“SOMBRAS DO PASSADO”
Haroldo Freitas
CONTINUAÇÃO (PG. 20)
- Vamos tomar
café. Os meninos não vão levantar agora. Aos domingos, quase sempre, eles só
levantam para o almoço. Ontem nem vi a hora que eles chegaram. Vou esperar a
Carol levantar para ter uma conversa com ela.
- Eu lhe faço companhia, a D. Glória já me
serviu um delicioso café. Quanto a Carol, converse com ela como estivesse
conversando com uma amiga muito querida. Não a obrigue a dizer onde e com quem
estava, até porque, além de aborrecerem-se ela poderá inventar qualquer
desculpa para encobrir a verdade. Tratando-a como amiga, ela poderá
considera-la da mesma maneira e falar a verdade.
- Até parece que a senhora não conhece a
sua neta. Não adianta falar manso e com amor, ela não conhece mais a boa
educação. Se não me imponho, ela vai trazer a sua turma para dentro de casa.
- Minha filha, você não acha que isso
seria muito melhor? Provavelmente, com todos em sua casa você teria mais
chances de acompanhá-la de perto e até transformá-la.
- A senhora não conhece a turma que ela
anda, como eles mesmos dizem, é da pesada. Tanto as meninas como os meninos são
verdadeiros marginais. Sexo e bebidas são coisas normais entre eles. Estou
desconfiando que até drogas eles estejam usando.
- Muito bem, como hoje estou aqui, não
fale nada quando ela levantar deixe que eu converse com ela. E acredite nisso:
Nunca é tarde para recomeçar uma nova vida, para reformar os nossos atos e a
nossa maneira de pensar e agir.
Cida ouviu as palavras de D. Beatriz com
muita atenção, mas, apesar de considerá-la
uma profunda conhecedora da vida, não concordava.
Foram para a sala de refeições e, enquanto
Cida tomava café, D. Beatriz falava de JESUS, de seus sofrimentos na Terra e do
seu grande amor para com os seus irmãos.
- Tanto, para aqueles que amavam e o
acompanhavam, como para aqueles que o traíram e o condenaram, perdoando a
todos.
Continua amanhã
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