Por amor
“Cegou-lhes
os olhos e endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam, com os olhos, e
compreendam no coração e se convertam e eu os cure.” – (João, 12:40.)
Os planos mais humildes da Natureza revelam a Providência
Divina, em soberana expressão de desvelo e amor.
Os lírios não tecem, as aves não guardam provisões e
misteriosa força fornece-lhes o necessário.
A observação sobre a vida dos animais demonstra os
extremos de ternura com que o Pai vela pela Criação desde o princípio: aqui, uma
asa; acolá, um dente a mais; ali, desconhecido poder de defesa.
Afirma-se a grande revelação de amor em tudo.
No entanto, quando o Pai convoca os filhos à cooperação
nas suas obras, eis que muita vez se salientam os ingratos, que convertem os
favores recebidos, não em deveres nobres e construtivos, mas em novas
exigências; então, faz-se preciso que o coração se lhes endureça cada vez mais,
porque, fora do equilíbrio, encontrarão o sofrimento na restauração
indispensável das leis externas desse mesmo amor divino. Quando nada enxergam
além dos aspectos materiais da paisagem transitória, sobrevém, inopinadamente,
a luta depuradora.
É quando Jesus chega e opera a cura.
Só então torna o ingrato à compreensão da Magnanimidade
Divina.
O amor equilibra, a dor restaura. É por isso que ouvimos
muitas vezes: “Nunca teria acreditado em Deus se não houvesse sofrido.”
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