O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 18
MUITOS OS
CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS
Parábola
da festa de núpcias
A
porta estreita
Nem
todos que dizem: Senhor! Senhor! Entrarão no Reino dos Céus •
A
quem muito foi dado muito será pedido
Instruções dos Espíritos:
Será
dado àquele que tem
Reconhece-se
o cristão por suas obras
PARÁBOLA DA
FESTA DE NÚPCIAS
2. O incrédulo ri desta parábola, que lhe parece de uma
ingenuidade pueril, pois não compreende que possa haver tanta dificuldade para
ir a uma festa, e ainda mais quando os convidados chegam ao ponto de massacrar os enviados do dono da casa. “As
parábolas” – diz o incrédulo – “são, sem dúvida, alegorias, mas é preciso que
elas não saiam do limite do aceitável”.
O mesmo se pode dizer de todas as alegorias, das fábulas
mais engenhosas, se não tirarmos do seu enredo o sentido oculto. Jesus compunha
as suas, com os fatos usuais e vulgares da vida, e as adaptava aos costumes e
ao caráter do povo a quem falava. A maioria delas tinha como objetivo fazer o povo
compreender a ideia da vida espiritual. O significado só é incompreensível
quando aqueles que as interpretam não as observam desse ponto de vista.
Nesta parábola, Jesus compara o reino dos Céus, onde tudo
é alegria e felicidade, a uma festa de núpcias. Em relação aos primeiros convidados,
refere-se aos hebreus, que foram os primeiros chamados por Deus para o
conhecimento de sua Lei. Os enviados do rei são os profetas, que convidaram os
judeus a seguir o caminho da verdadeira felicidade, mas suas palavras eram
pouco escutadas, suas advertências eram desprezadas e muitos foram mesmo
massacrados como os servidores da parábola. Os convidados que se desculpam, por
terem de ir cuidar dos campos e de seu negócio, representam as pessoas que,
absorvidas pelas coisas do mundo, são indiferentes em relação às coisas celestes.
Era uma crença, para os judeus de então, de que sua nação
deveria ter o domínio sobre todas as outras. Deus não tinha, de fato, prometido
a Abraão que seus descendentes cobririam toda a Terra?
Mas, como sempre, desprezando a substância, tomaram o
ensinamento divino pelo lado dos seus interesses e acreditavam realmente no
domínio da sua nação no plano material, sobre as outras.
Antes da vinda do Cristo, com exceção dos hebreus, todos
os povos eram idólatras* e politeístas*. Se alguns homens mais instruídos haviam
atingido a idéia de unidade divina, esta idéia permaneceu no estado de opinião
pessoal, pois em nenhuma parte foi aceita como verdade fundamental, a não ser
por alguns iniciados que ocultavam seus conhecimentos sob o véu do mistério,
impenetrável à compreensão do povo. Os hebreus foram os primeiros que
praticaram publicamente o monoteísmo*. Foi a eles que Deus transmitiu sua lei, inicialmente
por Moisés, depois por Jesus. E foi desse pequeno foco que partiu a luz, que
deveria expandir-se pelo mundo inteiro, triunfar sobre o paganismo e dar a
Abraão uma posteridade espiritual tão
numerosa quanto as estrelas do
firmamento. Mas os judeus, embora rejeitassem completamente a idolatria,
haviam negligenciado a lei moral para
*
N. E. - Idólatra: que adora ídolos.
*
N. E. - Politeísta: que crê em muitos deuses.
* N. E. - Monoteísmo: crença em um só deus.
CONTINUA
AMANHA
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