“SOMBRAS DO PASSADO”
Haroldo Freitas
CONTINUAÇÃO (PG. 24)
- A senhora acha que devo ficar calada,
feito uma idiota, vendo a minha filha, cada vez mais, embrenhando-se no mundo
das drogas, da prostituição, da perdição?
- Claro que não, mas peço que você seja
prudente. Converse como estivesse com uma amiga muito querida precisando de
amor, carinho e compreensão. Nunca como um Juiz, interrogando uma ré, pronto
para condená-la. Neste momento, Carol está carente de amor, de cumplicidade, de
compreensão e, não existe alguém melhor que você para supri-la dessas
carências.
- A senhora fala assim porque não convive
no dia a dia com ela. A sua querida neta está insuportável. Sinceramente, acho
que não tem mais jeito.
- Não diga mais isso. Todos nós erramos,
porém, temos o dever e o direito de recuperação. O que precisamos é de
oportunidades.
D. Glória veio chama-las para o almoço.
Chegando à mesa já encontraram Rodrigo e Carol.
O almoço transcorreu em clima tenso. Carol
não iniciava ou alimentava qualquer assunto. Quando a sua mãe lhe fazia qualquer
pergunta ou pedia a sua opinião sobre algo, a resposta era, sempre, em
monossílabos, o que deixava Cida, ainda, mais nervosa.
Rodrigo conversou quase todo o almoço com
a avó e o assunto foi a Doutrina Espírita.
Já estava na sobremesa, quando o telefone
tocou. Carol correu para atendê-lo.
- Alô. Ah é você pai? Não, claro que não
fiquei decepcionada, mas pensei que era alguém da minha turma, pois, marcamos
para encontrarmo-nos no Shopping e estou atrasada. Pai, não vamos falar sobre
isso. O senhor arruma desculpa de serviço, se manda de casa e, ainda, acha que
devo ficar em casa aturando o nervosismo de sua mulher? Não Pai, não aguento
mais. Claro que sua mulher é a minha mãe, mas parece mais uma madrasta. Só sabe
cobrar e reclamar. Tudo bem, conversaremos quando o senhor voltar, isto
Continua amanhã
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