O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 27
PEDI E
OBTEREIS
Qualidades da prece
Eficiência da prece
Ação da prece
Transmissão do pensamento
Preces que se entendam
Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores
Instruções dos
Espíritos: Maneira de
orar
A felicidade que a prece oferece
DA PRECE PELOS MORTOS E PELOS ESPÍRITOS SOFREDORES
Há nesta ideia uma falsa compreensão da imutabilidade da
lei divina, ou melhor, há ignorância da lei no que diz respeito à penalidade futura.
Essa lei hoje nos está sendo revelada pelos Espíritos do Senhor, agora que o
homem está maduro para compreender o que, na fé, está de conformidade ou
contrário aos propósitos divinos.
Segundo o dogma• da eternidade absoluta dos sofrimentos,
não se levam em conta a favor do culpado nem seus remorsos, nem seu arrependimento.
Todo desejo que tenha de melhorar-se será inútil: está condenado a permanecer
no mal para sempre. Se for condenado por um tempo determinado, o sofrimento
acabará quando o tempo se tiver cumprido. Mas quem garantirá que ele terá
mudado para melhorar seus sentimentos? Quem poderá afirmar que, a exemplo de
muitos condenados na Terra, ao ser liberto da prisão, não será ele tão mau quanto
o era antes? No caso daquele que se arrependeu, seria manter na dor do castigo
um homem que retornou ao bem, e, no outro, daquele que continuou mau, seria premiar
um culpado. A Lei de Deus é mais previdente e sábia: sempre justa igual para
todos e misericordiosa, não fixa nenhuma duração ao sofrimento, qualquer que
ele seja, e pode se resumir assim:
21 – “O homem sempre sofre a consequência de suas faltas e não
há uma única infração à Lei de Deus que não tenha a sua punição*.”
– “A severidade do castigo é proporcional à gravidade da
falta.”
– “A duração do castigo, para qualquer falta é indeterminada; fica subordinada ao
arrependimento do culpado e ao seu retorno ao bem; a punição dura tanto
quanto a sua permanência no mal”. “Será perpétua, se a permanência no mal também o for, ou de curta duração, se o arrependimento vier logo.”
– “Desde que o culpado clame por misericórdia, Deus o ouve
e lhe dá a esperança”. Mas o simples arrependimento do mal não é suficiente: é
preciso a reparação da falta. “É por isso que o culpado é submetido a novas
provas, nas quais pode, sempre pela ação da sua livre vontade, fazer o bem,
reparando o mal que cometeu.”
– “O homem é, assim, constantemente o árbitro de sua
própria sorte; pode abreviar o seu suplício ou prolongá-lo indefinidamente; sua
felicidade ou sua infelicidade dependem da vontade que tenha de fazer o bem.”
Esta é a lei, lei imutável
em concordância com a bondade e a justiça de Deus.
Portanto, o Espírito culpado e infeliz pode sempre
salvar-se a si mesmo, e a Lei de Deus lhe mostra quais as condições para isso.
Na maioria das vezes, o que lhe falta é a vontade, a força e a coragem.
Se, por nossas preces, nós lhe inspirarmos essa vontade,
se o ampararmos e o encorajarmos; se, por nossos conselhos, conseguir as luzes
de que necessita, ao invés de
solicitar a Deus a abolição de sua
lei, tornamo-nos os instrumentos de outra lei, também sua, a de amor e de caridade, da qual nos permite
participar para darmos, nós mesmos, uma prova de caridade. (Consulte O Céu e o Inferno, 1a. parte, Caps.
4, 7, 8.)
* N. E. - Sua punição: (neste caso) a lei de ação e reação
ou a lei de causa e efeito.
CONTINUA AMANHA
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