O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 19
A FÉ
TRANSPORTA MONTANHAS
Poder
da fé.
A
fé religiosa • Condição da fé inabalável.
Parábola
da figueira que secou.
Instruções dos Espíritos:
A
fé, mãe da esperança e da caridade.
A
fé divina e a fé humana.
PARÁBOLA DA
FIGUEIRA QUE SECOU
8.
Quando saíram de Betânia, Jesus teve fome; e vendo ao longe uma figueira, foi
até ela para ver se encontrava alguma coisa, e, ao se aproximar, encontrou
apenas folhas, pois não era época de figos. Então Jesus disse à figueira: Que
ninguém coma nenhum fruto de ti; foi o que seus discípulos ouviram. No dia
seguinte, ao passarem pela figueira, perceberam que esta tinha se tornado seca
até a raiz. E Pedro, lembrando-se das palavras de Jesus, Lhe disse: Mestre vede
como a figueira que amaldiçoastes tornou-se seca. Jesus, tomando a palavra,
disse: Tende fé em Deus. Eu vos digo, em verdade, que todo aquele que disser a
esta montanha: tira-te daí e lança-te ao mar, sem que seu coração hesite, mas acreditando
firmemente que tudo aquilo que disser acontecerá, ele o verá de fato acontecer.
(Marcos, 11:12 a 14, 20 a 23)
9. A figueira que secou é o símbolo das pessoas que têm
apenas a aparência do bem, mas que, na realidade, não produzem nada de bom;
oradores que têm mais brilho do que solidez, cujas palavras têm o verniz da
superfície, agradam aos ouvidos, mas quando são analisadas, não encontramos
nada de proveitoso para o coração e, após tê-las ouvido, fica-se perguntando
qual proveito que delas se tirou.
É também o símbolo de todas as pessoas que têm a
oportunidade de ser úteis e não o são; de todas as utopias*, de todos os sistemas
vazios e de todas as doutrinas sem base sólida. O que lhes falta, na maior
parte das vezes, é a verdadeira fé, a fé produtiva, a fé que comove as fibras
do coração; em uma palavra, a fé que
transporta montanhas. São
árvores que têm folhas, mas não têm frutos.
Eis porque Jesus as condena à esterilidade, pois chegará o
dia em que ficarão secas até a raiz, ou seja, todos os sistemas, todas as doutrinas
que não tiverem produzido nenhum bem para a Humanidade serão reduzidas ao nada;
e todos os homens deliberadamente inúteis, que não utilizaram os recursos de
que dispunham, serão tratados como a figueira que secou.
10. Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos; suprem-lhes os
organismos materiais que lhes faltam para nos transmitir suas instruções; eis
porque são capacitados com dons para esse fim.
Nestes tempos atuais de renovação social, têm uma missão
especial: são como árvores que devem dar o alimento espiritual aos seus irmãos.
Devem multiplicar-se para que o alimento seja farto; serão encontrados em todas
as partes, em todos os países, em todas as classes sociais, junto aos ricos e
aos pobres, aos grandes e aos pequenos, a fim de que não faltem em nenhum lugar
e para provar aos homens que todos são
chamados. Mas se desviam de seu objetivo providencial o dom precioso que
lhes foi concedido, a mediunidade, se a fazem servir às coisas fúteis ou
prejudiciais, se a colocam a serviço dos interesses materiais, se ao invés de
frutos salutares dão maus frutos, se recusam torná-la benéfica para os outros,
se dela não tiram proveito para sua própria melhoria, são como a figueira
estéril. Deus, então, lhes retirará um dom que se tornou inútil em suas mãos: a
semente, que não souberam fazer frutificar; e assim se tornarão vítimas de maus
Espíritos.
* N. E. - Utopia: projeto fantástico, coisa ilusória.
CONTINUA
AMANHA
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