O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 28
COLETÂNEA
DE PRECES ESPÍRITAS
Introdução
1. Os Espíritos sempre disseram: “A forma não é nada, o
pensamento é tudo”. Cada um deve orar conforme suas convicções e do modo que
mais lhe agrade, e que mais vale um bom pensamento do que muitas palavras que
não tocam o coração”.
Os Espíritos nunca determinaram uma fórmula-padrão de
preces; quando a dá, é apenas para fixar as idéias e para chamar a atenção sobre
alguns princípios da Doutrina Espírita. Tem também como objetivo ajudar as
pessoas que sentem dificuldade em expressar suas idéias, pois há quem pense não
ter orado se seus pensamentos não foram bem formulados.
A coletânea de preces contidas neste capítulo é uma
seleção dentre as que foram ditadas pelos Espíritos em diferentes ocasiões, em
termos apropriados a certas idéias ou a casos especiais; mas pouco importa a forma
se o pensamento fundamental é o mesmo. O objetivo da prece é o de elevar nossa
alma a Deus; a diversidade das fórmulas não deve estabelecer nenhuma diferença
entre os que nele creem e, ainda menos, entre os espíritas, pois Deus aceita
todas quando são sinceras.
Não se deve considerar esta seleção como um formulário
único, mas apenas como uma variedade entre as instruções que os Espíritos dão.
É uma aplicação dos princípios da moral evangélica desenvolvidos neste livro,
um complemento dos seus ditados sobre os deveres para com Deus e o próximo, em
que são lembrados todos os princípios da Doutrina Espírita.
O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os
cultos quando ditas de coração, e não da boca para fora. Não impõe e nem
censura nenhuma. Deus é infinitamente grande, conforme a Doutrina Espírita nos
ensina, para não ouvir a voz que implora ou Lhe canta louvores, quer o faça de
um ou de outro modo. Todo aquele que
lançasse a maldição contra as preces
que não fazem parte de seu formulário provaria que desconhece a grandeza de Deus. Acreditar que Deus
se apegue a uma fórmula é atribuir-Lhe a pequenez e as paixões da Humanidade.
Uma condição essencial da prece, conforme nos diz o
apóstolo Paulo (veja nesta
obra Cap. 27:16), é a de ser
inteligível, bem compreendida, a fim de que possa ser sentida com a alma;
precisa ser dita numa língua entendida por aquele que ora. Há preces em linguagem
comum que não dizem muito mais ao pensamento do que se fossem feitas numa
linguagem desconhecida e que, por isso mesmo, não tocam o coração. As raras
idéias que encerram são, muitas vezes, sufocadas pela grande quantidade de
palavras e pelas idéias místicas da linguagem.
As principais qualidades da prece são: a clareza,
simplicidade e precisão, sem excesso de palavras, nem adjetivações inúteis que apenas
são enfeites de brilho falso; cada palavra deve ter sua importância, revelar
uma ideia, tocar a alma, deve nos
fazer pensar.
Somente com essa condição a prece pode atingir seu
objetivo; de outro modo, é apenas
palavreado. Notai com que ar de distração e desinteresse as preces são
ditas na maioria dos casos. Veem-se lábios que se movimentam, mas, na expressão
do rosto e mesmo no som da voz, se reconhece que é um automatismo, puramente
exterior, ao qual a alma permanece indiferente.
As preces reunidas nesta coletânea estão divididas em
cinco categorias:
1 - Preces em geral;
2 - Preces para si mesmo;
3 - Preces pelos encarnados;
4 - Preces pelos desencarnados;
5 - Preces pelos doentes e os obsedados.
Com o fim de chamar a atenção mais particularmente sobre o
objetivo de cada prece e tornar mais compreensível o seu sentido, são todas
precedidas de uma exposição de motivos sob o título de Instrução Preliminar.
CONTINUA
AMANHA
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