transferira, na direção de Aracélia, os instintos de homem selvagem. Desde o choque em que se vira coagida a criar duas filhas, em vez de uma, a personalidade real de Márcia desaparecera. Desequilibrara-se. E ele, ao invés de regenerar-se, recuperando-a, jamais regressara da caça de aventuras. Como exigir contas da mulher, se devia acusarse?
Nada lhe impedia fugir do auto-exame, abraçando conversas triviais; entretanto, inferiu que não conseguiria ausentar-se da própria alma. Mais justo esquadrinhar-se, suportar-se... Percebeu que Nemésio e Márcia, expectantes, lhe estranhavam a atitude e, muito mais para não incomodá-los que por subtrair-se a qualquer crítica, dirigiu o olhar para a filha desfigurada, que somente as energias de Moreira conjugadas com a alimentação artificial retinham no corpo físico, e falou para o genitor de Gilberto, com inflexão de profundo sofrimento: – Veja o senhor... Nossa filha está muito mal... Os recém-chegados fitaram, atônitos, aquele cadáver que ainda respirava...
Sentiu-se Dona Márcia esmagada de assombro, mesclado de piedade, mas reprimiu-se. Torres, por sua vez, apertou os dedos contra as palmas das mãos, num gesto peculiar de nervosismo. A moça descarnada devolvia-lhe a imagem de Beatriz. Recuou, automaticamente, procurando o pai de Marina a fim de exprimir-lhe amizade, mas deparou com Cláudio, de lenço ao rosto, tentando, debalde, sofrear o pranto que lhe escorria do queixo hirsuto.
A senhora Nogueira fez as honras. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 227).
Conquanto abalada, não somente ao consignar a decadência da pupila, mas igualmente ao testificar a inesperada sensibilização do marido, controlou-se o bastante para falar com desembaraço.
Doseou as verdades que ouvira do médico, respeitando o pesar do esposo, recapitulou a versão do acidente que ela mesma engenhara, para satisfazer aos amigos, e rogou desculpas pelo traumatismo com que Cláudio se apresentava. Confessava-se também machucada – observou, polidamente –; contudo, ao ver o
marido subjugado pelo desgosto, não tivera outro recurso senão reabilitar a resistência própria, a fim de que não escasseasse comando
à situação.
O esposo, em lágrimas copiosas, compreendeu que ela mentia para impressionar e que enfileirava frases bem-postas, no intuito de dar a entender que não arredava pé do hospital; no entanto, não lhe rebateu as afirmativas.
Limitava-se a chorar em silêncio. Em lugar da indignação a que se rendia, em outros tempos, quando a via fingir, penalizavase agora. Imaginava-se na posição do viajor que houvesse espalhado farpas em todo o caminho, por onde seria fatalmente impelido a regressar...
Confirmando-lhe as impressões, Dona Márcia levantou-se e, contendo a repugnância que o cheiro desagradável do leito lhe causava, ajeitou os travesseiros da filha inanimada, derramou algumas palavras de carinho e, verificando que Nemésio se mantinha constrangido no ambiente que as exalações do processo renal tresandava, conclamou ao regresso.
Não seria lícito reter o senhor Torres por mais tempo, alegou.
Quanto a ela, que Cláudio a esperasse. Voltaria mais tarde.
Despedidas e protestos de solidariedade surgiram à tona.
O irmão Félix, presente, seguira o encontro em todas as minúcias e ponderou que se eu volvera ao estabelecimento, em

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SIGNIFICADO DO AMOR - CHICO XAVIER


