O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 12
AMAI OS
VOSSOS INIMIGOS
Pagar o mal com o bem
Os inimigos desencarnados
Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a
outra.
Instruções dos Espíritos:
A
vingança • O ódio • O duelo.
O DUELO
Agostinho - Bordeaux, 1861.
15. O homem do mundo, o homem feliz, que por uma palavra ofensiva,
um motivo insignificante, arrisca a vida que recebeu de Deus, e arrisca a vida
de seu semelhante que pertence a Deus, é cem vezes mais culpado do que o
miserável que, empurrado pela cobiça, algumas vezes pela necessidade, se
introduz em uma casa para roubar e mata aqueles que tentam impedi-lo. Esse
último é quase sempre um homem sem educação, que tem apenas noções imperfeitas
do bem e do mal, enquanto o duelista pertence sempre à classe mais esclarecida.
Um mata brutalmente; o outro, com método e regras definidas, o que faz com que
a sociedade o desculpe. Acrescento ainda que o duelista é infinitamente mais
culpado que o infeliz que, levado por um sentimento de vingança, mata num
momento de desespero. O duelista não tem de modo algum como desculpa o sentimento
da violenta emoção, pois que, entre o insulto e a reparação, existe sempre um
tempo para se refletir. Ele age, portanto, fria e planejadamente. Tudo é
calculado e estudado para matar com mais segurança seu adversário. É bem verdade
que ele arrisca sua vida, e é isso o que justifica o duelo aos olhos do mundo,
porque veem nele um ato de coragem e de desprezo pela própria vida. Mas
existirá verdadeira coragem quando se está seguro de si? O duelo data dos
tempos selvagens, quando o direito do mais forte era a lei. Ele desaparecerá com
uma análise mais criteriosa e justa do que é o verdadeiro ponto de honra e à
medida que o homem tiver uma fé mais viva na vida futura.
16. Nota:
Os duelos tornaram-se cada vez mais
raros e se ainda vemos de vez em quando alguns dolorosos exemplos, o seu número
não é mais comparável ao que foi no passado. Antigamente, um homem não saía de
casa sem prever um confronto e consequentemente sempre tomava suas precauções.
Um sinal característico dos costumes daqueles tempos e dos povos era o uso do
porte habitual, de forma visível ou não, das armas defensivas e de ataque. A
abolição desse uso já testemunha o abrandamento dos costumes e é curioso seguir-se
a escala, desde a época em que os cavaleiros somente cavalgavam com armaduras
de ferro e armados de lança até o uso simples da espada, tornada mais tarde
apenas um enfeite, um acessório de nobreza e não uma arma agressiva. Outra característica
do abrandamento dos costumes é que, antigamente, os combates pessoais
aconteciam em plena rua, diante da multidão que se afastava para deixar o campo
livre, e, hoje, se ocultam. Hoje, a morte de um homem é um acontecimento que
provoca emoção, enquanto, antigamente, ninguém lhe dava atenção. O Espiritismo apagará
esses últimos vestígios de selvageria, colocando na mente dos homens o espírito
de caridade e de fraternidade.
CONTINUA
AMANHA
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