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Porém, quando abríamos a porta, ele abria os olhos
ele nos olhava com aqueles olhos grandes, que outrora eram com brilho, alegria
e vida e, que agora, estavam sem brilho, sem vida, tristonhos.
Resolvemos demorar mais para ir vê-lo, afim de
deixa-lo quieto e para que conseguisse dormir.
Entretanto, alguma coisa internamente avisou-nos
que deveríamos ir vê-lo.
O encontramos junto à porta, deitado, como se
estivesse dormindo.
Aliás, em uma das posições que costumava
dormir.
De bruços, com a cabeça apoiada na para dianteira
esquerda.
Realmente parecia que estava dormindo, mas como não
se mexeu e nem abriu os olhos quando abríamos a porta, o chamamos.
- Rambo acorda.
Está na hora de ir para a rua. Continuava
inerte.
Passamos a mão em sua cabeça e constatamos o que
não queríamos aceitar, estava morto.
Ainda estava quente, tinha acabado de morrer.
O relógio marcava 23,32 h.
Ao senti que o momento final se aproximava,
provavelmente, com grande esforço, já que estava muito debilitado e fraco,
procurou vir até nós, para pedir ajuda ou, simplesmente, para ver-nos pela
última vez, porém a porta nos separava.
Morreu junto à ela.
Chorando, acordamos a minha mulher, que vendo o
nosso grande amigo morto, também, começou a chorar.
Não conseguimos mais dormir.
Embora sabendo que era um quadro irreversível,
conforme diagnóstico médico, não conseguíamos aceitar com resignação a perda
daquele amigão.
Somos cristãos e espíritas, portanto, sabemos que
tudo acontece, até a caída de uma folha da árvore, é com a permissão de Deus e,
como Ele é bom e justo, tudo é para o nosso bem, para a nossa evolução
espiritual, inclusive, essas separações.
Tanto para os que vão, como para os que ficam.
Todavia, quando acontece conosco é muito difícil aceitarmos, de imediato, com
resignação e paciência.
Neste caso específico, sabíamos que o momento final
do nosso amigo estava muito próximo, mas esperávamos que acontecesse um
milagre.
Na manhã seguinte, logo cedo, começamos as buscas
para encontrar um local para sepultá-lo.
Telefonamos para várias Clínicas Veterinárias,
Associação de Proteção dos Animais e para o Hospital Veterinário, este
pertencente a Universidade Federal da Bahia.
Não conseguimos coisa alguma, a não a sugestão para
chamarmos a Limpeza Pública, pois eles fazem coleta de animais mortos e levam
para o Aterro Sanitário da Cidade.
Embora sabendo que o Espírito do nosso amigo já
estava em outro plano e ali, enrolado em um lençol, só estava um corpo sem
vida, que logo iria apodrecer e tornar-se pó, não conseguíamos aceitar a ideia
de jogá-lo no lixo para transformar-se em pasto de Urubus e outros
animais.
Depois de alguns telefonemas, conseguimos permissão
para sepultá-lo em um terreno de um amigo, na periferia da cidade.
Achamos que Salvador, como a quinta Capital do
País, em população, necessita de um Cemitério para animais domésticos, pois,
imaginamos que muitas pessoas já passaram pelas mesmas dificuldades que passamos.
Às 11 horas do dia 18 de março de 2000, uma linda
manhã de sábado, com muito sol, que para nós foi um dos dias mais tristes de
nossas vidas, o nosso GRANDE E FIEL AMIGO estava sepultado.
Assim terminou um relacionamento, materialmente
falando, que durou 8 anos, 8 meses e 9 dias e que só nos trouxe ALEGRIA, PRAZER
E FELICIDADE.
Amigão, a nossa separação é temporária, pois,
voltaremos a nos encontrar em nossa morada definitiva.
–
RAMBO ATÉ BREVE!!! -
08/07/1992
– 17/03/2000
FIM
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