O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 12
AMAI OS
VOSSOS INIMIGOS
Pagar o mal com o bem
Os inimigos desencarnados
Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a
outra.
Instruções dos Espíritos:
A
vingança • O ódio • O duelo.
PAGAR O MAL COM O BEM
Jesus não
quis dizer com estas palavras que devemos ter pelo inimigo a ternura que temos
por um irmão ou por um amigo. A ternura
dá a entender confiança e não podemos
confiar naquele que sabemos que nos quer mal. Não podemos ter para com ele as mesmas demonstrações de
amizade, pois sabemos que ele é capaz
de abusar disso. Entre as pessoas que desconfiam umas das outras não poderá haver os mesmos laços de simpatia que existem entre aqueles que têm a
mesma maneira de pensar. Quando
encontramos um inimigo, não podemos ter, para com ele, a mesma alegria que sentimos quando encontramos um amigo.
Este sentimento resulta de uma lei física: a da
assimilação e da repulsão dos fluidos. O pensamento maldoso carrega em si mesmo
uma corrente fluídica que causa má influência. O pensamento benevolente nos
envolve com uma agradável impressão; daí a diferença de sensações que
experimentamos ao nos aproximar de um amigo ou de um inimigo. Amar aos inimigos
não pode significar, portanto, que não devamos diferenciá-los dos amigos. Este
ensinamento só nos parece difícil, até mesmo impossível de ser praticado,
porque acreditamos que ele manda dar a uns e a outros o mesmo lugar no coração,
quando não é isso. Se a pobreza das línguas humanas obriga a nos servirmos de uma
mesma palavra para expressar diversas formas de sentimentos, a razão nos diz
que de acordo com o caso devemos diferenciar os seus significados.
Amar aos inimigos não é ter para com eles uma afeição
forçada, que não é natural, já que o contato com um inimigo faz bater o coração
de uma maneira totalmente diferente. Amar aos inimigos segundo este ensinamento
de Jesus é não ter contra eles nem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança. É
perdoar-lhes, sem pensamento oculto
e sem impor condições, o mal
que nos fazem. É não colocar nenhum obstáculo à reconciliação. É desejar-lhes o
bem no lugar do mal. É alegrar-se pelo bem que lhes aconteça ao invés de se
entristecer. É socorrê-los em caso de necessidade. É não fazer nada que possa prejudicá-los
em palavras ou em atos. É,
enfim, pagar-lhes todo mal com o bem, sem
intenção de humilhá-los. Quem fizer isto, estará seguindo o mandamento: Amai aos vossos inimigos.
4. Amar aos inimigos é um absurdo para o incrédulo. Aquele
para quem a vida presente é tudo vê apenas em seu inimigo um ser nocivo e
perturbador de sua tranquilidade e do qual somente a morte, pensa ele, o pode
livrar. Daí, o desejo de vingança. Ele só terá motivo para perdoar se for para
satisfazer seu orgulho aos olhos do mundo. O próprio ato de perdoar, em certos
casos, parece-lhe uma fraqueza indigna de si. Se não se vingar, nem por isso
deixará de guardar rancor e um secreto desejo de fazer o mal.
Para aquele que crê e, especialmente, para o espírita, a
maneira de ver é completamente diferente, pois observa as coisas com as vistas
do passado e sobre o futuro, e percebe que a vida presente não
CONTINUA
AMANHA
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