segunda-feira, 5 de setembro de 2016

MOMENTO DE REFLEXÃO



O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO  27
PEDI E OBTEREIS
Qualidades da prece      
Eficiência da prece  
Ação da prece
Transmissão do pensamento
Preces que se entendam
Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores
Instruções dos Espíritos: Maneira de orar
A felicidade que a prece oferece

AÇÃO DA PRECE.
TRANSMISSÃO DO PENSAMENTO.
11. Pela prece, o homem atrai para si o auxílio dos bons Espíritos que o vêm sustentar nas suas boas resoluções e lhe inspirar bons pensamentos. Ele adquire assim a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao bom caminho, se dele se afastou. Dessa forma, pode desviar de si os males que atrairia devido às suas próprias faltas.
Um homem, por exemplo, vê sua saúde arruinada pelos excessos que cometeu e arrasta, até o fim de seus dias, uma vida de sofrimentos. Terá ele o direito de lamentar-se por não obter a cura? Não, já que poderia ter encontrado na prece a força para resistir às tentações.
12. Se dividirmos os males da vida em duas partes, teremos: uma, que o homem não pode evitar; outra, em que ele mesmo é o principal causador devido aos seus desleixos, excessos (veja nesta obra Cap. 5:4). Constataremos que, onde o homem é o agente, supera, em muito, a outra. Fica, portanto, bem evidente que o homem é o responsável pela maior parte das suas aflições, às quais se pouparia caso agisse com sabedoria e prudência.
É certo também que essas misérias são o resultado das nossas infrações às leis de Deus, que, se fossem respeitadas rigorosamente, nos fariam felizes. Se não ultrapassássemos o limite do necessário na satisfação de nossas necessidades, não teríamos as doenças que são consequências dos excessos, e nem as alternativas que elas ocasionam.
Se colocássemos limite à nossa ambição, não temeríamos a ruína; se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não temeríamos cair; se fôssemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho ferido; se praticássemos a lei da caridade, não seríamos nem maledicentes, nem invejosos, nem ciumentos e evitaríamos as desavenças e as discussões; se não fizéssemos mal a ninguém, não temeríamos as vinganças.
Admitamos que o homem nada possa fazer em relação àqueles de quem não pode evitar males, e que toda prece seja inútil para se livrar deles. Já não seria o bastante estar livre de todos os males que decorrem de sua própria conduta? É neste caso que a ação da prece facilmente se compreende, já que ela tem por efeito atrair a inspiração salutar dos bons Espíritos, pedir-lhes a força necessária para resistir aos maus pensamentos, cuja realização pode nos ser funesta*.
Neste caso, não é o mal que eles afastam de nós, mas é a nós mesmos que eles afastam do mau pensamento que pode nos causar o mal; não impedem em nada os decretos de Deus, nem suspendem o curso das leis da Natureza; apenas evitam que infrinjamos essas leis, ao orientarem o nosso livre-arbítrio. Agem assim, de maneira oculta, sem que se deem a perceber, para não nos considerarmos
* N. E. - Funesta: fatal, mortal, amargurosa, dolorosa, nociva, desastrosa.
CONTINUA AMANHA

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