O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 16
NÃO SE PODE
SERVIR A DEUS E A MAMON
Salvação
dos ricos
Resguardar-se
da avareza • Jesus na casa de Zaqueu
Parábola
do mau rico • Parábola dos talentos
Utilidade
providencial da riqueza. Provas da riqueza e da miséria
Desigualdade
das riquezas
Instruções dos Espíritos:
A verdadeira propriedade
Emprego
da riqueza • Desprendimento dos bens terrenos
Transmissão
da riqueza
EMPREGO DA
RIQUEZA
Cheverus - Bordeaux, 1861
11. Não podeis servir a Deus e a Mamon; guardai bem isso, vós,
a quem o amor pelo ouro domina, que venderíeis vossa alma para possuir
tesouros, pois eles podem vos elevar acima dos outros homens e vos dar as
alegrias das paixões. Não, não podeis servir a Deus e a Mamon! Se, portanto,
sentirdes vossa alma dominada pela cobiça da carne, apressai-vos em vos libertar
desse domínio que vos esmaga, pois Deus, justo e severo, vos dirá: O que
fizeste, depositário infiel, dos bens que te confiei? Tu empregaste esse
poderoso instrumento das boas obras apenas para a tua satisfação pessoal.
Qual é,
pois, o melhor emprego da riqueza? Procurai nestas palavras: Amai-vos uns aos outros, a solução
desse problema; aí está o segredo do bom emprego das riquezas. Aquele que ama
ao seu próximo já tem a sua linha de conduta traçada. A aplicação da riqueza
que mais agrada a Deus é na caridade: não na caridade fria e egoísta, que
consiste em distribuir ao redor de si o supérfluo de uma desgraça e a socorre
sem humilhá-la. Rico, dá do teu supérfluo; faze melhor: dá um pouco do teu
necessário, pois teu necessário ainda é excessivo, e dá com sabedoria. Não
rejeites o pranto, com medo de seres enganado, mas vai à origem do mal; ajuda
primeiro, informa-te em seguida, e vê se o trabalho, os conselhos, até mesmo a
afeição não serão mais eficientes do que a tua esmola. Espalha ao redor de ti,
com abundância, o amor a Deus, o amor ao trabalho e o amor ao próximo. Coloca
tuas riquezas sobre uma base segura que te garantirá grandes lucros: as boas
obras. A riqueza da inteligência deve te servir como a do ouro; espalha ao teu
redor os tesouros da instrução, e sobre teus irmãos os tesouros do teu amor, e
eles frutificarão.
Um Espírito Protetor - Cracóvia, 1861
12. Quando considero a brevidade da vida, causa-me dolorosa impressão
o fato de terdes como objetivo incessante a conquista do bem-estar material, ao
passo que dedicais tão pouca importância e consagrais apenas pouco ou nenhum
tempo ao vosso aperfeiçoamento moral, que vos será levado em conta por toda
eternidade. Diante da atividade que desenvolveis, seria de se acreditar
tratar-se de uma questão do mais elevado interesse para a Humanidade, mas ela,
quase sempre, é para atender aos vossos exageros, às vaidades e ao vosso gosto
pelos excessos. Quantas penas, quantos cuidados e tormentos, quantas noites em
claro para aumentar uma fortuna muitas das vezes já mais do que suficiente! O
cúmulo do absurdo é ver, não raro, aqueles que têm um amor imoderado pela
fortuna e pelos prazeres que ela proporciona sujeitarem-se a um trabalho árduo,
vangloriarem-se de uma existência dita de sacrifício e mérito, como se trabalhassem
para os outros e não para si mesmos. Insensatos! Acreditais, então, realmente,
que vos serão levados em conta os cuidados e os esforços que fazeis movidos
pelo egoísmo, a vaidade e o orgulho, enquanto esqueceis o cuidado com o vosso
futuro, assim como dos deveres de solidariedade fraterna, obrigatórios a todos
os que desfrutam das vantagens da vida social? Pensastes apenas em vosso corpo;
seu bem estar, seus prazeres, foi o objetivo único de vossa preocupação egoísta;
pelo corpo que morre, vos esqueceis do Espírito que viverá eternamente. Assim,
esse senhor tão estimado e acariciado tornou-se o vosso tirano; comanda vosso
Espírito, que se fez escravo dele.
Seria essa
a finalidade da existência que Deus vos concedeu?
CONTINUA AMANHA
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