O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 27
PEDI E
OBTEREIS
Qualidades da prece
Eficiência da prece
Ação da prece
Transmissão do pensamento
Preces que se entendam
Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores
Instruções dos
Espíritos: Maneira de
orar
A felicidade que a prece oferece
AÇÃO DA PRECE.
TRANSMISSÃO DO PENSAMENTO.
11. Pela prece, o homem atrai para si o auxílio dos bons
Espíritos que o vêm sustentar nas suas boas resoluções e lhe inspirar bons pensamentos.
Ele adquire assim a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar
ao bom caminho, se dele se afastou. Dessa forma, pode desviar de si os males
que atrairia devido às suas próprias faltas.
Um homem, por exemplo, vê sua saúde arruinada pelos
excessos que cometeu e arrasta, até o fim de seus dias, uma vida de
sofrimentos. Terá ele o direito de lamentar-se por não obter a cura? Não, já
que poderia ter encontrado na prece a força para resistir às tentações.
12. Se dividirmos os males da vida em duas partes, teremos: uma,
que o homem não pode evitar; outra, em que ele mesmo é o principal causador
devido aos seus desleixos, excessos (veja
nesta obra Cap. 5:4).
Constataremos que, onde o homem é o agente, supera, em muito, a outra. Fica,
portanto, bem evidente que o homem é o responsável pela maior parte das suas
aflições, às quais se pouparia caso agisse com sabedoria e prudência.
É certo também que essas misérias são o resultado das
nossas infrações às leis de Deus, que, se fossem respeitadas rigorosamente, nos
fariam felizes. Se não ultrapassássemos o limite do necessário na satisfação de
nossas necessidades, não teríamos as doenças que são consequências dos
excessos, e nem as alternativas que elas ocasionam.
Se colocássemos limite à nossa ambição, não temeríamos a ruína;
se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não temeríamos cair; se fôssemos
humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho ferido; se praticássemos a
lei da caridade, não seríamos nem maledicentes, nem invejosos, nem ciumentos e
evitaríamos as desavenças e as discussões; se não fizéssemos mal a ninguém, não
temeríamos as vinganças.
Admitamos que o homem nada possa fazer em relação àqueles de
quem não pode evitar males, e que toda prece seja inútil para se livrar deles.
Já não seria o bastante estar livre de todos os males que decorrem de sua
própria conduta? É neste caso que a ação da prece facilmente se compreende, já
que ela tem por efeito atrair a inspiração salutar dos bons Espíritos, pedir-lhes
a força necessária para resistir aos maus pensamentos, cuja realização pode nos
ser funesta*.
Neste caso, não é
o mal que eles afastam de nós, mas é a nós mesmos que eles afastam do mau pensamento
que pode nos causar o mal; não impedem em nada os decretos de Deus, nem
suspendem o curso das leis da Natureza; apenas evitam que infrinjamos essas
leis, ao orientarem o nosso livre-arbítrio•. Agem assim, de maneira oculta, sem que se deem a perceber, para não nos considerarmos
* N. E. - Funesta: fatal, mortal, amargurosa, dolorosa,
nociva, desastrosa.
CONTINUA
AMANHA
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