sexta-feira, 1 de julho de 2016

MOMENTO DE REFLEXÃO



O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO 16
NÃO SE PODE SERVIR A DEUS E A MAMON
Salvação dos ricos
Resguardar-se da avareza • Jesus na casa de Zaqueu
Parábola do mau rico • Parábola dos talentos
Utilidade providencial da riqueza. Provas da riqueza e da miséria
Desigualdade das riquezas
Instruções dos Espíritos:
 A verdadeira propriedade
Emprego da riqueza • Desprendimento dos bens terrenos
Transmissão da riqueza 
UTILIDADE PROVIDENCIAL DA RIQUEZA.
PROVAS DA RIQUEZA E DA MISÉRIA
DESIGUALDADE DAS RIQUEZAS
8. A desigualdade das riquezas é um desses problemas que se procura resolver em vão, desde que se considere apenas a vida atual. A principal questão que se apresenta é esta: por que todos os homens não são igualmente ricos? Eles não o são por uma razão muito simples: porque não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar. Está matematicamente demonstrado que, se a riqueza fosse igualmente repartida, daria a cada qual uma parte mínima e insuficiente; supondo-se que essa divisão fosse feita, o equilíbrio seria rompido em pouco tempo, pelas diferenças de qualidade e de aptidões de cada um; que, se isso fosse possível e durável, cada um tendo somente o necessário para viver, resultaria na destruição de todos os grandes trabalhos que contribuem para o progresso e bem-estar da Humanidade; que, ao supor que ela daria a cada um o necessário, não haveria mais o estímulo que impulsiona o homem às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é para que dali ela se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades.
Admitindo-se isto, pergunta-se: Por que Deus a dá a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos? É novamente uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. Dando ao homem o livre arbítrio, quis que ele chegasse, por sua própria ação, a estabelecer a diferença entre o bem e o mal, de tal forma que a prática do bem fosse o resultado de seus esforços e de sua própria vontade. O homem não deve ser conduzido fatalmente nem ao bem, nem ao mal, porque seria apenas um ser passivo e irresponsável, como os animais. A riqueza é um meio de colocá-lo à prova moralmente; mas, como ela é, ao mesmo tempo, um poderoso meio de ação para o progresso, Deus não quer que ela fique por muito tempo improdutiva, e eis por que a transfere incessantemente. Cada qual deve possuí-la para aprender a utilizá-la e demonstrar que uso dela saberá fazer. Mas há uma impossibilidade material de que todos a possuam ao mesmo tempo. Se todas as pessoas a possuíssem, ninguém trabalharia, e o melhoramento da Terra sofreria com isso. Essa é a razão de cada um a possuir por sua vez. Desta maneira, aquele que hoje não a tem, já a teve ou a terá em outra existência, e outro que a tem agora poderá não ter mais amanhã. Há ricos e pobres, porque Deus, sendo justo como é, determina a cada um trabalhar por sua vez. A pobreza é para uns a prova de paciência e resignação; a riqueza é para outros a prova de caridade e abnegação.
Lamenta-se, com razão, o péssimo uso que algumas pessoas fazem de suas riquezas, as vergonhosas paixões que a cobiça desperta, e pergunta-se: Deus é justo ao dar a riqueza a tais pessoas?
É claro que, se o homem tivesse apenas uma existência, nada justificaria tal repartição dos bens da Terra; entretanto, se ao invés de limitar sua visão à vida presente, considerar o conjunto das existências, vê que tudo se equilibra com justiça. Assim, o pobre não tem motivos para acusar a Providência, nem de invejar os ricos, e nem estes têm motivos para vangloriar-se do que possuem. Se abusam da riqueza, não será nem com decretos, nem com leis que limitem o supérfluo e o luxo que se poderá remediar o mal. As leis podem momentaneamente modificar o exterior, mas não o coração; eis por que essas leis têm apenas uma duração temporária e são sempre seguidas de uma reação desenfreada. A origem do mal está no egoísmo e no orgulho; os abusos de toda espécie cessarão por si mesmos, quando os homens deixarem-se reger pela lei da caridade.
CONTINUA AMANHA

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