domingo, 28 de agosto de 2011

MENSAGEM SEMANAL


AMOR E PAZ

O desânimo é pântano venenoso onde se asfixiam as mais belas aspirações da vida. A precipitação torna-se fogaréu a arder sem finalidade, muitas vezes prejudicando a lavoura do bem. O receio sistemático constitui campo onde medram as plantas daninhas que destroem a sementeira da esperança. A maledicência é geratriz de males incontáveis. A preguiça urde a destruição do trabalho, tanto quanto a má vontade inspira a insensatez. Comenta-se sobre a violência com exagerada cooperação dos veículos da moderna Informática, estimulando mentes enfermas e personalidades psicopatas a se entregarem à alucinação. A terapia para a terrível epidemia que toma conta do mundo é o amor em todas as suas expressões. Amor fraternal que sustenta a amizade e dissemina a confiança. Amor espiritual que generaliza o interesse de todos pelo bem comum. Amor cristão em serviço ativo, que desenvolve o trabalho e espraia a solidariedade. O amor que compreende o erro é êmulo do amor que reeduca, da mesma forma que o amor que perdoa promove o amor que salva. São formas de violência cruel: o torpe desânimo e a rude precipitação, o infeliz receio, a cruel maledicência e a maléfica preguiça, filhos espúrios do egoísmo que é, em si mesmo, o gerador dos males que desgovernam o mundo. Contribui para a ordem e a paz mediante a utilização do verbo feliz, falando para ajudar – distendendo o conforto moral e as diretrizes do equilíbrio; mediante o pensamento – resguardando-te do pessimismo, irradiando ondas mentais de simpatia, orando em silêncio; através da ação produzindo no bem, mesmo que seja com a dádiva modesta de uma luz acesa na escuridão, de um vaso de água fria na ardência da sede, de uma côdea de pão distendida ao esfaimado, de um grão de rico de vida na vala fértil com olhos postos no futuro... Cada um pode oferecer a sua melhor parte, doar a mais importante quota que, em palavras simples e plenas, é o amor. Jesus, em todas as circunstâncias, não obstante pudesse modificar as estruturas do seu tempo e solucionar os problemas daqueles que O buscavam, por amor ajudou cada criatura que a Ele recorria, influenciando-a a mudar de atitude perante a vida e a crescer no bem, avançando em paz na direção de Deus, o Amor Total.

Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis / Livro: Receitas de Paz / 26/08/2011

PENSAMENTO DO DIA


Só vemos nossos próprios erros através dos olhos dos outros

Autor: Desconhecido

MENSAGEM DIÁRIA


Há momentos em que as tribulações acontecem em nossas vidas, e não podemos evitá-las. Mas estão ali por algum motivo. Só quando ultrapassamos, entendemos porque estavam ali

