MORDOMIAS
Estamos
construindo um mundo novo - disse Cláudio ao jovem advogado que aderia ao
trabalho do grupo, e sem criticar os costumes de vários Países, desejaria
conhecer o pensamento de Cristo sobre mordomias. Não me lembro de nenhuma
passagem do Novo Testamento que nos conduza às ideias e opiniões do Divino
Mestre, nesse sentido...
Um
professor dos que se achavam presentes tomou a palavra e informou:
-Jesus
era contrário a semelhante sistema de privilégios inaceitáveis.
-Em
que tópico será possível encontrar as conclusões que o senhor terá chegado?
Falou o rapaz...
O
educador buscou um exemplar do Novo Testamento e em voz alta narrou a
expressiva história de um homem avaro entre os capítulos 19 a 21 do Evangelho
do Apóstolo São Lucas:
-E
Jesus disse-lhes a seguir esta parábola: "Havia um rico homem. Suas terras
haviam produzido extraordinariamente e que se entretinha a pensar consigo
mesmo, assim: Que hei de fazer, pois já não tenho lugar onde possa colocar
tudo, o que vou colher? Aqui está, disse, o que farei: demolir os meus celeiros
e construir outros maiores, onde depositarei a minha colheita e todos os meus
bens. E direi à própria alma: Tens de reserva muitos bens para longos anos!
Repousa, come, bebe e goza. Mas Deus, ao mesmo tempo, disse ao homem: Que insensato
és!...Esta noite mesmo, tomar-te-ão a alma; para que servirá então o que
acumulaste?".
E
o professor rematou:
-Nessa
parábola simples, Jesus ensina o que pensava acerca de mordomias. O homem era
rico, foi surpreendido pela produção abundante das suas próprias terras. Tão
grande se lhe fizeram as facilidades que se propôs a levantar celeiros mais
amplos, nos quais pudesse ajuntar a enorme colheita e todos os bens que
possuía. Ele que já se achava provido do necessário, queria entesourar o
supérfluo? Não encontramos aí as ilações do Mestre, com respeito às mordomias
dos tempos modernos?
O
jovem rapaz que acompanhava a leitura com grande respeito e atenção se manteve,
então, em profundo silêncio.
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