O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO 5 - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
CONTINUAÇÃO
CAUSAS
ANTERIORES DAS AFLIÇÕES
vista nos parece imerecida, tem, pois, sua razão de ser, e
aquele que sofre pode sempre dizer: “Perdoai-me, Senhor, porque errei”.
7. Os sofrimentos com que nos defrontamos na vida presente, devido
às causas anteriores, são, na maioria das vezes, como também o são os das
faltas atuais, a consequência natural de erros cometidos, ou seja: por uma
rigorosa justiça distributiva, o homem suporta o que fez os outros suportarem.
Se foi duro e desumano, poderá, por sua vez, ser tratado duramente e com
desumanidade. Se foi orgulhoso, poderá nascer em uma condição humilhante; se foi
avarento, egoísta, ou se fez mau uso de sua fortuna, poderá ser privado do
necessário. Se foi um mau filho, poderá sofrer com os seus próprios filhos,
etc.
Assim, pela pluralidade das existências e da destinação da
Terra como mundo expiatório, se explicam os absurdos que a divisão da felicidade
e da infelicidade apresenta entre os bons e os maus neste mundo. Esse absurdo
existe somente na aparência, pois é considerado apenas do ponto de vista da
vida presente; mas, se nos elevarmos pelo pensamento, de modo a incluir uma
série de existências, compreenderemos que cada um tem o que merece, sem
prejuízo do que lhe está reservado no mundo dos Espíritos, e que a justiça de
Deus nunca falha.
O homem não deve se esquecer de nunca de que está num
mundo inferior, ao qual está preso devido às suas imperfeições. A cada
contrariedade ou sofrimento da vida, deve dizer de si para si mesmo que, se
estivesse num mundo mais avançado, isso não aconteceria e que depende dele não
retornar a este mundo, trabalhando por sua melhoria.
8. As tribulações da vida podem ser impostas aos Espíritos
endurecidos, isto é, teimosos no mal ou muito ignorantes, ainda incapazes de fazer
uma escolha consciente, mas são livremente escolhidas e aceitas pelos Espíritos
arrependidos, que querem
reparar o mal que fizeram e tentar fazer o bem, a exemplo daquele que, tendo
feito mal sua tarefa, pede para recomeçá-la, para não perder o fruto do seu
trabalho. Essas aflições são, ao mesmo tempo, expiações do passado, que nos
castigam, e provas que nos preparam para o futuro. Rendamos graças a Deus que,
em sua bondade, dá ao homem a oportunidade da reparação e não o condena
irremediavelmente pela primeira falta.
9. Entretanto, não se deve pensar que todos os sofrimentos
suportados neste mundo sejam necessariamente a indicação de uma determinada
falta. São, na maioria das vezes, provas escolhidas pelo Espírito para concluir
sua purificação e apressar seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova,
porém a prova nem sempre é uma expiação. Contudo, provas e expiações são sempre
sinais de uma relativa inferioridade, pois o que é perfeito não tem mais
necessidade de ser provado. Um Espírito pode ter adquirido certo grau
CONTINUA AMANHÃ
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