Autor: Paulo Coelho

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ


CONTINUAÇÃO

– Oh! mas não se preocupe, de modo algum; afinal, não sou mais uma criança... – Sim, mas o senhor compreende... Enquanto sua esposa estava de cama, a permanência de minha filha em sua casa era justa, mas agora... Sei que Marina não se encontra no convívio de estranhos, o senhor para nós não é somente o diretor da firma em que ela trabalha, o senhor para ela é também um amigo, um protetor,
um pai... – Muito mais do que isso!...
A senhora Nogueira estremeceu. Que projetava dizer o entrevistador com semelhante afirmação, diante das frases que articulara intencionalmente reticenciosas, aguardando que ele lhe fornecesse alguma esperança positiva no enlace próximo dos filhos?
Sem querer, tornou a refletir, de escantilhão, nas suspeitas de Cláudio. Os passeios e divertimentos do abastado comprador de imóveis com a menina, que ela admitira fossem apenas motivos de consolação para um velho sofrido, assumiriam o aspecto inconfessável que o marido lhes conferia? “Muito mais do que isso!...”
Aquelas palavras, no tempero de ternura com que eram ditas, varavam-lhe a cabeça. Acordavam-na para a realidade que nem deleve pressentira. Ainda assim, não se dispunha a acreditar. Impossível! impossível que Marina... Num átimo, empregou toda a sua curiosidade feminil no rico negociante, fisgando-o, de alto a baixo. Excessivamente humana
para não examinar o jogo em que se encontrava sem conhecer exatamente a posição que lhe competia na defesa do próprio interesse, descobriu no viúvo, que supusera arcaico e patriarcal, atrativos marcantes, suscetíveis de impressionar favoravelmente qualquer moça desprevenida. Conhecia Gilberto em pessoa, classificando- o, aliás, como sendo um rapaz notável; entretanto, concluía, ali, que o velho ganharia do moço em qualquer torneio de sedução. Ela que se orgulhava de experiências avantajadas, em (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 221) matéria de ligações afetivas, receava agora... Quis falar, inventando uma saída brilhante, mas engasgava-se. Os olhos conquistadores, na elegância daquele Brummel amadurecido e circunspecto, perturbavam-na.
Tremeu, desconcertou-se.
Nemésio sorriu, atribuindo-lhe a emoção ao contentamento de mãe que se garante, quanto ao futuro da filha, e observou: – A senhora não tem razões para afligir-se. Marina é credora de minha melhor consideração. Esteja convicta de que, nestes dois meses de trato diário, ela vem desfrutando a maior liberdade em minha casa. É hoje dona de nossa absoluta intimidade. Estou certo de que a senhora é dama de nossa época, sem clausura e sem preconceitos. Não se agastará, desse modo, ao saber que Marina em meu lar faz o que quer, gasta o que quer, dorme onde quer, sem que ninguém a incomode... Dona Márcia escutou as alegações com deferência e inferiu que Nemésio lhe estimava a filha desinibida, liberta. Mesmo assim, ficou sem saber onde Torres, pai, diligenciava chegar, em se reportando à independência que Marina usufruía... Não lograva perceber em que situação o cavalheiro a desejava mais livre, se junto dele ou se junto do filho... Hábil o suficiente para não se arriscar a qualquer apreciação capaz de arruinar-lhe vantagens futuras, recompôs as energias, esboçou um sorriso brejeiro e falou, afável: – Bem, eu não tenho uma filha namorando, no tempo dos mártires; no entanto, gostaria que o senhor fosse mais explícito... E, deixando-a quase a estatelar-se de pasmo, Nemésio copiou a doçura de um menino e confessou-lhe o próprio romance. Amava-lhe a filha, aspirava ao matrimônio. Enlutara-se, mas, em breves semanas, o tributo social desapareceria. Que ela, Dona Márcia, conservasse o segredo perante o marido. Rendera-se-lhe (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 222) ao entendimento afetuoso e extravasara o coração, solicitando-lhe auxílio.
Ante aqueles olhos dominados de assombro, que ele interpretava por júbilo materno, relacionou parte da fortuna que amontoara.
Enumerou seis dos melhores apartamentos que possuía, alugados em condições excelentes, salientou os negócios da imobiliária, cujos lucros eram satisfatoriamente compensativos, embora manejasse capitais alheios, a juros módicos, para os empreendimentos de maior vulto.
A senhora Nogueira sentia-se perplexa, esmagada. Não sabia em que pensar, se no inusitado da situação, se na sagacidade da filha. Reconhecia-se excedida em astúcia, atirada para trás.
Em fração de segundos, imaginou a posição de Gilberto. Como estaria o rapaz, arrebatado à outra?
Mulher experiente, conquanto, por vezes, chegasse a conclusões tardias quanto ao esposo e à filha, em matéria de inclinação e conduta, não se enganava sobre as ligações que Nemésio intentava esconder na conversação deleitosa. A inflexão apaixonada com que o viúvo esmaltava cada frase, no momento em que as flores no sepulcro da morta não haviam emurchecido, dispensava para ela quaisquer circunlóquios. Aquele homem lhe mencionava a filha, não na expectativa do admirador ingênuo, mas sim com a certeza do amante consolidado.
A que estouvamentos se entregara Marina, no lar dos Torres? – conjeturava, inquieta. Se empolgara o próprio chefe, enredandolhe o espírito nas teias de lamentável alucinação, que procedimento adotara perante o jovem, alterando-lhe os rumos? Inferindo,
porém, que as qualidades de Nemésio, com os cabedais financeiros de que se seguiam, não eram, em seu conceito, um partido para desprezar, ouvia tudo, imobilizando um sorriso complacente no rosto. (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 223)
Quando se dispunha, no entanto, a mergulhar no assunto, o telefone chamou.
A campainhada valeu-lhe por desafogo. Intervalo providencial que lhe modificava o pensamento, conferindo-lhe tréguas para analisar os episódios em curso.
Era o médico amigo, em aviso confidencial.
Satisfazendo-lhe a solicitação, formulada dias antes, participava-lhe a piora de Marita. Se desejasse vê-la com vida, não atrasasse a visita. Cláudio não compreendia a gravidade do problema e ainda sonhava com o reerguimento da moça; entretanto, nele, cínico amadurecido, já não havia lugar à esperança. Reportou-se à peritonite, ao processo renal, à caquexia, às feridas que haviam surgido das contusões... Dona Márcia agradeceu e fez-se pálida, a tal ponto, que Nemésio se viu forçado a correr de um lado para outro, a fim de ampará-la. Inteirando-se do que ocorria, ofereceu-se para conduzi-la até o leito da filha. Explicou que usufruiria não somente a satisfação de acompanhá-la, como também aproveitaria o ensejo para cumprimentar a jovem acidentada e levar um abraço pessoal ao pai de Marina, que considerava, antecipadamente, um amigo e familiar.
Assustada, aflita, a senhora Nogueira aceitou e, a breves instantes, os dois se punham de automóvel, a caminho do hospital, com as aparências de um casal elegante e feliz, rolando sobre o asfalto para uma visita de cerimônia.

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MATERIALIZAÇÃO - JOSÉ MEDRADO