terça-feira, 2 de junho de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPITULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

SEGUNDO DIÁLOGO – O CÉPTICO

FALSAS EXPLICAÇÕES DOS FENÔMENOS

Décima oitava parte

VISITANTE – A isso responde-se que se há um efeito inteligente ele não é outra senão a própria inteligência, seja do médium, seja do interrogante, seja dos assistentes: porque, diz-se, a resposta está sempre no pensamento de alguém.
A.K. – Isso é ainda um erro, conseqüente de uma falsa observação. Se aqueles que assim pensam tivessem se dado ao trabalho de estudar o fenômeno em todas as suas fases teriam, a cada passo, reconhecido a independência absoluta da inteligência que se manifesta. Como essa tese poderia se conciliar com respostas que estão fora da capacidade intelectual e de instrução do médium? Que contradizem suas idéias, seus desejos, suas opiniões, ou que confundem completamente as previsões dos assistentes? De médiuns que escrevem em um idioma que não conhecem, ou em seu próprio idioma, quando eles não sabem nem ler nem escrever? Essa opinião, á primeira vista, não tem nada de irracional, eu convenho, porém, ela é desmentida pelos fatos de tal modo numerosos e concludentes, dos quais não é mais possível duvidar.
De resto, admitindo-se mesmo essa teoria, o fenômeno, longe de ser simplificado, seria bem mais prodigioso. Ora, o pensamento se refletiria sobre uma superfície como a luz, o som e o calor? Na verdade, haveria nisso motivo para exercer a sagacidade da ciência. Aliás, o que se adicionaria ainda ao maravilhoso, é que, sobre vinte pessoas reunidas, seria precisamente o pensamento de talou tal que seria refletido, e não o pensamento de tal outra. Um semelhante sistema é insustentável. É verdadeiramente curioso ver os contraditores se esforçarem em procurar causas cem vezes mais extraordinárias e difíceis de compreender do que as que se lhe fornece.

(continua amanhã)

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