sexta-feira, 29 de abril de 2016

MOMENTO DE REFLEXÃO



O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO   10

BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO MISERICORDIOSOS

Perdoai para que Deus vos perdoe    
Reconciliar-se com seus adversários
O sacrifício mais agradável a Deus • O argueiro• e a trave• no olho
Não julgueis para não serdes julgados
Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra
Instruções dos Espíritos: O perdão das ofensas
A indulgência • É permitido repreender os outros?
Observar as suas imperfeições? Divulgar o mal alheio?


INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
O PERDÃO DAS OFENSAS
Simeão - Bordeaux, 1862

15. Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo. Perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade. Perdoar as ofensas é mostrar que se tornou melhor do que se era antes. Perdoai, portanto, meus amigos, a fim de que Deus vos perdoe, pois, se fordes duros, exigentes, inflexíveis, se fordes rigorosos mesmo por uma pequena ofensa, como quereis que Deus esqueça que a cada dia tendes mais necessidade de perdão? Infeliz daquele que diz: “Nunca perdoarei”, pois pronuncia a sua própria condenação. Será que, em vos autoanalisando, não fostes vós o agressor? Quem sabe se, nessa luta que começa por uma simples bagatela e termina por uma ruptura, não provocastes a primeira desavença? Se uma palavra ofensiva não escapou de vós? Se usastes de toda moderação necessária? Sem dúvida, vosso adversário errou em se mostrar tão melindroso, mas isto é uma razão a mais para serdes indulgentes e de não fazer por merecer a censura que vos foi endereçada. Admitamos que fostes realmente o ofendido numa certa situação. Quem garante que não envenenastes a situação por vinganças e que não transformastes em disputa séria o que poderia ter caído facilmente no esquecimento? Se depender de vós impedir as consequências e não o fizerdes, sereis sem dúvida culpado. Admitamos, enfim, que não tendes absolutamente nenhuma censura a vos fazer. Neste caso, quanto mais clementes fordes, maior será o vosso mérito.
Mas há duas maneiras bem diferentes de se perdoar: o perdão dos lábios e o do coração. Muitas pessoas dizem a respeito de seus adversários: “Eu lhe perdoo”, enquanto interiormente experimentam um secreto prazer pelo mal que lhes acontece, dizendo a si mesmos que eles bem o merecem. Quantos dizem: “Eu perdoo”, e acrescentam:
“Mas nunca me reconciliarei. Não quero vê-lo pelo resto de minha vida”.
Esse é o perdão segundo o Evangelho? Não! O verdadeiro perdão, o perdão daquele que crê, lança um véu sobre o passado. É o único que vos será cobrado, pois Deus não se satisfaz com a aparência: sonda o fundo dos corações e os mais secretos pensamentos, não aceitando apenas palavras e simples fingimentos. O esquecimento total e completo das ofensas é próprio das grandes almas. O rancor é sempre um sinal de baixeza e de inferioridade. Não vos esqueçais de que o verdadeiro perdão se reconhece mais pelos atos do que pelas palavras.

A INDULGÊNCIA
Joseph, Espírito Protetor - Bordeaux, 1863.

16. Espíritas, gostaríamos hoje de vos falar sobre a indulgência*, esse sentimento tão doce, tão fraternal que todo homem deveria ter para com seus irmãos, mas que poucos praticam.
A indulgência jamais vê os defeitos alheios, ou, se os veem, evita falar deles e divulgá-los. Pelo contrário, ela os esconde, a fim de que não sejam conhecidos e, se a malevolência os descobre, sempre tem uma desculpa pronta para amenizá-los, ou seja, uma desculpa aceitável, séria, e não daquelas que, parecendo atenuar a falta, a destacam de um modo maldoso.

* N. E. - Indulgência: clemência, misericórdia, tolerância.
CONTINUA AMANHÃ

Nenhum comentário: