domingo, 23 de janeiro de 2011

O LIVRO DOS ESPIRITOS

LIVRO QUARTO

ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES

CAPÍTULO I

PENAS E GOZOS TERRESTRES

DESGOSTO DA VIDA . SUICÍDIO

Trecentésima Trigésima Primeira Parte

953 – QUANDO UMA PESSOA VÊ DIANTE DE SI UMA MORTE INEVITÁVEL E TERRÍVEL, É ELA CULPADA POR ABREVIAR DE ALGUNS INSTANTES SEUS SOFRIMENTOS POR UMA MORTE VOLUNTÁRIA?

- Sempre se é culpado por não esperar o tempo fixado por DEUS. Aliás, se está bem certo de que esta termo chegou, malgrado as aparências, e que não se pode receber um socorro inesperado no último momento?

- CONCEBE-SE QUE NAS CIRCUNSTÂNCIAS NORMAIS O SUICÍDIO SEJA REPREENSÍVEL, MAS SUPONHAMOS O CASO EM QUE A MORTE É INEVITÁVEL E EM QUE A VIDA NÃO É ABREVIADA SENÃO DE ALGUNS INSTANTES?

- É sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do Criador.

- QUAIS SÃO, NESSE CASO, AS CONSEQÜÊNCIAS DESSA AÇÃO?

- Uma expiação proporcional à gravidade da falta, conforme as circunstâncias, como sempre.

954 – UMA IMPRUDÊNCIA QUE COMPROMETE A VIDA SEM NECESSIDADE É REPREENSÍVEL?

- Não há culpabilidade quando não há intenção ou consciência positiva de fazer o mal.

955 – AS MULHERES QUE, EM CERTOS PAÍSES, SE QUEIMAM VOLUNTARIAMENTE SOBRE O CORPO DE SEU MARIDO, PODEM SER CONSIDERADAS SUICÍDAS, SUPORTANTO AS CONSEQÜÊNCIAS?

- Elas obedecem a um preconceito e, freqüentemente, mais à força que por sua própria vontade. Elas crêem cumprir um dever, e esse não é o caráter do suicídio. Sua desculpa está na nulidade moral da maioria, dentre eles, e na sua ignorância. Esses usos bárbaros e estúpidos desaparecem com a civilização.

(CONTINUA AMANHÃ)

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