Certamente estas
palavras se referem a alguma necessidade sua.
MAS ISSO SÓ VOCÊ
PODERÁ ENTENDER
RAMBO UM GRANDE AMIGO - Livro de Haroldo Freitas
PARTE FINAL
Porém,
quando abríamos a porta, ele abria os olhos ele nos olhava com aqueles olhos
grandes, que outrora eram com brilho, alegria e vida e, que agora, estavam sem
brilho, sem vida, tristonhos.
Resolvemos
demorar mais para ir vê-lo, a fim de deixa-lo quieto e para que conseguisse
dormir.
Entretanto,
alguma coisa internamente avisou-nos que deveríamos ir vê-lo.
O
encontramos junto à porta, deitado, como se estivesse dormindo.
Aliás,
em uma das posições que costumava dormir.
De
bruços, com a cabeça apoiada na para dianteira esquerda.
Realmente
parecia que estava dormindo, mas como não se mexeu e nem abriu os olhos quando
abríamos a porta, o chamamos. - Rambo acorda. Está na hora de ir para a rua.
Continuava inerte.
Passamos
a mão em sua cabeça e constatamos o que não queríamos aceitar, estava
morto.
Ainda
estava quente, tinha acabado de morrer.
O
relógio marcava 23,32 h.
Ao
senti que o momento final se aproximava, provavelmente, com grande esforço, já
que estava muito debilitado e fraco, procurou vir até nós, para pedir ajuda ou,
simplesmente, para ver-nos pela última vez, porém a porta nos separava.
Morreu
junto a ela.
Chorando,
acordamos a minha mulher, que vendo o nosso grande amigo morto, também, começou
a chorar.
Não
conseguimos mais dormir.
Embora
sabendo que era um quadro irreversível, conforme diagnóstico médico, não conseguíamos
aceitar com resignação a perda daquele amigão.
Somos
cristãos e espíritas, portanto, sabemos que tudo acontece, até a caída de uma
folha da árvore, é com a permissão de Deus e, como Ele é bom e justo. Tudo é
para o nosso bem, para a nossa evolução espiritual, inclusive, essas
separações.
Tanto
para os que vão, como para os que ficam. Todavia, quando acontece conosco é
muito difícil aceitarmos, de imediato, com resignação e paciência.
Neste
caso específico, sabíamos que o momento final do nosso amigo estava muito
próximo, mas esperávamos que acontecesse um milagre.
Na
manhã seguinte, logo cedo, começamos as buscas para encontrar um local para
sepultá-lo.
Telefonamos
para várias Clínicas Veterinárias, Associação de Proteção dos Animais e para o
Hospital Veterinário, este pertencente a Universidade Federal da Bahia.
Não
conseguimos coisa alguma, a não a sugestão para chamarmos a Limpeza Pública,
pois eles fazem coleta de animais mortos e levam para o Aterro 24 Sanitário da
Cidade.
Embora
sabendo que o Espírito do nosso amigo já estava em outro plano e ali, enrolado
em um lençol, só estava um corpo sem vida, que logo iria apodrecer e tornar-se
pó, não conseguíamos aceitar a ideia de jogá-lo no lixo para transformar-se em
pasto de Urubus e outros animais.
Depois
de alguns telefonemas, conseguimos permissão para sepultá-lo em um terreno de
um amigo, na periferia da cidade.
Achamos
que Salvador, como a quinta Capital do País, em população, necessita de um
Cemitério para animais domésticos, pois, imaginamos que muitas pessoas já
passaram pelas mesmas dificuldades que passamos.
Às
11 horas do dia 18 de março de 2000, uma linda manhã de sábado, com muito sol,
que para nós foi um dos dias mais tristes de nossas vidas, o nosso GRANDE E
FIEL AMIGO estava sepultado.
Assim
terminou um relacionamento, materialmente falando, que durou 8 anos, 8 meses e
9 dias e que só nos trouxe ALEGRIA, PRAZER E FELICIDADE.
Amigão,
a nossa separação é temporária, pois, voltaremos a nos encontrar em nossa
morada definitiva.
– RAMBO ATÉ
BREVE!!!
- 08/07/1992 –
17/03/200
FIM
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