O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 21
HAVERÁ
FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS
Conhece-se
a árvore pelos frutos
Missão
dos profetas •
Prodígios
dos falsos profetas
Não
acrediteis em todos os Espíritos
Instruções dos Espíritos:
Os
falsos profetas
Características
do verdadeiro profeta
Os
falsos profetas da erraticidade•
Jeremias
e os falsos profetas
OS FALSOS PROFETAS DA ERRATICIDADE
Erasto, Discípulo de São Paulo - Paris, 1862.
10 Os falsos profetas não estão somente entre os encarnados; existem
também, e em maior número, entre os Espíritos orgulhosos que, sob a falsa
aparência de amor e caridade, semeiam a desunião e retardam a obra de
emancipação libertadora da Humanidade, lançando, por médiuns, dos quais se
servem sistemas de ideias polêmicas e absurdas. Para melhor fascinar aqueles a
quem desejam iludir e para dar mais peso às suas teorias, apresentam-se, sem
escrúpulos, sob nomes que os homens só com muito respeito pronunciam.
Estes médiuns geram o fermento das discórdias entre os
grupos, que os levam a se isolar uns dos outros e a se olharem com desconfiança.
Apenas isso bastaria para desmascará-los, porque, assim agindo, eles mesmos dão
o mais completo desmentido do que dizem ser. Cegos são os homens que se deixam
enganar por eles de maneira tão grosseira.
Mas há muitos outros meios de reconhecê-los. Os Espíritos
da ordem a qual dizem pertencer devem ser não somente bons, mas, acima de tudo,
devem ser altamente racionais. Pois bem, passai seus sistemas pelo crivo da
razão e do bom senso e vereis o que restará. Concordareis, portanto, comigo:
todas as vezes em que um Espírito indicar, como remédio para os males da
Humanidade, ou como meios de atingir a sua transformação, coisas fantasiosas e impraticáveis,
medidas pueris e ridículas, ou quando formula um sistema contrário às mais
vulgares noções da Ciência, não passa de um Espírito ignorante e mentiroso.
Por outro lado, desejamos vos dizer que, se a verdade nem
sempre é apreciada pelos indivíduos, ela é sempre apreciada pelo bom-senso das
massas e isto também é um critério. Se dois princípios se contradizem, tereis a
medida do valor próprio de cada um observando aquele que encontra mais
repercussão e mais simpatia. Seria
ilógico, de fato, admitir que
uma doutrina cujo número de adeptos diminua seja mais verdadeira do que aquela que visse os seus aumentarem. Deus,
querendo que a verdade chegue a todos, não a confia a um círculo restrito: faz
com que ela surja em diferentes lugares, a fim de que a luz se apresente para
todos, em contraposição às trevas.
Recusai rigorosamente todos esses Espíritos que se
apresentam como conselheiros exclusivos, pregando a divisão e o isolamento. São
quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que tendem a se imporá os homens
fracos e crédulos, distribuindo-lhes louvores exagerados, a fim de iludi-los e
tê-los sob o seu domínio. São geralmente Espíritos sedentos de poder, que,
tendo sido tiranos públicos ou da família durante sua vida terrena, ainda
querem vítimas para tiranizar após a morte.
Desconfiai
das comunicações que trazem um caráter de misticismo e extravagância, ou que
recomendem cerimônias e atos estranhos. Há
sempre então um legítimo motivo
para desconfiança, quando isto ocorrer.
Por outro lado,
acreditai que quando uma verdade deve ser revelada à Humanidade, é, por assim
dizer, instantaneamente comunicada em todos os grupos sérios que possuem
médiuns sérios, e não a estes ou àqueles, com a exclusão dos outros. Ninguém é médium
perfeito se estiver obsediado, e há obsessão evidente quando um médium está
apto apenas para receber as comunicações de um determinado Espírito, por mais
elevado que pretenda ou diga ser. Em consequência disto, todo médium e todo
grupo que acredita ser privilegiado por comunicações que só eles podem receber
e que, além disso, se submetem a práticas que tendam para a superstição estão, sem
dúvida, sob a ação de uma obsessão bem caracterizada, sobretudo quando o
Espírito dominador se vangloria de um nome que todos, encarnados e
desencarnados, devemos honrar e respeitar, e não permitir que ele seja
comprometido a todo instante.
É incontestável que, uma vez submetidas ao crivo da razão
e da lógica todas as observações e todas as comunicações dos Espíritos, será
fácil rejeitar o absurdo e o erro. Um médium pode ser fascinado, um grupo pode
ser enganado; mas a verificação severa dos outros grupos, com a ciência
adquirida e a alta autoridade moral dos dirigentes de grupo, mais as
comunicações que os principais médiuns recebam, com um sinal de lógica e de
autenticidade dos melhores Espíritos, farão justiça rapidamente, desmascarando
essas comunicações mentirosas e astuciosas, procedentes de um grupo de
Espíritos mistificadores e maus.
(Veja na introdução desta obra o parágrafo 2: Controle
universal do ensinamento dos Espíritos. Consulte O Livro dos Médiuns, Cap. 23, Obsessão.)
CONTINUA
AMANHA
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