terça-feira, 19 de julho de 2016

MOMENTO DE REFLEXÃO



O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO 18
MUITOS OS CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS
Parábola da festa de núpcias 
A porta estreita
Nem todos que dizem: Senhor! Senhor! Entrarão no Reino dos Céus •
A quem muito foi dado muito será pedido   
Instruções dos Espíritos:
Será dado àquele que tem
Reconhece-se o cristão por suas obras
PARÁBOLA DA FESTA DE NÚPCIAS
2. O incrédulo ri desta parábola, que lhe parece de uma ingenuidade pueril, pois não compreende que possa haver tanta dificuldade para ir a uma festa, e ainda mais quando os convidados chegam ao ponto de massacrar os enviados do dono da casa. “As parábolas” – diz o incrédulo – “são, sem dúvida, alegorias, mas é preciso que elas não saiam do limite do aceitável”.
O mesmo se pode dizer de todas as alegorias, das fábulas mais engenhosas, se não tirarmos do seu enredo o sentido oculto. Jesus compunha as suas, com os fatos usuais e vulgares da vida, e as adaptava aos costumes e ao caráter do povo a quem falava. A maioria delas tinha como objetivo fazer o povo compreender a ideia da vida espiritual. O significado só é incompreensível quando aqueles que as interpretam não as observam desse ponto de vista.
Nesta parábola, Jesus compara o reino dos Céus, onde tudo é alegria e felicidade, a uma festa de núpcias. Em relação aos primeiros convidados, refere-se aos hebreus, que foram os primeiros chamados por Deus para o conhecimento de sua Lei. Os enviados do rei são os profetas, que convidaram os judeus a seguir o caminho da verdadeira felicidade, mas suas palavras eram pouco escutadas, suas advertências eram desprezadas e muitos foram mesmo massacrados como os servidores da parábola. Os convidados que se desculpam, por terem de ir cuidar dos campos e de seu negócio, representam as pessoas que, absorvidas pelas coisas do mundo, são indiferentes em relação às coisas celestes.
Era uma crença, para os judeus de então, de que sua nação deveria ter o domínio sobre todas as outras. Deus não tinha, de fato, prometido a Abraão que seus descendentes cobririam toda a Terra?
Mas, como sempre, desprezando a substância, tomaram o ensinamento divino pelo lado dos seus interesses e acreditavam realmente no domínio da sua nação no plano material, sobre as outras.
Antes da vinda do Cristo, com exceção dos hebreus, todos os povos eram idólatras* e politeístas*. Se alguns homens mais instruídos haviam atingido a idéia de unidade divina, esta idéia permaneceu no estado de opinião pessoal, pois em nenhuma parte foi aceita como verdade fundamental, a não ser por alguns iniciados que ocultavam seus conhecimentos sob o véu do mistério, impenetrável à compreensão do povo. Os hebreus foram os primeiros que praticaram publicamente o monoteísmo*. Foi a eles que Deus transmitiu sua lei, inicialmente por Moisés, depois por Jesus. E foi desse pequeno foco que partiu a luz, que deveria expandir-se pelo mundo inteiro, triunfar sobre o paganismo e dar a Abraão uma posteridade espiritual tão numerosa quanto as estrelas do firmamento. Mas os judeus, embora rejeitassem completamente a idolatria, haviam negligenciado a lei moral para
* N. E. - Idólatra: que adora ídolos.
* N. E. - Politeísta: que crê em muitos deuses.
* N. E. - Monoteísmo: crença em um só deus.
CONTINUA AMANHA

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