sexta-feira, 5 de junho de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPÍTULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

SEGUNDO DIÁLOGO – O CÉPTICO

OS INCRÉDULOS NÃO PODEM VER PARA SE CONVENCEREM

SEGUNDA PARTE

É um erro crer que a fé seja necessária; mas a boa fé é outra coisa. Ora, há cépticos que negam até a evidência, e que os prodígios não poderiam convencer. Quantos há que, depois de terem visto, não persistem menos em explicar os fatos à sua maneira, dizendo que isso não prova nada! Essas pessoas não servem senão para levar a perturbação às reuniões, sem proveito para elas mesmas,: é por isso que as repelimos e não queremos perder tempo com elas. Ocorre o mesmo que ficariam bem irritadas de serem forçadas a crer, porque seu amor próprio sofreria em concordar que estavam enganadas. Que responder a essas pessoas que não vêem por toda parte senão a ilusão e o charlatanismo? Nada; é preciso deixá-las tranqüilas e dizer, tanto como querem que elas nada viram, e mesmo que não se pôde ou não se quis fazê-las ver.
Ao lado desses cépticos endurecidos, há aqueles que querem ver à sua maneira; que tendo formado uma opinião, querem com ela tudo relacionar; eles não compreendem que os fenômenos não possam obedecer à sua vontade; eles não sabem, ou não querem, se colocar nas condições necessárias. Aquele que quer observar de boa fé – não digo crer sob palavra, mas se despojar de toda idéia preconcebida – não querer comparar coisas incompatíveis. Deve esperar, continuar, observar com uma paciência infatigável; esta condição mesma está a favor dos adeptos, uma vez que ela prova que sua convicção não se formou levianamente. Tendes essa paciência? Não, dizeis eu não tenho tempo. Então não vos ocupeis com os fenômenos, nem deles faleis; ninguém a isso vos obriga.

(continua amanhã)

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