domingo, 22 de maio de 2016

MOMENTO DE REFLEXÃO



O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO  12
AMAI OS VOSSOS INIMIGOS
Pagar o mal com o bem 
Os inimigos desencarnados
Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a outra.

Instruções dos Espíritos:
A vingança • O ódio • O duelo.

O DUELO
Um Espírito Protetor - Bordeaux, 1861.
13. Bem sei que, muitas vezes, se procura evitar essa alternativa, igualmente criminosa, elegendo-se o acaso como juiz. Mas, então, não é isto, de outra forma, voltar ao que se chamava julgamento de Deus, da Idade Média? E ainda naquela época éramos infinitamente menos culpados. Até mesmo a denominação, julgamento de Deus, indicava uma fé, ingênua, é bem verdade, mas enfim uma fé na justiça de Deus, que não podia deixar morrer um inocente, enquanto, num duelo, tudo se lança à força bruta, de tal maneira que o ofendido é quem geralmente morre.
Estúpido amor-próprio, tola vaidade e louco orgulho! Quando os trocareis pela caridade cristã, pelo amor ao próximo e a humildade, das quais o Cristo deu o exemplo e o ensino? Somente então desaparecerão esses costumes monstruosos que ainda governam os homens e que as leis são impotentes para reprimir, pois não basta impedir o mal e exigir o bem; é preciso que o princípio do bem e do horror ao mal estejam gravados no coração do homem.

Francisco Xavier - Bordeaux, 1861
14. Que opinião terão de mim, dizeis frequentemente, se recuso a tirar satisfação que me é cobrada, ou se não a exigir daquele que me ofendeu? Os loucos, como vós, os homens atrasados, vos censurarão, mas os que são esclarecidos pela chama do progresso intelectual e moral dirão que agistes com verdadeira sabedoria. Refleti um pouco: por uma palavra muitas vezes dita sem querer, ou até mesmo inofensiva, da parte de um dos vossos irmãos, o vosso orgulho já fica machucado, vós lhe respondeis de uma maneira agressiva e acontece a provocação. Antes de chegar ao momento decisivo, perguntai-vos se agistes como cristão? Que contas prestareis à sociedade se a eliminais de um de seus membros? Pensai no remorso de ter tirado o marido a uma mulher, um filho à sua mãe, às crianças o seu pai e com ele o sustento delas? Certamente aquele que fez a ofensa deve uma satisfação. Mas não é mais honroso para ele dá-la espontaneamente, reconhecendo seus erros, do que arriscar a vida daquele que tem o direito de se queixar? Quanto ao ofendido, concordo que, algumas vezes, pode se encontrar gravemente atingido, seja em sua pessoa, seja em relação àqueles que lhe são caros.
Não é somente o amor-próprio que está em questão. O coração está também ferido e sofrendo, mas, além de ser estupidez jogar sua vida contra um miserável, capaz de infâmias, mesmo que morto o infamante, deixará, por isto, a afronta de existir? Não é certo que o sangue derramado produzirá mais barulho sobre um fato que, se for falso, deve esquecer-se por si mesmo e que, se for verdadeiro, deve se esconder no silêncio? Resta-lhe, portanto, a satisfação da vingança executada, nada mais. Triste satisfação que, frequentemente, já nesta vida deixa insuportáveis remorsos! E se o ofendido morre, onde estará a reparação?
Quando a caridade for a regra de conduta dos homens, eles deverão ajustar seus atos e palavras ao ensinamento de Jesus: Não façais aos outros o que não quereríeis que vos fizessem. Aí, então, desaparecerão todas as causas de desavenças e, com elas, os duelos e também as guerras, que não passam de duelos entre povos!
CONTINUA AMANHA

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