terça-feira, 5 de setembro de 2017

MOMENTO DE REFLEXÃO


Certamente estas palavras se referem a alguma necessidade sua.
Mas isso só você saberá entender.
A natureza atribui tudo a si, em proveito seu peleja a porfia. 
A graça, porém, atribui tudo a Deus, de quem tudo dimana como de sua origem; nenhum bem atribui a si com arrogante presunção, não questiona, nem prefere a sua opinião à dos outros, mas em todo juízo e parecer se sujeita à sabedoria eterna e ao divino exame. 
A natureza deseja saber segredos e ouvir novidades, quer exibir-se em público e experimentar muitas coisas pelos sentidos; deseja ser conhecida e fazer aquilo donde lhe resultem louvor e admiração. 
A graça não cuida de novidades e curiosidades, porque tudo isso nasce da corrupção antiga, pois nada há de novo e estável sobre a terra. 
Ensina, pois, a refrear os sentidos, a evitar a vã complacência e ostentação, a ocultar humildemente o que provoque admiração e louvor, busca em todas as coisas e ciências proveito espiritual e a honra e glória de Deus. 
Não quer que a louvem, nem às suas obras, mas que Deus seja bendito em seus dons, que ele prodigaliza a todos por mera bondade.
 

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