O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 10
BEM-AVENTURADOS
OS QUE SÃO MISERICORDIOSOS
Perdoai para
que Deus vos perdoe
Reconciliar-se com seus adversários
O sacrifício mais agradável a Deus • O argueiro• e a trave• no
olho
Não julgueis para não serdes julgados
Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra
Instruções dos
Espíritos: O perdão das
ofensas
A indulgência • É permitido repreender os outros?
Observar as suas imperfeições? Divulgar o mal alheio?
INSTRUÇÕES DOS
ESPÍRITOS
O PERDÃO
DAS OFENSAS
Simeão - Bordeaux, 1862
14. Quantas vezes perdoarei ao meu irmão? Deveis perdoar-lhe
não sete vezes, mas sim setenta vezes sete vezes. Eis um dos ensinamentos de
Jesus que mais deve marcar vossa inteligência e falar mais diretamente ao vosso
coração. Comparai estas palavras de misericórdia com a prece tão simples, tão
resumida e tão elevada no seu alcance, o Pai Nosso que Jesus ensinou a seus
discípulos, e encontrareis sempre o mesmo pensamento. Jesus, o justo por
excelência, responde a Pedro: “Tu perdoarás, mas sem limites”. Perdoarás ainda
que a ofensa te seja feita muitas vezes. Ensinarás aos teus irmãos o
esquecimento de si mesmos, que os torna invulneráveis a agressões, aos maus
procedimentos e às injúrias. Serás doce e humilde de coração, nunca medindo tua
mansidão e brandura. Farás, enfim, o que desejas que o Pai Celestial faça por
ti. Não tem Ele te perdoado sempre? Acaso conta as inúmeras vezes em que Seu
perdão vem apagar as tuas faltas?”. Prestai atenção à resposta de Jesus e, como
Pedro, aplicai-a a vós mesmos. Perdoai, usai de indulgência, sede caridosos,
generosos, isto é, pródigos no vosso amor. Dai, e o Senhor vos restituirá.
Perdoai, e o Senhor vos perdoará. Abaixai-vos, e o Senhor
vos reerguerá.
Humilhai-vos, e o Senhor vos fará sentar à sua direita. Ide,
meus bem-amados, estudai e comentai estas palavras que vos dirijo da parte
d’Aquele que, do alto dos esplendores celestes, sempre cuida de vós e continua
com amor a tarefa ingrata que começou há dezoito séculos. Perdoai, portanto, aos
vossos irmãos como tendes necessidade de serdes perdoados, e se os seus atos
vos prejudicarem pessoalmente é mais um motivo para serdes indulgentes, porque
o mérito do perdão é proporcional à gravidade do mal cometido. Além de tudo,
nenhum merecimento teríeis se não perdoásseis sinceramente, aos vossos irmãos,
as pequenas ofensas que vos façam.
Espíritas, nunca vos esqueçais que nas palavras, bem como
nas ações, o perdão das injúrias não deve ser uma palavra vazia e inútil.
Se vos dizeis espíritas, sede-o de fato. Esquecei o mal
que vos foi feito e pensai apenas em uma coisa: no bem que podeis fazer. Aquele
que entrou neste caminho não deve nem mesmo em pensamento desviar-se dele,
porque sois responsáveis pelo que pensais, e Deus vos conhece. Fazei, portanto,
com que eles sejam desprovidos de qualquer sentimento de rancor. Deus sabe o
que se passa no coração de cada um dos seus filhos. Feliz, portanto, daquele que pode a cada noite dizer ao deitar-se: “Nada tenho contra meu próximo”.
Paulo, Apóstolo - Lyon, 1861.
15. Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo. Perdoar
aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade. Perdoar as ofensas é mostrar que se
tornou melhor do que se era antes. Perdoai, portanto, meus amigos, a fim de que
Deus vos perdoe, pois, se fordes duros, exigentes, inflexíveis, se fordes rigorosos
mesmo por uma pequena ofensa, como quereis que Deus esqueça que a cada dia
tendes mais necessidade de perdão? Infeliz daquele que diz: “Nunca perdoarei”,
CONTINUA AMANHÃ
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