quinta-feira, 26 de maio de 2016

MOMENTO DE REFLEXÃO



O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO 13
QUE VOSSA MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ VOSSA MÃO DIREITA
OS INFORTÚNIOS OCULTOS

4. Nas grandes calamidades, a caridade se manifesta e veem-se campanhas nobres e generosas para remediar os desastres. Mas, ao lado dessas tragédias gerais, existem milhares de tragédias particulares, que passam despercebidas: é o caso das pessoas que jazem num leito de dor sem se queixarem. São a esses desventurados discretos e ocultos que a verdadeira generosidade sabe procurar sem esperar que lhe venham pedir assistência.
Quem é esta mulher com ar distinto, vestida de modo simples, embora com distinção, seguida de uma jovem também vestida modestamente?
Ela entra numa casa de miserável aspecto, onde, sem dúvida, é conhecida, pois, à porta, a saúdam com respeito. Aonde ela vai? Sobe até um quarto humilde. Ali mora uma mãe de família cercada de criancinhas. Com sua chegada, a alegria brilha nas faces enfraquecidas. É porque ela vem acalmar todas as dores. Traz o necessário, acompanhada de doces e consoladoras palavras, que fazem aceitar o benefício sem se sentirem envergonhados, uma vez que esses infortunados não são de maneira alguma profissionais da mendicância. O pai está no hospital e, durante esse tempo, a mãe não pode suprir as necessidades da família. Graças a esta senhora, as pobres crianças não sofrerão nem com o frio nem com a fome. Irão à escola bem agasalhadas, no seio da mãe haverá o sustento para amamentar os pequeninos e, se entre elas alguma adoece, a boa senhora nenhuma dúvida terá em tratá-la em tudo o que necessite. Dali se dirigirá ao hospital para levar ao pai algum consolo e tranquilizá-lo sobre a situação de sua família. Na esquina, um veículo a espera, verdadeiro depósito de tudo o que doa a seus protegidos, que visita sucessivamente. Ela não lhes pergunta a sua crença nem sua opinião, pois, para ela, todos os homens são irmãos e filhos de Deus. Quando termina a visita, diz a si mesma: Comecei bem o meu dia. Qual é seu nome? Onde mora? Ninguém o sabe. Para os infelizes, é um nome que não revela nada, mas é o anjo da consolação. E, à noite, um cântico de bênçãos se eleva por ela até o Criador: católicos, judeus, protestantes, todos a bendizem.
Por que se veste de uma maneira tão simples? É que não quer insultar a miséria com seu luxo. Por que sua jovem filha a acompanha? É para ensinar-lhe como se deve praticar o bem. Sua filha também quer fazer a caridade, mas sua mãe lhe diz: “O que podes dar, minha  filha, se nada tens de teu? Se te dou algo para dar aos outros que mérito terás? Na realidade serei eu quem estará fazendo a caridade, e tu terás o mérito. Isso não é justo. Quando formos visitar os doentes, tu me ajudarás, já que cuidar deles é dar alguma coisa. Isso não te parece suficiente? Nada é mais simples: aprende a fazer coisas úteis, e confeccionarás roupinhas para essas crianças. Dessa maneira, darás algo que vem de ti”. É assim que essa mãe verdadeiramente cristã forma sua filha para a prática das virtudes, ensinadas pelo Cristo. É espírita? O que importa!
Para a sociedade, é a mulher do mundo, pois sua posição o exige.
Mas ninguém sabe o que ela faz, pois não quer outra aprovação senão a de Deus e da sua consciência. Entretanto, um dia, um acontecimento imprevisto conduziu até sua casa uma de suas protegidas a oferecer-lhe serviços manuais. Esta a reconheceu e quis pedir a bênção à sua benfeitora. “Silêncio!”, disse-lhe ela. “Não diga nada a ninguém”. Assim também falava Jesus.
CONTINUA AMANHA

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