O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 5 - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
CONTINUAÇÃO
CAUSAS
ANTERIORES DAS AFLIÇÕES
de elevação, mas, querendo avançar ainda mais, solicita
uma missão, uma tarefa a cumprir, da qual tanto mais será recompensado, se sair
vitorioso, quanto mais difícil tiver sido a luta para vencê-la. Tais são essas
pessoas de tendências naturalmente boas, de alma elevada, que têm nobres
sentimentos, que parecem não ter trazido nada de mau de sua existência anterior
e que suportam com uma resignação cristã as maiores dores, pedindo a Deus
coragem para suportá-las sem lamentações. Ao contrário, podem-se considerar
como expiações as aflições que provocam queixas e lamentos e fazem o homem se revoltar
contra Deus.
Sem dúvida, o sofrimento sem lamentações pode ser uma expiação,
mas é um sinal de que foi escolhido voluntariamente e não imposto. É uma prova
de uma firme decisão, o que é um indício de progresso.
10. Os Espíritos só podem alcançar a perfeita felicidade
quando são puros: qualquer impureza lhes impede a entrada nos mundos felizes. É
como se fossem os passageiros de um navio atingido pela peste, aos quais a
entrada numa cidade é interditada até que eles estejam descontaminados,
purificados. Nas suas diversas existências corporais é que os Espíritos se
livram, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provas da vida fazem avançar
quando são bem suportadas. Como expiações, elas apagam as faltas e purificam.
São os remédios que limpam a chaga e curam o doente; e
quanto maior o mal, mais o remédio deve ser eficiente. Aquele, pois, que sofre
muito deve dizer que tinha muito a expiar e se alegrar de ser curado logo.
Depende dele, de sua resignação, tornar esse sofrimento proveitoso e não perder
o seu fruto pelas lamentações. Caso contrário, terá de recomeçar.
ESQUECIMENTO DO PASSADO
11. É sem razão que se aponta o fato de o Espírito não se
lembrar das suas vidas anteriores como um obstáculo para que ele possa tirar proveito
das experiências que nelas viveu. Se Deus julgou conveniente lançar um véu
sobre o passado, é porque isso deve ser útil. De fato, essa lembrança provocaria
inconvenientes muito graves; poderia, em alguns casos, nos humilhar muito, ou
ainda excitar nosso orgulho e, por isso mesmo, dificultar nosso livre-arbítrio•.
Em outros casos ocasionaria inevitável perturbação às relações sociais.
Muitas vezes, o Espírito renasce no mesmo meio em que já
viveu e se encontra relacionado com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal
que lhes tenha feito. Se reconhecesse nelas as que odiou, talvez seu ódio se
revelasse outra vez, e sempre se sentiria humilhado diante daqueles que tivesse
ofendido.
CONTINUA AMANHÃ
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