TRISTEZAS
Emmanuel
Uma
tristeza existe com legitimidade inconteste, aquela que decorre do
arrependimento por faltas cometidas, essa, porém, que não deve perdurar em nós
senão pelo estreito tempo necessário ao autoexame, análogo àquele de que se
utiliza um estabelecimento de crédito quando cerra temporariamente as portas
para balanço. Mesmo aí, é imprescindível soerguer a coragem, confiar e
trabalhar, acumulando valores novos para a conquista de perene alegria.
Indiscutivelmente,
a existência na Terra assemelha-se ao aprendizado na escola e ninguém se
lembrará, em sã consciência, de transformar um educandário em estância de
embriaguez.
À
frente de semelhante verdade, urge observar igualmente que um instituto de
ensino não é precipício aberto às farpas do desespero.
Daí
o imperativo de buscarmos a essência do otimismo que transparece das mais
difíceis situações.
Estamos,
sim, por agora, no quadro das consciências endividadas, com a obrigação de
sofrer para resgatar no presente os erros do passado, mas somos criaturas do
Criador dispondo de infinitos recursos para melhoria e sublimação do porvir.
Padecemos
enfermidades, consoante as desarmonias que nos desajustam o espírito, no
entanto, sabemos hoje que doença é o processo com que a vida recupera a saúde.
Lamentamos
a distancia que nos separa das entidades angélicas, todavia, na atualidade, já
nos acomodamos com a prece, rogando ao Senhor nos apoie contra as nossas
próprias fraquezas, para que não desçamos à condição de malfeitores
indiferentes.
Toleramos
duros embates no atrito natural uns com os outros, seja para vencer as
diferenças de nível evolutivo ou para acertar contas herdadas de outras
reencarnações, contudo, basta-nos o exercício da fraternidade real com base nos
bons exemplos para liquidar débitos e sanar desequilíbrios que nos ensombram os
corações.
Decididos
a arrostar com os encargos que esposamos ante o Cristo, em solicitando acesso
às Esferas Superiores, seguimos realização afora defrontados por empecilhos de
toda espécie, entretanto, ser-nos-á razão de profundo consolo reconhecer que
não comparecemos, um dia, perante o Mestre, sem as marcas da cruz, que Ele nos
ensinou e recomendou carregar se quiséssemos demandar-Lhe o convívio.
Tristeza
não se harmoniza com quem serve no bem comum, porque o bem de todos pode ser
comparado à luz do Sol que renasce diariamente das trevas da noite, a fim de
estimular e construir o Mundo Melhor, através do esforço persistente de cada
dia.
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier
Livro:
Saudação do Natal
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