O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 12
AMAI OS
VOSSOS INIMIGOS
Pagar o mal com o bem
Os inimigos desencarnados
Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a
outra.
Instruções dos Espíritos:
A
vingança • O ódio • O duelo.
O DUELO
Um
Espírito Protetor - Bordeaux, 1861.
13. Bem sei
que, muitas vezes, se procura evitar essa alternativa, igualmente criminosa,
elegendo-se o acaso como juiz. Mas, então, não é isto, de outra forma, voltar ao
que se chamava julgamento de Deus, da Idade Média? E ainda naquela época éramos
infinitamente menos culpados. Até mesmo a denominação, julgamento de Deus, indicava
uma fé, ingênua, é bem verdade, mas enfim uma fé na justiça de
Deus, que não podia deixar morrer um inocente, enquanto, num duelo,
tudo se lança à força bruta, de tal maneira que o ofendido é quem
geralmente morre.
Estúpido amor-próprio, tola vaidade e louco orgulho!
Quando os trocareis pela caridade cristã, pelo amor ao próximo e a humildade, das
quais o Cristo deu o exemplo e o ensino? Somente então desaparecerão esses
costumes monstruosos que ainda governam os homens e que as leis são impotentes
para reprimir, pois não basta impedir o mal e exigir o bem; é preciso que o princípio
do bem e do horror ao mal estejam gravados no coração do homem.
Francisco Xavier - Bordeaux, 1861
14. Que opinião terão de mim, dizeis frequentemente, se recuso
a tirar satisfação que me é cobrada, ou se não a exigir daquele que me ofendeu?
Os loucos, como vós, os homens atrasados, vos censurarão, mas os que são
esclarecidos pela chama do progresso intelectual e moral dirão que agistes com verdadeira
sabedoria. Refleti um pouco: por uma palavra muitas vezes dita sem querer, ou
até mesmo inofensiva, da parte de um dos vossos irmãos, o vosso orgulho já fica
machucado, vós lhe respondeis de uma maneira agressiva e acontece a provocação.
Antes de chegar ao momento decisivo, perguntai-vos se agistes como cristão? Que
contas prestareis à sociedade se a eliminais de um de seus membros? Pensai no
remorso de ter tirado o marido a uma mulher, um filho à sua mãe, às crianças o
seu pai e com ele o sustento delas? Certamente aquele que fez a ofensa deve uma
satisfação. Mas não é mais honroso para ele dá-la espontaneamente, reconhecendo
seus erros, do que arriscar a vida daquele que tem o direito de se queixar?
Quanto ao ofendido, concordo que, algumas vezes, pode se encontrar gravemente atingido,
seja em sua pessoa, seja em relação àqueles que lhe são caros.
Não é somente o amor-próprio que está em questão. O
coração está também ferido e sofrendo, mas, além de ser estupidez jogar sua
vida contra um miserável, capaz de infâmias, mesmo que morto o infamante, deixará,
por isto, a afronta de existir? Não é certo que o sangue derramado produzirá
mais barulho sobre um fato que, se for falso, deve esquecer-se por si mesmo e
que, se for verdadeiro, deve se esconder no silêncio? Resta-lhe, portanto, a
satisfação da vingança executada, nada mais. Triste satisfação que,
frequentemente, já nesta vida deixa insuportáveis remorsos! E se o ofendido
morre, onde estará a reparação?
Quando a caridade for a regra de conduta dos homens, eles
deverão ajustar seus atos e palavras ao ensinamento de Jesus: Não façais aos outros o que não quereríeis que vos fizessem. Aí, então,
desaparecerão todas as causas de desavenças e, com elas, os duelos e também as
guerras, que não passam de duelos entre povos!
CONTINUA
AMANHA
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