O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 16
NÃO SE PODE
SERVIR A DEUS E A MAMON
Salvação
dos ricos
Resguardar-se
da avareza • Jesus na casa de Zaqueu
Parábola
do mau rico • Parábola dos talentos
Utilidade
providencial da riqueza. Provas da riqueza e da miséria
Desigualdade
das riquezas
Instruções dos Espíritos:
A verdadeira propriedade
Emprego
da riqueza • Desprendimento dos bens terrenos
Transmissão
da riqueza
EMPREGO DA
RIQUEZA
Fénelon - Argel, 1860
13. O homem, sendo o depositário, o administrador dos bens que
Deus lhe depositou nas mãos, terá que prestar contas rigorosas do emprego que
deles fizer, por seu livre-arbítrio•. O mau uso consiste em fazê-los servir
apenas à satisfação pessoal; ao contrário, o uso é bom todas as vezes que
resultar num benefício para o próximo, e o mérito será proporcional ao
sacrifício que para isso se impôs. A beneficência é apenas um dos modos de
empregar a riqueza. Ela alivia a miséria atual, mata a fome, protege do frio e
dá asilo ao abandonado. Além disso, há um dever igualmente imperioso,
meritório, o de prevenir a miséria. Eis a missão das grandes fortunas: gerar
trabalhos de toda a espécie e executá-los; e ainda que dessa atividade resulte
um legítimo ganho em favor dos que assim as empregam, o bem não deixaria de
existir, pois o trabalho desenvolve a inteligência e eleva a dignidade do
homem, permitindo-lhe dizer com satisfação que ganha o pão que o alimenta,
enquanto a esmola humilha e envergonha.
A fortuna
concentrada em uma só mão deve ser como uma fonte de água viva*, que espalha a
fecundidade e o bem-estar ao seu redor. Ricos, vós que a empregardes conforme a
vontade de vosso Senhor, vosso próprio coração será o primeiro a beneficiar-se dessa
fonte generosa; tereis nesta vida os indescritíveis prazeres da alma, ao invés
dos prazeres materiais do egoísta, que deixam um vazio no coração. Vosso nome
será abençoado na Terra, e, quando a deixardes, o soberano Senhor vos dirigirá
a palavra da parábola dos talentos: Bom
e fiel servidor entrai no gozo de vosso Senhor! Nesta parábola, o
servidor que enterrou na terra o dinheiro que lhe foi confiado não é a imagem
das pessoas avarentas, nas mãos das quais a riqueza é improdutiva? Se, no entanto,
Jesus fala principalmente das esmolas, é que no seu tempo, e no país onde
vivia, ainda não se conheciam os trabalhos que as artes e as indústrias mais
tarde criariam, e nos quais a riqueza pode ser empregue utilmente, para o bem
geral. A todos os que podem dar, pouco ou muito, direi: Dai a esmola quando for
necessário, mas, tanto quanto possível, convertei- a em salário, a fim de que
aquele que a recebe não tenha do que se envergonhar.
CONTINUA
AMANHA
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