O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 5 - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
CONTINUAÇÃO
MOTIVOS DE RESIGNAÇÃO
Este é o sentido das palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois serão consolados. São felizes,
porque estão pagando suas dívidas e, depois
de pagar, ficarão livres. Porém, se ao procurar quitá-las de uma maneira se endividarem de outra,
tornam maior o tempo para sua
libertação. Portanto, cada nova falta aumenta a dívida, pois não há uma única falta, qualquer que ela
seja que não arraste consigo sua punição
forçada e inevitável. Se não for hoje, será amanhã; se não for nesta vida, será noutra. Entre essas
faltas, é preciso colocar em primeiro
lugar a falta de submissão à vontade de Deus. Se lamentamos as aflições, se não as aceitamos com
resignação e como algo que se deva
merecer, se acusamos Deus de injusto, contraímos uma nova dívida que nos faz perder os frutos
que a lição dos sofrimentos nos poderia
dar. É por isso que recomeçaremos sempre, como se, a um credor que nos cobra, pagássemos algumas parcelas e ao mesmo tempo contraíssemos novas dívidas.
Quando entra no mundo dos Espíritos, o homem assemelha-se ao
operário que comparece no dia do pagamento. A uns o Senhor dirá: “Eis o prêmio
da tua jornada de trabalho”. A outros, aqueles que se julgaram felizes na
Terra, viveram ociosamente e cuja felicidade constituiu-se na satisfação do seu
amor-próprio e nos gozos terrenos,
Ele dirá: “A ti nada cabe, pois já recebeste teu salário
na Terra. Vai e recomeça tua tarefa”.
13. O homem pode suavizar ou agravar a amargura de suas provas
pela maneira de encarar a vida terrena. Ele sofre mais quando acredita numa
duração mais longa do seu sofrimento. Porém, se encara a vida terrena pelo lado
da vida eterna do Espírito, ele a entende como um ponto no infinito e
compreende o quanto é breve, dizendo a si mesmo que esse momento difícil vai
passar bem depressa. A certeza de um futuro próximo, mais feliz, o sustenta e o
encoraja e, ao invés de se lamentar, agradece ao Céu as dores que o fazem
avançar. Ao contrário, para aquele que só valoriza a vida corpórea, esta lhe
parece interminável e a dor cai sobre ele com todo o seu peso. O resultado da
maneira espiritual de encarar a vida diminui a importância das coisas deste
mundo, faz com que o homem modere seus desejos, se contente com sua posição sem
invejar a dos outros, e atenua a impressão moral dos reveses e das decepções
que ele experimenta. O homem adquire uma calma e uma resignação tão úteis à
saúde do corpo quanto à da alma, ao passo que, pela inveja, pelo ciúme e pela
ambição, tortura-se voluntariamente e assim aumenta as misérias e as angústias
de sua curta existência.
CONTINUA AMANHÃ
Nenhum comentário:
Postar um comentário