quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

MOMENTO DE REFLEXÃO



O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO 4.
CONTINUAÇÃO
de outra maneira, no sentido da vida do Espírito, o ensinamento desta passagem do profeta Isaías seria um contra senso, uma vez que implicaria interrupção da vida da alma. Analisada pelo lado da vida moral, seria a negação das penalidades dos castigos eternos, visto que estabeleceria o princípio de que todos os que estão mortos reviverão.
14. Mas quando o homem morre uma vez, e o seu corpo, separado de seu espírito, está consumido, em que é que ele se torna? O homem, estando morto uma vez, poderia reviver novamente? Nesta guerra em que me encontro todos os dias de minha vida, espero que minha transformação chegue. (Jó, 14:10 a 14. Tradução de Sacy.)
Quando o homem morre, perde toda a sua força e expira; depois, onde está ele? Se o homem morre, reviverá? Esperarei todos os dias de meu combate, até que chegue aquele que traga alguma transformação? (Idem. Tradução protestante de Osterwald.)
Quando o homem morre, continua vivo; ao acabarem os dias de minha existência terrena, esperarei, pois voltarei à vida novamente. (Idem. Versão da Igreja grega.)
15. O princípio da pluralidade das existências está demonstrado claramente nestas três versões. Não se pode supor que Jó quisesse falar da regeneração pela água do batismo, pois ainda não o conhecia.
O homem, estando morto uma vez, poderia reviver novamente? A ideia de morrer uma vez e de reviver faz entender que se pode morrer e reviver muitas vezes. A versão da Igreja grega é ainda mais clara. Ao acabarem os dias de minha existência terrena, esperarei, pois voltarei à vida novamente; ou seja, voltarei à existência terrena. É tão claro como se alguém dissesse: “Saio de minha casa, mas a ela voltarei”.
Nesta guerra em que me encontro todos os dias de minha vida, espero que minha transformação chegue. Jó evidentemente quer falar da luta que sustenta contra as misérias da vida. Ele espera sua transformação, ou seja, resigna-se. Esperarei, na versão grega, refere-se a uma nova existência: Quando minha existência terrena se acabar, esperarei, pois voltarei à vida novamente. Jó refere-se ao pós-morte e diz que nesse lugar esperará o retorno à vida corpórea.
16. Não há dúvida que, sob o nome de ressurreição, o princípio da reencarnação era uma das crenças fundamentais dos judeus e que foi confirmada por Jesus e pelos profetas de uma maneira clara.
De onde se segue que negar a reencarnação é negar as palavras do
Cristo. Um dia suas palavras serão aceitas e respeitadas sobre esse ponto e sobre muitos outros, quando forem analisadas sem preconceitos.
17. Mas a este entendimento, do ponto de vista religioso, acrescenta-se o do ponto de vista filosófico: as provas que resultam da observação dos fatos. Como todas as causas têm um efeito, a reencarnação aparece como uma necessidade absoluta, como uma condição inseparável da Humanidade; em uma palavra, como uma lei natural. Portanto, as vidas sucessivas, isto é, pela reencarnação, revelam os seus resultados para a Humanidade, materialmente falando, se assim podemos dizer, como o movimento revela um motor que está oculto. Só ela pode dizer ao homem de onde vem, para onde vai, porque está na Terra e justificar todas as desigualdades e todas as injustiças aparentes que a vida apresenta (2).
Sem o princípio da preexistência da alma e da pluralidade das existências, a maioria dos ensinamentos morais do Evangelho fica difícil de entender, e é por causa disso que existem interpretações tão contraditórias. Esse princípio é a chave que lhes restituirá seu verdadeiro sentido.
CONTINUA AMANHÃ

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