O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 9
BEM-AVENTURADOS
AQUELES QUE SÃO MANSOS E PACÍFICOS
Injúrias
e violências
Instruções dos Espíritos: A afabilidade e a doçura
A
paciência • Obediência e resignação • A cólera
CONTINUAÇÃO
INJURIAS E
VIOLÊNCIAS
5. Mas como entender o significado destas palavras: Bem-aventurados aqueles que são mansos,
porque possuirão a Terra, se Jesus
havia recomendado renunciar aos bens desse mundo e prometia os do Céu?
O homem, enquanto aguarda os bens do Céu, tem necessidade dos
da Terra para viver. O que Jesus recomenda é que não se dê aos bens da Terra mais
importância do que aos do Céu.
Por estas palavras, Jesus quis dizer que, até agora, os
bens da Terra foram um privilégio exclusivo dos quais os violentos se
apossaram, em prejuízo daqueles que são mansos e pacíficos; que frequentemente
estes não têm o necessário, enquanto os outros têm em excesso. Promete Jesus
que a justiça lhes será feita assim na
Terra como no Céu; porque eles
serão chamados filhos de Deus. Quando a lei do amor e da caridade for a lei da
Humanidade, não havendo mais egoísmo, o fraco e o pacífico não serão mais
explorados nem esmagados pelo forte e pelo violento. Assim será a Terra,
quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, ela se tornar um
mundo feliz em razão do afastamento dos maus.
INSTRUÇÕES
DOS ESPÍRITOS
A AFABILIDADE E
A DOÇURA
Lázaro - Paris, 1861
6. A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor ao
próximo, produz a afabilidade e a doçura, que são as formas de sua manifestação.
Entretanto, nem sempre se deve confiar nas aparências; a educação e a vivência
do mundo podem dar o verniz dessas qualidades.
Quantos há cuja fingida bondade nada mais é do que uma
máscara para o exterior, uma roupagem, cuja aparência bem talhada e calculada
disfarça as deformidades escondidas! O mundo está repleto de pessoas que têm o
sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são mansas sob a
condição de nada lhes machucar, mas que mordem à menor contrariedade; cuja
língua dourada, quando falam face a face, se transforma em dardo envenenado,
quando estão por detrás.
A essa classe pertencem ainda aqueles homens benignos por
fora e que, tiranos domésticos, fazem sua família e seus subordinados sofrer com
o peso de seu orgulho e de sua tirania, querendo compensar assim o
constrangimento a que se submetem fora de casa. Não ousando agir
autoritariamente com estranhos, que os recolocariam no seu lugar, querem pelo
menos ser temidos pelos que não podem resistir- lhes. Sua vaidade alegra-se por
poderem dizer: “Aqui, eu mando e sou obedecido”; sem se lembrar de que poderiam
acrescentar com mais razão: “E sou detestado”
CONTINUA AMANHÃ
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