terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

MOMENTO DE REFLEXÃO



“SOMBRAS DO PASSADO”
                     Haroldo Freitas
CONTINUAÇÃO (PG. 24)
    
 - A senhora acha que devo ficar calada, feito uma idiota, vendo a minha filha, cada vez mais, embrenhando-se no mundo das drogas, da prostituição, da perdição?
     - Claro que não, mas peço que você seja prudente. Converse como estivesse com uma amiga muito querida precisando de amor, carinho e compreensão. Nunca como um Juiz, interrogando uma ré, pronto para condená-la. Neste momento, Carol está carente de amor, de cumplicidade, de compreensão e, não existe alguém melhor que você para supri-la dessas carências.
     - A senhora fala assim porque não convive no dia a dia com ela. A sua querida neta está insuportável. Sinceramente, acho que não tem mais jeito.
     - Não diga mais isso. Todos nós erramos, porém, temos o dever e o direito de recuperação. O que precisamos é de oportunidades.
     D. Glória veio chama-las para o almoço. Chegando à mesa já encontraram Rodrigo e Carol.
     O almoço transcorreu em clima tenso. Carol não iniciava ou alimentava qualquer assunto. Quando a sua mãe lhe fazia qualquer pergunta ou pedia a sua opinião sobre algo, a resposta era, sempre, em monossílabos, o que deixava Cida, ainda, mais nervosa.
     Rodrigo conversou quase todo o almoço com a avó e o assunto foi a Doutrina Espírita.
     Já estava na sobremesa, quando o telefone tocou. Carol correu para atendê-lo.
     - Alô. Ah é você pai? Não, claro que não fiquei decepcionada, mas pensei que era alguém da minha turma, pois, marcamos para encontrarmo-nos no Shopping e estou atrasada. Pai, não vamos falar sobre isso. O senhor arruma desculpa de serviço, se manda de casa e, ainda, acha que devo ficar em casa aturando o nervosismo de sua mulher? Não Pai, não aguento mais. Claro que sua mulher é a minha mãe, mas parece mais uma madrasta. Só sabe cobrar e reclamar. Tudo bem, conversaremos quando o senhor voltar, isto
Continua amanhã

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