quarta-feira, 6 de julho de 2016

MOMENTO DE REFLEXÃO



O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO 16
NÃO SE PODE SERVIR A DEUS E A MAMON
Salvação dos ricos
Resguardar-se da avareza • Jesus na casa de Zaqueu
Parábola do mau rico • Parábola dos talentos
Utilidade providencial da riqueza. Provas da riqueza e da miséria
Desigualdade das riquezas   
Instruções dos Espíritos:
 A verdadeira propriedade
Emprego da riqueza • Desprendimento dos bens terrenos
Transmissão da riqueza 
DESPRENDIMENTO DOS BENS TERRENOS
Lacordaire - Constantina, Argel, 1863.
14. Venho meus irmãos, meus amigos, trazer meu auxílio para ajudar corajosamente no caminho de melhoria em que entrastes.
Somos devedores uns dos outros; somente pela união sincera e fraternal entre os desencarnados e os encarnados é que será possível esse melhoramento.
O apego aos bens terrenos é um dos maiores obstáculos ao vosso adiantamento moral e espiritual; pelo desejo de possuí-los, destruís o sentimento do amor, voltando-o para coisas materiais. Sede sinceros: a riqueza dá uma felicidade pura? Quando vossos cofres estão cheios, não há sempre um vazio no coração? No fundo dessa cesta de flores não há sempre um réptil escondido? Compreendo que um homem, que por um trabalho constante e honrado ganhou a riqueza, experimente uma satisfação, muito justa, que Deus aprova.
Porém, daí a um apego que absorva todos os outros sentimentos e provoque a frieza do coração, há uma distância tão grande quanto da avareza sórdida ao esbanjamento exagerado, dois vícios contra os quais Deus colocou a caridade, santa e salutar virtude, que ensina ao rico a dar sem orgulho, para que o pobre receba sem humilhação.
Quer a riqueza se tenha originado de vossa família, quer a tenhais ganho pelo vosso trabalho, há uma coisa que não deveis vos esquecer nunca: tudo o que vem de Deus retorna a Deus. Nada vos pertence na Terra, nem mesmo vosso corpo: a morte vos liberta dele, como de todos os bens materiais. Sois depositários e não proprietários, não vos enganeis. Deus vos emprestou, deveis restituir, e Ele vos empresta sob a condição de que o supérfluo, pelo menos, reverta em favor daqueles que não têm o necessário.
Um dos vossos amigos vos empresta uma soma; por pouco que sejais honesto, tereis a preocupação de lhe restituir o empréstimo, e lhe ficareis agradecido. Pois bem, essa é a posição de todo homem rico: Deus é o amigo celeste que lhe emprestou a riqueza; pede-lhe apenas o amor e o reconhecimento, mas exige que, por sua vez, o rico dê também aos pobres, que são, tanto quanto ele, seus filhos.
O bem que Deus vos confiou desperta em vossos corações uma ardente e desvairada cobiça. Quando vos apegais imoderadamente a uma riqueza tão perecível e passageira quanto vós, já pensastes que chegará o dia em que devereis prestar contas ao Senhor do que Ele vos emprestou? Esqueceis que, pela riqueza, estais revestidos do caráter sagrado de ministros da caridade na Terra para serdes os seus inteligentes distribuidores? Que sois, portanto, quando usais em vosso próprio proveito o que vos foi confiado, senão depositários infiéis? Que resulta desse esquecimento voluntário de vossos deveres? A morte certa, implacável, rasga o véu sob o qual vos escondíeis e vos força a prestar contas até mesmo ao amigo esquecido que vos favoreceu e que, nesse momento, se apresenta diante de vós com a autoridade de juiz.
É em vão que na Terra procurais iludir a vós mesmos, colorindo com o nome de virtude o que frequentemente não passa de egoísmo.
O que chamais de economia e previdência não passa de ambição e avareza, e de generosidade, o que não passa de esbanjamento em vosso favor. Um pai de família, por exemplo, ao deixar de fazer a caridade, economizará, amontoará ouro sobre ouro, e isso, diz ele, para
* N. E. - Água viva: (neste caso) benefício, progresso e vitalidade.
CONTINUA AMANHA

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