quarta-feira, 31 de agosto de 2016

MOMENTO DE REFLEXÃO



O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO  26
DAI GRATUITAMENTE O QUE RECEBESTES GRATUITAMENTE

Dom de curar
Preces pagas  
Mercadores expulsos do templo
Mediunidade gratuita

DOM DE CURAR
1. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios. Dai gratuitamente o que recebestes gratuitamente. (Mateus, 10:8)
2. Dai gratuitamente o que recebestes gratuitamente, disse Jesus a seus discípulos. Por este ensinamento recomenda não cobrar por aquilo que nada se pagou; portanto, o que tinham recebido gratuitamente era o dom de curar as doenças e de expulsar os demônios, ou seja, os maus Espíritos; esse dom lhes havia sido dado gratuitamente por Deus para o alívio dos que sofrem, para ajudar a propagação da fé, e lhes disse para não fazerem dele um meio de comércio, nem de especulação, nem um meio de vida.

PRECES PAGAS
3. Disse em seguida a seus discípulos, na presença de todo o povo que o escutava: Guardai-vos dos escribas que se exibem passeando em longas túnicas, que adoram ser saudados em lugares públicos, de ocupar as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares nas festas; que, sob o pretexto de longas preces, devoram as casas das viúvas.
Essas pessoas receberão uma condenação mais rigorosa. (Lucas, 20:45 a 47; Marcos, 12:38 a 40; Mateus, 23:14)
4. Jesus ensinou também: Não façais que vos paguem pelas vossas preces como fazem os escribas que, sob o pretexto de longas preces, devoram as casas das viúvas, ou seja, apossam-se de suas fortunas. A prece é um ato de caridade, um impulso do coração.
Exigir pagamento por orar a Deus por outrem é transformar-se em intermediário assalariado. A prece, desse modo, seria uma fórmula cuja duração seria proporcional à soma que se pagou. Portanto, de duas uma: ou Deus mede ou não mede as suas graças pela quantidade de palavras; se é preciso muitas, por que dizer poucas, ou quase nenhuma, por aquele que não pode pagar? É falta de caridade e, se uma só basta as demais são inúteis. Por que, então, cobrá-las? É falta de caridade, é prevaricação•.
Como sabemos, Deus não cobra pelos benefícios que concede.
Como pode alguém, que nem mesmo é o distribuidor deles, que não pode garantir sua obtenção, pretender cobrar por um pedido que talvez nenhum resultado produza? Deus não condicionaria um ato de clemência, de bondade ou de justiça que solicitamos à sua misericórdia, em troca de dinheiro. Por outro lado, se a soma não fosse paga, ou fosse insuficiente, resultaria que a justiça, a bondade e a clemência de Deus seriam suspensas. A razão, o bom senso, a lógica nos diz ser impossível que Deus, a perfeição absoluta, encarregue criaturas imperfeitas de colocar preço à sua justiça. A justiça de Deus é como o sol: se distribui para todos, tanto para pobres quanto para ricos. Se considerarmos imoral traficar com as graças de um soberano da Terra, quanto mais não será fazer o mesmo com as do soberano do Universo?
As preces pagas têm ainda outro inconveniente: é que aquele que as compra se julga, na maioria das vezes, dispensado de orar, pois se considera quite desde que deu o seu dinheiro. Sabe-se que os Espíritos são tocados pelo fervor do pensamento de quem por eles se interessa. Qual pode ser o fervor daquele que encarrega um terceiro para orar por ele, pagando? Qual é o fervor desse terceiro quando delega seu mandato a outro, esse a  outro, e assim por diante? Isso não é reduzir a eficácia da prece ao valor de uma moeda corrente?
CONTINUA AMANHA

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