O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 10
BEM-AVENTURADOS
OS QUE SÃO MISERICORDIOSOS
Perdoai para que Deus vos perdoe
Reconciliar-se com seus adversários
O sacrifício mais agradável a Deus • O argueiro• e a trave• no
olho
Não julgueis para não serdes julgados
Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra
Instruções dos
Espíritos: O perdão das
ofensas
A indulgência • É permitido repreender os outros?
Observar as suas imperfeições? Divulgar o mal alheio?
PERDOAI
PARA QUE DEUS VOS PERDOE
Infeliz daquele que diz: “Nunca perdoarei!” Este, se não
for condenado pelos homens, certamente o será por Deus. Com que direito pedirá
o perdão das suas próprias faltas, se ele próprio não perdoa as dos outros?
Quando diz para perdoarmos ao nosso irmão não sete vezes, mas setenta vezes
sete vezes, Jesus nos ensina que a misericórdia não deve ter limites.
Mas há duas maneiras bem diferentes de perdoar: uma é grandiosa
e nobre, verdadeiramente generosa, sem pensar no que passou, que evita com
delicadeza ferir o amor-próprio e os sentimentos do agressor, ainda que este
último tenha toda a culpa. A outra maneira é quando o ofendido, ou aquele que assim
se julga, impõe ao ofensor condições humilhantes e o faz sentir todo o peso de
um perdão que irrita ao invés de acalmar. Se estende a mão, não é com benevolência
e sim com ostentação para se mostrar, a fim de poder dizer a todos: “Vede o
quanto sou generoso!” Em tais condições é impossível que a reconciliação seja
sincera de ambas as partes. Isto não é generosidade; é, antes, uma maneira de
satisfação do orgulho. Em todas as contendas, aquele que se mostra mais
pacificador, que demonstra maior tolerância, caridade e verdadeira grandeza da
alma, conquistará sempre a simpatia das pessoas imparciais.
RECONCILIAR-SE COM SEUS ADVERSÁRIOS
5.
Reconciliai-vos o mais cedo possível com vosso adversário, enquanto estiverdes
com ele a caminho, para que não suceda que o vosso adversário vos entregue ao
juiz e que o juiz vos leve ao ministro da justiça, e que sejais mandado para a
prisão. Eu vos digo, em verdade, que não saireis de lá, enquanto não houverdes
pagado até o último ceitil*.
(Mateus,
5:25 e 26)
6. Há, na prática do perdão assim como na do bem, geralmente,
além do efeito moral, também um efeito material. Sabemos que a morte não nos
livra dos nossos inimigos. Em muitos casos, os Espíritos desejosos de vingança,
no além túmulo, movidos por seu ódio, perseguem aqueles contra os quais conservaram
seu rancor. Por isso, o provérbio que diz: “Morta a cobra, cessa o veneno”, é
falso, quando aplicado ao homem. O Espírito mau aproveita o fato de que aquele
a quem ele quer mal esteja ainda preso ao corpo e, portanto, menos livre, para
mais facilmente atormentá-lo e atingi-lo em seus interesses ou afeições mais
caras. Esta é a causa da maior parte dos casos de obsessão•, principalmente daqueles
que apresentam uma certa gravidade, como a subjugação* e a possessão*. O
obsediado e o possesso são, quase sempre, vítimas de uma vingança, à qual eles
deram motivo por sua conduta e cuja ação se acha numa vida anterior. Deus consente
* N. E. -
Ceitil: moeda de pequeno valor.
* N. E. -
Subjugação: dominação profunda. A vítima perde a vontade própria.
* N. E. -
Possessão: a vítima perde o domínio total da vontade e das ações e passa a agir
sob o comando do obsessor. (Veja O
Livro dos Médiuns, Cap. 23, e O
Livro dos Espíritos, Cap. 9, item 3.)
CONTINUA AMANHÃ
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