“Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não
andas conforme o amor. Não destruas por causa da tua comida aquele por quem o
Cristo morreu.” – Paulo. (Romanos, 14:15.)
Preconceitos dogmáticos fazem vítimas, em todos os tempos,
e os herdeiros do Cristianismo não faltaram nesse concerto de incompreensão.
Ainda hoje, os processos sectários, embora menos rigorosos
nas manifestações, continuam ferindo corações e menosprezando sentimentos.
Noutra época, os discípulos procedentes do Judaísmo
provocavam violentos atritos, em face das tradições referentes à comida impura;
agora não temos o problema das carnes sacrificadas no Templo; entretanto, novos
formalismos religiosos substituíram os velhos motivos de polêmica e
discordância.
Há sacerdotes que só se sentem missionários em celebrando
os ofícios que lhes competem e crentes que não entendem a meditação e o serviço
espiritualizante senão em horas domingueiras, com a prece em exclusiva atitude
corporal.
O discípulo que já conseguiu sobrepor-se a semelhantes
barreiras deve cooperar em silêncio para estender os benefícios de sua vitória.
Constituiria absurdo transpor o obstáculo e continuar,
deliberadamente, nas demonstrações puramente convencionalistas, mas seria
também ausência de caridade atirar impropérios aos pobres irmãos que ainda se
encontram em angustiosos conflitos mentais por encontrarem a si mesmo, dentro
da ideia augusta de Deus.
Quando reparares algum amigo prisioneiro dessas ilusões,
recorda que o Mestre foi igualmente à cruz por causa dele. Situa a bondade à
frente da análise e a tua observação será construtiva e santificante. Toda vez
que houver compreensão no cântaro de tua alma, encontrarás infinitos recursos
para auxiliar, amar e servir.
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